Eu estava em casa assistindo TV e ouço a campainha tocar:

–Didon... Didon.

Fui atender a porta, mas não havia ninguém, olho para o lado, olho para o outro e nada. Fecho a porta, mas percebo que há alguma coisa no chão do lado de fora. E vejo que é um buquê de flores coloridas e um cartão dentro dela.

Fiquei impressionada com aquilo por que nunca ninguém enviara flores e nem mesmo um cartão. O cartão tinha uma pequena frase:

–Lina, desde quando olhei pra você o seu olhar ficou na minha mente.

Olhei o nome de quem teria enviado essas flores tão lindas.

– Perdidamente apaixonado, Harry.

Meus olhos estavam arregalados e minha boca estava aberta, fiquei nisso durante uma hora por não acreditar naquilo tudo que estava acontecendo.

Nesse dia não parei de olhar as flores nem mesmo o cartão. Falei comigo mesma.

–Deus, será que Harry gosta realmente de mim?

Harry morava no mesmo bairro que eu, sempre que ele passava por mim, me olhava fixamente, eu até me olhava pensando que meu cabelo estava desarrumado ou até mesmo minha roupa se estava rasgada ou então se meus óculos estavam sujos ou coisa do tipo. Mas agora percebo que não era nada disso. Nunca tinha percebido, mas agora este sentimento o cerca.

Passando alguns dias, numa manhã como qualquer outra, espero o ônibus da escola. De repente alguém chega e percebo que é ele... Exatamente em pessoa e cabelo.

Fiquei paralisada feito uma boba ao ver aquele rosto sorridente com covinhas e aqueles olhos redondos verdes.

– Lina, gostou das flores? -Perguntou já sorrindo meio que envergonhado.

–Sim, simplesmente amei. -Responde olhando vidradamente pra ele.

–Posso te falar uma coisa? Perguntou Harry com o rosto vermelhinho.