Aproveitando o momento em que Severus Snape apontou a varinha para James Potter, Lilysbela deu uma cotovelada em seu estômago, causando falta de ar ao matador. Correu ao encontro de James quando Snape apontou novamente a varinha.

– NÃO, LILY!

Lily se joga nos braços de James e ambos caem no chão, abraçados.

– LILY! – James não tem coragem de abrir os olhos. Não sabia ao certo, nem queria ver sua amada falecida em seus braços.

– James! – disse Remus.

– Pontas, levanta! – ele ouviu Sirius o chamar também. Manteve-se de olhos fechados, abraçado fortemente em Lily.

– James... – ele ouviu uma terceira voz e abre os olhos devagar, vendo Lily lhe afagando o rosto.

– Você... Você está viva! – James exclamou, abobado – Como? A morte não era instantânea?...

– Se continuar a me apertar desse jeito, acho que não vou viver muito – ela riu.

James não pediu desculpas, apenas a segurou com mais força e a beijou. Os amigos se sentiram aliviados e olharam para onde estava o corpo inerte de Severus Snape.

– Alguém pode me dizer o que aconteceu? – pergunta James, ao se levantar com Lily.

Os marotos e Lily se aproximaram do corpo. Atrás dele, apareceu Bellatrix. Ela se aproximou devagar, ainda com a varinha na mão.

– Bella? – Sirius se aproximou – Você nos ajudou? Ajudou ao James?

– Não seja ridículo, Sirius. – disse ela – Esse cretino atirou no meu marido e isso é imperdoável.

Ela chutou a cabeça inerte de Snape. Sirius riu, aliviado de que aquela era sua querida prima Bellatrix e chutou a cabeça de Snape em seguida.

– Vou sentir sua falta, Bella – tornou ele.

– E a Marlene?

– Ah, Marlene... É especial, mas você é da família. Amor de primos é assim.

Bella deu um beijo leve nos lábios de Sirius.

– Sabe onde eu moro.

– Te ligo antes – ele sorri.

Lily pegou as varinhas sobre a mesa e as distribuiu a todos. Libertou Frank e os demais da cela, o chefe dos aurores da região examinou o cadáver.

– Peter, cuide dele. – disse – Eu deveria prendê-la, senhora Lestrange, mas como salvou a vida da minha prima, mesmo que sem intenção, permito que vá embora com seu marido.

– Ah, você permite? – ela pergunta, sarcástica. Cissy se aproxima.

– Bella, por favor... Acabo de encontrar um noivo perfeito, não arrume confusões por enquanto.

– Como quiser, Cissy. – disse, se aproximando de Rodolphus, que ainda estava inconsciente, e cochichou – Mas é bom ele se preparar, porque vai ter volta... E você! – ela aponta para Lucius – Se vai fazer parte da família, ajude aqui a sua cunhada a levar o marido para fora.

– Será que agora podemos apressar esses papéis, para irmos embora? – Remus pergunta, chamando a atenção de volta para o grupo.

– Por que não? – diz Frank.

– Um momento! – Lucius se aproxima, carregando Rodolphus no ombro e aponta para James – Este bruxo me agrediu, exijo que ele pague como determina a Lei!

– Ah, não reclama, Lucius. – diz Frank – Por que não vai cuidar da sua atual noiva, e aproveita e toma cuidado para não vê-la antes do casamento, você sabe que dá azar.

Logo, os três já não eram mais acusados de crime algum, pelo menos não naquela cidade. Alice ainda abraçava Lily, feliz pela escolha que ela fizera.

– Que bom que abriu os olhos, Lily!

– Se não fosse você, talvez eu nunca conseguiria.

James se dirigiu a Bellatrix.

– E quanto ao seu marido? Vai continuar nos perseguindo?

– Ele só iria perseguir Sirius. – Bella respondeu – Mas dou um jeito para ele esquecer isso. É muito fácil persuadir Rodolphus.

