Lilysbela e o Prisioneiro de Azkaban escrita por Lucy Holmes


Capítulo 1
Prólogo - Apresentação




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Lilysbela e o Prisioneiro de Azkaban

Prólogo - Apresentação

A cidade de Azkaban tinha apenas um cinema. Cidade pequena, uma vila tipicamente bruxa, com uma praça central e um local com um altar wicca montado para celebrar comemorações típicas, como solstícios e equinócios, além de celebrar casamentos, como toda a cidade de interior deve ter, e que os bruxos apelidaram carinhosamente de "capela" ¹.
Lucius Malfoy lamentava o seu local de nascimento, mas se resignava em seguir as tradições. E a tradição da família Malfoy dizia que depois de um homem ter terminado seus estudos na capital, ele deveria retornar para sua cidade natal, a fim de encontrar um bom partido de sangue puro para casar - assim rezava a tradição. Depois de um apanhado geral e meses de pesquisa e investigações, constatou que o melhor partido da cidade era Lilysbela Evans.
Lilysbela, porém, não preenchia um requisito importantíssimo e vital para a realização do casamento, o qual Lucius desconhecia, mesmo com toda sua pesquisa e investigação. Para ele, o único defeito de Lilysbela - Lily, para os íntimos - era sua paixão pelo cinema.
Lily Evans sempre fora fascinada por histórias românticas, comédias e aventura. Tinha pavor a filmes de terror, mas mesmo assim os assistia, para tentar perder o medo dos únicos filmes que pareciam "fatos verídicos" para bruxos. Ela arrastava o noivo, que odiava cinema, todos os fins de semana, quase sempre lhe dando um chá de cadeira. Para ele, era uma invenção inútil dos trouxas e estranhava que uma bruxa puro-sangue, como ele pensava que Lily fosse, gostasse tanto. Claro que depois do casamento, ele daria um jeito nesse hobbie desastroso.
Naquela semana, porém, houve uma novidade. O cinema traria um festival de filmes, um filme diferente por dia, fato que deixou Lilysbela eufórica, carregando Lucius para mais uma sessão. Era sempre a mesma coisa na hora de escolher os assentos.
- Aqui não. - disse Lily, assim que sentaram nas últimas poltronas - Longe demais, vamos acabar nos distraindo.
Lucius se levantou, a contra-gosto, logo após Lily. Escolheram assentos da segunda fileira.
- Não, não! Perto demais - tornou Lily, já de pé - Assim meus olhos vão arder de tanto tentar olhar pra tela inteira.
- Minha querida... - disse Lucius, levantando-se mais uma vez, e tomando as mãos de Lily delicadamente, tentando esconder a irritação - Então escolha... logo!
Ela caminhou com calma pelo cinema, até parar na fileira central.
- Ali - apontou para dois lugares bem no meio.
Lucius caminhou carrancudo até os lugares indicados. Pensava apenas que valia a pena. "Só até o casamento, só até o casamento..."
- Pronto. - disse Lily quando se acomodou - Aqui é perfeito.
- E por que aqui? - Lucius perguntou, fingindo interesse.
- Porque aqui estamos bem no centro do cinema, onde a tela se ajusta de uma ponta a outra com um perfeito ângulo de visão - explicou Lily, com um brilho no olhar - E ainda o mais importante: Na fileira da frente tem dois casais sentados e um lugar vago entre eles. Poucas pessoas vão ao cinema sozinhas, sendo assim, ninguém vai ocupar esse lugar. Então eu poderei assistir tudo sem problemas.
- Hm... Querida... Mas tem uma cabeçorra na minha frente... - disse Lucius, um pouco contrariado.
- Shh! Fala baixo!
- Por quê? O filme nem começou! - continuou Lucius, em voz alta.
- Eu sei, mas tem que falar baixo, para não quebrar o clima de suspense e criar expectativa sobre a história.
Lucius revirou os olhos. Que hobbie mais patético! Decidiu apimentar o encontro. Afinal, estavam no cinema, o "clima de suspense" e o escurinho eram propícios para namorados.
- Você sabe que tem outras formas de se divertir no cinema, Lily? - ele perguntou, assim que as luzes se apagaram, colocando a mão em seu ombro e se aproximando - Aprendi na capital e posso te mos...
- Vai começar! - Lily afastou as costas do assento, sentando-se na ponta da poltrona e fazendo Lucius quase arrancar os cabelos de raiva - Eu adoro essa parte... A luz vai se apagando devagar, e o mundo lá fora vai se apagando, devagar. Os nossos olhos vão se abrindo e daqui a pouco nem vamos lembrar que estamos aqui.
A tela acendeu e apareceu uma contagem regressiva de oito segundos.
- Mas... O filme é em preto e branco? - Lucius perguntou, indignado - Como pode? Nem pra ser colorido...
- Eu gosto - retorquiu Lily - Acho bonito.
- E o filme é sobre o quê mesmo?
- É comédia romântica com aventura. - Lily respondeu, com entusiasmo - Primeiro, tem o mocinho, que é muito esperto, mas um pouco convencido, que nunca se apaixonou na vida até conhecer a mocinha. - simultaneamente, apareceu na tela, em letras garrafais: "ESTRELANDO: JAMES POTTER..." - Tem a mocinha que parece uma moça delicada, mas na verdade é tão esperta quanto o mocinho e muito brava também. - simultaneamente, apareceu na tela, em letras garrafais: "... e LILY EVANS". No começo, ela implica com o mocinho, mas depois eles se acertam.
- Fascinante. - Lucius bocejou.
- Em seguida tem um vilão. Na verdade, são dois vilões. Um que quer matar o mocinho para ficar com a mocinha - o nome "LUCIUS MALFOY" apareceu na tela juntamente com "RODOLPHUS LESTRANGE" - O outro só quer matar o mocinho por um mal entendido.
- E eles conseguem? - Lucius perguntou, esperançoso de que não fosse um filme muito meloso.
- Claro que não! - Lily se indignou - Onde já se viu uma comédia romântica e aventura sem um final feliz? Além do mais, o mocinho é muito esperto e conta ainda com a ajuda de dois amigos. Bem, um deles coloca o mocinho na maior confusão, mas o outro tenta ajudar a todo o custo - apareceram na tela os nomes "SIRIUS BLACK e REMUS LUPIN" - E tem outros personagens que têm a sua importância para a história, apesar de na verdade não serem tão importantes assim. E que vão terminar tão bem quanto o mocinho e a mocinha, ou muito mal, conforme eles ajudem no romance.
Na tela apareceram ainda os nomes "BELLATRIX LESTRANGE, PETER PETTIGREW, NARCISSA BLACK" e as participações especiais: "SEVERUS SNAPE, FRANK E ALICE LONGBOTTOM".
- Você já viu o filme?
- Não, mas é sempre assim.
- Se é sempre assim, por que estamos assistindo? - perguntou Lucius, irritado por pensar que está perdendo tempo.
- Porque o importante não é o que acontece, é como acontece. - disse Lily - Vamos conhecer novas pessoas e seus problemas, que só elas podem resolver. Toda a ação, o cenário, onde acontece... Cada fala, cada detalhe... Quando e como acontece...
- Que... - ele ia dizer idiotice, mas afinal, ela era sua noiva, então mordeu a língua - interessante.
- Agora, vamos prestar atenção. O filme vai começar - finalmente, ela apoiou as costas outra vez na poltrona, sem tirar os olhos da tela, enquanto Lucius resmungava consigo mesmo: "é só até o casamento".




