Pokémon - Candlelit Dinner (Season 1) escrita por nicoo


Capítulo 12
Capítulo 10 - Todas as coisas tem um lado bom.


Notas iniciais do capítulo

Bom, postando um capítulo novo.
Revisado pela minha linda Bells ♥
Espero que leiam :3



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                - Desculpem-me senhores, não ouvi nada sobre uma casa mal assombrada por algum pokémon - falou a enfermeira Joy de Opelucid.

                Ethan e Alice suspiraram e olharam ao redor. Algumas pessoas estavam sentadas nas mesas tendo animadas conversas sobre suas próprias vidas, outras almoçavam com seus Pokémon.

                - Quer comer alguma coisa? - perguntou Ethan tentando tirar da cabeça o ocorrido de algumas horas antes.

                - Sei lá, não tô com tanta fome assim... Mas acho que vou desmaiar de fome se não comer nada - a garota respondeu com uma voz cansada.

                Os dois se encaminharam para a última mesa vazia no Centro Pokémon e sentaram-se. A enfermeira Joy anotou seus pedidos e logo partiu para buscar a comida deles. Ethan olhou com um ar de cansaço para Alice e a menina sorriu sem graça para ele.

                - O que foi? - perguntou o menino preocupado.

                - Nada... - respondeu ela mexendo no cabelo - Só estava preocupada.

                - Com o que? - ele sorriu.

                - Você. - ela o encarou com seriedade e logo o menino parou de sorrir. Como ele não disse nada, ela continuou – Você esta escondendo alguma coisa de mim esse tempo todo. Mesmo que não me conte ou dê indícios de nada, parece que todos os seus esforços estão centrados em algo que você não consegue esquecer! Não sei, parece que você ta agindo como um robô pra tudo, E!

                - Ali, eu... – os olhos do garoto começaram a arder.

                - Não, me deixa falar, Ethan Dalles. – ela apontou o indicador pra ele – Eu saí de casa pra vir junto com você. Eu sentia que não podia deixar você sozinho. Precisei da ajuda da minha mãe pra convencer meu pai e mesmo assim você não me contou nada. – Ethan fez menção de falar algo, mas a garota fez um gesto para que ele parasse – Eu confio em você. Não vou pedir para que me conte nada, E. Só quero que saiba que você não esta sozinho. Eu tô aqui por você.

                Ethan ficou vermelho, não sabia se era vergonha ou se era sua maneira de reagir àquilo. Nunca houvera sentido tanta preocupação de outra pessoa por sua causa.

                - Ali, me perdoa. Eu ainda não posso te contar – dizendo isso, uma lágrima escorreu de seu rosto.

                A garota o encarava com pena e isso só deixava tudo pior. Ele lutava contra as malditas lágrimas que queriam sair. Ele confiava em Ali, confiava mais do que poderia esperar confiar em alguém. Ela havia se envolvido em uma tremenda confusão só por causa dele e nem houvera questionado o motivo. Ethan nunca poderia se imaginar fazendo isso por alguém. Não, conseguia sim. Por ela.

                Os pensamentos do garoto ficaram turvos. Ele lutava para não chorar e não conseguia parar de admirar a menina que estava em sua frente. Ela sorria docemente para ele, o que só deixava tudo pior. Ethan resistia a todos os impulsos de seu corpo de contar a ela tudo. Ele queria contar, mas não queria colocar a menina em perigo.

                - E? – ela perguntou preocupada. – Você ta chorando.

                O garoto pareceu surpreso com o comentário. As lágrimas corriam pelo seu rosto sem perceber.

                - Ali – repetiu ele. – Me perdoa.

                A garota voltou a sorrir e disse:

                - Só quero que me faça um favor. – Ethan respirou fundo e esperou ela continuar – Hoje você vai esquecer isso. Nós dois vamos sair e aproveitar toda a tecnologia que essa cidade tem.

                - Ali, eu não pos...

                - É isso, ou não te perdoo nunca mais – a garota cruzou os braços e fechou os olhos virando o rosto levemente.

                - Ta bom, Ali – Ethan se deu por vencido sorrindo.

                - Isso! Vitória! – a garota comemorou enquanto um Pokémon rosa aparecia com uma bandeja com os pedidos. Em sua barriga tinha uma bolsa natural com um ovo grande.

