Sonhos Mortais escrita por Nanuque


Capítulo 23
Capítulo 23 - Devaneios Silenciosos


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo vai continuar sendo narrado pelo Andrew *-* espero que gostem, mas qualquer confusão relaxem que explicações melhores chegaram ;)



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Ninguém nunca vai sentir e nem nunca vai saber como é ser o cara mal, o cara triste, destinado a ser odiado, ser obrigado a seguir por um caminho sem ela. Pensamentos suicidas nesses últimos dias, depois de sua partida vem me perturbando, mas nem mesmo acabar com a própria vida posso, sou imortal, um amaldiçoado a viver a eternidade sem ela ao meu lado. É como se a cada segundo que passa, eu me sinto mais vazio, mais triste, mais morto. Já perdi a conta de quantas vezes eu dormi, pedindo pra nunca mais acordar. Eu me lembro da primeira vez que a vi, nossos olhares se encontram. Ainda guardo a falsa ilusão de que um dia vou encontra-la por ai e gritar seu apelido “Angel” e ela vai sorrir e correr na minha direção perguntando porque demorei tanto para encontra-la. Ninguém nunca disse que seria fácil, mas ninguém disse que seria tão difícil. Estou coberto por cicatrizes, não físicas, mas mentais, que ainda estão abertas e se recusam a se cicatrizar. E tudo isso por egoísmo meu, se a tivesse deixado partir naquele momento na floresta, se não a tivesse envolvido em um pacto, ela provavelmente estaria no paraíso, preferia viver sem ela pelo menos sabendo que a mesma realmente estava bem... mas não era essa a realidade... ela, ou melhor, parte dela, deveria estar sofrendo, em algum lugar desconhecido e eu não poderia fazer nada. Eu deveria ter em mente que cedo ou tarde acabaria. Querendo ou não. As vezes parece que o Destino nunca quis nos ver juntos, simplesmente cruzou novamente nossos caminhos para nos separar, para nos fazer pagar as consequências de tentar viver algo tão proibido, que desafia o equilíbrio do céu e da Terra. Meus devaneios silenciosos foram interrompidos pelo barman, ele deveria ter 18 anos.

_ Vai querer alguma coisa?

_ A bebida mais forte que você tiver.

Ele encheu um copo com uma bebida desconhecida e me entregou. Eu dei um sorriso sem nenhum traço de humor e disse:

_ Um copo? Quero a garrafa inteira.

O garoto me olhou com um olhar surpreso, antes mesmo que ele pudesse absorver a informação eu peguei a garrafa de sua mão e virei no gargalo. Então eu joguei-a no chão e a mesma se estilhaçou em milhares de cacos. Eu lancei um sorriso cruel ao barman que exibia uma expressão assustada e disse:

_ Pelas pessoas que frequentam esse bar se você continuar nessa lerdeza vai acabar morto em menos de uma semana._ eu pulei o balcão e o ergui pelo colarinho da camisa que o garoto usava_ Você quer morrer?

_ Não senhor_ disse ele com uma voz entrecortada e inundada de pânico

Eu o joguei no chão e ele gemeu de dor, ele se levantou e saiu correndo pela porta da frente do bar. Todos me encavam, os humanos estavam me olhando chocados, já alguns demônios que estavam no lugar exibiam um sorriso de aprovação, afinal para a nossa raça matar por diversão é um comportamento normal, violência, seduções, truques, tudo isso era comum para criaturas como nós... eu voltei e sentei novamente nos bancos do balcão do bar. O murmurinho e os comentários não paravam, podia ouvir, queria não ouvir... o clima pesado durou mais alguns minutos até que um sino anunciou que alguém havia chegado no bar, eu não me virei para ver o infeliz ou a infeliz. Eu peguei mais uma bebida. Foi então que ouvi:

_ Hey, princesa vem ca!

_ Hmmm é bom você fazer valer a pena, seu gostoso.

Aquela voz, eu virei e me deparei com ela, Mary, ela estava usando uma minissaia preta com uma meia arrastão, uma blusa com um decote V, e um salto 15. E um óculos escuros.  Meu deus! Uma única palavra ecoava na minha cabeça “desejo, desejo, desejo”. Admito ver ela vestida daquele jeito sexy me excitou. Ela andou na direção da mesa do cara que havia a chamado de princesa e sentou no colo dele. Aquela visão me matou. Eu sabia que não era ela de verdade, mas isso não importava não ia deixar um babaca qualquer tocar no corpo dela. O cara sussurrou no ouvido dela e ela sorriu, o mesmo estava com a mão na cocha dela, quase escorregando para dentro da saia. Eu andei até a mesa e disse com um tom ameaçador:

_ Solta ela.

_ Porque o que você vai fazer?

Pelo tom da sua voz, pelo porte físico e acima de tudo pela minha intuição ele era um demônio também, imortais uma briga que não acabaria, não nos cansávamos e não poderíamos destruir um ao outro.

_ Vou fazer você se arrepender de ter posto os pés na terra.

_ Agora a princesinha tem dono?

Mary, ou melhor a parte maléfica e demoníaca que agora controlava Mary, se acomodou mais no colo do cara e disse:

_ É Andrew, agora eu tenho dono?

Ela me lançou um sorriso de superioridade e riu. Um homem que estava na mesa ao lado virou e disse:

_ É cara ela não tem dono, é de todo mundo. _ Então ele passou a mão na bunda dela.

Antes que eu pudesse arrancar a cabeça desse homem morto, Mary virou e disse:

_ Eu não sou um objeto para ter dono. _ Ela se levantou do colo do cara e ergueu o infeliz pelo pescoço, ela riu e jogou seus óculos escuros no chão, as feições do cara passaram de babaca da pesada para garotinha assustada.  Mary o ergueu mais alto e antes mesmo que ele pudesse soltar um grito, todos ouviram um estalo alto, então ela o jogou no chão um corpo sem vida, ela sorriu novamente_ Mexeu com a garota errada.

Sem os óculos seus olhos vermelhos sangue eram hipnotizadores, todos estavam olhando para ela. Então um cara gritou:

_ Segura esse monstro!

Todos os demônios se entreolharam, antes que a confusão começasse eu corri na direção dela e a agarrei, com ela em meus braços sai o mais rápido possível do estabelecimento. Ela se debatia em meus braços, eu sabia o que ela estava sentindo, eu sabia que sua vontade era voltar para aquele bar e matar com gosto todos os humanos presentes. Eu sorri para ela tentando quebrar o gelo e disse:

_ Perdi a conta de quantas vezes eu salvei sua vida.

_ Que vida? Você sabe que eu não sou sua queridinha Mary. Sinceramente nem sei se tenho uma vida para ser salva. Agora me solta!


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