Está tudo quieto demais, para falar a verdade.

Eu me viro de um lado para o outro na cama.

Que horas será que são? Bem, não importa. Se ainda não me chamaram quer dizer que ainda não está na hora de eu acordar.

Reviro-me novamente pela cama, ainda de olhos cerrados, fazendo com que os cobertores de lã feitos por minha avó fiquem em volta de meu corpo. Quando escuto um barulho de cobra!

– Shha shia shiest shhhhh

Eu me encolho mais ainda na minha cama, até que o barulho para bruscamente. Eu paro de apertar meus olhos com tanta força.

Quando me convenço de que aquilo não foi nada e me permito uma virada na cama, acontece outra bomba:

– BÚ!!!!!!

– AHH!!!!! – Me coloco embaixo do cobertor, vociferando.

– Hahaha, Alvo medroso, Alvo medroso!!

– Cala essa boca James! – Me levanto raivoso.

– E ai, baixinho? Pronto para o seu primeiro dia em Hogwarts?

– Não sei....

– Suas malas já estão arrumadas? Você colocou Gregórios na gaiola dele?

– Claro que não! Eu ia deixar que ele ficasse solto até a hora de levá-lo!

Nós dois escutamos passos ritmados chegando à porta de nosso quarto.

– James, Alvo! Mamãe já colocou o café na mesa! Vamos seus dorminhocos! Está todo mundo esperando vocês! Aliás, fui só eu ou vocês também escutaram um grito?

– Já vamos, Lily! Por que você está tão ansiosa? Ainda faltam dois anos para você poder entrar! – Diz, James entre os dentes.

– Haha, engraçadinho! Eu vou demorar a ir mesmo – Diz Lily tentando fazer cara de brava- mas vou tirar notas bem melhores que as suas!

James agarra-a e faz cócegas nela.

Eu me levanto, ainda rindo da cara da minha irmãzinha mais nova, com o pijama que ainda é grande para mim arrastando no chão.

– Lily, agora saia daqui! Rápido, hahaha, o Alvo vai se trocar.

Ela sai saltitando do quarto e fecha a porta.

– Obrigado, seu mala!

– De nada, seu pentelho – James me da uma cutucada nas costas com força e mexe sua mão rapidamente no meu no meu cabelo escuro, bagunçando ele mais ainda– Vai! Se arruma logo.

Olho-me no espelho de cima para baixo. Em qual casa cairei? Lufa-Lufa? acho que não... Corvinal? As chances são poucas.... Sonse..... Bom, não... Meu sangue e da minha família inteira é da Grifinória. Eu não posso cair na Sonserina. De jeito nenhum!

– Anda logo!

– Já vou, já vou!

Coloco uma blusa branca, já sabendo que quando estiver no trem vou ter que colocar o uniforme de calouro de Hogwarts. Pelo menos eu não serei o único da família a entrar na escola esse ano, ainda bem que Rose, filha dos meus tios Rony e Mione, também vai.

Coloco uma calça qualquer e um tênis. Estou preparado.

Tiro minha mala de debaixo da cama. Nossa! Como ela é grande. Feita de couro com as iniciais A.S.P escritas em dourado. Pego Gregórios, meu furão de estimação e coloco-o dentro da gaiola. Pego ele com uma mão e com dificuldade levo a mala na outra mão.

Deixo as minhas coisas no corredor de casa, junto com a mala de James, que também tinha sua sigla: J.S.P, só que ela estava escrita em azul. E Gregório ficou do lado da gata raivosa do meu irmão chamada Mervelyn.

Eu chego na cozinha, estão todos sentados a mesa, conversando, porém ainda não começaram a comer.

Minha mãe, já arrumada se levanta:

– Bom dia, Alvinho! Estamos te esperando!

– Bom dia, mãe.

Meu pai está lendo o jornal, com seus óculos redondos na ponta do nariz, e com sua cicatriz quase apagada. Essa cicatriz é o motivo pelo qual ele é tão famoso no mundo dos bruxos. Antes de a gente nascer, ele ainda adolescente derrotou o maior bruxo das trevas. Esse bruxo não podia ser nomeado, mas eu sei o nome dele... é Voldemort! Esse nome me da até arrepios... James disse que no segundo ano nós aprendemos um pouco sobre a guerra que o mundo mágico teve e como que nossos pais e tios foram importantes...

– Bom dia, pai.

– Ah, bom dia, Alvo! Dormiu bem?

– Sim.

Ele ajeita seus óculos:

– Então, vamos comer!

Sentei a mesa e comi o máximo que era permitido! Torradas com geleia de amora, suco de abóbora, ovos mexidos...

– Bom, agora que todo mundo acabou, vamos fazer a revisão de malas e a conferência de objetos! – Diz meu pai.

– Começando por James! – Fala minha mãe, cruzando os braços num olhar atento ao menino.

– Está levando envelopes para cartas? Sapatos? Seus livros? Roupas para os fins de semanas? Sua varinha? Frascos de poção? Uniforme?

– Sim, sim, sim, sim,sim e sim!

– Abra os bolsos!

– Ah, mãe! Isso é mesmo necessário?

– É sim, James Sirius Potter! Esvazie os bolsos!

– Ta bom!

Ele esvazia os bolsos, com uma cara emburrada... Meu Deus! Como ele consegue esconder tanta coisa ali?

5 cartas dos sapos de chocolate, balas que explodem (Feitas pelo nosso tio Jorge), uma folha velha amassada retirada de um Pasquim que falava de como enfeitiçar suas roupas para entrarem em sua mala de um jeito organizado, um feijão com sabor de sabão....

– James, cadê o Mapa dos Marotos?

– Não sei...

– James, você pegou o mapa de seu pai no seu primeiro ano. Nós precisamos saber onde está!

– Eu não sei!!!

– Ah, sei!! Não sabe? Accio Mapa dos marotos!

Do nada, a perna de James começou a chacoalhar e de dentro de seus tênis saiu um pedaço de pergaminho.

– Ah é, né? Não sabe! Bom, no primeiro mês vou avisar todos da escola que você está proibido de ir até Hogsmeade!

– Está bem... Desculpa.

Meu pai esta rindo da situação:

– Gina, me passa o mapa?

Ela dá o mapa para meu pai, que o examina por alguns minutos e depois coloca sua varinha na frente do pergaminho e murmura algumas palavras.

– Alvo, sua vez!

–Mãe, você realmente acha que eu...

– Não acho, mas tenho que conferir... Sapatos, toalhas, livros, varinha, roupas, uniforme?

– Confere! Está tudo aqui!

James fica de boca aberta e fala:

– E ele? Você não vai ver os bolsos dele?!

– Ele pegou o mapa do pai dele no primeiro ano?

– Não...

– Bom, então por enquanto eu confio nele.

Eu olho marotamente para James e saio andando.

–Pessoal, já são nove horas! Nós temos que ir!

Estou muito nervoso, pego as minhas coisas e subo no carro trouxa do meu pai.

Esse vai ser meu primeiro e mais importante ano na escola.