                - Ei, tenho uma coisa para usar! – ele abriu mais um pouco a mochila, e Eevee pulou para fora. Ethan pegou um aparelho eletrônico que nunca havia usado e apertou o único botão.

                Uma parte dele se abriu, mostrando ter duas telas e onde ficava o botão girou, abrindo e revelando um pequeno teclado. A pokédex mostrou a imagem do Pokémon que estava em sua frente. Possuía o formato de um ovo rosa e usava uma pequena touca com o símbolo do Centro Pokémon.

                - Chansey, o Pokémon Ovo. – uma voz eletrônica informava Ethan e Alice o nome do Pokémon – Evolui de Happiny. Chansey é um Pokémon que empresta o ovo que carrega para Pokémon às pessoas doentes ou machucadas.

                Chansey olhou para as lágrimas no rosto de Ethan e com uma expressão de preocupação tirou o ovo da bolsa e ofereceu para o garoto. Os dois começaram a rir e Ethan disse:

                - Ei, relaxe. Eu não estou machucado, só estou... Esgotado. – A Pokémon sorriu e colocou o ovo em seu lugar e apontou para o corredor onde ficavam os quartos para alugar do Centro Pokémon. – Eu sei, eu vou alugar um quarto mais tarde e descansar. Obrigado, Chansey.

                A Pokémon sorriu para Alice e deu um abraço na barriga de Ethan, que era onde ela alcançava e logo saiu com a bandeja vazia para procurar por mais trabalho, deixando Ethan com um sorriso no rosto.

                - Ta vendo? Esse é o tipo de coisa que eu falei – Alice falou para ele – Se você se esforçar, consegue ver as coisas bonitas que tem por aí.

                Opelucid City conseguia ser mais tecnológica que Castelia e mesmo assim, ser menor e menos movimentada. Estar ali faria qualquer visitante impressionado.

                As ruas possuíam um leve brilho azulado e linhas de led percorriam as calçadas. Entre cada um dos pisos de mármore no chão a divisão de led brilhava. A cidade possuía um brilho azul. Todos os prédios possuíam um visual inovador e deviam ter sido feitos por algum arquiteto muito louco.

                Ethan e Alice sorriram olhando ao redor até que estacaram ao ver um estacionamento de automóveis. O automóvel, na verdade era a coisa mais esquisita que os dois tinham visto em toda vida deles. Era como duas rodas gigantes e de metal que se cruzavam e que possuíam um painel eletrônico no meio e um banco para aproximadamente três pessoas. Todos eles estavam ao lado do Centro Pokémon e cada um estava parado do lado de um equipamento eletrônico aonde havia um local para colocar uma moeda.

                - Ei, ei! Vamos experimentar? – Alice perguntou puxando o braço de Ethan – Parece ser para alugar, olha!

                - É, é. Vou colocar aqui, senta aí – disse ele de frente para um painel eletrônico e depositou uma moeda no equipamento.

                - Bem-vindo. Obrigado por usar nossos serviços. Você tem crédito para duas horas de viagem.

                Ethan sentou-se ao lado de Alice e perguntou:

                - Onde tem cinto?

                - Que cinto?

                - De segurança... – ele olhava ao redor e percebeu que não tinha.

                O branco era preso a uma das rodas por uma estrutura de metal muito brilhoso e conforme a roda girava a estrutura se movimentava para manter o banco paralelo ao chão.

                - Bom dia, para onde desejam ir? – uma voz falou no mecanismo – Se olharem para o painel, temos um mapa de Opelucid com vários pontos importantes onde as pessoas mais gostam de visitar – o painel se iluminou mostrando um mapa com vários pontos de referência.

                - Quer ver como é o ginásio? – perguntou Alice para Ethan.

                - Pode ser, - o garoto olhava para ela – hoje é você quem decide para onde nós vamos.

                - Então, moça. Queremos ir para o ginásio de Opelucid!

                - Como quiser, senhorita.

                A roda que estava no meio começou a girar e eles andaram de lado pelas ruas, seguindo as linhas azuis que brilhavam por Opelucid. Depois o veículo parou do nada e mudou para a outra roda.

                No começo, a sensação de que uma queda é iminente é impossível de evitar, mas depois de um tempo, Ethan sorria com a tranquilidade da viagem e ficou triste por durar tão pouco e o veículo logo parar de frente para o Ginásio.

                - Uau, quanta... – Alice dizia olhando para a construção.

