Um Dia De Sorte escrita por Redbird


Capítulo 1
Um dia de sorte


Notas iniciais do capítulo

Oláa. Minha primeira Fic HP. Espero que gostem.



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Snape estava atônito olhando para Harry sem saber o que fazer. O professor não acreditava que alguém pudesse ser tão intrometido, que tivesse tanta petulância. Nem mesmo Thiago Potter poderia ter sido tão abusivo. A fúria escorria por cada célula de Snape.

Sem saber como, ele agarrou o garoto e conseguiu jogar Potter do outro lado da sala. Para Snape, tudo isso parecia um Deja vu dos seus anos de aluno em Hogwarts quando tinha que enfrentar Tiago e o bando de idiotas que se intitulavam seus amigos.

–Você não vai contar a ninguém o que viu- Ele estava berrando, ele que sempre conseguiu manter o alto controle, estava berrando. Snape fez o possível para conter o tremor de fúria que trespassava por seu corpo.

–Não- disse Harry se levantando, parecendo assustado- Não, claro que...

Os olhos do garoto estavam de um verde intenso, do mesmo jeito que os de Lilian quando ela ficava assustada. Do mesmo jeito que eles ficaram quando Snape chamou sua melhor amiga de Sangue-ruim. Desde aquele dia, Severo jurou que nunca mais perderia o controle. Mas aqui estava ele. Tentando uniformizar sua respiração e dizer o mais calmamente possível.

–Fora daqui, fora daqui. Nunca mais quero ver você na minha sala!- Pelo jeito, mais uma vez ele tinha falhado.

Assim que o garoto saiu os olhos de Snape pousaram no pequeno espelho da sala. Ele odiava Harry Potter. Não só por que o garoto o lembrava todos os dias de Tiago, mas também por que ele lembrava Severo de algo que ele nunca deixara de ser. Um garotinho em busca de aprovação. Sem querer ele lembrou de uma das poucas vezes em que pudera provar ser melhor que Tiago. Isso havia acontecido há mais de 20 anos, em uma aula particularmente interessante e barulhenta de poções.

Slughorn estava sem sucesso tentando conter a turma. Todos falavam sem parar sobre as provas de finais que seriam na próxima semana. Severo observava os colegas atento. Para o sonserino, seus colegas não passavam de um bando de adolescentes com a inteligência de um filhote de trasgo. Ele sabia por que todos estavam assim. Diferentemente de Snape, nenhum deles havia se preparado adequadamente para os exames. Não que Snape estivesse se preparando. Acontece que ele tinha uma boa memória e muito tempo livre.

Sem querer, Snape estava começando a se odiar por isso, seus olhos pousaram em uma ruiva da grinfinória. Lilian estava prestando muita atenção na aula. Ela tinha uma expressão extremamente concentrada, como se estivesse bebendo cada palavra que o professor Slughorn dizia. Snape se permitiu sorrir com a visão. Ele sabia que a aula preferida de Lilian era poções.

–Então meus caros, o que acontece se inserirmos lágrima de duende aos ingredientes da Félix Felicis?

Snape sorriu ao ver a mão de Lilian levantada, assim como Slughorn. Todos sabiam que a bruxa era sua aluna favorita.

–Vamos lá senhora Evans, pode responder.

–A poção perde seu poder. Na verdade inserindo essa lágrima, a poção tem efeito contrário.

–Perfeito! 10 pontos para grinfinória. Agora por que muitos bruxos cometem esse tipo de erro?

Dessa vez ninguém levantou a mão.

– Ninguém? Severo meu caro você sabe?

Snape engoliu em seco. Era obvio que ele sabia. E Slughorn sabia muito bem que podia contar com Severo para as perguntas mais difíceis, embora ele fosse o aluno mais calado da sala.

–Huum, simples. Suor de duende dá sorte. Muitas pessoas erroneamente acreditam que as lágrimas também podem ter este efeito. O que é extremamente perigoso. Já que Lágrimas de Duendes podem ser bem nocivas.

–Perfeito. 10 pontos para sonserina. Agora meninos, vocês irão preparar o antídoto para a poção do Morto vivo. Aquele que conseguir fazer perfeitamente bem leva um frasco de Félix Félicis. Eu adoro fazer esse jogo todos os anos.

Os alunos prontamente começaram a preparar suas poções. Mas mesmo com o prêmio, meia hora depois a sala estava começando a se tornar uma algazarra. Snape estava concentrado em sua poção, mas mesmo assim, viu pelo canto do olho Potter e Black importunando Lilian.

–Ei, é sério Evans, eu se fosse você não descartaria assim o meu amigo. Ele pode arranjar outra garota e você pode sofrer lindinha.

–Eu vou sofrer sim – diz Lilian mais vermelha que um pimentão- Mas é que eu sou uma pessoa muito caridosa sabe, vou morrer de pena da coitada. Ninguém merece acabar namorando com um gnomo.

Snape teve que se controlar para não rir. Os dois ficaram quietos depois disso e Snape voltou a se concentrar em sua poção. Assim que a aula terminou o professor passou examinando as poções. Como era de se esperar, Snape foi o único que conseguiu preparar o antídoto perfeitamente. Slughorn se limitou a sorrir para o sonserino

–Use-o com sabedoria.

Snape não tinha certeza, mas imaginou o professor lhe dar uma piscadela. Slughorn podia ser bem estranho às vezes.

Snape demorou um mês para tomar a poção. Ele resolveu que tomaria no seu aniversário. Naquele dia ele falaria com Lilian. Quem sabe dessa vez ela não aceita sair para um passeio em Hogsmeade no próximo final de semana.

