Cinzas do Crepúsculo escrita por Lady Slytherin


Capítulo 18
Pesadelos e Diários


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelos reviews!


Ok, agora eu quero falar. Posso falar?

Seguinte, o segundo ano é curto, inicialmente 7 capítulos (18-25) mas, relendo a história, vi que ficou meio corrido. Então, estou pensando em adicionar um capítulo extra, dividir o conteúdo e adicionar romance, que vocês tanto me pediram.

Leiam a história, depois discutiremos sobre isso.



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CAPÍTULO 18

NIGHTMARES AND DIARIES

A lua já passava de seu ponto mais alto, mas ainda brilhava fortemente iluminando a esplêndida mansão. Atrás da dita mansão havia uma floresta que era parte da propriedade. Nela, algo se moveu rapidamente atrás de outro borrão, e outro, balançando as folhas, levantando raízes e derrubando galhos. Sons animados saiam da boca das criaturas; seja lá o que estivessem fazendo, pareciam estar se divertindo.

A primeira figura se revelou um lobisomem, em sua forma animal, mas com músculos humanos. Seus olhos amarelos se destacavam entre a escuridão. O lobisomem uivou e caiu de costas ao ser atacado pela segunda figura: Algo preto, grande e rápido. O sinistro e o lobisomem rolaram na grama em uma luta amigável e quando se cansaram, voltaram a correr. Eles estavam acompanhados de uma terceira criatura, facilmente reconhecida como um cervo por seus longos chifres.

Qualquer pessoa que visse a cena não acreditaria que aquilo era verdade: Cada animal na natureza brigaria com o outro, no entanto lá estavam os três, juntos, sem nenhum problema. O lobisomem pulou para um coelho e o rasgou em pedaços antes que os companheiros pudessem impedir. Ensanguentado, não parou de correr. Entrou no rio, perseguiu um esquilo e brigou mais duas vezes com o sinistro.

As coisas, porém, não estavam tão boas dentro da mansão.

Nicholas Potter se revirava em sua imensa cama, suando e agarrando os cobertores. Suas costas doíam, sua cabeça doía. Nemesis, Nemesis estava indo pegá-lo assim como prometido. Alguém encapado, sem rosto, com uma varinha na mão, lentamente desenhando nas costas de Nicholas ameaças de morte e sussurrando em seu ouvido as coisas que faria com ele antes de mata-lo – coisas horríveis que Nicholas nunca havia pensado que existissem.

Um grito escapou de sua boca, seguido de outro e outro. Logo, sua garganta doía de tanto gritar. Ele abriu os olhos, arregalando-os, e a janela de vidro rachou com a magia que correu pelo corpo do menino. Nicholas se levantou em um movimento brusco; ele precisava sair de lá, escapar de Nemesis... Nemesis estava em todos os lugares, ao redor dele... O ruivo saiu das cobertas como se queimassem e gritou mais uma vez: Até mesmo pensar fazia sua cabeça explodir de dor.

Passos foram ouvidos e Lily entrou no quarto, acendendo as luzes. “Meu bebê!” murmurou, o abraçando. “Está tudo bem. Voldemort não está aqui.”

“Não fale o nome dele” implorou Nicholas. “Pode trazer Nemesis aqui.”

Lily tinha lágrimas nos olhos quando levitou o filho para a cama e removeu sua camiseta. “Foi Voldemort quem te deu esse machucado, meu querido. Não se mecha...” ela trocou os curativos cuidadosamente, achando que eles eram o que causavam a dor no filho. De fato, eles precisavam ser trocados, e Lily sabia que logo teria que refazer o curativo. Quaisquer fossem os feitiços usados para fazer aquele corte, era além do conhecimento de Poppy. Apenas o tempo fecharia aquela ferida.

Alguém, dois alguéns, subiram as escadas até o quarto de Nicholas. Eram James e Sirius, arfando por causa da corrida. Remus provavelmente estaria lá também se não fosse pela lua cheia. “Pesadelos?” checou James. Ele retirou as cobertas do chão e acendeu uma vela ao lado da cama do filho. Nicholas assentiu. “Que tipo de pesadelos, Nick?”

O ruivo deu de ombros e voltou para a cama. “Nemesis. Não fazem sentido, para falar a verdade. Durante o dia eu esqueço dele, ignoro o fato que ele existe, mas toda noite eu tenho pesadelos. As poções de Madame Pomfrey não fazem efeito.”