                - Ostentação de poder? – Ethan perguntou saindo do veículo também olhando para o prédio.

                - Exatamente. – a menina sorriu – Vai entrar?

                Ethan olhou para o prédio que era uma imensa construção formada por estátuas de dragões gigantes. Os menores dentes dos dragões deveriam ser no mínimo o dobro de Ethan. Cada detalhe era completamente bem feito e bonito de observar. Era feito para possuir respeito perante os visitantes.

                - Pra quê? – respondeu Ethan depois de alguns instantes e sentando de novo no veículo. – Seria o mesmo que pedir pra levar uma surra de Thor.

                Os dois riram enquanto o veículo caminhava pelas ruas indo em direção a uma praça que Alice havia indicado no mapa. A praça era uma daquelas obras arquitetônicas esquisitas. Um chafariz possuía um enorme Arceus de metal que se mexia e soltava água pela boca. Várias pessoas andavam por ali com seus Pokémon. Um garotinho retornou o Pokémon para sua pokébola e Ethan e Alice puderam ver que o botão que acionava a pokébola era de led. Os dois ficaram impressionados com a maneira que as coisas eram brilhantes em Opelucid.

                Alice obrigou Ethan a entrar em um centro comercial. Os dois deixaram o veículo em modo de espera e constaram que teriam trinta minutos pra voltar antes que o transporte voltasse sozinho para seu estacionamento ao lado do Centro Pokémon.

                O Centro Comercial de Opelucid era um arranha-céu que ficava no alto de um viaduto no meio da cidade. O primeiro andar era completamente aberto e amplo e em seu meio possuía duas escadas rolantes, uma subia e a outra vinha do segundo andar.

                Era recheada de lojas de todos os tipos e possuía diversas barraquinhas com placas em neon. Ethan e Alice rodaram por lá até que acharam uma loja da Corporação Devon que estava lotada. Várias crianças e adultos estavam na porta da loja enquanto um homem com microfone falava:

                - Vamos, vamos! Quem conseguir me trazer mais rápido um Pokémon do tipo Dark ganha 10 pontos.

                - O que será isso? – Ethan perguntou para Alice.

                - Parece algum tipo de competição, vem! – dizendo isso ela sacou sua pokébola e puxou Ethan pela mão. – Vai, Purrloin!

                O Pokémon gato de Alice apareceu, olhando para os dois. O homem repetiu mais uma vez a frase e Purrloin entendeu o recado. Saltitando parou de frente ao homem e resmungou seu nome.

                - Vejam, vejam! Parece que alguém trouxe! – o homem anunciou e algumas crianças ficaram tristes com o aviso. – Vamos ao próximo desafio!

                - O que está valendo? – perguntou Ethan para um homem parado ao seu lado.

                - Eles darão uma PokéNav para o vencedor.

                Ethan engasgou com a resposta. PokéNav era um aparelho eletrônico muito famoso em Hoenn e havia sido atualizado diversas vezes. Em Unova, o aparelho eletrônico mais utilizado era o Xtransceiver, mas Devon parecia querer lucrar mais e criou a versão relógio do PokéNav, ainda com as funcionalidades anteriores do portátil eletrônico. O novo PokéNav deveria custar uma fortuna, mas ali estavam eles oferecendo-o de graça.

                - Agora – disse o homem tirando um papel de uma roleta. – Ganha quem me trouxer mais rápido um Pokémon roxo!

                Ninguém se mexeu e o sorriso do homem murchou ao perceber que todos o encaravam. Ele olhou para Purrloin que ainda olhava para ele e entendeu o recado.

                - Parece que temos alguém de sorte aqui! – o homem anunciou enquanto Alice abaixava e pegava Purrloin no colo.

                - Sortuda. – resmungou Ethan fazendo a menina sorrir.

                - AGORA VAMOS A ÚLTIMA DA GINCANA! – o homem dizia animadamente – Esse pequeno jovem trouxe dois dos meus pedidos e essa jovem também! Parece que qualquer um dos dois que conseguir trazer esse último mais rápido vence!

                O homem fez mistério enquanto todos olhavam ansiosamente para Alice e o jovem que havia sido apontado pelo homem.

                - Ganha quem me trouxer mais rápido... – Todos prenderam a respiração – Um Pokémon Shiny!

