As Filhas De Hermes escrita por beabea


Capítulo 1
I have a dream with a greek god


Notas iniciais do capítulo

oie! espero que gostem. deixem reviews dizendo se curtiram ou não e falem comigo pelo TT: @grifinorialways



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/294989/chapter/1

Ta, não sei por começar (se vier algum engraçadinho me dizer que é pelo começo juro que mato!) foi um dia complicado. Imagine o pior dia da sua vida, multiplique isso por dez e talvez você entenda o que eu passei.

Meu despertador tocou ás seis e meia da manhã e eu quis atirá-lo na parede (por que não fiz isso?). Ta, escola, eu sei, mas pra quem é disléxico, tem transtorno de déficit de atenção e hiperatividade eu imagino que a escola não pode fazer tanta diferença assim pode? Só mais dez minutinhos e eu já...

VALERIE CASTELLAMARY LEVANTA DESSA CAMA AGORA OU EU TE MATO!- Julie, sempre doce Julie, uma pessoa muito delicado vocês não acham? Precisam ver ela acordar antes de meio dia no domingo.

–Julie saia do meu quarto. – falei ainda com a cara no travesseiro.

–Quando você levantar essa sua bunda gorda da cama e começar a se arrumar para a escola, eu penso no assunto. Você anda mais preguiçosa que um javali aposentado. – ela disse revirando os olhos.

–Javalis se aposentam?- perguntei confusa. Fala sério, não existe um sindicato dos animais.

–Pergunte á sra. Marshall. – ela disse sorrindo travessa e saindo do meu quarto. Ter irmã é um pesadelo, e ela é um pesadelo verde.

Quando éramos pequenas, eu e Julie tínhamos a mesma cor de cabelos (castanhos) só que agora, nós pintamos, ela de verde e eu de azul. Falando em azul, ela tem inveja de mim (mesmo que não admita eu sei que tem) por que eu tenho olho azul e ela castanho.

Levantei reunindo toda a minha coragem e fiz a caminhei como uma múmia para o meu banheiro, tomando um banho rápido, por que se eu demorasse Julie iria aparecer e me matar.

Saí do banheiro correndo, vesti uma roupa qualquer e coloquei meu colar com um caduceu. Minha mãe disse que nosso pai (meu e da Julie) tinha nos dado o mesmo colar, eu nem sei por que, mas tenho um pressentimento de que é melhor usar ele. É, eu sei, estupidez. Eu também pensava assim, até aquele dia.

Eu desci as escarradas correndo (e tropecei algumas vezes, mas é desnecessário dizer isso certo?) e senti o cheiro de alguma coisa queimando no andar debaixo. Havia fumaça na cozinha e Julie e minha mãe tossiam e tentavam apagar alguma coisa.

Comecei a tossir também. Aquela coisa era horrível, parecia uma fogueira de dez mil metros na cozinha.

–Deus o que houve aqui?!- falei abanando a boca e o nariz em uma tentativa frustrada de conseguir mais ar para respirar.

–Uma certa mãe chamada Alice se esqueceu de que não sabe cozinhar. – disse Julie colocando uma coisa preta que parecia carvão no formato de bolinhos.

–Olha a educação! Ainda sou sua mãe!- Julie resmungou alguma coisa como “uma mãe que não cozinha, cria carvão” e minha mãe tentou reunir alguma dignidade enquanto limpava o rosto que estava sujo de massa.

–Seria legal me convidar da próxima vez que resolver fazer a Terceira Guerra Mundial com a cozinha.- comentei rindo.

–Muito engraçado Valerie Sadie Castellamary! Agora anda por que se vocês se atrasarem para a escola mais uma vez...

Nem fiquei para ouvir o resto. Agarrei o pulso de Julie e corri para a rua.

A Reinalds High era enorme, o tipo de lugar em que se perder não é tão complicado, principalmente se você é uma desastrada chamada Valerie que não aparenta possuir coordenações motoras.

Eu e Julie nos separamos e cada uma seguiu para um lugar. Eu olhei para o grande relógio que ficava na torre norte da escola, só que do lado de fora e percebi que tínhamos chegado cedo, e eu ainda tinha uma hora de lambuja antes das aulas.

