Timer Wars escrita por anonimo


Capítulo 1
Canibalesco-faminto




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Meu dia começou como qualquer manhã de sexta-feira.

Os estudantes saíam das escolas ansiosos pelo final de semana e corriam pelas ruas cinzentas da cidade que se estendia até onde a vista podia alcançar.

Espreguicei-me discretamente para não chamar a atenção de um ocasional vizinho curioso que espiasse pela janela, iria ser um escândalo se alguém descobrisse que havia uma menina dormindo em um telhado. – Não que eu visse algum problema nisso. – e que ás vezes esgueirava-se pela cozinha para pegar um pedaço daquele doce congelado que ninguém fazia questão de comer. Na cidade as pessoas não olham mais para os céus, estão presos na terra pelas correntes do trabalho e dever, e se esquecem de serem felizes. Talvez só poucas pessoas consigam conciliar os dois.

Enfim, sextas são excelentes dias para pessoas extravagantes como eu saírem para dar uma volta, salto silenciosamente do telhado para o beco e dou de cara com uma cena comum; um moleque grande prestes a bater em um moleque menor. Eu não pretendia fazer nada, um homem tem que saber se defender, mas aí o moleque grande chamou mais dois comparsas e a coisa ficou feia.

A coisa vai ficar realmente muito feia, um idiota que anda com mais idiotas para se sentir um idiota forte não passa de um idiota. (sentiu a filosofia?) Andei na ponta do pé até ficar atrás do líder idiota.

– Ei, idiota! – sorri sutilmente quando ele se virou vermelho de raiva.

– Quem é idiota?!

– Ninguém, mas se a carapuça serviu... – um dos capangas começou a rir e o outro deu um tapa nas costas dele.

– Que princesinha atrevida. – ele se aproximou me encurralando na parede. – O que acha da gente faz...– antes de encostar em mim, chutei bem no meio das pernas. Ele se encolheu e aproveitei a oportunidade para me posicionar, e numa mistura muito louca de capoeira e karatê. Chutei a cabeça do idiota número 2 que caiu em cima do idiota número 3, o número 1 se recuperava do ataque anterior e avançava para cima. Daí, nesse momento me lembrei de um anime e dei um duplo chute estilo L do Death Note e ele caiu inconsciente.

Daí percebi que o garoto bullynado burro ainda estava paralisado me olhando, segurei a vontade de dar uns tapas para acordar o moleque e me virei para sair do beco, mas antes o garoto segurou a manga da minha blusa.

– Moça, obrigado... eu... – ele disse moça? Eu só tinha alguns centímetros a mais que ele!

– O que foi? – dirigi meu melhor olhar de desprezo para ele não perceber que eu estava contente por ele ter agradecido, corei levemente. Ele pegou um envelope e entregou para mim, depois saiu correndo desesperadamente, abri o envelope e dentro dele havia um passaporte e um crachá que não tive o menor interesse de ler. Meus olhos só focalizavam o preço no verso. Saí correndo atrás do garoto.

– CINCO MIL REAIS?! SABE O QUE EU FAÇO COM CINCO MIL REAIS?! SABE QUANTAS MAÇÃS DÁ PRA COMPRAR COM CINCO MIL REAIS?! MUITAS MAÇÃS!! – as pessoas na rua me olhavam com cara de espanto, uma criança apontou para mim e disse para a mãe.

– Mãe, olha!

– Não fique olhando, vem pra cá filhinha!

Virei a esquina e encontrei o garoto entrando em uma limusine, cara, se ele tinha dinheiro por quê ele não contratava um guarda-costas?! - Ricos malditos. – corri e me sentei em cima da limusine, dane-se o mundo, quando esse almofadinha sair do carro vou dar uns sopapos nele.

“Quando cheguei no aeroporto o motorista freou de repente me fazendo bater a cabeça no banco da frente e pude escutar alguma coisa rolando em cima da limusine, quando meus olhos voltaram a focalizar pude ver uma pessoa caída no vidro”

Eu estava de cabeça para baixo ; cabeça no para-choque e pernas no vidro. Pouco depois o menino de óculos saiu do carro e me olhava um tanto admirado, alguns curiosos se amontoavam ao redor então levantei e fui para dentro do aeroporto com o garoto ao meu lado.

– Oi, meu nome é Ryu. – ele estendeu a mão.

– Meu nome é Jane. – receosamente apertei a mão, ele deu uma risada musical daquelas que você só vê em crianças. Talvez ele seja mesmo uma criança. – O que você tem na cabeça para gastar todo esse dinheiro nesse pedaço de papel?!

