First Dinner escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, o capítulo não tem continuação :P



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Era início de noite e o sol já estava se pondo, a lua crescente adornaria o céu escuro aquela noite. Stilinski estava na cozinha, guardando algumas coisas que havia comprado no mercado, quando ouviu barulhos vindos do lado de fora. Fechou a porta da geladeira cuidadosamente e encostou-se ao balcão para alcançar a gaveta de facas. Ouviu um gato miar, que provavelmente caiu na lixeira pelo barulho que fez.

Stiles foi até a porta da cozinha com passos silenciosos e a abriu com cautela, estreitando os olhos para verificar se havia alguém do lado de fora.

— Oi.

Stiles assustou-se, dando alguns passos para trás, enquanto Derek entrava na cozinha tranquilamente.

— O que diabos... – Ele largou a faca sobre a pia. – Quase me matou do coração. Por que não bateu na porta como uma pessoa normal? – o rapaz reclamou, massageando o peito, lembrando-se de que aquela não era uma pessoa normal.

— Você mesmo disse para não entrar pela porta da frente. – Derek estava parado ao lado da pia, com as mãos enfiadas no bolso da jaqueta.

Era verdade que Stiles o pediu para entrar pela porta da cozinha, mas não era necessário o susto. Só que o rapaz também não sabia que aquilo era uma diversão particular de Derek.

— Que seja. – ele disse, procurando algo na geladeira para oferecer ao seu convidado. Ele pensou em refrigerante, também havia uma caixa de suco de laranja. Mas Stiles olhou Derek por alguns segundos. – Quem eu quero enganar... vamos de cerveja mesmo.

O moreno aceitou a garrafa, e a abriu com as mãos, observando Stiles tentar fazer o mesmo, só que com um grau de dificuldade triplicada. Derek se ofereceu para abrir a garrafa, quando Stiles tentou com a boca. Poderia quebrar os dentes na tentativa.

— Quando seu pai chega?

— Só amanhã. – Stiles respondeu, ambos parado no meio da cozinha. – Então...

— Então. – Derek terminou a cerveja e deixou a garrafa em cima do balcão, olhando ao redor, já conhecia o ambiente, apesar de não ter passado muito tempo ali. – Me chamou aqui porque não quer passar a noite sozinho sem seu pai? Onde está seu amigo?

— O Scott? Ele deve estar em algum canto da cidade escondido com a namorada dele. Agora só fazem isso.

Houve um silêncio, nada característico do rapaz, até ele se virar e começar a revirar os armários em busca de algo. Derek aceitou mais uma cerveja e sentou-se no banco, observando o rapaz tirar da geladeira duas embalagens de comida congelada.

— Você come, não é? – Stiles perguntou duvidoso.

— Claro que sim.

— Ufa. – Ele fingiu limpar uma gota de suor imaginária da testa. – Para essa noite, temos lasanha ao molho bolonhesa e mais cerveja.

— Está me convidando para jantar? – Derek arqueou a sobrancelha, esperando uma resposta. Aquela manhã, eles tiveram uma conversa rápida no celular, quando Stiles pediu que ele fosse em sua casa a noite, mas não disse nada sobre o jantar.

— Por quê? Você comeu antes de vir?

— Não.

— E qual o problema de jantar?

Derek não respondeu, deu de ombro e tomou o restante de sua cerveja enquanto Stilinski acendia o forno para preparar o jantar, porque o micro-ondas havia queimado. Ele teve um probleminha com a porta do forno, estava difícil de fechar, mas logo resolveu o problema. Os trinta minutos seguintes, Stiles falou e falou. Derek não deu bola para metade das coisas que ele dizia, que tinham relação com a escola, a outra parte, eram curiosidades dele sobre sua vida.

— Quando terminar o colégio, quero sair dessa cidade. Estou pensando em Nova Iorque, ou Califórnia. Quem sabe sair do país, sei lá. Tipo mochileiro, sabe? Seria bem legal. – Stiles continuou falando, até o forno apitar. Ele pegou uma luva térmica e tirou as duas lasanhas do forno, com cuidando, para não se queimar.

Derek já bebia uma nova cerveja.

— Só estou dizendo que... – Stiles lambeu os dedos sujos de molho. – Scott precisa tomar mais cuidado. Ele está cego de amor, e não vê que a mãe dele pode encontrá-lo no quarto, morto, com formigas saindo de sua boca.