James Potter dirigia por uma estrada poeirenta, enquanto seus amigos trabalhavam na divulgação do evento.
- VENHAM TODOS! - era a voz de Sirius Black, magicamente ampliada pela varinha - VENHAM! VOCÊ ESTÁ DOENTE? FRACO? SUA ESPOSA RECLAMA DE SEU DESEMPENHO COMO MARIDO?
- TEMOS AQUI A SOLUÇÃO PARA TODOS OS SEUS PROBLEMAS! - era a voz de Remus Lupin, também ampliada pela varinha.
Tiago parou o carro e se juntou aos seus amigos. Logo, os três exibiram frascos transparentes com um líquido branco.
- Para dor de cabeça!
- Para caduquice!
- Para a falta de virilidade!
- Este tônico, trazido até vocês pelos três gênios marotos da ciência, - começou Sirius - à base de mastruz com leite e óleo de mamona é a solução!
- Como é que vocês me convenceram a participar mesmo? - cochichou Lupin para James.
- Simples. - ele cochichou de volta - Contraímos dívidas com os barões do cassino do Beco Diagonal, que nos juraram de morte por termos roubado no jogo.
- Me ajudem aqui, vocês dois - Sirius empurrou James e puxou Remus pelo braço - Vejam, vejam este rapaz! Deram a ele seis meses de vida!
- Me deram seis horas, na verdade... - Remus murmurou de modo que apenas Sirius ouvisse.
- E está aqui, vivo! - continuou James - Gozando de plena saúde!
- Ele não parece muito saudável - uma jovem loira se pronunciou da platéia - É muito pálido...
- Porque ele terminou o tratamento há pouquíssimo tempo! - retorquiu Sirius, quase jogando um frasco na cabeça da loira - Mas garanto que saúde não lhe falta! Força de um lobo, pulmões de espantar qualquer um, além de gozar de plena virilidade, segundo os relatos das garotas...
- Não faça esse tipo de propaganda, Sirius... - Lupin corou. A jovem loira sorriu, maliciosa.
As vendas foram um sucesso. Ao meio-dia, os marotos já haviam vendido praticamente todo o estoque de remédios.
Naquela tarde, após contarem os lucros das vendas, os três marotos descansaram em sua improvisada moradia. Ela consistia em duas barracas e uma rede amarrada entre a caminhonete e a haste de uma das barracas.
James aproveitava a rede para olhar o céu de forma sonhadora. Dava pra ouvir os roncos de Remus vindo do interior de uma barraca, enquanto Sirius preferiu estender uma toalha no chão e permanecer na grama.
- Fala sério, Pontas - disse ele - não há nada melhor que a vida de andarilho.
- Acho que seria melhor se não estivéssemos mesmo jurados de morte - replicou James - Além do mais, ainda temos que lidar com o problema do Remus.
- Eu sei, eu sei. Mas Remus tem o nosso famoso tônico, que ajuda a melhorar sua saúde e outras qualidades de uso extremamente importante para as mulheres.
- Ah, claro. - era Remus, saindo da barraca com o cabelo bagunçado, ainda sonolento - Água com gás misturada com leite de magnésia ajuda muito. Aliás, já que tivemos boas vendas, devíamos sair logo dessa cidade antes que venham as reclamações...
- Você tem razão, Aluado - disse James, sem se levantar - Da última vez quiseram nos queimar vivos...
- Mas isso foi culpa sua, Pontas - Sirius respondeu, irônico - Foi você quem se transformou de cervo para humano na frente daquela mulher, sem saber que ela era a maior fofoqueira da cidade. Óbvio que ela ia descobrir que éramos nós os animais a quem deviam entregar toda a colheita em sacrifício...
- Eles iam colocar flores na minha cabeça... - James se defendeu, exasperado - FLORES!
- Não na sua cabeça, em seus chifres... - Lupin observou e Sirius começou a rir.
James ia responder, mas foi interrompido pela mesma jovem loira que estava na apresentação que fizeram pela manhã. Ela segurava um frasco vazio, e logo o jogou em um balde colocado ali perto.
- Essa porcaria não funciona - disse ela - Meu namorado tomou tudo num único gole e o único efeito que fez foi diarréia.
- Blasfêmia! - gritaram Sirius e James. Remus se sentiu constrangido.
- Blasfêmia é a propaganda enganosa que vocês fizeram, quero meu dinheiro de volta. - ela continuou, olhando para as barracas improvisadas.
- Lamento, sem devoluções - disse Remus, tentando agir diplomaticamente - Todo o dinheiro arrecadado é automaticamente depositado no fundo de assistência a crianças carentes Marotos e Cia.
- Então... - ela contornou Remus, analisando-o de cima a baixo - Se não tiver outra alternativa, terei de chamar os aurores...
Sirius e James se entreolharam.
