“ Ficamos lá : Eu abraçada ao Felipe, Lorela com os olhos vidrados em não dois e Pedro observando cada movimento da minha família.”

-Não me sigam ou ela morre!

       POV Lorela.

    Desço as escadas e vejo meu pai folheando uma revista, sentado na mesa da cozinha e tomando uma xícara de café. Dou um beijo estalado em sua bochecha e me sento ao seu lado. Ele se levanta, pega uma xícara no armário e põe na minha frente:

  -Sirva-se.

     Eu pego a garrafa de café e quando ia colocar percebo um conteúdo dentro xícara. Uma caixa pequena. Pego a caixa e abro. A caixa possui uma pulseira de ouro com o meu nome gravado.

  -É linda, pai, obrigada!

  -Parabéns, minha filha.

       Sim, hoje era o meu aniversário de 15 anos! Me sinto mal por não ter mãe, mas meu pai, Pedro, sempre me ajudou no que precisei e foi perfeito. Claro que eu não pude e nem quis fazer AQUELA festa... Vou apenas chamar alguns amigos em casa e vamos alugar uns filmes.

     POV Mirela.

    Hoje fazem dez anos que Pedro tirou minha filha de mim e desde este dia eu a procuro em cada canto possível, contratei detetives, fui a cemitérios, orfanatos... Enfim. Nada. Nenhum sinal de Pedro. Se não tivesse Felipe comigo acho que não suportaria essa dor.

    Se minha filha estiver morta, seguirei minha vida, mas não ficarei em paz enquanto não tiver certeza deste fato. Acho que de alguns anos para cá minhas esperanças têm diminuído, e a cada dia tenho mais convicção de que Lorela está morta.

    Não se pode confiar em alguém como Pedro.