Remus e Sirius, que haviam buscado o carro, buzinaram na porta da delegacia.

– Vamos, Pontas! – Remus o chama.

– Ou será que só por que arrumou uma namorada, você vai esquecer dos amigos? – pergunta Sirius, provocando.

Narcissa se aproximou do carro para falar com Remus.

– Espero de verdade que seja feliz, Remus.

– Ah, eu também. – ele respondeu, formalmente – Parabéns pelo seu noivado.

– Obrigada. – ela sorriu e olhou para Lucius de modo sonhador – Acho que encontrei o homem ideal para mim.

– Concordo... – diz ele, sorrindo.

James e Lily se despediram de todos, menos de Lucius e Rodolphus. Frank a abraçou ternamente.

– Espero que seja feliz, Lily.

– Eu serei. Obrigada por tudo, Frank.

Ele beijou a testa da prima e apertou a mão de James, recomendando para que cuidasse bem dela. Os dois entraram na caçamba da caminhonete e Sirius deu a partida, deixando Azkaban para trás.

No caminho, Remus sintonizou seu rádio. Uma música agradável e romântica, própria para um final de história começa a tocar.

– Muda dessa rádio, Remus. – Sirius reclama – Já chega de coisas românticas, quero algo de ação.

Enquanto os dois discutiam, James e Lily estavam na caçamba, naquele momento descoberta, olhando para o céu, admirando as estrelas que iam surgindo naquele fim de tarde.

– Está pensando em quê? – Lily perguntou, acariciando os cabelos dele.

– Só pensando. – ele responde, vago – Eu falei a verdade quando te vi a primeira vez, do meu sonho. Eu sonhei com você e com um zepelim... E meu sonho se realizou, eu encontrei você. Mas não entendi o que um zepelim tem a ver com tudo isso.

– Vai ver o zepelim foi apenas um símbolo, indicando que você tinha que sair em busca dos seus sonhos.

– Ainda bem que não desisti. – disse ele, beijando Lily com carinho. Olha para o céu, prestando atenção a uma estrela cadente, quando sua vista é nublada por um estranho objeto – Não acredito... Sirius pára o carro!

Sirius obedeceu, irritado. Logo, todos desceram.

– O que foi? – perguntou ele – Problemas de pneu?

– Olhem lá! – James apontou.

Um enorme zepelim passou sobre suas cabeças. James e Lily sorriram e começaram a correr atrás do zepelim, como se fossem duas crianças. Sirius estava perplexo.

– Você me fez parar só pra ver um enorme objeto voador trouxa?

– Olhe pelo lado bom. – disse Remus – É uma idéia para fazermos nossa caminhonete voar.

Resolveram montar acampamento. James e Lily estavam mais felizes que nunca.

– James, James! – ela chamou, durante a noite.

– Hum – ele respondeu, sem abrir os olhos.

– Você gosta mesmo de cinema?

– Claro, meu amor. Eu não mentiria sobre isso.

– Então... – ela ia perguntar, hesitante, quando ele interrompeu.

– Quer ir ao cinema comigo? Assim que chegarmos ao nosso próximo destino?

– Claro! – ela respondeu, o cobrindo de beijos.

Naquela noite, tiveram o mesmo sonho. Estavam na sala de cinema, não sabiam ao certo qual era o filme, sabiam apenas que o final foi feliz.

Um a um, as pessoas iam saindo. Devagar, algumas conversavam, comentavam sobre o que assistiram. Por fim, restou apenas um casal.

Eles começam a se mexer devagar, um deles com um pequeno embrulho no colo, um bebê de cabelos pretos e desarrumados e olhos verdes que sorria para seus pais.

Se levantam e caminham devagar para a saída. Felizes, como num final feliz. Satisfeitos por verem como tudo aconteceu, não importando como tenha sido o final.

1 Música: Lisbela (adaptada para Lilysbela), de Los Hermanos. Composição: Caetano Veloso e José Almino