“Podemos tentar outra vez, com uma dose maior” sugeriu Lily, já abrindo o armário de medicamentos que mantinham no quarto de Nicholas e retirando uma poção de sono sem sonhos. Ela a estendeu para o filho com os mesmos dizeres de sempre: “Beba tudo e durma, bebê. Lembre-se que você é muito mais poderoso do que qualquer bruxo da sua idade. Você é especial, querido. Nunca esqueça disso.”

Nicholas engoliu a poção em um único gole e imediatamente sentiu suas pálpebras ficando pesadas e mais pesadas a cada instante. Ele se acomodou na cama, dormindo antes mesmo de se cobrir. Sirius o cobriu e abriu as janelas esperando que o ar fresco ajudasse. Ele estava preocupado com o garoto: fazia semanas que ele não tinha uma noite bem dormida e seus resultados no treinamento estavam mais baixos do que o normal.

Os três saíram do quarto silenciosamente, não querendo acordar Nicholas. Para garantir, desceram para o andar debaixo. James e Sirius haviam perdido a empolgação para correr; Remus teria que se virar sozinho. O Menino que Sobreviveu era mais importante do que uma corrida com um lobisomem que seria repetida no dia seguinte e todos os meses que viessem.

Eles apuraram os ouvidos. Em seu quarto, Nicholas já se remexia na cama novamente.

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“Pulo! Desvio! Escudo! Ataque!” ordenou Regulus, lançando feitiço atrás de feitiço no aprendiz. Eles haviam passado muitos meses sem treinamento e precisavam recuperar o tempo perdido. “Não pare! Desvio, ataque, pulo!” Revan retirou o suor da testa com a mão esquerda e obedeceu as ordens do mentor.

Regulus mandou um jato de fogo verde para o herdeiro Black, que não teve escolha senão desviar. Os riscos do fogovivo passar pelo escudo eram muito grandes. Como resposta, Revan levantou as raízes de uma árvore e fez com que elas envolvessem Regulus. De repente, começou a chover e a terra virou lama, sugando as pernas do herdeiro Black. Ele flutuou no ar e atacou o mentor...

Antes de perceber que um feitiço surgido do nada estava vindo em sua direção por traz. Ele foi subitamente empurrado para a frente e caiu de joelhos no chão já seco novamente. Não ousou levantar a cabeça, porque sabia que encontraria um olhar desaprovador de Regulus. Ele não perdia uma luta para o mentor havia anos, desde que Voldemort começara a lhe dar dicas. Suas unhas se fincaram na grama; ele se perguntou que tipo de punição receberia por não ter ganhado o duelo.

“Morto” declarou Regulus secamente. “Por alguém totalmente enferrujado e fora de forma. Agora, garoto, me diga quais seriam as consequências dessa batalha se Dumbledore fosse seu adversário.”

“Eu seria torturado...” cuspiu Revan. “E morto.”

Regulus parecia furioso quando se aproximou do aprendiz e colocou a mão em seu ombro, dando um aperto um pouco mais forte do que o desejado. “O que está acontecendo, garoto? Por que perdeu a luta?”

O herdeiro Black olhou para a lua de modo que não encarasse Regulus. Já passava das duas da manhã. “Fiquei distraído” falou tranquilamente.

“Mentira”

“Eu estava criando pesadelos para Potter” admitiu Revan. Um outro feitiço o atingiu no peito, sugando seu ar. Ele finalmente encontrou os olhos de Regulus ao que seus próprios se arregalaram em choque. “Me desculpe” disse, quase sem voz. Seu ar estava acabando. “Eu não deveria ter feito isso.”

Regulus suspirou e caminhou para dentro da mansão com Revan atrás dele, que ainda estava lutando para conseguir ar. Ele jogou um par de vestes limpas para o aprendiz e se sentou no sofá. Batendo ao seu lado suavemente, ele chamou Revan, que se sentou rigidamente como sempre fazia quando sabia que receberia uma bronca. Depois de removido o feitiço de sufocamento, o menino parecia muito interessado no couro de dragão que cobria o sofá.