– Esse pedaço de papel é a entrada do melhor jogo do mundo! E se não correr a gente vai perder o voo... – Peguei Ryu , colquei nas costas e saí correndo loucamente, nós entramos sem problemas mas eu estranhei que não havia detectores de metal. Já no avião as aeromoças entraram na cabine e o avião decolou sem aviso, eu é claro que me agarrei na poltrona com unhas e dentes, o garoto parecia tão surpreso quanto eu. Com tudo mais calmo resolvi puxar uma conversa.

– Ei, como conseguiu outra passagem tão rápido?

– Pedi para meu pai encomendar quando estava no carro, ele deve estar pagando agora mesmo. – ricos malditos, e eu economizando até para almoçar. Levantei para chamar a atenção da aeromoça e acabei batendo a cabeça no bagageiro, ele era meio grande para um bagageiro, talvez coubesse o Ryu lá dentro...

– Aonde estamos indo?

– Country Time

– E isso seria de comer? – ele esperou um pouco achando que era brincadeira, mas daí ele percebeu que eu realmente não fazia ideia do que era.

– Qual foi a última vez que entrou no facebook?

– O que é um facebook?

– ... -

– ... –

– De que planeta você veio? Estamos indo para Timer wars que é só o melhor jogo já inventado pelos asiáticos, um jogo de RPG que você pode controlar com o próprio corpo e se ganhar você pode realizar um pedido dentro do que é possível, claro, Country Time é a primeira parada do jogo, lá eles te examinam para ver se pode jogar ou se está usando hack etc.

– Uou, que viagem.. – o avião sacudiu, o suco que peguei emprestado caiu todo na minha blusa e Ryu quase é arremessado da cadeira.

– Queridos passageiros estamos passando por uma turbulência. – valeu por avisar depois de quase todo mundo morrer, essas aeromoças são muito estranhas, fiquei ainda mais alarmada quando ouvi bem baixinho uma delas sussurrar Welcome to the hell airlines.

Um grito agudo tomou conta do avião.

– A meu deus! RATOS! – a mulher no banco da frente entrava em desespero. De repente a ideia de entrar no bagageiro não pereceu tão idiota, joguei Ryu lá dentro e entrei deixando uma fresta aberta. Ratos, quem teve a ideia de colocar ratos no avião?! Da fresta pude ver que alguns dos outros passageiros se esconderam no bagageiro.

– Queridos passageiros, parece que um intruso se escondeu no avião há há há há . – seguido do aviso das aerodemônios um cara esquisito engatinhou até aonde nós estávamos, ele usava um terno preto e eu não conseguia ver o rosto, tudo que eu via era uma careca branca.

– SLENDERMAN! SLENDERMAN! ESTAMOS PERDIDOS! – Ryu estava muito assustado, a vá, o slenderman não dá tanto medo assim, dei o melhor sorriso fell like a Jeff e ele sumiu. Os gritos cessaram e senti o avião aterrissar. Saí temerosamente do esconderijo esperando alguma coisa pular em cima de mim, e no meio do apocalipse as três malucas grudavam adesivos amarelos nas pessoas em estado catatônico no chão e a contragosto deram adesivos vermelhos para os “sobreviventes”.

~//~

Ao chegarmos a terra firme homens e mulheres de jaleco branco aguardavam a nossa chegada, depois de alguns exames de vista entramos em uma sala espaçosa e vários coisinhos parecidos com o pomo de ouro do Harry Potter sobrevoavam nossas cabeças, daí percebi que os coisinhos tinham um olho, ou melhor, eram um olho voador. Um em particular desceu até ficar na altura dos meus olhos e uma espácie de mensagem de texto apareceu debaixo dele.

#Tire o casaco#

Um detalhe sobre meu casaco é que tem absolutamente de tudo dentro dele, me separar do meu companheiro de vida era quase um crime. Tirei e dois coisos tentaram levantar mas pelo visto era bastante pesado e depois de quase todos os coisos da sala segurarem em um ponto do casaco finalmente levaram para o raio X. Demorei para entender o porquê da cara de espanto de Ryu que me media.

– Jane, você é bem mais feminina do que eu pensava. – daí caiu a ficha.

– Você esperava o quê?

– Sei lá, uns músculos quem sabe? – controlei meu desejo assassino de estrangulá-lo. Alguns médicos olhavam para meus exames e chamavam outros para ver até que tinha um amontoado deles em cima do papel, dei graças a deus quando um loiro entrou correndo no último portão que separava a realidade do jogo e por uma questão de segurança entrei junto também. Algo me dizia que meus exames iam dar problema, lembrei do meu casaco e voltei correndo pegá-lo para fugir de novo em seguida.


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo entramos em um mundo completamente maluco.
Se não tiver reviews Jeff não vai gostar.