P.O.V- Lizzie

Ah, como eu amo essa época de bailes. Na minha antiga escola também era assim. As meninas ficavam loucas para ver se o menino que elas queriam iria pedir para dançar com elas, os meninos suando para pedir as meninas, umas patricinhas desesperadas para acharem o vestido perfeito... Bem divertido. Se você não participa, claro. Não vou um baile há três anos, desde de que o menino que eu gostava me trocou pela maior vadia da escola. Sim, senhoras e senhores, eu peguei TRAUMA de bailes. E não há ninguém que consiga me convencer do contrario

-Bom dia, flor do dia – Blaine me cutucou enquanto eu abria meu armário. Em suas mãos estavam nada mais nada menos do que um buquê de girassóis, minhas flores preferidas (como ele sabia?)

-Blainey! Aonde você achou esse buquê? – perguntei maravilhada, enquanto ele me estendia as flores.
-Floricultura, Lizey! Nunca ouviu falar, não?

Cheirei as flores umas mil vezes. Ah, como eu amava aquele cheiro.

-E descobrir que essas flores eram suas favoritas também não foi muito difícil – ele disse me apontando um caderno cinza. O meu diário!!!

- VOCÊ ROUBOU MEU DIARIO? – perguntei espantada

-Roubei nada, você esqueceu na noite em que foi dormir lá em casa.

- E você ficou com ele durante todo esse tempo???

- Uma semana e sim, só descobri que ele estava ali ontem – ele fez uma cara seria, aquela cara que ele só fazia quando estava dizendo a verdade e eu acreditava nele.

-Ta – digo pegando o diário de volta.

-E ai? Planos pro baile? – ele pergunta dando uma olhada em volta

-Se eu ao menos fosse – suspiro

-Como assim? – ele para tudo e me encara – você não vai?

-Não, ue ... – respondo assustada – posso?

-Claro que não! Você tem que ir! Você eh minha companhia de melhor amiga!!!!

-E o seu namorado?

-Trabalhando na Vogue.com. Serio, Liz, você PRECISA ir comigo.

Hell to the no.

-Não

-Me de um bom motivo para você não ir – Blaine me lançou um olhar desafiador

-Hm, suponho que não curto esse tipo de festa e não sei dançar estão fora de cogitação, certo? – respondo brincando

-Certo – ele entendeu a brincadeira, mas continua serio.

-Blaine, por favor, entenda que eu não quero ir. – digo fechando meu armário e me virando para andar para o corredor. Blaine eh claro me acompanha.

- Mas, Liz, você vai arrasar se for.

Ai, não, meu ponto fraco. Atenção.

-O que você quer dizer com isso?

-Pense: você tem olhos verdes, cabelos ruivos, uma pele maravilhosa, um corpo incrível, eh inteligente e bem-humorada. Só vai dar você nesse baile.

Se ele não fosse gay, eu juraria que ele estava dando em cima de mim.

-Ta, seu plano eh genial, mas não tenho par.

-E nem precisa. Eu, Blaine Devon Anderson, estarei orgulhosamente honrado em ser seu par – ele me da o braço e cochicha logo depois no meu ouvido – a menos que você não queira eh claro.

-Ok, você sugere que eu vá no baile com meu melhor amigo gay?

-Exato.

-Mas então como eu vou “arrasar” no baile?

-Facil. Seja uma vadia e roube os pares das outras – ele da uma picadinha de leve para mim

Ai, esse Blaine eh uma figura ... E um ótimo argumentador também.

P.O.V- MARLEY

Preciso trocar meus horários. Urgente. Todos os meus horários eu fazia com o Jake e agora a Kitty mudou todos os dela para poder ficar com ele. Ou seja, sim, eu estou observando tudo do mais novo casal do momento. Jakitty. Sim, já deram ate um nome para eles.

O pior não eh nem aquilo que você deve estar pensando. Você deve estar pensando que eu estou me lamentando por ter terminado o namoro e que agora ele está feliz com a Kitty. Bem, em parte eh verdade. Eu sempre estive chateada por terminar o namoro, sempre amei, amo, e continuarei amando o Jake, mas, poxa, eu terminei porque sabia que a Kitty gostava dele mais do que eu, e nós somos amigas. Fiz isso em nome da amizade e do amor.

Bem, diga isso para o Jake.

Toda vez que a Kitty está falando com ele, beijando ele, brincando com ele, fazendo tudo com ele, ele, ao invés de olhar para a Kitty, olha para mim. Me encara com uma expressão de saco cheio. Claro que eu não olho de volta.

Depois que termina a aula (mais que entediante) de Matemática, eu pego minhas coisas e vou para o auditório, já que agora tenho horário vago.

Quero tentar uma musica, do musical Wicked, pois acho que tudo o que eu estou precisando eh ser mais como a Elphaba e deixar meu amor ir embora.

P.O.V-KITTY

Nado do que eu faço adianta. Eu tento ser mais gentil, mais carinhosa, mais amorosa, mas nada. Tudo o que o Jake faz eh me culpar pelo termino do namoro dele com a Marley e tudo o que nós fazemos eh discutir. Ele concordou em ir ao baile comigo depois de uma semana de discussão. E ainda assim concordou de super má vontade, nem vai me buscar na minha casa, ele queria me encontrar na pista da escola mesmo, pra dançar só uma musica. Mais dois dias para eu convencer ele a nos encontrarmos na frente da escola.

E ainda como se não bastasse tem o Ryder me enchendo o saco, mandando flores,  cartas de admiração, mensagens pelo Facebook, Twitter ... E então eu me sinto pior ainda.

Depois do fim da aula de Matematica, vou para uma sala vazia, e começo a cantar. Poucos sabem, também, mas eu gosto de certos musicais. Ta, uns são gays demais e esses são detestáveis, mas tem uns, que conseguem transmitir seu sentimento.

Wicked eh um desses. Ok, se encaixa na categoria completamente gay porque todo gay que eu conheço tem uma fixação por esse musical impressionante. Acho que eh porque eh estrelado por duas mulheres e eles logo já chamam de divas.

Bom, mas o fato eh que essa peça consegue fazer isso em mim. Sempre me identifiquei com a bruxa boa, Glinda, porque sempre fui popular, bonita e todos sempre me amaram.

E agora mais ainda, quando fui rejeitada no amor ...

P.O.V – NARRADOR.

Marley começa a cantar a musica.

“Hands touch, eyes meet

Sudden silence, sudden heat

Hearts leap in a giddy whirl

He could be that boy

But I'm not that girl

Kitty

Don't dream too far

Don't lose sight of who you are

Don't remember that rush of joy

Marley e Kitty

He could be that boy

I'm not that girl

Marley

Ev'ry so often we long to steal

To the land of what-might-have-been

But that doesn't soften the ache we feel

Kitty

When reality sets back in

Blithe smile, lithe limb

She who's winsome, she wins him

Gold hair with a gentle curl

That's the girl he chose

And Heaven knows

I'm not that girl

Marley

Don't wish, don't start

Wishing only wounds the heart

I wasn't born for the rose and the pearl

Kitty e Marley

There's a girl I know

He loves her so

I'm not that girl”

A musica termina e as duas deixam a sala, tristes e deprimidas.

Mal elas sabem que um final de semana pode mudar tudo.