O Segredo da Vida escrita por Izu Chan


Capítulo 35
Capítulo 35 - A viagem




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Eles estavam naquela viagem até a cadeia de montanhas Eurulac a pelo menos dois dias e Kagome estava começando a ficar entediada, pois fora o noivo e os cunhados, não falava com mais ninguém apesar de que cada comitiva fora a escolhida tinha pelo menos quatro pessoas. Solta um suspiro entediado e volta a pegar algumas frutas de uma árvore que tinha achado

-Que foi Kagome? – pergunta Sesshoumaru que estava pegando algumas dessas frutas com ela

-É que eu estou meio entediada. Não consigo falar com ninguém daqui direito

-É que normalmente as princesas são muito reservadas, só falam o necessário e os guardas não podem falar enquanto estiverem montando a guarda delas

-Eu sei

-Porque não tenta fazer amizade com alguém? Quem sabe não ganha mais algum amigo pra vida

-Bom, não sei como fazer isso

-Não sabe?Ué, seja você mesma mulher!

-Tá, vou tentar. Mas faço isso só por sua causa

-Claro, acredito totalmente nisso – fala com um sorriso cínico

Kagome mostra a língua pra ele e depois vai andando na direção de onde estava uma das princesas na sombra de uma árvore. Ela olhava pra algum lugar nas nuvens e nem prestou atenção em quando ela chegou perto, embora os guardas já estivessem de prontidão para o caso de ela fazer alguma coisa contra sua princesa

-Oi – fala Kagome meio tímida, a princesa desvia os olhos do céu e olha para ela – Posso sentar?

-Pode – fala ela e só agora Kagome percebeu como a voz dela era doce

-Quer? – pergunta depois de sentar estendendo uma fruta pra ela.

Ela pega a fruta e depois de cheirar, mordisca

-Gostou? – pergunta Kagome

-É meio verde

-Ah, desculpa. Não sei escolher muito bem

-Tudo bem

-Qual seu nome?

-Enara. Enara Lair e o seu?

-Kagome. Kagome Higurashi

-Prazer

-O prazer é meu – fala Kagome sorrindo

Enara curva um pouco os lábios num sorriso

-Ei Enara, você mora aqui ou...

-Eu moro em outro plano, talvez você não conheça

-Eu conheço vários lugares

-É no plano da Terra

-No plano da terra? – pergunta Kagome e começa a rir

-Posso saber por que está rindo? – pergunta Enara se sentindo meio ofendida

-É que eu também moro lá. Pra falar a verdade, nasci e fui criada lá. Moro no Japão, em Kyoto junto com minha família. Nos mudamos a pouco tempo

-Você mora longe viu. Eu moro no Brasil, em Pernambuco (n/a: uma pernambucana! Hehehe ^^)

-Você que mora longe. Sempre que quiser dar uma passada no Japão, me chama que marco um tour pra você

-Valeu – fala sorrindo – Mas porque você é tão branquinha? Parece que nunca pegou sol

-É que eu sou branca mesmo, e também mesmo que fique horas no sol pra pegar um bronze só consigo ficar vermelha feito uma pimenta

-Sério?Pois se você for e der uma passada lá nas praias você não se arrepende, bom exceto a parte de ficar vermelha – fala e elas começam a rir – É sério, é ótimo por lá só que algumas praias são muito cheias, mas tipo assim de um jeito superlotado. Mais outras são tão desertas que dão medo

-Nossa. Me lembra de passar por lá quando ficar de férias

-Férias?Você trabalha?

-Sim, na empresa Taisho

-Já ouvi falar

-Bom eu pelo menos trabalho lá e na folga dou uns amassos – fala e pisca levemente

-Você tem namorado?

-Namorado não. Noivo. Ele me pediu em casamento

-É aquele cara né?O de cabelos branco-prateado? – pergunta acenando com a cabeça

-Quem?Ah!Aquele é o Sesshoumaru. Vou me casar com o irmão dele

-O hanyou?