- Deve estar havendo algum engano. - disse Sirius - Será que seu namorado não está com algum olho gordo? Olha, nosso remédio é milagroso, mas não combate macumbas.
- Ou será que ele tomou tudo de uma vez e ainda não digeriu? - disse James - O efeito pode aparecer só à noite...
- Já entendi. - disse a loira, diante dos três parados em fila e analisando-os - Vocês são trambiqueiros. E não adianta tentarem me enrolar. Quero meu dinheiro ou falo direto com as autoridades.
- Moça, - James começou - já falamos que não há devolução. Não é porque seu namorado é imune ao remédio que ele seja ineficaz. O Remus aqui é testemunha.
- O que podemos fazer é recompensar de alguma forma mais satisfatória - Sirius falou, empurrando Remus não muito delicadamente para perto da jovem.
- Re-Remus Lupin, ao seu dispor. - ele se apresentou, sem graça.
- Narcissa Black, prazer - ela respondeu sorrindo e mostrando todos os dentes.
- Ah, bem... Então... - Remus falava, recuando alguns passos, ao mesmo tempo em que Narcissa avançava para ele devagar - o que posso fazer para recompensar o seu prejuízo?
- Por que não me mostra a sua barraca? - ela perguntou, tentando alcançar o rosto dele com a mão - Parece tão pequena, mas muito aconchegante...
James e Sirius observaram os dois sumirem barraca adentro. Para sufocar o barulho feito pelo casal, os amigos começaram a conversar.
- Por que empurrou a garota para o Remus? - James perguntou - Pensei que fosse ficar com ela.
- Não percebeu o sobrenome dela? - disse Sirius, ao que James confirmou - É minha prima, ainda bem que não me reconheceu. Além do mais, a Narcissa sempre pareceu uma veela... Loira demais. E ela estava de olho no Remus desde que chegamos. Você podia ter ficado com ela também, faz tempo que não te vejo com mulher. Não mudou de time, não é?
- Não é isso, idiota. - James respondeu, enquanto Sirius ria - É só que... Você pode continuar rindo, mas estou definitivamente apaixonado.
- Ah, não... Essa história de novo... - Sirius virou os olhos, abanando a cabeça em tom negativo - Você sonhou de novo?
- Sonhei... - James respondeu, suspirando longamente - Sabe, lá estava eu, ainda nos meus tempos de criança, deitado na grama e admirando as estrelas... Quando eu vi!
- Um zepelim. - completou Sirius, entediado.
- Enorme! Daí eu comecei a correr feito tonto atrás dele. - James manteve um olhar perdido, como quem procura algo no horizonte - Coisa de menino. Aliás, que invenção trouxa interessante!
- Continue. - pediu Sirius.
- Daí, o zepelim chegou a uma cidade pequena, que mais parecia um ovo! Pousou e quando eu o alcancei, a vi.
- A ruiva - Sirius revirou os olhos.
- Não era uma simples ruiva, claro. Era a minha ruiva. Nessa parte do sonho, eu já estava como sou hoje.
- Feio assim? - desdenhou Sirius.
- Te manca, Sirius. - James se irritou pelo amigo ter quebrado o "clima" da narrativa - Como ia dizendo... Era a ruivinha mais formosa que já vi. Tinha os olhos verdes e também...
- Lírios nos cabelos e blá-blá-blá. - Sirius interrompeu, deitando na rede em que James estava - Você tem sonhado com ela quase todo o dia, Pontas! Pelo menos nesse sonho mudou alguma coisa? Teve algum progresso?
- Bem... Ela finalmente me viu. Ia pegar na minha mão e dizer seu nome... E... Eu acordei. - finalizou, encolhendo os ombros e suspirando, desapontado.
- Meu caro Pontas, - Sirius se levantou, encarando o amigo com uma expressão séria e preocupada - isso é falta de mulher!
- Não é simples assim. Esse problema é fácil de resolver, mas...
- James Potter, você se apaixonou por um sonho? - Sirius o encarava, incrédulo.
James deu de ombros, não queria prolongar aquela história. Narcissa saiu da barraca de Remus cantarolando.
- Estou levando mais um frasco, pra garantir. - disse, mostrando uma garrafa cheia do tônico para os dois - Se não funcionar, eu volto...
Assim que ela se afastou, Remus colocou a cabeça pra fora.
- Ela já foi?
- Que foi? - Sirius perguntou, olhando enviesado - Não agüenta o tranco?
- Não é isso... - Remus parecia cansado - Ela é... Bonita, sensual, só que... Parece uma veela...
- Loira demais - disseram os três ao mesmo tempo.
Apareceram outras duas clientes, com frascos vazios na mão e com rostos nem um pouco satisfeitos. Sirius rapidamente empurrou Remus para a barraca.
- Descansa um pouco, Aluado. Deixa que a gente cuide delas. James?
- Bem... Eu quero a minha ruiva, mas não estou morto.