“Durante a luta” instruiu Regulus com a voz mansa. “Seus pensamentos devem estar na luta e apenas na luta. Logo, não deverá nem mesmo pensar nos feitiços, pois saberá quais são mais apropriados para o momento. Esqueça Potter quando treinar. Eu sei, eu sei, você treina por causa dele, mas se ele não for seu oponente, ele não é a sua preocupação atual. Entendido?” Revan assentiu. “Olha, você sabe que quero você em forma para a sua segurança. Não posso te perder. A propósito, recebi uma carta do Lorde das Trevas hoje. Ele quer te encontrar em privado antes do amanhecer.”

Revan assentiu e pegou as vestes novas em seu colo. Sem mais uma palavra, ele subiu as escadas pulando dois degraus de cada vez (O Lorde das Trevas não gostava de esperar) para se vestir. Em alguns minutos, ele segurou o seu colar com a Marca Negra e sibilou: Reunião.

Instantaneamente ele desapareceu da Mansão dos Black; ao seu redor, estavam os móveis abandonados do segundo andar da Casa onde Voldemort se escondia. Dois pares de escada acima, estava a sombra, próxima da lareira e de Nagini, que se aproximou de Revan assim que ele apareceu. Com a cobra enrolada na perna, o herdeiro Black se acomodou depois de fazer uma bela reverência para o mestre.

“Meu lorde” cumprimentou. “Como posso lhe servir hoje?”

“Não hoje” foi a resposta vaga. “Logo. Ao redor do ano. Poderá me servir hoje, também.” O Lorde das Trevas parecia distraído. Ele movia os dedos pela madeira, sentindo-a um pouco mais firmemente todos os dias. Isso trouxe um sorriso ao seu rosto. Ele estava se recuperando. Se o seu plano desse certo, ele poderia ter um corpo em até um ano. “Me diga o que sabe sobre Horcruxes.”

Revan fechou os olhos e tentou se lembrar. Horcruxes. Aquele termo não soava estranho, mas ao mesmo tempo nada lhe vinha à cabeça. Horcruxes, Horcruxes... A Arte da Escuridão! Era isso. Um grosso, empoeirado livro com as bordas rasgadas. Estava no capítulo sobre morte, se Revan não estava enganado. “É um modo de enganar a morte, meu lorde” respondeu o herdeiro Black finalmente, depois de alguns momentos de pensamento.

“E como funciona?” pediu seu mestre.

“Divide a alma e impede a pessoa de morrer completamente, meu lorde. Enquanto uma horcrux existe, a pessoa sempre terá um pouco de si na Terra, possibilitando seu retorno” a boca de Revan se abriu em um O. Como ele nunca havia pensado nisso? O modo perfeito de restaurar o corpo do seu mestre. “Você tem uma horcrux, meu lorde?”

Voldemort inclinou a cabeça pensando. Ele não sabia o quanto podia confiar no garoto. Ele estava ficando próximo demais de Nicholas Potter, apesar de ter roubado a Pedra Filosofal e danificado o Menino que Sobreviveu de um modo um tanto dolorido e permanente. Meias verdades, decidiu, sem se expor demais para alguém que no futuro poderia traí-lo.

“Sim, Black. E eu quero que você a leve para Hogwarts.”

Revan se remexeu inquieto em seu assento. Hogwarts? E se Dumbledore ou Nicholas encontrassem a horcrux? Isso arruinaria o seu disfarce e poderia acabar com a última chance de dar um corpo ao seu mestre. Ele sabidamente manteve os pensamentos para si mesmo. Não se questionava o Lorde das Trevas. Ele deveria ter algo em mente.

“Como, meu lorde?” perguntou, sabendo que essa era uma questão viável.

Voldemort se inclinou para ter certeza que o menino ouvisse suas palavras. “O objeto está com Lucius Malfoy. Eu quero que você vá em sua mansão e o pegue, de qualquer maneira. Você dará um jeito. Mantenha o objeto com Regulus até irem ao Beco Diagonal. Dê o objeto para alguém, preferencialmente jovem e solitário. Aproveite o resto do verão.”

Revan esperou mais informações, assim perguntou: “Apenas isso, meu lorde?”

A sombra balançou a cabeça. “Essa é a primeira parte. Em Hogwarts, espere um momento oportuno e vá para a Câmara Secreta. Abra-a e libere o basilisco. Deixe-o fazer o trabalho que lhe foi resignado.”

O menino apenas assentiu, fez uma reverência e se retirou da casa, querendo pegar a horcrux do mestre o mais rápido possível.