-Sim, ele é muito gentil e carinhoso. Pelo menos comigo

-Você não acha que ele fez isso por interesse?Porque tipo assim se você virar a princesa daqui vai ter uma fortuna fora do comum sem falar de poderes fenomenais. Às vezes se interessam por isso

-Bom, Inuyasha não está nesse meio

-Inuyasha?Nome engraçado

-Eu acho fofo. Mas voltando, eu namorava com Inuyasha antes de saber que era princesa. Era só uma estudante medíocre que tentava ser alguém na vida. Aí começamos a namorar e quando viajei, ele me deu um anel e disse que quando voltasse oficializaríamos o nosso noivado. Só que passei cinco anos fora e agora nem ele quer mais esperar e nem eu também sabe. Assim que isso acabar vou me casar com ele

-Nossa. Que história romântica. Queria conhecer alguém assim pra um dia me casar. Sabe meus pais sempre disseram que por eu ser a princesa da tribo do norte tinha chances de ter um casamento arranjado com o príncipe de outra tribo, mas só havia um que era homem. Mas graças a Deus ele já tinha se casado e fiquei livre

-Sabe quem é ele?

-Nunca vi

-É o esposo da Karen, aquela hanyou ali – fala e aponta discretamente para Karen que dava alguma coisa pra Ah-Un comer

-Mesmo?

-Sério. O nome dele é Tai e sabe que ele é bem bonito também. Só que ele fala com um sotaque tão engraçado. É que tipo ele é francês, pelo menos em teoria, e está acostumado com o jeito de falar de lá quando o coitado chegou lá na casa ficou perdidinho sem saber as palavras direito apesar de já falar japonês bem pra caramba

-Minha nossa!Eu não sabia. E ela parece estar grávida

-E está, mas apesar de todos os esforços do Tai, do Inuyasha, do Sesshoumaru e meu não deu certo e ela veio. Disse alguma coisa sobre precisar manter a integridade de Sesshoumaru e Inuyasha e também pra garantir que eles não coloquem chifres em mim e na Rin. Mesmo que não seja a intenção deles, sempre tem uma ou outra fresquinha que acaba olhando

Kagome olha pra Inuyasha e vê que a mesma serva pessoal que ficava passando perto dele nos últimos dias estava tentando conversar com ele e sentiu pelo anel prateado, que Inuyasha não estava gostando nada da conversa

-E falando no diabo me aparece o capeta – fala Kagome olhando pra serva com uma cara que até Sesshoumaru quando viu engoliu em seco e essa não era uma coisa que fazia normalmente – Enara me dá licença. Tenho que fazer as galinhas voltarem para o galinheiro

-Quer ajuda?

-Seria uma boa – fala se levantando e vai até lá com Enara segurando o riso atrás dela – Ei você!

-Hime-sama – fala a serva se curvando

-Fique bem longe do MEU noivo ou vou fazer você pessoalmente PAGAR COM SUA ALMA!

-Pe-Perdoe-me Hime-sama – fala ela e com uma reverência sai de perto de lá rapidinho

-Kagome eu juro que não conhecia esse seu lado – fala Inuyasha olhando ela com uma cara meio o.O

-E você!Porque deixou que ela desse em cima de você hein?

-Eu tentei fazer ela me deixar de lado, mas não consegui e a Karen saiu com o Sesshoumaru pra pegar não sei o que aí que ela tava com vontade de comer, então não tive quem me ajudar

Kagome bufa de raiva

-Sabia que você fica uma graça zangada – fala segurando o queixo dela com uma das mãos e beija-a levemente

-Você faz melhor que isso – fala Kagome depois de se separarem e vê que Inuyasha deu uma olhada rápida em Enara – Ah, Inuyasha. Essa é a Enara. Ela é lá do plano da Terra também

-Mesmo?Muito prazer – fala e faz uma reverência leve com a cabeça

-O prazer é meu. Sua noiva é muito estressada sabia? – pergunta Enara sorrindo

-Sabia, mas eu amo ela mesmo assim – fala e abraça Kagome

Enara sorri e vê Sesshoumaru voltando com Karen ajudando ela apoiando o peso dela que andava meio cambaleante

-Karen tudo bem? – pergunta Kagome

-Eu tô me sentindo mal. Meu estômago tá embrulhado eu acho que vou vomitar

-Pera aê que vou pegar um remédio pra você – fala e vai até a bolsa e começa a procurar – Band-aid, gaze, tylenol, achei – fala e volta correndo pra onde Karen estava – Toma Karen. Ai não você comeu alguma coisa?

