Hope... Less escrita por Reira chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Aqui está uma fic do meu mais novo OTP, SayakaxKyouko, que eu gosto de chamar de Kyaka. Ou sayouko. Não sei porque. Só gosto. É ouutro dos meus OTPs com ruivos. Não sei o que eu tenho com ruivos, sempre tem um ruivo no meu OTP. Enfim, espero que gostem ^^



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Se Sakura é a flor da cerejeira, Sayaka deveria ser seu broto.

Um grande desperdício que a flor mais bonita possível, que um dia desejara brilhar com toda a força, pudesse ser ofuscada pelas outras com outros valores até que se perdesse entre elas.

Nascidas da mesma árvore?

Kyouko suspirou. Olhava para Sayaka e via um passado distante. O desejo feito por outra pessoa. E o desespero que isso traz para si mesma. O desperdício de magia e de vida. A desilusão. E o fim do desejo de ser uma flor para brilhar diferenciadamente – que a levava a ser mais uma misturada ao meio.

Se passado e futuro se encontrassem, o que poderia acontecer?

Uma desgraça. E era isso o que ocorria entre as alunas do colégio Mitakihara. Entre Madoka e Homura, e mais do que elas, entre Sayaka e Kyouko.

– Você sabe que não vale de nada ajudar outras pessoas, certo? Você deveria repensar o modo como tem vivido; você não acaba trazendo nada de bom para si mesma – dizia, carregando consigo uma maçã cujas mordidas já começavam a deteriorá-la.

– Não. Não me importa quantas vezes você tente me convencer. Eu vou provar. Vou provar que você está errada. – respondia Sayaka

Oh sim. Como ela queria estar.

A ruiva gritava e brandia a lança; arma perfeita para ela, tão prática, tão imutável e insensível. Mas, naquele momento, ela não atacava; permanecia só defendendo, enquanto o som horrível de um violino quebrado e destruído por falta de uso repetia-se em seus ouvidos, as mesmas notas malditas. Partituras de músicas trágicas e quase demoníacas enfeitavam o cenário; e o pior de tudo, o som daqueles gritos, e a Grief Seed que não saía de seu campo de visão, não importava para onde ela olhasse.

– Sayaka! – ela gritava para a bruxa. Incrível a ironia do que acontecia; passado e futuro, quando juntos, trocavam de lugar. Da mesma forma que uma deusa surge para proteger aquela que antes a protegia do poder, agora aquela que havia prometido jamais usar seu poder para ajudar outra pessoa não media mais esforços para salvar a pessoa que jurava pela justiça, e agora tentava matar a melhor amiga.

Risadas malditas, música maldita. O som daquela voz que não pertencia à sua amiga a irritava de forma que jamais poderia ser descrita.

– Sayaka! Você prometeu que seria uma aliada da justiça, não foi? Quando é que você se perdeu? Quando é que você quis se tornar isso, Sayaka?

Quando é que você quis se tornar isso?

Maldição, aquilo não era hora pra nostalgia ou arrependimento. Pouco importava se ela antes havia feito a mesma coisa; sua vida não importava, se pudesse salvar a da outra e corrigir seu próprio erro. Era só Sayaka que importava. Como se, consertando a vida dela e a protegendo, estivesse salvando a si própria.

Mas não estava?

Kyouko só sabia que, se saísse viva daquela luta, iria imediatamente para a casa daquele violinistazinho estúpido e arrancaria seus braços e pernas, como um dia havia prometido que faria. Os quebraria por inteiro, assim como ele quebrara a alma da sua amiga, e, agora, a dela. E, para completar, a continuidade daquele mundo, que agora se mesclava em uma barreira mágica de sons insuportáveis e impossíveis de se entender, na música mais assustadora jamais ouvida.

– Droga, Sayaka...

O vermelho do sangue que já secava sobre suas roupas não era mais distinguido entre seu cabelo, ou seus olhos puros de ódio. Ela jurou amaldiçoar a todos; assim, seguindo a lógica das Mahou Shoujos, seria trazida a ela esperança, não?

Onde estava a esperança de sua melhor amiga?

Residindo no desespero? Era essa realmente a única saída?

Ela finalmente entendeu.

Sayaka perdeu a chance de qualquer esperança. Pediu o pior dos milagres; e com ele se amaldiçoou. O destino mais comum e menos aceitável. Mas se Kyouko fizera o mesmo, por que não era ela a bruxa que consumia a si própria?

Merda... Então era assim...

A azulada trouxera tanta esperança para ela quanto um milagre. Ou, quem sabe, uma mentira. Mas o que ela sabia era que o seu tempo de se tornar uma bruxa já deveria ter vindo, no momento em que seu pai a renegara e queimara tudo. A única coisa que a salvou naquele momento foi...

O medo de ser ela a culpada. E o desejo de recomeçar, mesmo que não concedido por um incubador. O seu retorno à vida foi um milagre. Mas um incompleto; ela retornara como uma morta-viva, sem seus ideais, sem sua alegria. Então, ela voltou a ser quem era. Achou alguém com quem se importar. Achou alguém que valesse a pena.

Com certeza tudo o que ela passou desde que não virara uma bruxa fora um milagre. Inclusive Sayaka.

E agora, ela tinha que pagar o desesperador preço.

Tudo bem. Não viraria uma bruxa. E no fim, teria finalmente o direito de ouvir algum “obrigada”.

A barreira vermelha que se formava atrás da cerejeira desaparecia e fraquejava, mas mesmo assim Homura ou Madoka não se moviam. A primeira observava com os olhos de um azul frio que, com certeza, não chegavam nem perto de combinar com o vermelho de Kyouko; já a segunda, sem mais o que fazer, apenas calou-se, sabendo que a decisão sobrava para a ruiva.

A decisão era um clip do cabelo. E o mesmo que se espalhava ao redor do corpo da outra, cobrindo o sangue que manchava suas roupas e partindo do arrumado de antes.

O desespero tomava sua forma quando aquela Soul Gem foi lançada com a mesma precisão da lança com que ela se acostumara na direção do que um dia fora sua amiga.

Soul Gem e Grief Seed.

A destruição perfeita de dois opostos.

E às outras restou apenas ver o violino se desfazer e ser esquecido, as notas desaparecerem e se reagruparem no chão; talvez formando uma melodia muito mais alegre do que a morte que observavam. Afinal, chegara ao fim; e a morte trouxe ás duas a benção que desejavam.

Agora, passado e presente se encontravam novamente. Vivendo.



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Notas finais do capítulo

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