27 de Outubro – 22:14

Após me livrar do corpo, fui caminhando até o ponto de ônibus mais próximo, peguei o ônibus e, do transporte coletivo público, fui até o ponto mais próximo de minha casa, e me adentrei em meu lar, minha mãe fez a clássica pergunta: “Aonde estava?” apenas respondi “Estudando na casa do Zé, já jantei lá.” Ela a me olhou com desdém, mas acabou acreditando, devia estar cansada demais para ficar discutindo comigo, subi as escadas, e logo me deitei na cama, afinal, eu também estava muito cansado, trabalhei muito esta noite, rapidamente o sono me leva para uma atmosfera escura e vazia, um lugar esquecido em minha mente, algo como se o humano que eu costumava ser não existisse mais, eu era apenas um monstro, preso na carcaça de um jovem de 17 anos, com uma sede de matar, senti uma pesada respiração atrás de mim, não sei se era este tal monstro, me controlando, mas eu não podia escapar de seu controle, preciso me livrar logo disto.

Na manhã seguinte, o despertador me chuta deste sonho bizarro, levantei-me rapidamente, me troquei, escovei os dentes e fui tomar café, estava bom.

Peguei as minahs coisas e fui a caminho da escola, no meio de meu percurso, encontrei meu amigo Boriz, fomos juntos à escola, ao chegar na mesma, cumprimentei todos, sabe como é né? Manter as aparências, chegando na sala de aula, sentei em meu lugar, e arrumei as minhas coisas, nisso, veio a notícia que eu tanto esperava: “O professor de física, Pedro Frare, não viria dar aula.” O anúncio não explicou o motivo, o que espantou os alunos, já que não era do feitio do professor faltar sem um motivo e não deixar alguma atividade para a classe fazer, mas é claro que ele não avisou ou deixou lição alguma, pois estava ocupado demais levando marteladas no crânio.

Eu estava plenamente feliz com o sucesso do meu plano, afinal, ninguém mandou ele me dar notas baixas apenas por causa de umas contas fora do lugar na prova, se bem que física nunca foi o meu forte, mas ele deu o azar de dar aula no mesmo lugar em que eu estudo

O sinal da hora do intervalo toca, todos saem, ainda perplexos pelo ocorrido, alguns felizes, mas também um pouco preocupados, fui ao encontro de Sarah, minha namorada, ah esta garota me encanta, tão inteligente, mas nem desconfia da outra personalidade de seu suposto príncipe encantado.

Eu poderia fazer um relato das aulas, mas são tão chatas e desprovidas de emoção que eu até poderia me juntar ao falecido professor.