                Ethan e Alice estavam sentados no banco do veículo tomando sorvete enquanto retornavam para o Centro Pokémon. A menina não conseguia parar de olhar para o novo PokéNav que estava em seu braço e sorria para Ethan toda vez que ele a olhava.

                - Eu não acredito! Você viu a cara de todo mundo?! – ela perguntou pela milionésima vez animada.

                - Quem poderia imaginar que eu teria um Pokémon Shiny, né? – ele riu da ironia da situação.

                O veículo estacionou ao lado do Centro Pokémon e Alice pulou para fora dizendo:

                - E ele ainda chamou a gente de “um lindo casal”. – ela sorriu para Ethan – Devemos ser mesmo – e dizendo isso a menina entrou no Centro Pokémon deixando para trás um Ethan extremamente corado.

                O garoto se levantou pensando que era só uma provocação e se encaminhou para dentro do Centro Pokémon só parando ao ver uma foto de alguém conhecido.

                - Dave? – perguntou ele pra ninguém, olhando o cartaz.

                Ethan sentou-se de frente para o computador do Centro Pokémon. Contou para Alice sobre o cartaz e a menina logo tratou de tentar desvendar como se conectar a Rede pelo seu PokéNav novo para tentar contatar o amigo.

                Ethan respirou fundo enquanto os pensamentos fluíam nervosamente em sua cabeça. Dave, seu amigo de Rede havia fugido de casa e aparentemente seu pai era o Líder de Ginásio de Dragão. O homem-ostentação estava atrás de seu filho desaparecido e colocou alguns cartazes pela cidade que os dois não haviam visto.

                Ethan logou em sua conta na Rede e teve uma surpresa. Duas mensagens novas piscavam, uma delas era de Dave e outra era de um usuário que Ethan não conhecia. Ethan abriu primeiro o de Dave, e a mensagem era composta por duas pequenas frases:

                “Saí de casa, fui para Icirrus. Não que você se importe.”

                O peso no coração de Ethan aumentou quando leu aquela mensagem. Ele havia abandonado o amigo. Mesmo que possuísse todos os motivos do mundo, ele o havia abandonado. Ethan pensou em escrever algo, mas achou melhor ir para lá direto. Antes, resolveu ver a segunda mensagem.

                Era um vídeo. O vídeo carregou por alguns segundos e logo abriu a imagem.

                Um homem com cabelos desarrumados e uma barba para fazer apareceu na tela sentado em uma mesa de frente para a câmera. A qualidade do vídeo não era das melhores, mas Ethan conseguiu reparar como o homem possuía um aspecto de doente. Ethan entrou em pânico quando reconheceu seu pai.

                - Pronto, pode começar – uma voz desconhecida falou com Patrick.

                - Olá, filho – ele começou a falar e sua voz parecia cansada. – Quero que me perdoe por me deixar ser capturado. Eles estão me obrigando a aparecer aqui e dar esse recado pra você – o homem ficou a beira das lágrimas e respirou fundo antes de começar a ler um papel que estava em cima da mesa.

                “Ethan, eu estou aqui para informar que esse grupo chamado Grimm Grotto possui homens em todos os cantos, em todas as empresas. Eles sabem que você está procurando o Líder de Ginásio que trabalha pra eles, mas sabem também que você é incapaz de tal coisa” um brilho apareceu no rosto do homem, era a expressão de um homem que viu sua cria ser ofendida “Eles disseram que estão cansados desse Purrloin e Pikachu e querem o Eevee. Disseram que você tem uma semana para entrar em contato ou eles vão...” Patrick parou para respirar fundo e do nada falou em desespero e de forma rápida:

                - Filho, foge! Não entra mais na Rede, eles estão te rastreando! Sem mais recados, sem mais conversas! Não se entrega, não entrega seu... – Patrick foi silenciado por um criminoso da Grimm Grotto.

                - Uma semana, pivete. A partir do momento que você assistir esse vídeo. – o homem que socou seu pai falou olhando para câmera e Ethan percebeu que sua visão estava embaçada pelas lágrimas.

                Ethan apareceu cambaleante na mesa onde Alice estava-o esperando para comer. Seus olhos expressavam um enorme vazio e a visão entristeceu a menina. Ela respirou fundo, pois sabia que ele nada ia dizer sobre o que havia visto.

                O garoto olhou para a companheira e sorriu. Limpou as lágrimas rapidamente com a manga do casaco emprestado e disse:

                - Já sei onde podemos achar o Dave.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e comentem :3



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