_

O ar tremulava ao redor de Nemesis quando ele aparatou na frente da mansão Malfoy. As vestes negras encobriam cada centímetro do seu corpo e o fazia parecer alguns anos mais velho, além de emanar uma aura de poder que até mesmo trouxas e abortos poderiam sentir. Ele não era mais um estudante de Hogwarts; ele era o Comensal da Morte mais jovem que alguém já havia ouvido falar em toda a história.

Nemesis caminhou até o portão de grades pretas que bloqueava a sua entrada. Ele tentou aparatar, sem sucesso. As grades pareciam ser resistentes contra um ataque, que deveria ser evitado já que Nemesis queria manter a visita um segredo. Depois de pensar, o comensal murmurou algo sob a respiração com uma careta e se dissolveu, sucessivamente passando entre as barras sem encostar nelas. Aquele feitiço doía, mas era útil. Pena que Azkaban tinha conhecimento dele, pensou Nemesis, ou muitos outros Comensais poderiam escapar se estivessem dispostos a correr o risco de nunca mais voltarem ao normal.

Os pavões brancos fugiram dele, assim como os pássaros que estavam por lá. Nemesis não encontrou mais obstáculos: A porta da frente foi fácil de ser aberta, e aparentemente, todos na casa estavam dormindo. É claro que estavam. Já passava das três da manhã. Tentando criar um mapa mental da casa, ele se moveu para o andar de cima e procurou o escritório de Lucius Malfoy. Aquele era o lugar mais provável de se esconder um objeto das trevas. Uma pessoa influente como Malfoy não poderia correr o risco de ser pego carregando algo proibido por aí.

Foi no escritório que ele encontrou seu primeiro obstáculo: Lucius Malfoy, dormindo com uma pena na mão. Ele roncava suavemente e se acomodou melhor na cadeira ao ouvir o clique da porta aberta. Graças a Merlin, aquilo foi tudo o que fez. Nemesis se apressou a procurar o objeto misterioso; seria muito mais fácil se Voldemort tivesse apenas lhe dito O QUE era a horcrux. Faria a busca bem mais simples.

Accio Horcrux, disse Nemesis mentalmente. Nada aconteceu. Ele repetiu a ordem, dessa vez com um sussurro, mas nenhum objeto veio até ele. O pequeno Comensal correu os olhos pelo escritório. Livros e pergaminhos cobriam as estantes. Sem nada que pudesse denunciar a horcrux, Nemesis correu os dedos cobertos por luvas de couro de dragão pelos livros, verificando os títulos e prestando atenção para qualquer coisa fora do usual. Na prateleira mais baixa, seus dedos pararam. Aquele livro parecia extremamente... Diferente, assim como os dois próximos a ele. Nemesis os removeu e tateou a área recém descoberta.

Algo gritou e tentou mordê-lo.

Em um movimento automático, Nemesis estuporou Lucius antes que ele acordasse e retomou a procura pela horcrux. Sua mão doía como o inferno toda vez que o Comensal a enfiava no compartimento, mas uma missão era uma missão. Finalmente depois de agoniantes segundos, seus dedos encontraram algo macio e quente ao toque. O objeto parecia pulsar contra a sua mão.

“O que está fazendo com isso?” perguntou uma voz séria atrás dele. Nemesis se virou, ficando cara a cara com Lucius Malfoy. “Não pareça tão surpreso. Eu sei lutar contra um simples Estupefaça. Me dê isso, não é um brinquedo.” Ele fez menção de pegar o objeto, um livro, pelo que Nemesis podia ver.

“Eu temo que não possa te dar isso.” A voz dele era firme e determinada. “Tenho ordens para pegá-lo.”

Lucius perdeu a paciência. “Você não é do Ministério. É apenas uma criança. Não sei como entrou aqui, mas me devolva isso e dê o fora daqui antes que eu chame os aurores.”

“Aposto que você tem uma boa história para explicar o que um objeto proibido está fazendo escondido em sua casa, Malfoy” ameaçou Nemesis. Ele se levantou e foi até a janela, usando o reflexo para manter o olhar em Lucius. “O Lorde das Trevas me mandou aqui. Ele quer seus pertences de volta.”

“O Lorde das Trevas não contrata crianças!”

