Prostituta Do Governo escrita por Leticia, Lari Rezende


Capítulo 34
Sozinha no mundo


Notas iniciais do capítulo

Por favor, perdoem-me por esse capítulo!
Eu ainda não o superei :/
A música "So far away - Avengend sevenfold" é perfeita pra esse capítulo. Quem quiser ler ouvindo-a, e depois ler a tradução vai entender :/
Boa leitura :3



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Os dias foram passando lentamente. Pedro continuava no mesmo estado de antes, sem algum progresso ou regresso. Certa manha, Douglas me levou ao Banco e abriu uma conta bancária para mim. Todo mês ele depositava nessa conta o dinheiro que mandava para Pedro. Depois disso não vi mais Douglas e nem mais ninguém da família dele. Eu continuei morando no apartamento de Pedro, mas passava mais o meu tempo no hospital ao lado de dele.
Numa manhã de céu rosado eu levantei cansada.
O apartamento estava bem organizado e limpo.
Levantei da cama e fui direto para a sacada do prédio.
Fumei um cigarro lentamente, tomei um rápido banho, coloquei roupas decentes e sai pelas ruas.
Entrei em uma livraria e comprei a nova edição do livro que Pedro gostava, comprei um jornal do dia com as noticias atualizadas e voltei para o apartamento.
Eu não deixaria Pedro perder um dia de sua vida enquanto estava deitado naquela cama.
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***


1 ano depois

O apartamento estava lotado de jornais, livros novos e CDs das bandas preferidas de Pedro.
Enquanto Pedro dormia naquela cama o mundo aqui fora continuava a girar e a evoluir, e eu tentava acompanhar essa evolução para que quando ele acordasse não perdesse nada de quando ainda dormia.
Meu aniversario de 18 anos eu passei ao lado dele comendo uma fatia de bolo de chocolate que eu comprei no refeitório do hospital.
Vi Lia poucas vezes e a vontade que eu tinha de voltar para casa foi se acabando aos poucos.
Os médicos achavam que Pedro era um caso impossível, mas eu acreditava firmemente que ele iria acordar a qualquer momento e que eu daria uma chance para nos dois e nos seriamos muito felizes um ao lado do outro.
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****

2 anos depois

Mais dois anos haviam se passado e nada de Pedro reagir, nada dele mover um músculo, nada dele dar algum sinal de vida. Ele simplesmente continuava deitado naquela cama perdendo mais anos de sua vida. E eu continuava a comprar jornais atuais, livros novos do autor preferido dele e os CDs que eu tinha certeza que ele ia gostar.
Numa tarde fui ate a loja de pintura e comprei tintas novas, alguns pincéis recém lançados e outras coisas a mais. Levei para o apartamento e guardei no quartinho separado para os quadros dele.
Eu sabia que ele iria querer voltar a pintar e as coisas que ele tinha guardado lá dentro já estavam mofados e não seriam de grande utilidade.
Eu passei meus aniversários de 19 e 20 anos sem muita originalidade, comendo um pedaço de bolo do refeitório do hospital, ao lado de Pedro.
Pedro estava em coma havia três anos. Três anos que pareceram três décadas. Mas naquele mesmo dia, no dia em que eu estava completando meus 20 anos de idade algo aconteceu na cama daquele hospital. Os médicos ficaram exaltados e eu fui retirada do quarto com muita urgência.
Escutei vagamente um dos médicos dizerem que ele estava sofrendo uma parada cardíaca.
Meu coração acelerava. Fechei meus olhos e pedi a Deus para que ele não levasse Pedro de mim, pois eu estava amando-o.
Durou cerca de 30 minutos até o medico sair do quarto com cara de derrotado. Ele olhou com os olhos tristes e tentou procurar um jeito de me falar.
–Como ele esta doutor? – perguntei eufórica.
–Desculpe – disse ele – tentamos, mas ele não conseguiu sobreviver.
Fiquei parada ali em estado de choque. Depois de três anos deitado naquela cama Pedro simplesmente morreu. Deixou-me ali mais uma vez sozinha no mundo.
Sozinha no mundo. Era assim que eu estava e era assim que eu me sentia.

Eu sempre estaria sozinha no mundo.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! O que acharam?



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