Entre Livros E Pinceis escrita por TJ Carvalho


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que esteja do agrado de todos.



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§Eu olhava fixamente para o espelho, compenetrada§. O espelho mostrava a minha face repleta de formosura da sua juventude, eu era bela e sabia disso, meus cabelos eram loiros e longos , meus olhos azuis claro escondidos pelos óculos, meu rosto era delicado e de traços suaves.

Olhando assim para o espelho, eu não consigo não pensar em como nós seres humanos somos frágeis, eu sabia que logo perderia essa beleza, que logo envelheceria e então morreria, simples assim: nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e então morrer. Todos passaram e passarão por isso. O engraçado é que só nos damos conta disso, de que não somos eternos, quando vemos que estamos velhos ou alguém diz que temos pouco tempo de vida.

Meus olhos esquadrinhavam o quarto de minha nova casa, as caixas com roupas e sapatos, meus objetos pessoais, entre eles o quadro que pintei e minha boneca de porcelana, estranhamente parecida comigo, meus tesouros.

Eu gostava dessa mudança de ares.

Mudar. Recomeçar. Era isso que eu precisava. Como Max me disse: “Não fique ai sentada reclamando da vida, mova-se, sai desse canto e viva, porque ficar parado sem mudar é para os fracos, os fortes vão à luta”. E eu fui, tornei-me escritora , continuei minha vida sempre em frente.

Sorri para o espelho me enchendo de coragem e comecei a organizar minhas coisas, assim que eu coloquei minha boneca em cima da cômoda a campainha tocou.

Pulei por cima de umas duas caixas ate conseguir alcançar a porta a abri, dei-me de cara com um homem alto beirando os um e noventa, corpo magro, mas delineado por músculos, o maxilar levemente quadrado o rosto com traços e fortes e másculos os cabelos negros e rebeldes lhe emoldurando o rosto. Seus olhos de um castanho esverdeado me fascinaram, nunca em minha vida pensei que iria me deparar com olhos como aqueles. Orbes de uma expressão tão doce e suave, tão verdadeira. Era algo inexplicável.

“Olá! Sou Ciaran Sullivan, seu vizinho” ele sorriu mostrando uma fileira de dentes retos e brancos oferecendo-me sua mão para um cumprimento.

“Olá muito prazer, Sophia Walker” sorri tendo minha mão escondida pela mão grande dele, seu toque era firme e macio.

Ele olhou por cima da minha cabeça (sim, eu sou bem baixinha) e consequentemente viu a bagunça da minha sala de estar, senti minhas bochechas esquentarem.

“Quer ajuda?” perguntou-me ele com sua voz grave e calma

“Ah não, não precisa se incomodar com isso.”

“ Eu estou sem nada para fazer e não vai ser um incomodo” ele falou e eu aceitei com um aceno de cabeça “por onde começamos?”

Eu e Ciaran passamos a metade do dia arrumando as coisas, ele ria e fazia comentários engraçados, andava de um lado para outro me ajudando, mas eu não iria abusar da simpatia do individuo então dei o trabalho por encerrado quando terminei de colocar as almofadas no sofá.

Encontrei coisas que nem me lembrava que existiam, é engraçado pensar que ao decorrer dos anos nos juntamos tanta coisa, coisas um tanto inúteis, mas sempre cheias de significado como o lenço que eu segurava agora. Era um lencinho pequeno branco com as minhas iniciais bordadas, presente de minha irmã.

“Quer um pedaço de bolo de chocolate?” eu me virei deparando-me com ele segurando meu manuscrito nas mãos.

“Não o brigado, diga-me você é autora desse livro?”

“Oh sim sou eu. Esse é novo não enviei para a editora ainda” falei indo ate a cozinha com ele seguindo-me.

“Você é realmente uma ótima escritora, eu tenho os outros dois dessa série estava louco para ler o ultimo” sua voz era alegre, como se tivesse um tesouro em mãos.

“Você quer ler?”

“Como?” ele olhou-me com seus olhos castanhos arregalados, olhava para mim como se uma segunda cabeça estivesse crescendo em cima de meus ombros.

“Perguntei se você quer lê-lo Ciaran, eu estava mesmo precisando de uma opinião de fora e você conhece os outros, então acho que não tem pessoa melhor”

“Nossa! muito obrigado eu vou devolver logo!” fomos interrompidos pelo seu celular que tocou,ele me olhou “desculpe” e atendeu “alo? Ah Anne oque foi querida? Sim eu o pego ta bom tchau!”

Fiquei curiosa com rápido dialogo que presenciei, queria saber oque ele iria buscar e quem era a “Querida”, mas eu não ia perguntar posso de ser curiosa mais não intrometida.

“Desculpe Sophia, mas o bolo fica pra outro dia eu tenho que buscar meu filho na escola” Eu o levei ate a porta

“Que pena eu precisava de uma cobaia para provar a minha nova receita de bolo de chocolate” falei em um muchocho

Ele riu e saio me dando adeus do portão.

Eu voltei para dentro e fui ate a cozinha provar a receita. Logo na primeira colherada me decepcionei estava muito amargo.

“Acho que exagerei no cacau” abri a lixeira e coloquei tudo fora “que desperdiço!”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo.



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