Corri para a biblioteca que é um dos únicos lugares que sei onde fica (culpe os arquitetos, não a mim) e quando entrei lá peguei algum livro sobre Mitologia Grega, sentei em algum lugar afastado e comecei a ler.

–Mitologia Grega? Curte isso?- perguntou o garoto novo. O nome dele é Percy Não-me-dei-ao-trabalho-de-saber-o-sobrenome. Todas as garotas babam feito idiotas por ele, e eu simplesmente não vejo o que o cara tem de mais. Ele tem olhos verdes, e daí? Ele é alto, tem um cabelo preto que está sempre bagunçado, mas e daí? Eu sinceramente acho que ele namora aquela garota que entrou junto com ele, Annabeth Eu-sou-melhor-que-você Chase. Ela é chata e convencida. Dos três garotos que entraram, o único que acho legal é Grover, o cara das muletas. Ele era divertido e gostava de enchiladas.

–Nossa, Percy falou comigo, acho que vou ter um desmaio.- falei com voz de falca animação e ele ficou carrancudo.

–Muito engraçado. É fácil rir quando não é a sua camisa que é arrancada fora. – disse ele sério.

–Tanto faz. Talvez você não tenha reparado, mas estou lendo um livro.- falei apontando para a capa de Odisseia, aquele livro com capa vermelha de couro velha e cheirando a mofo que estava me deixando com o nariz vermelho.

–Você gosta de Mitologia Grega?- perguntou ele me ignorando e sentando na cadeira de frente para a minha. Resolvi imitá-lo e o ignorei.

Julie veio me procurar e me arrastar para a aula da sra. Mason por mais que eu quisesse ficar na biblioteca.

Me sentei no fundo da sala e comecei o meu trabalho: decifrar as palavras do quadro.

Grover estava á minha esquerda, Annabeth á minha direita e Percy na minha frente, só uma nota: quero morrer.

Era aula de ciências, mas eu estava boiando total, não conseguia entender nada do quadro negro e a professora não fazia nenhum esforço para me fazer entender a matéria.

Entendi algo como Os lírios são mitos do estrogênio e anotei mesmo que eu soubesse que estava errado. Grover me cutucou.

–Val, é os vírus são seres muito simples e pequenos. – disse ele. Eu sorri de lado em agradecimento, risquei aquela frase e comecei de novo.

No meio da aula, quando eu confundi O envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da membrana com O ciclope nada principalmente com suas escamas e os líquidos de sua barbatana eu desisti de ciências e resolvi que dormir era bem mais interessante.

Eu tive um sonho bem bizarro.

Eu estava no carro de um adolescente loiro que parecia resplandecer de tão lindo. Ele se virou para mim e sorriu com exibindo todos os seus dentes brancos perfeitos.

–Como vai Valerie?- perguntou ele rindo de um jeito contagiante

–Bem. Espera, quem é você? O que eu estou fazendo no seu carro? Eu não deveria estar na aula de ciências?- fui atirando perguntas como uma metralhadora azul.

–Bem, é, mais ou menos. Eu sou Apolo, você e eu estamos dando uma volta e sim, isso é só um sonho.- ele disse sorrindo e colocando uma das mãos sobre os meus ombros enquanto dirigia.

–Apolo? Como o Deus grego da luz do Sol?- falei franzindo a testa e dando um tapa na mão de Apolo que a recolheu.

–É, exatamente. Você tem um belo tapa.- ele disse passando os dedos pela mão.

–Então, estou em um carro com o Deus da medicina? Certo, acho que preciso voltar a fazer terapia. - falei respirando fundo e contando até dez.

–Ei, não tem nada de errado em sonhar comigo, afinal, eu sou tão quente!- disse ele rindo e se deliciando com meu rosto corado.

–Tanto faz, preciso voltar para a aula de ciências.- falei tentando abrir a janela para olhar por onde estávamos passando.

–Se eu fosse você eu não faria isso, docinho.- disse ele, mas já era tarde demais.

Eu esperava estar em qualquer lugar, mas não A QUINHENTOS METROS DO CHÃO! Eu morro de medo de altura!

Eu acordei suando e gritando no meio da aula de química, o que não deixou o Sr. Bradfild muito feliz, ele ficou bem bravinho para falar a verdade, talvez não seja só eu quem precise de terapia.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

e então, curtiram???