— Já disse isso a ele? – Derek perguntou, só para não deixar morrer o assunto, como se Stiles fosse permitir que algo como isso acontecesse.

— Ele não me ouve.

— Seja mais convincente.

— Tipo o quê? Correr atrás dele com uma foice em noite de lua cheia?

— Algo menos convincente.

— Vou tentar. – ele voltou a comer, percebendo que Derek apenas mexia o garfo na comida. – O que foi? Prefere comida mal passada? – ele disse, rindo. Derek não respondeu, enfiando um pedaço generoso de lasanha na boca e mastigando. – Não ensinam educação na mesa, nas escolas de lobisomem?

— Não existem escolas assim.

— E como você aprende, sabe. – Derek o olhou sério. – Seus pais desenharam num quadro as fases da lua?

O moreno girou os olhos. – Come e para de falar por um minuto.

— O que foi? Disse alguma coisa errada?

Stilinski não manteve a boca fechada como foi sugerido. Eles terminaram o jantar e o rapaz deixou tudo na pia para lavar depois. Derek se ofereceu para ajudar na limpeza, mas Stiles tinha outros planos. Subiram as escadas até o quarto dele. O computador estava ligado, e a janela aberta. Derek aproximou-se da janela e a fechou, mas antes olhou lá fora, para verificar se havia algo de errado. Era uma precaução. Nunca baixava a guarda. Enquanto isso, Stiles sentou na cadeira e começou a fuçar em alguns sites na internet, mas logo que aquilo perdeu a graça, ele desligou o aparelho e girou na cadeira para olhar o convidado do outro lado do quarto.

— Faz tempo que você não vem aqui.

— Estive aqui semana passada. – Derek respondeu, cruzando os braços.

— Quero dizer, assim, normal. Não sangrando, ou correndo atrás de ajuda para matar alguém ou salvar outra pessoa.

— Se é assim. – ele deu uma pausa. – Acho que nunca estive aqui por outro motivo.

— Obrigado pela parte que me toca. Sou apenas uma pessoa que você usa quando está morrendo ou com fome.

— Você me convidou para o jantar, não te forcei a isso.

O celular de Stiles tocou, era seu pai, eles trocaram algumas palavras, e logo que o senhor Stilinski se convenceu de que o filho estava bem, desligou.

— Meu pai.

— Percebi.

— Ele vai voltar amanha à noite.

—…

— Acho que não tem problema se por acaso, você não tiver outro lugar para ir...

— Quer que eu fique?

— Se quiser.

— Peça.

— O quê?

— Vamos, é só me pedir. – Derek caminhou pelo quarto até a porta, e a fechou, aproximando-se depois do rapaz. Stiles moveu os ombros, coçando o nariz em seguida, estava evidente seu nervosismo, o coração estava acelerando, e Derek podia ouvir.

— Se quiser pode dormir aqui no meu quarto e eu vou para o quarto do meu pai.

— Não!

— Como é? – Ele levou a mão até a orelha, como se não tivesse entendido o que Derek acabara de falar.

— Não vai sair daqui.

Stiles fez um bico, e deu uma risadinha sem graça, achando que era alguma piada. Seu coração batia forte.

— Vou pegar uma coberta maior, vai fazer frio essa noite. – Derek o proibiu de dar outro passo para o lado, bloqueando a passagem com seu corpo, e o fazendo encostar as costas na parede do quarto. – Não vai ser convidado novamente se continuar com esse comportamento agressivo.

Derek segurou-o pela jaqueta, arremessando-o contra a parede, quando Stiles tentou escapar.

— Fica de boca fechada pelo menos uma vez – ordenou, e logo em seguida o beijou, sem esperar por qualquer a provação. Mas Stiles estava com os lábios cerrados, impedindo que Derek aprofundasse o beijo com a língua, ele o olhou, nervoso. – O que você tem?

— Você me mandou ficar de boca fechada.

— Mas ninguém beija de boca fechada.

— Como vou saber?

Derek esfregou as mãos no rosto. Stiles conseguia tirá-lo do sério com muito pouco.

— Faz o que eu fizer. Mas sem gracinhas. – ele apontou o dedo na cara do menor.

— Ok. ok.

Eles se beijaram novamente, mas dessa vez, Stiles não teve sequer tempo de pensar em que tipo de gracinha Derek imaginou.


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