-Ainda não, tudo que como tem gosto de vômito

-Toma, pode ajudar – fala Enara dando uma das frutas que estava comendo com Kagome

-Dá uma mordida bem grande e depois põe o remédio pra dentro

-Ok – fala ela e morde a fruta e depois de engolir põe o remédio na boca – Credo, isso é pior que Buscopan

-Não era pra você mastigar o remédio e sim engolir de vez – diz Sesshoumaru ainda segurando ela pela cintura

-Eu não consigo tomar remédio sem mastigar Sesshy. É costume

-Mesmo assim. Anda vem cá – fala levando ela até Ah-Un que estava deitado numa árvore ali perto – Ah-Un tome conta dela – diz deitando Karen com a cabeça encostada numa das patas do dragão

-Alguém aí tem um travesseiro?

-Eu resolvo isso pra você – fala Kagome e se senta, colocando a cabeça de Karen em seu colo – Melhorou?

-Comparado com a pele do dragão, isso é o paraíso. Sem ofensas Ah-Un

-Se sente melhor? – pergunta Inuyasha

-Um pouco

-Vou fazer nosso almoço – fala Sesshoumaru

-O Sesshoumaru cozinhando essa eu pago pra ver – fala Kagome

-Não fala assim, meu primão até que cozinha bem viu

-Se você diz não duvido. Senta aí Enara, não fica em pé

-Escuta obedeça a Kagome, se não ela te põe de castigo

-E é? – pergunta Enara sentando perto de Kagome

-É sim, da última vez ela não deixou o Inuyasha sair pra uma balada e ele foi. Apanho e feio viu. Nunca vi uma de direita tão forte

-Que mentira Karen

-Tem razão foi de esquerda

-Hahahahahahaha – ri Enara sem poder se conter, mas de repente ela para – Vem vindo alguém

Elas olham e veem dois guerreiros, mas ao contrário dos outros guardas usavam uma armadura que cobria apenas o tórax e o ombro esquerdo e nas armaduras tinha alguns detalhes em dourado e por baixo das armaduras um kimono imponente com um deles usando um branco com detalhes em verde escuro e outro com o kimono azul em detalhes brancos

Um sorriso iluminou o rosto de Karen quando os viu

-Tai! Amor que está fazendo aqui? – pergunta Karen se sentando, mas Tai segura ela pelos ombros e coloca ela com a cabeça em seu colo

-Acréditou mesmo que eu íría abondanar você aqui tão facilmente?

-Não é abandonar?

-Foi o que disse

Karen se limitou a sorrir e viu que Tai estava com o kimono branco e que a pessoa que veio com ele era...

-RIN! – fala Sesshoumaru assustado quando viu ela e deixou cair à panela que tinha em mãos

-Nosso almoço – fala Karen com a voz chorosa ao ver a comida caída no chão

-O que você está fazendo aqui? – pergunta Sesshoumaru segurando a esposa pelos ombros

-Não posso mais ver meu marido?

-Claro que pode, mas não podia ter avisado

-Seu celular não funciona aqui

-Mandava sinal de fumaça, pombo correio, alugava um papa-léguas

-Eu não sabia onde você estava e também fomos atacados no meio do caminho por ladrões

-Subornava o cara e mandava ele me trazer. Qualquer coisa!Você sempre foi tão criativa

-Até parece que não gosta que eu tenha vindo pra cá

-É claro que gostei! Mas me preocupo por você

-Ela contou que fomos atacados pôr ládrões? – pergunta Tai

-Mencionou, mas não vem ao... LADRÕES!

-Valeu Tai, só piora as coisas pro meu lado – fala Rin olhando levemente para Tai

-Nõ me agradéça

Enquanto Rin tentava convencer Sesshoumaru que estava bem, Inuyasha havia voltado e estava junto de Kagome dois pratos e deu um pra Karen e um pra Kagome

-Arigatou – fala Kagome e começa a comer - Quer alguma coisa Enara?

-Não, obrigado – fala ela. Tava na cara que ela não esperava que Tai aparecesse bem na sua frente e não se sentia a vontade

-Olá – fala Tai olhando pra ela – Ainda nõ te conheço

-Eu sou Enara – fala timidamente baixando a cabeça

-Prázer. Eu sou Tai

-Eu já sei me falaram de você

-Sérío? Amôr está espalhando boatos meus pôr acaso

-Eu mesma não – fala Karen que havia acabado de comer – Pega mais pra mim

-Por quê?

