Hope... Less escrita por Reira chan
Notas iniciais do capítulo
Aqui está uma fic do meu mais novo OTP, SayakaxKyouko, que eu gosto de chamar de Kyaka. Ou sayouko. Não sei porque. Só gosto. É ouutro dos meus OTPs com ruivos. Não sei o que eu tenho com ruivos, sempre tem um ruivo no meu OTP. Enfim, espero que gostem ^^
Se Sakura é a flor da cerejeira, Sayaka deveria ser seu broto.
Um grande desperdício que a flor mais bonita possível, que um dia desejara brilhar com toda a força, pudesse ser ofuscada pelas outras com outros valores até que se perdesse entre elas.
Nascidas da mesma árvore?
Kyouko suspirou. Olhava para Sayaka e via um passado distante. O desejo feito por outra pessoa. E o desespero que isso traz para si mesma. O desperdício de magia e de vida. A desilusão. E o fim do desejo de ser uma flor para brilhar diferenciadamente – que a levava a ser mais uma misturada ao meio.
Se passado e futuro se encontrassem, o que poderia acontecer?
Uma desgraça. E era isso o que ocorria entre as alunas do colégio Mitakihara. Entre Madoka e Homura, e mais do que elas, entre Sayaka e Kyouko.
– Você sabe que não vale de nada ajudar outras pessoas, certo? Você deveria repensar o modo como tem vivido; você não acaba trazendo nada de bom para si mesma – dizia, carregando consigo uma maçã cujas mordidas já começavam a deteriorá-la.
– Não. Não me importa quantas vezes você tente me convencer. Eu vou provar. Vou provar que você está errada. – respondia Sayaka
Oh sim. Como ela queria estar.
A ruiva gritava e brandia a lança; arma perfeita para ela, tão prática, tão imutável e insensível. Mas, naquele momento, ela não atacava; permanecia só defendendo, enquanto o som horrível de um violino quebrado e destruído por falta de uso repetia-se em seus ouvidos, as mesmas notas malditas. Partituras de músicas trágicas e quase demoníacas enfeitavam o cenário; e o pior de tudo, o som daqueles gritos, e a Grief Seed que não saía de seu campo de visão, não importava para onde ela olhasse.
– Sayaka! – ela gritava para a bruxa. Incrível a ironia do que acontecia; passado e futuro, quando juntos, trocavam de lugar. Da mesma forma que uma deusa surge para proteger aquela que antes a protegia do poder, agora aquela que havia prometido jamais usar seu poder para ajudar outra pessoa não media mais esforços para salvar a pessoa que jurava pela justiça, e agora tentava matar a melhor amiga.
Risadas malditas, música maldita. O som daquela voz que não pertencia à sua amiga a irritava de forma que jamais poderia ser descrita.
– Sayaka! Você prometeu que seria uma aliada da justiça, não foi? Quando é que você se perdeu? Quando é que você quis se tornar isso, Sayaka?
Quando é que você quis se tornar isso?
Maldição, aquilo não era hora pra nostalgia ou arrependimento. Pouco importava se ela antes havia feito a mesma coisa; sua vida não importava, se pudesse salvar a da outra e corrigir seu próprio erro. Era só Sayaka que importava. Como se, consertando a vida dela e a protegendo, estivesse salvando a si própria.
Mas não estava?
Kyouko só sabia que, se saísse viva daquela luta, iria imediatamente para a casa daquele violinistazinho estúpido e arrancaria seus braços e pernas, como um dia havia prometido que faria. Os quebraria por inteiro, assim como ele quebrara a alma da sua amiga, e, agora, a dela. E, para completar, a continuidade daquele mundo, que agora se mesclava em uma barreira mágica de sons insuportáveis e impossíveis de se entender, na música mais assustadora jamais ouvida.
– Droga, Sayaka...
O vermelho do sangue que já secava sobre suas roupas não era mais distinguido entre seu cabelo, ou seus olhos puros de ódio. Ela jurou amaldiçoar a todos; assim, seguindo a lógica das Mahou Shoujos, seria trazida a ela esperança, não?
Onde estava a esperança de sua melhor amiga?
Residindo no desespero? Era essa realmente a única saída?
Ela finalmente entendeu.
Sayaka perdeu a chance de qualquer esperança. Pediu o pior dos milagres; e com ele se amaldiçoou. O destino mais comum e menos aceitável. Mas se Kyouko fizera o mesmo, por que não era ela a bruxa que consumia a si própria?
Merda... Então era assim...
A azulada trouxera tanta esperança para ela quanto um milagre. Ou, quem sabe, uma mentira. Mas o que ela sabia era que o seu tempo de se tornar uma bruxa já deveria ter vindo, no momento em que seu pai a renegara e queimara tudo. A única coisa que a salvou naquele momento foi...
O medo de ser ela a culpada. E o desejo de recomeçar, mesmo que não concedido por um incubador. O seu retorno à vida foi um milagre. Mas um incompleto; ela retornara como uma morta-viva, sem seus ideais, sem sua alegria. Então, ela voltou a ser quem era. Achou alguém com quem se importar. Achou alguém que valesse a pena.
Com certeza tudo o que ela passou desde que não virara uma bruxa fora um milagre. Inclusive Sayaka.
E agora, ela tinha que pagar o desesperador preço.
Tudo bem. Não viraria uma bruxa. E no fim, teria finalmente o direito de ouvir algum “obrigada”.
A barreira vermelha que se formava atrás da cerejeira desaparecia e fraquejava, mas mesmo assim Homura ou Madoka não se moviam. A primeira observava com os olhos de um azul frio que, com certeza, não chegavam nem perto de combinar com o vermelho de Kyouko; já a segunda, sem mais o que fazer, apenas calou-se, sabendo que a decisão sobrava para a ruiva.
A decisão era um clip do cabelo. E o mesmo que se espalhava ao redor do corpo da outra, cobrindo o sangue que manchava suas roupas e partindo do arrumado de antes.
O desespero tomava sua forma quando aquela Soul Gem foi lançada com a mesma precisão da lança com que ela se acostumara na direção do que um dia fora sua amiga.
Soul Gem e Grief Seed.
A destruição perfeita de dois opostos.
E às outras restou apenas ver o violino se desfazer e ser esquecido, as notas desaparecerem e se reagruparem no chão; talvez formando uma melodia muito mais alegre do que a morte que observavam. Afinal, chegara ao fim; e a morte trouxe ás duas a benção que desejavam.
Agora, passado e presente se encontravam novamente. Vivendo.
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