Hanna catarolou a música mais alto que o normal, talvez fosse esse o único meio que havia encontrado de abafar a discussão que estava tendo com Caleb. Era idiotice brigar por besteira, ela sabia disso mais do que ele, ainda mais brigar por causa de uma mensagem de texto idiota. Estavam saindo de um dos nossos encontros ás escuras na floresta, passando pela estreita estrada que levava até a ponte.

- Eu não posso acreditar, John? Hanna, o que é isso? - ele gritava furioso, desligando o rádio logo em seguida. Hanna fez uma careta, ele não deveria ficar tão nervoso apenas pelo amigo de Hanna ficar lhe dando algumas cantadas, ele deveria ter mais confiança na garota.

- Eu nunca reclamei de nenhuma das suas amigas. Porque diabos, logo agora com todos os nossos planos de fugirmos e sermos felizes, você quer brigar? - Ela não conseguiu conter a sua raiva, não entendia como ele podia apenas ver os erros dela e não se importar com os seus próprios erros. Assim, os dois começaram a discutir, almentando a voz cada vez mais. Caleb agitava os braços e olhava para ela, estava com o rosto vermelho e gritava, Hanna chorava.

A sua visão estava embassada pelas lágrimas, mas a ultima coisa que ela conseguiu ver foi um borrão de verde, marrom e depois um azul escuro, a ultima coisa que sentiu antes de cair na inconciencia foram os braços de Caleb a protegendo. Faltava ar para os seus pulmões, os vidros tinham se quebrado e pela falta do cinto de segurança, os dois tinham cortes na cabeça. O carro começou a encher de água e Hanna foi perdendo cada vez mais os seus sentidos, Caleb já estava inconsciente ao seu lado e ela apertou as suas mãos, e logo depois tudo ficou escuro.

[...]

" Hanna caia lentamente, escutava o bater de asas no alto, mas isso não impedia a sua lenta queda para o mar escuro. Ela apenas fechou os olhos, ela finalmente estaria com Caleb novamente. Ela podia ouvir a sua voz, “Hanna, acorde, é apenas um sonho. Eu estarei contigo, meu amor.” mas nada adiantava, ela queria apenas morrer e se unir a ele, onde quer que ele estivesse. O bater de asas tornou-se mais alto, como se estivesse cada vez mais perto, então ela começou a sentir o fogo correndo por suas veias, finalmente o seu fim estava chegando. Caiu no mar negro, foi levada pelas ondas até uma das pedras e seu corpo bateu contra a mesma, isso se repetiu algumas vezes até Hanna começar a sentir o gosto de sangue em sua boca.Então o anjo apareceu, pegando-a em seus braços e voando com ela para longe dali. Ela chorou, e o anjo também chorou. "

Hanna acordou do seu sonho e respirou ofegante. O cheiro de sangue pairava no ar, Hanna sabia disso pois o seu estômago tinha começado a embrulhar. Ela onde estava, no hospital. Abriu os olhos lentamente, a claridade do local dificultou a ação, sentiu uma pontada no braço e olhou em volta. Estava com várias agulhas espetadas em seus braços, em um pequeno sofá sua mãe, Mog, dormia. Hanna pode notar as olheiras arroxeadas em volta dos olhos da mãe, por quanto tempo ela estava inconsiente?

- Mãe? - chamou em voz alta. Mog despertou e olhou em volta, sem entender. Deu um pequeno sorriso fraco ao notar a filha ali acordada, suspirou aliviada. Estava mais feliz por não precisar pagar mais a conta cara do hospital do que ela filha, ou fardo como ela preferia chamar, estava viva. - Onde o Caleb está? Ele está bem? O que aconteceu?

Mog tentou não revirar os olhos para a filha, ela era mais tola do que a mulher imaginava. Tocou o bip para chamar a enfermeira enquanto se aproximava da cama e pegava na mão da filha.

- Você estava desacordada a três dias, querida. Sofreu um traumatismo crâniano e outras fraturas no crânio, deslocou uma perna e perdeu muito sangue por causa dos ferimentos causados pelos cacos de vidro. Quando Caleb te protegeu do baque, ele não resistiu... Eu sinto muito. - a maior mentira foram ditas nas duas ultimas palavras.Hanna chorou, tudo começou a escurecer. A ultima coisa que viu foi a imagem de Caleb.