-Estou comendo por mim e por nosso filho e ele está esfomeado!Agora pega pra mim!

-Cômo é que sê diz?

-Argh! Por favorzinho – fala fazendo biquinho

Ele somente sorri e vai até perto de onde uma segunda panela que quem tinha feito era Inuyasha e nesse meio tempo Sesshoumaru e Rin se acertaram e estavam comendo com eles, exceto Enara que estava num canto perto de Kagome

-Ahn, Kagome eu acho que vou voltar

-Já?Come pelo menos um pouquinho. Sei que parece uma gororoba, mas o gosto é bom

-Ei – fala Sesshoumaru ofendido, porque foi ele quem cozinhou

-Não liga querido, tá uma delícia

-É fofucho, não liga – fala Karen

-Tsk – resmunga ele e termina de comer e assim que termina o prato fica cheio de novo

-Você não se cansa de comer não? – pergunta Rin

-Posso fazer nada se tenho um estômago que tem o dobro do meu tamanho – responde ele e começa a comer

-Isso é verdade, todos os Taisho que conheço têm um apetite animal – fala Kagome e recebe olhares enviesados – Que foi? Não é verdade?

-Humph!

Enara comia um pouco só pra enrolar mais do que por fome

-Você é uma lobisomem não? – pergunta Karen olhando pra Enara que recebeu todos os olhares

-Sim – fala ela olhando para o próprio prato

-Ela é que nem você Tai – fala Rin

-Bom igual não é, mas é uma de minhas írmãs

-É tão bom quando todos se dão bem – fala Kagome

-Senhorita Enara – fala um dos soldados da princesa lobisomem com uma reverência

-Sim Shiro

-Estão perguntando se a senhorita irá almoçar

-Relaxa amigo ela está almoçando com a gente – fala Rin

-Não se preocupe Shiro, vou ficar aqui no almoço – responde ela sorrindo pra ele que fica meio envergonhado e sai depois de uma reverência, quase tropeçando numa pedra não muito longe dali

-Alguém tá a fim da Enara – cantarola Rin

-Como? – pergunta ela olhando pra Rin

-Tá na cara que ele tem uma quedinha por você

-Uma queda?Eu diria um tombo – fala Inuyasha

-É feio dar palpite da vida dos outros – diz Sesshoumaru

-Também é feio fazer experimentos com pó de mico mas você colocou nas calças de seu professor de matemática sem pestanejar

-Ele mereceu! Tirei nove porque aquele miserável roubou um ponto meu

-O senhor Hosberg? – pergunta Tai desviando os olhos da comida

-Ele mesmo. Agora diga, não foi engraçado ver o professor sair coçando os países baixos?

-Sesshoumaru! – fala Rin repreendendo o marido

-O que?Ele era mesmo. Não era não Tai?

-Era especialmente com a gente e o Alvin

-Sério?Porque na sala da gente ele era bem legal – comenta Inuyasha e Sesshoumaru fica olhando estranho pra ele

-Acho que ele sabia que nossa sala ainda tinha esperanças de ficar boa – diz Karen

-Exatamente, tinha do verbo não tem mais. Ele desistiu assim que conheceu o Edward

-Foi, especialmente quando ficamos dançando funk em cima da mesa do professor – fala Karen sorrindo ao lembrar-se

-Funk? – pergunta Enara – Lá na minha sala era só swingueira

-Sério?

-É, e até o professor se metia. Era bem engraçado os meninos cantando e as meninas dançando nas cadeiras e quando o professor chegava ele cantava e os outros dançavam. Pelo menos ia nessa até a inspetora passar, quando ela chegava perto do corredor sempre tinha alguém olhando aí todo mundo se sentava e quando ela chegava na porta da sala o professor começava a dar aula

-Muito louco – fala Sesshoumaru

-Era engraçado – fala Enara – Mas não imaginei que soubessem dançar funk

-Ninguém imagina, essa é a surpresa – diz Sesshoumaru dando uma piscadela e Enara só ri mais

-Ok, já tá na hora de irmos de novo. As comitivas já estão saindo – diz Inuyasha vendo uma das carruagens começar a andar e as outras se preparando pra sair

