Sam acordou assustado. Outro pesadelo. Agora, sua mãe estava nele. Na verdade, não só ela, mas seu pai também. "Havia um homem, um homem muito estranho. Se vestia de forma estranha, fala de forma estranha, e os olhos? Impossível olhar dentro dos olhos dele. Um passo. Um corte. Um grito. Fogo. Muito fogo. Sua mãe estava grudada no teto em chamas.
– Mary! - Gritou John, tarde demais, Mary já estava queimando.
– Papai? Mamãe?
– Dean, leve Sammy para fora de casa. AGORA! - Disse John desesperado.
Dean fez o que o pai mandou, pegou seu irmão e saiu. A casa queimou por inteira e John tinha ficado lá. Com Mary."

Sam passava e repassava o pesadelo em sua mente, não conseguia entender. Seus pais tinham morrido num acidente de carro, pelo menos foi o que disseram à ele.

– Sammy? Tá tudo bem? Você saiu há horas, e ainda são 7h da manhã. O que houve?

– Ah, Dean... Tá tudo bem, só que...

– Pesadelos com palhaços?

– Idiota. Não. Com a mãe e o pai. - Sam olhou para baixo, triste, confuso.

– Sammy... O que... você sonhou?

– Que eles morreram queimados, Dean, e que você deveria saber. Agora me diz, o pai e a mãe morreram mesmo em um acidente de carro? Eu preciso saber... Já fazem 23 anos e eu nem sei como meus pais morreram de verdade.

– Sam, eu...

– Não venha com essa, Dean. Eu. Preciso. Saber.

Dean estava assustado, não podia contar ao irmão, havia prometido a seu pai que Sammy nunca saberia.

– Ok. - Disse Dean, finalmente - Posso te contar, mas não garanto que você vá acreditar. Quando você tinha 6 meses, um demônio entrou em nossa casa, a mãe foi ver como você estava e ele estava lá. Ele a levantou até o teto, o pai ouviu seu grito e foi ver, ela estava queimando. Ele mandou que eu te tirasse da casa, antes que ele pudesse sair, a casa pegou fogo e ele morreu com ela.

– Tá me dizendo que um demônio matou a mãe e o pai morreu querendo salvá-la e nos salvar?

– Sim.

– Você é louco, Dean, de verdade. Precisa inventar? Eu só pedi a verdade, mas esquece cara! - Sam saiu furioso, como seu irmão poderia mentir para ele assim, descaradamente?

Dean sabia que Sammy não acreditaria, sabia que ele era inocente demais, que era normal demais. Quer dizer, não tão normal, os pesadelos faziam dele... Bem, diferente.

– Sammy... É verdade, eu não menti. - Insistiu Dean indo atrás de Sam, que estava furioso. - você sabe, cara, os sonhos...

– Como sabe dos sonhos? - Sammy parou bruscamente e se virou para Dean, assustado. 

– Cara, você fala dormindo.

Sam riu, mas por dentro ainda sentia raiva. Raiva de si mesmo. Raiva de Dean por enganá-lo durante 23 anos. VINTE E TRÊS ANOS, era a vida inteira dele.

– O que mais eu não sei, Dean?