iNeed To Figure Out escrita por Thá Lutz Winchester


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fiz a one agora, logo após ter visto iGoodbye [e ter ficado louca pra assassinar o Dan].
Só queria mostrar que Seddie não está perdido e que eles sempre vão se amar pra mim.
Enjoy =D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/295514/chapter/1

Fazia algum tempo que a Shay havia partido com seu pai. Todos tentaram continuar com suas rotinas, mas nada parecia o mesmo sem a morena na vida deles.


Spencer deixara de sorrir tanto, mas tentava se manter animado. Sua ex-namorada o ligara alguns dias depois e disse que ficaria em Seattle por causa de um parente que havia adoecido na cidade. Digamos que, após algum tempo, ela não possuía mais o “ex”. O apartamento parecia vazio sem Carly lá, mas era uma dor suportável, já que ele sabia que ela estava feliz com o pai.


Sam, que vivia grudada à garota, andava curvada e em silêncio pelos corredores da Ridgeway. Os professores, que antes tinham mil e um motivos para reclamar da loira, agora elogiavam suas notas exemplares já que só o que ela fazia em seu tempo livre era estudar para preencher o vazio que sua melhor amiga deixara quando partiu. Falavam-se por telefone todos os dias, mas não era o mesmo. Ela sentia muito mais falta da Shay do que estava pronta para aguentar e isso a incomodava.


Gibby, como todos, estava triste. Por vezes era visto encarando o armário que pertencia à Carly no colégio com um sorriso triste. Ela era, apesar de tudo, sua melhor amiga.


E Freddie, bem, ninguém o vira desde a segunda-feira após a partida da morena. Ele estava confuso por causa do beijo que ela lhe dera, mas ao mesmo tempo sentia que todos os pedaços que faltavam no quebra-cabeça de sua vida estavam se encaixando. Só precisou chegar ao colégio naquele grande primeiro dia sem a Shay para que a verdade lhe atingisse.


Ah, aquela segunda-feira! Sam já estava na escola quando ele chegara, o que era novidade, já que ela evitava aquele lugar como o capeta evita a cruz. Passou pela loira e foi para seu armário pegar alguns livros, porém não demorou muito a desfazer o caminho. Sua curiosidade gritava na cabeça.


– Que está fazendo aqui tão cedo? – ele indagou sem se dar ao trabalho de dizer bom dia. Ela hesitou por um momento, mas respondeu ainda sem erguer os olhos:


– Vim estudar, Freddie.


O rapaz se surpreendeu. Esperava uma resposta grossa, um fora, e recebeu uma resposta simples e objetiva. E ela nem o apelidara! Deveria estar realmente chateada para não usar sequer um tom sarcástico.


– Você está bem? – ouviu-se perguntar em meio ao choque. Sam ergueu o rosto buscando pelos olhos castanhos e foi então que ele percebeu o quão idiota fora. Não só ao fazer uma pergunta da qual já sabia a resposta, mas por outras milhares de coisas.


– Sim, ótima – mentiu descaradamente e forçou um sorriso – O sinal já vai tocar. Até mais, Freddie – e se afastou rapidamente para a sala da Srta. Briggs.


Ele não conseguiu se mover por bem uns dez minutos depois que Sam saiu, e quando o fez não foi para ir para a classe e sim para voltar ao Bushwell Plaza.


Desde então ninguém mais o viu.


Fazia duas semanas que Carly se fora, bem como a Freddie. Sra. Benson se recusava a dar mais informações, apenas dizia que o garoto estava bem, e todos tinham suas teorias.


Alguns diziam que ele havia entrado em depressão por conta da partida da estrela do iCarly, outros que ele tinha enlouquecido. Gibby acreditava que o amigo havia sido abduzido por alienígenas, só ele para pensar algo assim. E Samantha, bem, ela não revelava sua teoria, mas todos sabiam que ela acreditava que ele havia partido para a Itália atrás de sua melhor amiga e que eles estavam escondendo o relacionamento dela. Tinha motivos para pensar assim, já que Carly lhe contara que o havia beijado no estúdio antes de partir e que ele retribuíra.


Foi em um dia qualquer que a loira saiu do colégio, passou no Groovy Smoothie para pegar uma vitamina e caminhava para sua casa para estudar quando viu quem menos esperava caminhando em sua direção na rua.


– Hey Samantha! – o Benson a cumprimentou oferecendo seu melhor sorriso. Ela apertou a vitamina em sua mão, forçando-se a parar de tremer, e sorriu de volta.


– Você sumiu – comentou com a voz fraca tentando controlar a vontade de enchê-lo de perguntas sobre seu paradeiro. Freddie corou e olhou para baixo, mas não tirou o sorriso do rosto.


– Tinha uma bagunça pra resolver, Puckett – ela o encarou interrogativa – Mas não se preocupe, tudo voltará ao normal agora – emendou olhando-a com um brilho diferente no castanho-chocolate. Pelo menos ele não estava com Carly.


– O que quer dizer com isso? – questionou ansiosa. Ele passou a mão no cabelo nervosamente, bagunçando-o, fato que não passou despercebido pela garota. Desde quando ele fazia aquilo?


– Preciso ir. Nos falamos depois, Sam – despediu-se e saiu apressado, deixando-a boquiaberta e curiosa.


Ela deu de ombros e resolveu apressar o passo para poder estudar antes que se distraísse e começasse a pensar demais em Freddie. Não podia deixar que ele tomasse conta de sua mente agora ou estaria perdida. Pensar no garoto só a fazia ficar confusa e chateada.