-Que chatice! Sempre temos que acompanhar eles, porque é que eles não acompanham a gente? – pergunta Karen indignada

-Karen sua gravidez está te fazendo perder os poucos neurônios que tem. Lembra-se que temos que seguir por ordem de chamada e a primeira é a da Enara. Só podemos sair daqui quando ela colocar aquela carruagem pra andar

-Então é melhor eu ir logo lá pra frente. Já estamos parados a quase uma hora – diz Enara se levantando e acena pra eles – Até daqui a pouco

-Até – falam eles

Eles voltam pra estrada e depois de andar um pouco (melhor dizendo um bucado, imaginem uns 20 km) encontraram não muito longe da estrada o que parecia um ninho enorme com alguns ovos dourados

-Cara imagine o tamanho da galinha que pôs isso! – fala Karen andando na direção do ninho

-Nõ Karén – fala Tai segurando ela – Nõ sabemos que críatura pode estar protegendo esse niho

-É ninho.

-Pára de me córrígir e vamôs embóra antes que seja lá quem fôr que pôs esses ovos voltar e veja que estamos aqui

Eles escutam um rugido e veem um dos ovos se mexer um pouco, sendo rachado. Aparece um pequeno filhote de dragão com a pele vermelha igual à roupa de Inuyasha pra não dizer mais escura ele olha pra todos e dá o que parecia um grito, mas bem aguda e que forçou todos a tampar os ouvidos. Outro rugido foi escutado, mas esse era mais alto e grave

-Isso é um ninho de dragões! – fala Sesshoumaru alto o suficiente pra ouvirem apesar de estarem com os ouvidos tampados (?)

-Deu pra perceber! – fala Karen que estava mais abaixada

Dois dragões vermelhos enormes (da altura de Sesshoumaru quando vira aquele cachorro) passam voando bem perto deles e pegam alguns dos guardas das outras comitivas e matou-os em pleno vôo, jogando depois os cadáveres não muito longe de onde eles haviam pegado.

-Sesshôumáru! – fala Tai

Sesshoumaru se transformou num enorme cão branco com uma lua azul escura na testa e com a mandíbula contraída mostrando os dentes em forma de adaga. Ele não pensa duas vezes e pula em cima de um dos dragões mordendo perto do pescoço, mas a pele era muito grossa e apesar dos dentes afiados mal conseguia perfurar. Alguns tremores começam a passar no corpo de Tai

Kagome vira os olhos para o outro lado e vê que Inuyasha havia puxado a espada e olhava para outro dragão que agora ia na direção de Sesshoumaru. Antes de chegar a vinte metros no vôo rasante, o dragão foi impedido por rajadas de vento letais e olha pra Inuyasha dando um rugido e voa na direção dele, mas antes que pudesse chegar perto um lobo com o pelo castanho-negro (que tinha metade do tamanho do dragão) pula no pescoço dele segurando com toda a força possível e arranhando a pele dele com as garras afiadas

O dragão consegue fazer o lobo sair de cima dele e morde o lombo dele que dá um ganido de dor

-Tai – fala Karen desesperada e pega uma das espadas jogando no dragão e batendo perto de onde tinha a pele mais fina – Inuyasha! Acerte ali onde está minha espada!É onde está o coração!

O dragão levanta vôo ainda com o lobo na boca e joga-o contra o chão fazendo com que a terra ficasse com uma enorme poça de sangue abaixo dele. Karen vai pra junto de Tai e coloca a mão no focinho dele percebendo que ele está ofegante e suava

-Ai meu Deus!Veneno! – fala colocando a mão na boca – Tai! Tai olha pra mim! – fala ficando no campo de visão dele – Por favor, Tai não desista! Eu vou achar um antídoto pra você! – o lobo a encara com os olhos inteligentes de mais pra ser de um animal comum – Tai – fala ela com a voz fraca pelo choro – Por favor, não me deixa!

Kagome que olhava aquela cena entre Karen e o lobo, que era Tai na forma de lobisomem, não percebeu quando um dos dragões foi morto pelos dentes de Sesshoumaru que agora saia uma névoa letal para qualquer criatura

-Saiam daqui! Essa névoa é venenosa! – fala Inuyasha cobrindo o rosto de Kagome com uma das mãos e afastando ela do lugar – Fique aqui!

-Mas Inuyasha...!

