Duality escrita por Alexei


Capítulo 8
8- Chasing Shadows




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14 de Novembro – 06:28

Outro dia, acordo, minha cabeça dói, mas não posso desistir, tenho promessas a cumprir, após tomar café, fui a caminho da escola, no meio deste, desviei para chegar à casa do professor Frare, o gordo já estava lá.

Cumprimentei o rapaz, e nos adentramos à cena do crime, estava tudo limpo, exatamente como eu deixei naquela vez, não sei como o Gustavo conseguiu que o deixassem entrar naquele local, deve ser coisa do pai dele, mas isso não vem ao caso:

-A casa dele está limpa Gu, não sei como a polícia pode ter perdido algo. –disse eu-

-Isso não é possível, Du, não existe crime perfeito, e você sabe disso. – retrucou o rapaz-

As palavras dele ecoam em minha mente: “Não existe crime perfeito.”, no fundo eu sabia disse, mas a sensação que causou ouvir ele dizendo isso foi muito estranha, parecia um medo iminente, que surgiu de uma simples frase dita por um garoto que poderia saber demais, infelizmente eu teria que matar esse sujeito, uma pena, ele poderia ter feito tantas coisas boas, mas como eu já disse ao falecido professor, foi um azar ele ter se cruzado em minha vida.

De repente, Gustavo solta uma pergunta a mim:

-Du, o que você acha que faria um professor sumir deste jeito? – indagou o rapaz-

-Não sei, talvez ele estivesse se envolvendo com gente errada? Traficantes? Máfia?

-Professor Frare? Traficantes? Não seja ridículo, considerando ele ser um professor de universidade também, se ele fosse pego em estado de “nóia”, seria o fim da carreira dele.

-Daqui a pouco vai dizer que deus existe.

-Não entendi.

-Estou dizendo que por mais que ele seja um professor de universidade, ele era um ser humano, sujeito a vícios.

-E o que quer dizer com isso?

-Que talvez ele tenha se envolvido com traficantes, não tenha conseguido

-Eu concordo em 50% com você. –disse Gustavo-

-Ahn? Como assim 50%?

-Você está certo sobre a parte do “apagado”, apenas se equivocou na causa do “acabamento”.

-Não entendo.

-Não se faça de lesado Du, eu não te chamei para vir por ser lesado, olhe em volta da casa dele.

-E daí?

-Não notou nada de especial?

-Apenas o fato de ser muito arrumado para o lugar aonde ocorreu um “apagamento”? Quer dizer que o fato da mobília estar no lugar descarta a possibilidade de ele ter se envolvido com traficantes ou que traficantes não arrumam cenas do crime?

-Quase isso, Du, o que eu quero dizer é que, se ele fosse mesmo um viciado, a casa dele estaria limpa, quero dizer, sem a mobília

-É mesmo?

-Claro que sim, ele venderia a TV, os móveis, o computador, tudo para suprir o seu vício.

-E se os traficantes tivessem o pego antes que pudesse vender a sua mobília?

-Isso seria impossível.

-Por quê?

-Traficantes são cruéis, mas não burros, eles esperariam o professor ter vendido tudo na casa dele para aí sim “apagar” ele, se os traficantes quisessem dar um aviso para ele pagar a dívida, poderiam apenas ter quebrado uma perna dele, matar-lo não resolveria nada, afinal, mortos não sacam dinheiro do banco nem pagam dívidas.

-Entendo aonde quer chegar, está supondo que ele não foi morto por dinheiro?

-Precisamente, mas não entendo qual seria o motivo. –indagava-se o rapaz-

-Gu, por que se mataria um professor de universidade?

-Não sei, notas? Uma reprovação?

-Está sugerindo que?

-Um ex-aluno poderia ter feito isso.

-Tem certeza disso Du? A lista de ex-alunos não é pequena, interrogar um a um levaria mais de 30 anos!

-Bom Gu, se não foi um ex-aluno, não consigo imaginar mais nada.

-Boa Du, conseguimos chegar a algum lugar.

-Ah que isso, você ajudou bastante.

Que droga, ele conseguiu deduzir tudo com uma rápida olhada na cena do crime, eu tive que colaborar, senão ele poderia simplesmente me chutar da investigação, e aí não conseguiria mais ficar de olho nele.

-Precisamos descobrir para onde o corpo dele foi levado agora. –disse Gustavo-

-Agora é uma tarefa difícil Gu, descobrir um corpo “apagado”.

-Du, o professor dava aula de física, não de criminologia, o ex-aluno não deveria ser um expert em crime, senão seria extremamente difícil encontrarmos algo.

-Bem animador. –disse eu em um tom zombeteiro

-Indeed, mas isso deixaremos para outro dia, vamos voltar para a escola para disfarçar.

-Isso, vamos.

Saímos da cena do crime, eu estava quase suando frio, sabia que ele era inteligente, mas não tanto, ainda bem que se limitou a alunos da faculdade, e estamos no ensino médio, bom, ninguém é perfeito, nem mesmo eu.


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