No dia seguinte, para surpresa de todos, Freddie caminhava animado para dentro da Ridgeway. Precisou de quinze dias para colocar os pensamentos em ordem, perceber cada erro que cometera, cada falha, e escolher as palavras certas para corrigi-los. No fim de semana havia tido longas e exaustivas conversas com sua mãe, Spencer e Carly, explicado para eles como se sentia, o que decidira e pedido pelo apoio das pessoas mais importantes de sua vida. E, ao terminá-las, sentia-se revigorado, pronto para enfrentar Samantha Puckett e responder cada uma das perguntas que ele sabia que ela tinha.


Avistou a loira em seu armário de costas para ele e os cantos de sua boca ergueram-se involuntariamente. Andou lentamente até ela, respirando fundo para controlar o nervosismo, e quando chegou perto o bastante sussurrou em seu ouvido:


– Bom dia, Samantha!


Ela deu um pulo, assustando-se com a voz tão próxima, e se virou para o nerd que há tanto conhecia. Ele sustentou seu olhar por alguns segundos, até que ela abaixou a cabeça constrangida.


– Por que me chamou de Samantha? – indagou irritada, mas sem encará-lo. Ouvir seu nome completo na voz dele a trazia lembranças dolorosas. E dessa vez ela não estava tão surpresa ao ponto de ignorar esse fato.


– É o seu nome, não é? – em resposta, Freddie recebeu um olhar assassino – Eu gosto do seu nome, Sam. Já te disse isso, não disse? – provocou, sabendo que ela se lembraria da época em que namoravam.


– Não quero que me chame assim – ela insistiu sentindo a garganta fechar. Não choraria, não mesmo. Não era nem de longe a primeira vez que precisaria engolir a dor.


– Por quê? – ele insistiu inocente.


– Por quê? Por que, Freddie? – vociferou fechando a porta do armário com força – Eu vou te dizer por que. PORQUE EU MANDEI, SEU IDIOTA! – ela gritou e então se afastou batendo os pés com força no chão. Saiu da escola apressada, fazendo o caminho para sua casa. Não conseguiria prestar atenção em nada e não queria esbarrar com o moreno novamente.


Sentiu algo segurar seu pulso e virou-se para trás, pronta para mandar o infeliz que a incomodou para um hospital, mas estacou ao ver quem era.


– Não quis te irritar, Sam. Perdoe-me por...


– O que você quer, Benson? – ela interrompeu desvencilhando seu pulso da mão dele e cruzando os braços irritada.


– Você – Freddie respondeu sério, sem quebrar o contato visual. Todas as falas que ele ensaiara não lhe vinham à mente, mas mesmo que ele se lembrasse de cada uma delas duvidava que as usaria. Talvez pudesse prever as reações de Spencer, de sua mãe ou de Carly, porém a Puckett ainda era um mistério para ele mesmo depois de tantos anos.


Sam abriu a boca para falar, mas a fechou por não conseguir encontrar palavras. Passou-se um minuto inteiro até que ela conseguisse sussurrar:


– O quê?


– Você perguntou o que eu quero e eu respondi que quero você, Sam. É isso que venho feito nas últimas semanas, tenho pensado em tudo que aconteceu na minha vida e descobri que ela não é a mesma sem você estar comigo – passou a mão pelo cabelo – Na verdade, eu já sabia disso, só não queria admitir – fez uma pausa, esperando que Samantha dissesse algo, e suspirou com o silêncio dela – Olha, eu não estou pedindo pra você retribuir o que eu sinto, mas quando eu disse que te amava não era mentira. Eu deveria ter agido diferente desde aquele dia do elevador, não deveria ter feito muitas idiotices que fiz, porém não posso mudar o que aconteceu. Eu te amo e preciso saber se você sente algo por mim – ele pegou a mão dela, fazendo-a engolir em seco – Você me ama, Sam?


Levou algum tempo até que a garota conseguisse se recompor pela declaração inesperada e, por fim, falou:


– Eu sei sobre o beijo entre você e a Carly.


– Sim. Ela me beijou no estúdio – Freddie respondeu um pouco mais inseguro. E se ela não o quisesse mais? E se ela só tivesse dito que o amava de volta para não constrangê-lo? – Foi isso que me fez perceber que eu preciso de você – confessou – Não eram os lábios certos, não eram as mãos certas, não era a pessoa certa.


– E se eu não te amar mais? – Sam se ouviu perguntar. O moreno sentiu o estômago revirar.


– Vou esperar por você, lutar pra que você me ame de novo – sussurrou. Sim, esperaria. Nem que levasse uma década. Mas só a ideia de não conseguir fazia seu coração doer.


– E se eu disser que te amo? – a Puckett indagou tentando esconder o sorriso. Ela estava brincando com ele!


– Vou te agarrar aqui e agora, e nunca mais vou soltar – Freddie respondeu se aproximando. Soltou a mão dela e enlaçou sua cintura, deixando que Sam repousasse as mãos em seus ombros.


– É bom ser paciente, porque “nunca mais” vai te dar trabalho – ela sussurrou passando as mãos para o cabelo dele, bagunçando-o um pouco.


– Vale a pena.


E, finalmente, eles se beijaram.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Detestou? Eu sei que não tá lá essas coisas, mas precisava combater a raiva que tava do Dan de alguma forma, e escrever a one ajudou.