-Fique aqui, por favor, Kagome. Quando isso acabar eu venho aqui lhe buscar

-Mas

-Fique aqui, por favor. Lá é perigoso demais. Eu volto

-Promete?

Ele não consegue responder, pois ouvi um ganido alto e vê que as outras princesas também haviam sido levadas para lá. Inuyasha corre na direção do ganido sem nem perceber que Kagome havia segurado sua mão, mas ela não conseguiu prendê-lo e ele se soltou com facilidade.

Kagome olha pro lugar e vê que estavam na floresta, mas havia um brilho azul vindo de algum lugar por trás das árvores. Ela anda um pouco na direção da luz, mas Enara lhe segura o braço

-Não Kagome. Devemos ficar aqui

-Mas aquele brilho... Você está vendo?

-Um pouco

-Como um pouco?Parece um farol de tanta luz que sai. Vamos olhar

-Kagome, não tem nenhum jeito de te fazer parar né? – pergunta Enara e recebe um aceno negativo de Kagome – Ok, mas vamos só dar uma olhada rápida e depois voltamos. Se derem por nossa falta estaremos perdidas

Elas vão na direção da luz azulada e quanto mais andavam floresta adentro mais Kagome via a luz ficar mais forte. Elas ouvem um barulho atrás delas e veem duas moças vindo logo atrás delas. Uma era elfa tinha cabelos louros curtos que chegavam nos ombros, rosto anguloso e os olhos numa cor de marfim. A outra era humana com os cabelos negros longos que chegavam um pouco abaixo do ombro (mesmo tamanho do cabelo de Kagome) e os olhos eram numa cor de violeta

-Hya!Arim!Que fazem aqui? – pergunta Enara

-Vimos uma luz azul vindo daquela direção e depois não encontramos vocês – fala a elfa

-Mesmo assim Hya, você não podia ter vindo aqui. Pode ser perigoso

-Não iríamos deixar vocês se arriscarem sozinhas – fala a morena que se chamava Arim

-Tudo bem, mas fiquem por perto. Pra onde Kagome?

-Ainda é por ali

-Você consegue ver esse pontinho de luz também? – pergunta Arim

-Pontinho?Vocês estão cegas por acaso? Essa luz forte só falta me cegar – diz Kagome e olha na direção da luz cerrando um pouco os olhos pela claridade

-Eu só consigo ver essa luz como um ponto fraco – fala Hya

-Eu também – fala Arim

-E eu – fala Enara – Seja lá o que for isso Kagome, você pode ver melhor do que nós

Elas andam tomando cuidado com alguns cipós e pedras que estavam no caminho para não tropeçarem em nada até que chegam numa clareira. A clareira tinha a forma circular, como se alguém tivesse feito ela exatamente nessa forma e no meio bem no centro da clareira havia uma fonte enorme e no meio da fonte o que parecia um cálice de pedra de onde saia a água que caia dentro da fonte

-Que lindo – fala Hya olhando a fonte – Era essa fonte que brilhava, olha só

Kagome olha mais atentamente para a fonte e vê detalhes no cálice que lembravam desenhos de runas antigas e que brilhavam assim como a água que escorria pra fora do cálice. Ela chega mais perto e vê um brilho rápido passar na água da fonte e se inclina sobre a fonte

-Ai – fala Arim – Acho que me cortei em algum lugar

-Vem lavar se não pode infeccionar – fala Hya segurando a morena pela mão e colocando um pouco de água da fonte, mas o corte da mão de Arim sara assim que entra em contato com a água da fonte

-Como você fez isso?

-Eu não fiz nada

-Essa água deve ter propriedades curativas – fala Enara

-Podemos pegar um pouco e levar pra quem se machucou

-Seria perda de tempo – fala uma voz feminina vinda de trás delas. Ela se vira e vê uma moça de pele clara e com os cabelos castanhos escuros longos e lisos, olhos negros e o rosto tinha uma máscara de dureza e amargura – Nem adiantaria levar. Eles já devem ter morrido. É muito difícil alguém lutar contra dragões vermelhos e sobreviver

-Ilya você não sabe o que está falando – diz Arim

-Claro que sei. Todos devem estar mortos há essa hora. A única coisa de útil que fizeram foi nos trazer até aqui pra podermos continuar pelo caminho até Eurulac

-Cala a boca – fala Kagome com a franja encobrindo os olhos

-O que disse?

