''Siga apenas o seu rumo, não ajude e não derrube ninguém, apenas siga-o''

– A menina que perdeu seu rumo .

Olá, me chamo AnneBeth, costumo a ser tímida, e por essa mesma razão, não tenho muitos amigos. Estudo na escola central de Nova Zelândia.

Moro aqui faz um tempão, nunca tirei meus pés para fora do país.

Meus pais? Bem, minha mãe, Clara, é uma mulher muito ligada á seu emprego, sempre esta com uma pasta na mão, e com uma xícara de café, normalmente passa noites em claro.

Meu pai? Nathaniel, é um homem simples, humilde, e que eu tenho sorte de ter como pai. É o tipo que eu posso sempre contar e desabafar, ele é realmente um ótimo pai e amigo.

Seu eu tenho alguma amiga? Não.

Conheço muitas pessoas legais, mas elas não me entendem. Sinceramente, acho que pensam que sou maluca, e eu não discordo totalmente deles.

Hoje acordei com meu despertador fazendo um barulho irritante, minha vontade era de joga-lo na parede, mas meus pais iriam brigar comigo, pois eles não gastaram pouco no aparelho, então olhei que realmente havia dormido mais do que deveria.

Coloquei um grande roupão, realmente enorme, me cobrindo da orelha até os pés.

Tomei um banho relaxante, eu senti cada parte do meu corpo esquentar, sentei em minha banheira, e pensei, refleti, sobre tudo que havia se passado.

Havia tantos presentes, coloridos, com laços, e cores de verde e vermelho.

Eu os tocava com minha mão, e os balançava, na tentativa de adivinhar o meu presente de Natal.

–Nesta caixa tem sapatos novos. Não é?

-Exatamente, pode abrir.

Abri, e então vi, um par de sapatos pretos e totalmente novos. 

Hoje em dia, meus pais não estão tão presente na minha vida, eu não ganho presentes de Natal desde meus dez anos, eu já era uma adulta. Ok, talvez não uma adulta, mas como esse tempo pode correr tão rápido? Os meus tempos? Cade toda a felicidade, harmonia, cantorias em casa, biscoitos caseiros da minha mãe, ou até mesmo, um simples abraço? Cade?

Eu abri os olhos, e me olhava, já estaria completando meus plenos dezessetes anos, eu já não era mais uma criancinha, já não era tão ingenua. Então, meus pais acharam que não me importaria de ganhar mais presentes. Eu não me importo mesmo, mas eu me importo em não me tornar uma garota de 30 anos carente e frustada.

Normalmente, eles dão desculpas idiotas para eu só desculpa-los por esquecerem de mim, no dia do Natal.

É, esse Natal seria a mesma droga, não guardo mais esperança de um Natal alegre, animado e feliz.