Assim que ele desceu as masmorras em direção ao Salão principal, ele escutou vozes, vinham do corredor que Lilian sempre usava para ir para a Torre da Grinfinória. Instintivamente ele parou. De alguma forma sabia que não deveria interromper.

–Então você vai sair comigo ou não? Olha se você estiver namorando o ranhoso eu vou entender, embora eu ache nojento, mas vou entender.

–Pare de chamar ele assim. Já fazem quase sete anos e vocês ainda se odeiam Tiago.

Snape sentiu um calafrio ao perceber Lilian chamando Potter pelo primeiro nome.

–Olha me desculpe- disse Tiago numa voz que deixava claro seu embaraço- Na verdade, acho que sempre senti ciúmes dele com você.

–Ciúmes, ah essa boa. Além do mais, acho que ele não é mais meu amigo. –disse Lilian, meio triste.

Snape sentiu um aperto. Por que, ele tinha que ter a chamado de sangue ruim? Por que? Se ela entendesse. Se ela apenas entendesse. Ele fez isso para protegê-la. O Clubinho de Dorn, um dos alunos sonserinos mais preconceituosos que vivia aterrorizando nascidos trouxas sem que os professores percebessem, jamais deixaria barato se soubesse que ela era sua amiga.

–Por que? – Perguntou Tiago com uma súbita curiosidade.

–Nada demais, é sério. Só...pensamos diferente.

Snape pode sentir Tiago observando Lilian, porque ele ainda demorou um tempo para responder.

–Mas então? Você vai sair comigo?

–Bom, fica meio difícil dizer não, depois que você manda cinquenta elfos domésticos com bandejas cheias de rosas para o meu quarto

–Então é sim?- pergunta Tiago feliz.

– Sim para o encontro seu desmiolado, só isso. E é melhor eu não me arrepender.

–Não vai, você vai ver- diz Tiago gritando para Lilian que já descia as escadas para o salão.

Snape ficou ali paralisado. Observando escondido enquanto Tiago esperava os amigos para contar as novidades. De repente ele se sentiu tão amargurado, com um ódio tão grande que ele quase teve medo. Ele tinha que se controlar, ele não era como o pai, um homem que vivia furioso com tudo e todos. Um troglodita.

Snape sentiu uma mão pequena em suas costas. Ele estava tão entorpecido que se assustou com a presença de mais alguém ali. Era Violeta McMarian , uma corvina que tinha algumas aulas com Severo.

– Olá Snape você está bem?

Ele sabia pouca coisa da garota. Mcmarian era uma mestiça, assim como ele, uma das melhores alunas da turma. Só tinha um problema, era meio conhecida por aprontar poucas e boas em Hogwarts. Diziam até que ela tinha dado uma surra em Sirius Black e Tiago Potter porque os dois haviam dito que ela não poderia ser uma marota. Fora isso, Snape só sabia que a garota tinha cabelos castanhos sempre presos em um rabo de cavalo e os olhos cinzentos mais estranhos que ele já vira.

–Estou- diz ele meio desconfortável com a proximidade da garota- Só um pouco cansado.

Ela o olhou desconfiada.

–Ok. Bom eu vou indo para o salão. Ah, er...- A garota agora estava desconfortável, segurando o cabelo de forma distraída, como se tentasse formar um pensamento- Eu pensei, se você quiser, sabe, eu vi que vão estar lançado um livro interessante em Hogsmeade esse final de semana. Pensei, você gosta de ler e tal... quem sabe, poderíamos ir juntos?

Snape olhou a garota incrédulo. Ele poderia ir com ela, poderia passar uma tarde divertida. Violeta não era uma garota feia, era até inteligente. Ele poderia... se não houvesse Lilian.

–Huum, acho que não vai dar. Desculpe.

Ela pareceu se entristecer um pouco, mas logo levantou as sobrancelhas e deu um sorriso desafiador.

–Ok sem problemas, quem sabe outro dia.

Assim que ela saiu, um amigo seu, do último ano, apareceu como se fosse tivesse surgido do nada.

–Olá Severo. Já pensou sobre nossa proposta?

–Dorn- diz Snape- Eu sei que hoje é o último prazo, mas não sei se quero ser um comensal.

–Você não... ah por Merlim! Esse pode ser seu dia de sorte. Você vai poder se vingar do seu pai, lembra aquele trouxa que vivia batendo em sua mãe? O que ele dizia mesmo ah sim... “Vocês dois são aberrações, deveriam morrer e me deixar em paz”. Além disso, Snape, você poderia ser alguém. Deixar de ser o esquisito da escola para ser poderoso ao lado do Lorde das Trevas. Você é inteligente, fará as escolha certa.

Seu dia de sorte, poder, aceitação. Tudo isso borbulhava na cabeça de Snape. Ele se lembrou de Lilian rindo com Tiago. Sentiu um ódio avassalador. Lembrou do pai, gritando para que ele deixasse de ser um anormal e batendo em sua mãe toda vez que ela tentava proteger Severo quando ele estava praticando magia. Lembrou do dia em que recebeu a carta de aceitação de Hogwarts e do ódio do pai.

–Se você for, não é mais meu filho. Eu não vou ser pai de uma aberração.

Seu dia de sorte...

–Muito bem eu aceito.

Dorn deu um sorrisinho. A partir daquele dia, Severo Snape se tornou um comensal.

Mas agora ele não era mais. Era um homem amargurado e furioso se olhando no espelho. E ele não pode deixar de lembrar do que Dumbledore disse, assim que colheu essa memória.

–Sabe Severo. Não adianta ter sorte. Você poderia ter saído com aquela garota, ter sido feliz, um outro homem. É meu caro, não adianta ter sorte, não adianta se você for desperdiçá-la.













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Notas finais do capítulo

Então? o que acharam?



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