-Cale sua boca porque eles ainda estão vivos e bem – diz levantando a cabeça e olhando para a Ilya – Você não os conhece

-São apenas soldados. Vivem para garantir nossa proteção e apenas isso

-Não!São pessoas e você não tem o direito de falar assim deles. Eles estão lutando e arriscando a vida para nos salvar e você não tem nem a consideração de pensar neles com respeito

-Escute aqui sua...

Antes que Ilya falasse, eles escutam o urro de um dragão e veem Ah-Un vindo na direção delas acompanhado de Inuyasha, Sesshoumaru que estava falando com Rin, Tai e Karen montados em Ah-Un e os outros soldados da comitiva vindo atrás deles, exceto os dois que haviam morrido, mas mesmo assim estavam feridos

-Kagome. Foi difícil achar você sabia – fala Inuyasha abraçando Kagome com a preocupação evidente em sua voz – Não devia ter se afastado tanto

-Gomen ne. Está machucado?

-Não só alguns arranhões

-Sesshoumaru, pessoal vocês estão bem?

-Estamos bem Kagome, mas a Karen vai ter que levar o Tai por causa do veneno do dragão – explica Sesshoumaru

-Vamos Ah-Un – fala Karen segurando as rédeas. Tai estava sentado atrás dela com o corpo inclinado sobre o dela

-Espera Karen – fala Kagome e pega de Inuyasha o que parecia um cantil e coloca dentro água da fonte e vai até perto de Tai – Ei Tai! Bebe isso – fala e coloca o cantil perto da boca dele que bebe um pouco e depois arregala os olhos

-Isso é...

-Cala a boca e bebe – fala e dá o cantil a Tai que bebeu todo, mas fazendo umas caretas – Quem se feriu, por favor, me diga. Podemos dar a vocês uma coisa para lhes curar, mas vocês tem que se organizar e fazer quatro filas. Meninas, vocês podem ajudar? – pergunta olhando para as princesas

Elas acenam afirmativamente e vão para a frente das filas e pegam alguns cantis e enchem com água da fonte e iam dando aos feridos. Ilya só ficava parada olhando, até os soldados da própria comitiva dela estavam bebendo dos cantis e agradecendo a Kagome e a Enara, pois bebiam do cantil delas

-Arigatou gozaimassu Kagome-sama – fala um dos soldados de Ilya que havia bebido um pouco do cantil

-Não precisa me agradecer. Se sente bem?Ainda tem dor em algum lugar

-Não senhorita. Arigatou mais uma vez – fala e sai depois de uma reverência respeitosa

Todos já haviam ficado melhores, mas ainda repousava em alguns lugares da clareira. Inuyasha, Sesshoumaru e mais alguns soldados foram buscar madeira para fazer uma fogueira. Quando voltaram acenderam a fogueira não muito longe da fonte, num lugar que dava pra iluminar bem a clareira apesar de alguns lugares estarem mais escuros. Inuyasha sentou-se ao lado de Kagome

-Toma – fala ela e estende o cantil pra ele

-Não estou com sede

-É para seus machucados

-São leves até amanhã saram

-Mesmo assim Inuyasha. Apenas pra você ficar bom mais rápido

Ele pegou o cantil e depois de lançar um olhar estranho pro objeto bebeu um pouco

-Que gosto horrível! – diz com uma careta

-Bebe mais e reclama menos

Ele fez outra careta e bebeu um pouco mais

-Toma – diz devolvendo o cantil a ela que se encosta a ele fechando um pouco os olhos – que foi Kagome? Você parece estar apreensiva

-"Maldito anel" – pensou Kagome por um momento lembrando que o anel passava suas informações pra Inuyasha – É que pensei que vocês poderiam ter se machucado mais

-Queria que me machucasse mais?

-Bom, se estivéssemos lá em casa e eu fosse a enfermeira pra cuidar de um garoto dodói por mim tudo bem – fala e vê um sorriso malicioso no rosto de Inuyasha – Mas como estamos aqui fico feliz em saber que vocês estão bem e a salvo. E o Tai?Cadê ele?