Aquilo não estava tão emocionante quanto Nemesis esperava. “Logo, Malfoy, verá que não sou uma criança. Não se preocupe; posso não ser muitas coisas, mas uma delas é honesto. Tudo o que eu disse aqui foi verdade. O artefato será protegido. Não se preocupe. Até logo” Ele voltou a murmurar algo contra a respiração.

Lucius subitamente percebeu que estava com sono. Ele se sentou em sua poltrona, quase anestesiado, e assistiu Nemesis se jogar contra a janela de vidro e desaparecer antes de atingir o chão. Pelo menos, ele acha que foi aquilo que aconteceu, pois naquele momento, Lucius já estava sonhando, sem nem mesmo se perguntar quem era o garoto que havia invadido seu escritório.

A resposta não demorou a chegar. Quando acordou algumas horas depois para trabalhar, ele observou chocado que na principal estante do escritório, livros haviam sido cuidadosamente removidos de forma a criar um raio em alto relevo.

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“Muito bem” concedeu Voldemort, olhando seu velho diário embrulhado em um papel amarelado que não havia sido removido durante todo aquele tempo. Ele tocou o diário, sentindo parte de suas forças retornando para ele. Ainda havia muito o que se fazer, mas um passo já havia sido dado. Ele poderia matar o menino ali e terminar com isso, pensou rapidamente. Não. Aquilo não daria certo. O menino era mais valioso para ele vivo.

“Meu lorde” foi a resposta de Revan. “Eu vivo para servi-lo.”

“E ainda viverá longos anos me servindo” concordou o Lorde das Trevas. “Antes de ir, garoto, há algo que você pode gostar de ler. Pegue, naquela gaveta, um livro de couro preto. Sim, esse mesmo.” Revan levantou um livro de cerca de mil páginas. “Leia o capítulo dois até amanhã e me diga o que acha. Estarei esperando a sua resposta.”

Revan, depois da famosa reverência de despedida, voltou para a casa dos Black e imediatamente se pôs a ler o capítulo indicado.

Capítulo 2. A Importância de Horcruxes

Um bruxo das trevas nunca poderá se considerar realmente poderoso antes de criar sua primeira Horcrux. A separação da alma, tão pura e delicada, mostra a verdadeira escuridão de um bruxo e sua determinação para o poder além das barreiras da morte. O fato da derrota se tornar impossível sem o conhecimento da verdadeira Horcrux de alguém é o principal motivo pelo qual alguém realiza o ritual (ver capítulo 9), apesar de não ser o único. Além de evitar a morte, uma horcrux fortalece a pessoa, curando-a mais rapidamente, pois parte da pessoa nunca foi machucada. Isso, porém, é uma faca de dois gumes; destrua a horcrux e parte de você irá embora para sempre. Os riscos superam os benefícios, na maioria das vezes. O processo reverso (ver capítulo 12) é extremamente doloroso e pode levar à morte eterna...

O sono lentamente começou a tomar conta dos sentidos de Revan. As palavras se embaralharam e pararam de fazer sentido. Talvez ele pudesse fechar os olhos por alguns instantes e então retomar a leitura. Alguns segundos. Um bocejo escapou de sua boca e Revan se acomodou melhor na cama; do lado de fora, o sol logo amanheceu.

Revan só acordou depois do meio dia. Ele não conseguiu definir exatamente por que havia dormido tanto, mas imaginou que era uma reação do stress e puro cansaço do treinamento. Regulus não estava sendo gentil com ele. Na verdade, o herdeiro Black estava até surpreso que ainda não havia sido jogado no quintal ou algo parecido. Gemendo, ele se levantou e foi até a cozinha. Não almoçou, apenas pegou uma fruta e foi ao encontro de Regulus.

Ele estranhou. Nenhum feitiço veio na sua direção nos primeiros segundos, nem nos que vieram. Revan levantou uma sobrancelha para o mentor; com isso, houve um contato ocular direto que fez o garoto cambalear. Ataque surpresa. É claro. Ele tentou empurrar Regulus de volta com sua mente, e quando isso não funcionou, Revan apenas virou a face, por mais difícil que fosse. Ele atacou Regulus de volta, mergulhando nas memórias profundas do Black que observava como sua nobre família se desfazia pouco a pouco.

Ao mesmo tempo, Regulus contra atacou, causando um efeito espelho. Eles permaneceram naquela situação por alguns minutos, até o segundo na linha de herança explodir em gargalhadas. Elas, porém, não duraram muito, ao que Regulus viu que não era acompanhado pelo aprendiz.

