Ao Seu Encontro escrita por Lu Arantes


Capítulo 1
Ao seu encontro


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores, espero que gostem dessa (pequena) história. Foi feita com muito carinho e espero que gostem.



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A casa estava em um silencio absoluto. Todos provavelmente já estavam dormindo. Eu apenas sorri. “Chegou a hora” pensei. Peguei meu casaco e desci as escadas com o mínimo cuidado para que nenhum som fosse emitido. Abri a porta e saí. Eu estava ficando realmente boa naquilo. Nos primeiros dias ficava insegura, pensando na encrenca que eu arrumaria se meus pais descobrissem, mas com o tempo peguei a pratica. Fiquei destemida.

A rua estava deserta e silenciosa. Eu caminhava descalça pelo asfalto frio, meus passos eram rápidos afim de que ninguém me visse naquela situação. E então eu cheguei ao meu destino. ‘A casa’, como eu costumava chamá-la, ficava a sete casas depois da minha. Uma antiga construção vitoriana, detalhadamente construída, e lamentavelmente vazia. Eu não sabia exatamente ha quanto tempo aquela casa não recebia moradores, décadas talvez. Provavelmente, por ser antiga, milhares de histórias sobre assombrações deveriam ter sido criadas espantando futuros moradores.

Abri a porta com cuidado, mas ela rangeu mesmo assim. Tudo estava escuro, silencioso e até assombroso talvez. Caminhei até a sala. A lareira estava acesa e iluminada todo o ambiente. Pude ver sua silhueta entre as sombras, você estava sentado no sofá, em silencio, observando as chamas arderem. Me aproximei com cuidado e coloquei minhas mãos em seus olhos.

- Adivinha quem é? – sussurrei em seu ouvido.

Você abriu um sorriso instantaneamente e aquilo me fez sorrir também.

- Quem mais poderia ser? – você disse e em um movimento rápido me puxou pela cintura e me derrubou no sofá, me fazendo cair em seu colo.

Rimos alto, e então nossos olhares se cruzaram ficamos sérios, concentrados. Você delicadamente tirou a mexa de cabelo que estava cobrindo meu rosto, se aproximou devagar e me deu um beijo. Um leve e delicado beijo, como se quisesse dizer ‘’bem-vinda de volta’’. Nos afastamos um pouco para olharmos um nos olhos do outro. Você deu um sorriso torto e envolveu-me em seus braços, fazendo eu me sentir completamente segura. Ficamos ali juntos observando as chamas.

Fugir no meio da noite já havia se tornado rotina para nós dois. Eu não gostava muito daquilo, mas desde que meus pais me ordenaram a nunca mais encontra-lo, aquela era a única opção. Gostaria de sair pelas ruas em um dia ensolarado de domingo segurando a sua mão, caminhando por praças e parques, sem me preocupar se alguém nos veria ou não. Mas aquilo não seria possível, pelo menos não tão cedo.

Você era o tipo de garoto que nenhum pai sensato iria querer para sua filha. Era encrenqueiro, tinha notas baixas, faltava constantemente ao colégio, realmente um mau exemplo. Mas tudo aquilo pra mim era uma piada. Eu o conhecia como ninguém jamais havia feito. Você era intenso, impulsivo, meio maluco e um pouco orgulhoso talvez, tinha alma de poeta e uma capacidade incrível de fazer as pessoas sorrirem. Eu principalmente. Você era o único que fazia meu coração disparar a cada troca de olhares, a cada toque, a cada beijo. E a cada vez que eu via seu sorriso me lembrava da intensidade do meu amor por você.

- Como foi hoje? – você disse fazendo carinho de leve em meu braço.

- A mesma coisa de sempre – eu disse em um suspiro – Tentei tocar no assunto com eles, mas meu pai nem quis me ouvir quando percebeu que eu falava de você.

- Eu já esperava isso.

- Você acha que algum dia irão permitir que agente fique junto? – eu perguntei olhando para você.

- Não sei. – você disse balançando a cabeça negativamente – Mas sinceramente espero que um dia aceitem oque sentimos.

Fiquei em silencio, imaginando como seria bom se nossa relação fosse ‘’legalizada’’.

- Ei, eu estava pensando... – você disse sorrindo de um jeito diferente, um sorriso travesso. – Você gostaria de viver uma aventura?

- Aventura? – perguntei confusa.

- Sim, viajar pelo mundo, sair por aí sem direção...

- Nunca me imaginei fazendo esse tipo de coisa, mas seria bom...

- Eu também acho, estou pretendendo realizar esse sonho. Se eu fosse, você toparia vir comigo?

- Ir com você? Você que dizer... Fugir?

- Eu não chamaria de desse jeito, mas, você fugiria comigo? – você me olhou ansioso.

Eu parei e pensei. Aquilo realmente nunca tinha passado pela minha cabeça. Parecia ótimo, e perfeito até. Eu e você, soltos pelo mundo e sem ter que nos esconder de ninguém. Sem regras, sem proibições. Aquilo soava até um pouco clichê para mim: um casal fugitivo.  Perfeito.

- Sim, eu iria. – eu sorri e te dei um beijo – Sem sombra de dúvidas, eu iria.

Você sorriu.

- Ótimo, vou começar a traçar nossa rota pelo mundo. Viajaremos por todos os continentes, sem ninguém pra nos impedir, você vai ver...

- Estou ansiosa para esse dia...

Então ficamos ali, fazendo planos e mais planos para nossa fuga. Mas eu não me importava nenhum pouco. Estava mais interessada em aproveitar cada minuto que teria junto de você. Sem horário exato para voltar para casa e ter que me despedir de você. Afinal, era aquilo que eu mais queria. Nunca mais ter que te dar adeus e poder viver uma vinda inteira ao seu lado.

Quando o relógio marcou três horas voltei para casa. Voltei sem ter vontade de voltar. Mas eu sabia que o veria novamente, na noite seguinte, e aquilo me acalmava um pouco. Iriamos fazer mais planos, sonhar mais e imaginar um futuro sem barreiras entre nós.  


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Notas finais do capítulo

E então? A opinião de vocês é muito importante pra mim (e pra minha autoestima ç.ç), por tanto, por favor comentem!!
Obrigada!



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