-Ali – fala apontando com a cabeça para o lugar onde estavam Tai e Karen juntos, com ele deitado no colo dela – Espero que isso não aconteça novamente

-Também, não sei se agüentaríamos outros dragões e além do mais corre o risco da Karen abortar

-Ela e a Rin

-A Rin também?

-Sim, acho que faz algumas semanas

-O Sesshoumaru sabe?

-Porque mais você acha que ele ficou tão desesperado quando viu ela aqui?

-Já contaram que é feio falar dos outros pelas costas? – perguntou Sesshoumaru que estava em pé ao lado deles junto com Rin

-Você disse alguma coisa parecida com isso hoje de manhã – diz Inuyasha vendo o irmão sentar do lado de Kagome com Rin em seu colo

-Tá bom pessoal, vamos descansar. O dia hoje foi grande demais pra todos inclusive pro Tai – fala Kagome e encosta-se melhor ao peito de Inuyasha e fecha os olhos

-Dúrma tâmbém Káren – fala Tai tocando levemente seu rosto

-Não, vou ficar acordada aqui com você

-Précisa dôrmir. Lembrá-sê?Está vivendo pôr nós e pôr nosso bêbê

-Eu sei. Mas não quero dormir e se você piorar eu...

-Nõ vou piórar. Pode dórmír

-Mas Tai... Eu... Eu não quero te perder. Quando vi você lutando contra aqueles dragões eu pensei... Minha vida não é a mesma coisa sem você Tai e sabe disso não é?

-Cláro que sei

-Isso me lembra quando nos vimos pela primeira vez lembra? Apaixonei-me por você assim que te vi. Acontece com alguns youkais, mas não imaginei que fosse acontecer logo comigo a garota que nunca tem namorado fixo – seus olhos ficaram mais brilhantes enquanto ela falava – Não queria assumir que gostei de você, mas... Não dava! Simplesmente não dava! Quando via você com... Com aquelas barangas, eu...

-Eu sei Káren. Éra a mesma coisa com você. Semprê foi... Nunca acréditêi que acabaría gostando de uma garôta fútil e namorádêira

-E eu de um lobo fedorento e que não fala direito

-Nõ é minha culpa se o japonês é complicado

-O francês também

-Eu nõ acho

-Porque você nasceu na França, é normal pra você. Eu nasci aqui no Japão e é mais fácil pra mim o japonês

-É vérdade. Mesmo assim tente dôrmir um pouco. Pôr mim

-Não vou conseguir

-Venha – fala estendendo os braços pra Karen

Ela o desencosta de suas pernas e se deita do lado dele, sendo abraçada por seus braços fortes e quentes

-Como está se sentindo? – pergunta ela

-Um pouco melhór. Meu paladár ainda sente o gôsto daquela coisa que a Kagómê me deu

-Tem um gosto meio ruim, mas vai fazer se curar mais rápido

-Eu sei disso. Mas não deixa de sér ruim. Agorá vá dormir

-Já disse que não vou conseguir

-Entõ feche apenas os olhos. Se você dôrmír eu acórdo você

-E se você dormir?

-Você me acórda

-Tudo bem. Mas quero que escute uma coisa antes – fala e pega a mão dele e coloca sobre seu ventre

Tai escuta um batimento ritmado acompanhando o de Karen e sentiu o pequeno ser se mexer

-Nosso filho – fala Karen ainda com a mão sobre a dele e lágrimas escorriam de seus olhos

-Filha

-Como você sabe?

-Púra intuição

Karen sorriu e se aconchegou mais em Tai, que começa a cantar uma música de ninar perto do ouvido dela

-Não vai me fazer dormir assim

-Estou tentando fazêr nosso bêbê dórmír

-Não acredito

-Acrédite se quíser – fala ele e volta a cantar a canção enquanto acarinhava seus cabelos

Karen tenta inevitavelmente lutar contra o sono, mas diante dos carinhos de Tai e da canção de ninar que ela reconheceu como uma que a mãe dela cantava-lhe quando era criança, acabou dormindo aconchegada a Tai

-Acho melhór não acórdar você minha hányou

Ele beija o alto da testa da morena e fecha os olhos concentrando em ouvir o som de seu coração e do da filha. Nunca errara em suas intuições e com certeza não ia ser agora que isso ia começar, mas só ia mesmo saber daqui a dois meses. Sorriu consigo mesmo e fechou os olhos. Não demorou muito e adormeceu


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