Em mais um fim de tarde, Lilysbela estava no cinema acompanhada por seu noivo. Era um filme de terror, e o Dr. Jeckil tinha em suas mãos dois frascos.
- O trabalho de toda uma vida - disse ele. - De um lado, o elixir da vida. - A câmera mostrou um frasco - E do outro, a gangrena da morte. - A câmera mostrou o outro frasco, ampliando a imagem logo em seguida - O Bem e o Mal. Dois reis inimigos que habitam o interior do homem. - ele misturou o conteúdo de ambos os frascos em um só e o pegou - Que vença o melhor! - exclamou, erguendo o frasco de forma dramática e ingerindo todo o líquido em seguida.
De repente, ele começou a sufocar. Lily se agarrou a Lucius, aterrorizada. O Dr. Jeckil se levantou completamente transformado numa fera. Olhou transtornado para os frascos e tentou de alguma forma fazer um antídoto.
- Isso por acaso é alguma imitação trouxa de lobisomem? - perguntou Lucius, quebrando o clima de tensão da cena.
- Claro que não - disse Lily, sem se alterar e voltando para a posição normal - Os trouxas sabem que os lobisomens só aparecem em noite de lua cheia, apesar de acreditarem que é apenas uma lenda. Ele sofreu uma mutação.
Lucius riu com desdém, enquanto a cena prosseguiu. A porta do laboratório se abriu e a secretária-grande-amor-da-vida-do-doutor entrou em cena. Ela viu a fera e começou a gritar, em choque. "Será que o coração do Dr. Jeckil se tornou tão sórdido quanto sua aparência? - ouviu-se a voz do locutor, mostrando Jeckil se aproximar rapidamente da jovem - Será que ele vai matar sua amada? Não percam o próximo episódio de 'As metamorfoses da alma'".
As luzes se acenderam e as pessoas começaram a sair. Lily ainda estava atordoada.
- Esses filmes são muito emocionantes. Pena que só vai passar amanhã.
- Por que diabos não passam tudo de uma vez? Parece aquelas novelas mexicanas que são exibidas na TV, não que eu assista, claro. É uma invenção trouxa repulsiva que só serve para sugar o cérebro...
- O jeito é esperar... - Lily suspirou, resignada - Mas com certeza termina em beijo.
- Todo filme termina em beijo, minha querida. - Lucius se aproximou perigosamente de Lily - E por falar nisso...
- Não é em todo filme. - Lily respondeu, se levantando. Lucius a seguindo desgostoso - Quando é comédia, acaba em briga.
Lucius revirou os olhos, irritado. Não via a hora do seu casamento e faltava mais ou menos um mês...