“Tudo bem. O que está errado?” ele perguntou, se sentando ao lado de Revan. “Você não é assim.”

O menino mordeu o lábio. Não sabia se deveria contar os planos de seu mestre para outra pessoa, mesmo se essa outra pessoa fosse seu próprio guardião. Seu mestre poderia ficar bravo. Revan sentiu um frio na espinha. Os dois sabiam que Voldemort irritado não era uma boa coisa.

“Meu lorde quer que eu faça algo perigoso.”

Regulus deu de ombros. “Você está sempre fazendo coisas perigosas e consegue superá-las. E uma das coisas que mais gosto em você.”

“Algo que pode me destruir” especificou Revan.

“Garoto, você passou fome, foi espancado, pulou do teto quando tinha nove anos para tentar aparatar, treinou comigo, se infiltrou na maior base da luz com onze anos e sobreviveu. Acho que você é mais forte do que essa coisa que pode te destruir.”

Revan esperava que sim.

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“Será uma honra fazer isso por você, meu lorde” anunciou o herdeiro Black com a voz seca. Dessa vez ele não levantou a cabeça depois da reverência. Total submissão. Não era como se Revan estivesse fazendo isso por si mesmo. A ideia havia sido de Voldemort e o menino nunca teria tido essa ideia, nem mesmo saberia sobre o procedimento sem a ajuda do mestre.

Voldemort não disse nada. Aquela era a obrigação do garoto, atender seus pedidos. Ele estava sendo bom demais com Black, seu mini-eu. Uma ação tão abrupta quanto aquela mostraria quem está no comando. O Lorde das Trevas apontou para outra gaveta trancada a chave, de onde Revan tirou um livro cujo inocente título era “Animais Fantásticos e Onde Habitam”. Além da capa, porém, não havia nada inocente. O menino leu a descrição na parte interna do livro e foi ficando cada vez mais pálido.

“Farei isso, meu lorde” repetiu, quase sem voz. Ele virou a página e engoliu em seco.

“É claro que vai. Não fique tão nervoso. Esse livro exagera.”

Revan correu os olhos por ele, parando em seus olhos vermelhos e estado atual, comprimiu os lábios e não disse nada. “Não estou nervoso, meu lorde” mentiu. “Apenas não gosto de coisas que podem definir sua vida.”

“Como se unir às trevas?” questionou Voldemort, ficando irritado. Merlin, ele precisava de um corpo novo. Nem que fosse um dos imensos ratos que Nagini comia diariamente. Ele precisava ser capaz de bater o punho contra a mesa.

O herdeiro Black balançou a cabeça rapidamente. “Nem por um momento me arrependi de me unir ao senhor, meu lorde. Horcruxes, porém, são um assunto pouco explorado com grandes margens de erro.”

A primeira parte do que o menino disse iluminou o humor de Voldemort. Aquilo era diferente do que tantas pessoas pareciam dizer ao voltar rastejando para o Ministério ou pior, para a luz. Foi com paciência que disse: “Escolha sabidamente o objeto e não conte a ninguém, apenas para mim. Não, nem mesmo Regulus. Você nunca sabe quando alguém próximo a você pode te trair. Não tenha pressa. Aproveite seu verão, treine e aprenda. Hogwarts se aproxima. Quando a hora chegar, você sabe o que fazer.”


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Notas finais do capítulo

A pergunta que não quer calar: QUEM será a parceira (casamento arranjado) de Revan?

Vocês decidem, sweeties. Desde que:
1- Ela seja das trevas, ou neutra (ou seja forçada a virar dark)
2- Tenha sangue puro.
3- Traga benefícios para o lado das trevas.

Eis alguns exemplos:
Susan Bones
Daphne Greengrass
Fleur Delacour

Lembrando que ele pode flertar com várias (incluindo sangue ruins), e escolher uma só para casar. Desde que o casamento seja ou arranjado, ou um golpe (por exemplo, se ele se casar com Ginny, o que NÃO vai acontecer).

Usem a cabeça e respondam quem vocês querem com Revan, depois de pensarem nos quesitos acima.

Sou movida a reviews. Reviews me fazem escrever. Eu preciso terminar o segundo ano agora que criei um capítulo a mais. Então, reviews, please.