32 Melhores Amigos escrita por Sereny Kyle
Syusuke Fuiuke e Yamato Midou estavam sentados em um parque que ficava perto de sua escola. Ambos tinham 16 anos e estavam no colegial, sempre iam naquele lugar depois da escola.
-- No que você está pensando? – Syusuke percebeu que o amigo estava muito calado.
-- Hã? – Yamato perguntou desatento.
-- Você está muito quieto hoje, o que aconteceu?
-- Eu posso te fazer uma pergunta, Syusuke?
-- Fala.
-- Você ainda gosta da Nadja?
Syusuke arregalou os olhos e seu rosto ficou muito corado.
-- Por que isso agora?
-- Você lembra? Quando me contou que gostava dela?
-- Já faz uns quatro anos. O que te fez lembrar disso hoje?
-- É porque eu vi vocês dois conversando hoje. E aí? Ainda gosta?
-- Gosto – Syusuke desviou o rosto, ainda mais vermelho.
-- Ah. E por que você não a pediu em namoro? Sabe, não é crime caras de 16 anos ficarem com garotas de 14...
-- Aonde você quer chegar, Yamato? – Syusuke assumia uma tonalidade muito forte de vermelho.
-- Eu só queria entender o que te impede. Afinal, ela parece gostar de você também.
-- Eu não sei o que Tsubasa acharia disso – Syusuke diminuiu o tom de voz, a cor foi sumindo de suas faces.
Yamato olhou para o amigo pelo canto do olho, Syusuke parecia muito desanimado.
-- Você não fica com a Nadja pra não chatear o Tsubasa?
-- É mais ou menos isso. É irmã dele, né? Eu não sei se gostaria de ver um amigo meu com a minha irmãzinha!
-- Ah, é? – Yamato pareceu um pouco nervoso.
-- E sei lá. Não é como a Fuuga e o Sengoko. Tipo, os dois dizem que são namorados desde que tinham cinco anos, apesar do Sengoko cantar todas as garotas e o estranho interesse que Tushui tem na Fuuga.
-- Você acha que ele gosta dela?
-- Quem vai saber? Eu sei que ele é legal, um pouco macabro e muito esquisito, mas ele não se deixa conhecer a fundo por ninguém, não é? Tipo, a gente conhece o Tushui desde criança, mas eu não posso dizer que sei alguma coisa sobre ele.
-- É verdade.
-- Você está querendo me dizer alguma coisa?
-- Eu não sei. Por quê?
-- Porque é meu melhor amigo desde a primeira vez que brincamos juntos neste parque. Porque é quase um irmão pra mim, não importa o que o meu pai ou o seu pai digam. E porque eu quase posso ouvir seus pensamentos quando você não tem coragem de me encarar. Foi assim na única vez que usou o Jagan em mim e veio se desculpar.
-- Você sabe como eu me sinto culpado por isso, tinha que mencionar? – Yamato virou o rosto e olhou as mochilas jogadas no chão.
-- Comece a falar.
-- Syusuke, eu não tenho nada pra falar.
-- Mesmo se eu disser que sei o que está se passando na sua cabeça? – Syusuke encarou sério Yamato, até o amigo se virar.
Os dois ficaram em silêncio por um longo tempo.
-- Eu acho que você devia falar com Tsubasa. Não acredito que ele vá se opor – Yamato quebrou o silêncio e desviou o rosto novamente.
Syusuke inspirou profundamente.
-- Talvez tenha razão. Afinal, você é primo dela e não vê problema, vê? – Syusuke deitou com as mãos atrás da cabeça, sorrindo.
-- Acho que não. Acho que, um violinista tão sensível como você, não tentaria nada desagradável e impróprio com a minha priminha, certo?
-- Cala essa boca. Seu pai também toca violino, se lembra? – Syusuke deu um soco nas costas de Yamato, rindo.
Eles viram de longe, Fuuga, Tushui e Kaimin caminhando. Era um grupinho bem estranho. Ela tinha se transformado em uma bela garota, com atributos que agradavam muito aos garotos, mas tinha um temperamento difícil e o péssimo hábito de prender as pessoas com sua técnica dos fios. Tushui Akabane não precisava de explicações, suas roupas pretas, sua pele branca, seus olhos perturbadores, seu sadismo e sua técnica de retaliação eram suficientes. Já Kaimin desfrutava da companhia dos dois por seu prazer em observar, mas muitos acreditavam que ele preferiria estar sozinho e só andava com eles por também estar apaixonado por Fuuga, que por sua vez tinha um relacionamento conturbado com Sengoko.
-- Acho que ela também gosta de você – Syusuke disse sério.
-- Quem?! A Fuuga?! – Yamato perguntou, desesperado.
-- Não, bobão! Acho que seria castigo Fuuga gostar de você! Ela é um demônio de saia! Às vezes eu até me esqueço de como ela é bonita, não acho que compense...
-- Ainda por causa daquela vez que ela te prendeu?
-- Eu fiquei cinco horas de ponta-cabeça! Nem sentia mais meus pés e minha cabeça latejava de tanto sangue que tinha.
-- É, eu me lembro. Acho que foi a primeira vez que vi Tushui gargalhar!
-- Aquele sádico! Eu nem me lembro por que ela fez aquilo.
-- Tentou agarrar ela.
-- Era pega-pega! – Syusuke disse, indignado. – Eu quis dizer a Akemi.
-- O que quis dizer a Akemi?
-- Ai, toupeira! Que ela gosta de você.
-- Quem?
-- Não começa, Yamato. Sabe que eu sei.
Yamato abaixou a cabeça.
-- Eu aceito o castigo que quiser me dar, mas eu juro, não foi minha culpa! Se quiser, pode me bater, eu não vou revidar.
-- Eu não vou te bater. Acho que deve falar com ela.
-- Acha mesmo?
-- Acho, sei que faria o mesmo por mim.
-- É, só que não acho que queira sair com o Suishiroh. Nem eu quero.
-- Há, há! Eu quis dizer sobre a Nadja!
-- Ah, claro que eu faria.
-- Não que eu goste da idéia da minha irmãzinha namorando, mas antes com você!
-- Obrigado.
-- Meu pai que não vai gostar muito...
-- E seu pai alguma vez gostou de alguma coisa que venha dos Midou? Eu vou ficar feliz se ele não mandar o leão me devorar.
-- Ele gosta da sua mãe.
-- É só porque ele não a considera uma Midou.
-- Vamos, ta ficando tarde.
-- É, senão você vai perder a sua aula de violino – Yamato correu na frente, escapando das mãos furiosas de Syusuke, mas este tacou a mochila e fez o amigo cair de cara na grama verde e engolir muita terra e saiu correndo na frente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!