- Narcissa, dá licença que a gente não tem o dia todo - Sirius reclamou com a prima, colocando uma caixa de qualquer jeito dentro da caminhonete.
- Cadê ele? - Narcissa perguntou.
- O Remus? - foi James quem respondeu, carregando mais uma caixa.
- Você é que não é, quatro olhos - replicou ela, cruzando os braços.
- Ah, bem... Como você foi muito grosseira, eu acho que não vou responder. - James imitou a voz dela, cruzando os braços após entregar a caixa para Sirius.
- Ora, seu...
- James, liga o carro. - era Sirius, descendo do carro e passando pela prima como se ela não estivesse ali - Vou só chamar o Remus e vamos embora.
James obedeceu, enquanto Narcissa ficou sem saber para onde ir. Depois, Remus chegou com mais duas caixas.
- Ah, oi Narcissa... - ele cumprimentou, sem jeito.
- Remus... Aluadinho... - ela começou a rodeá-lo. Sirius subiu no carro, ao lado de James, ambos rindo - Você tem que ir hoje? Por que você não fica?
- Er... Sabe como é, querida... - Remus subiu na boléia - Aqui não é o meu lugar.
- Então me leva com você, não me deixa aqui... - Narcissa pegou a mão de Remus, quando James deu a partida e o carro começou a andar - Aqui é o fim do mundo, não consigo mais ficar longe de você!
- Narcissa, a minha mão, por favor... - Remus tinha uma certa urgência de largar a mão da jovem, quando o carro começou a pegar velocidade - Minha querida, não daria certo. Saiba apenas que você vai comigo, no meu coração.
Narcissa, que praticamente corria, largou a mão de Remus, para alívio deste, e acompanhou a caminhonete até que ela sumisse de vista. Bateu o pé no chão de raiva.
Enquanto isso, na estrada, Remus abriu a cortina que separa os dois bancos do carro e a boléia da caminhonete.
- Ufa... Eu disse que deveríamos ter saído o quanto antes... Ela foi reclamar comigo três vezes!
- Me diz uma coisa, Aluado. - James perguntou - Que papo brabo é esse de "você vai comigo em meu coração?"
- Ela ia arrancar meu braço inteiro se eu não dissesse isso - Remus se defendeu.
- Em todo o caso, não sei se adiantou. - disse Sirius - Narcissa não desiste tão fácil quando gosta de alguém. E se pegou no seu pé, se prepara.
- Se primeiro ela me achar...
- E por falar nisso, para onde vamos agora? - James perguntou, de olho na estrada.
- Não é para onde, é o que vamos fazer. - disse Remus - O que tem em mente, Almofadinhas?
- Bem... - Sirius examinou um mapa - Vamos despistar indo para o Oeste, que tal?
- E depois? - perguntou James, interessado.
- Depois - Sirius sorriu, zombeteiro - O que vocês acham de atuar em uma peça teatral?

¹NA: Segundo fontes fidedignas, não existem templos e/ou capelas na wicca. Porém, estou usando o termo "capela" devido ao enredo do filme, no qual apresenta uma igreja. Como achei que seria muito forçado bruxos se casarem em igreja cristã, coloquei como referência um altar wicca, localizado em um pequeno cômodo, o qual apelidaram de capela.

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