Apollos Love escrita por FurryWorld101


Capítulo 9
Os olhos de Apolo


Notas iniciais do capítulo

Genteee, demorou, mas chegou!! Um novo capítulo prontinho pra vocês! Vou voltar a escrever a fanfic o/



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A noção de "Família" é algo estranho. Sempre nos remete à ideia de aconchego, de amor, de um por todos, e todos por um.

Eu nunca vi meu pai verdadeiro. Deuses gregos não são pais muito presentes, mas independentemente disso continuam sendo seus pais, e você não consegue evitar de encaixá-los no termo "Família", o que o leva a querer protegê-lo a qualquer custo.

Quero proteger meu pai. Quero proteger Poseidon. O problema é: como? O Oráculo não te dá essas respostas. Na verdade, Rachel não me deu resposta nenhuma, apenas um monte de perguntas que me fizeram chegar a uma conclusão que trouxe ainda mais perguntas e aflições.

Agora que eu sabia o que estava acontecendo e porque raptaram meu padrasto, não conseguia ficar parada. Precisava agir.

Rachel deve ter contado sua visão a Quíron, porque ele veio me procurar depois do café da manhã e disse que estava surpreso por eu já ter ganhado uma missão logo no meu primeiro dia de Acampamento.

– Vocês filhos de Poseidon não perdem tempo para se meter em encrencas, não é mesmo? - ele riu, acentuando alguns pés-de-galinha nos olhos, o que fazia com que ele parecesse simpático, apesar do corpo de cavalo imponente e um tanto intimidador.

Quíron me disse que eu poderia treinar normalmente, mas depois do almoço minha missão seria divulgada ao acampamento e os semi-deuses poderiam se voluntariar para fazer parte da minha equipe. Era uma boa hora para eu me socializar, pois seria difícil conseguir ajuda se ninguém me conhecesse. Pelo menos foi o que Quíron disse.

– Vou levá-la até a arena principal, lá você poderá conversar com semi-deuses muito hábeis e corajosos.

Simplesmente assenti e o segui. Quíron me levou até a área de treinamento onde ficava a parede de escalada impossível. Naquele exato momento uns quatro alunos disputavam para ver quem chegava primeiro. Alguns terremotos, chutes, pontapés e jatos de lava depois, três deles já estavam no chão e um único garoto subiu ao topo, vitorioso. Uma multidão assistia a tudo no pé da escalada, e aplaudiram o vencedor, gritando seu nome. Na verdade, era uma vencedora, Clarice, filha de Ares. Quíron andou em direção a um dos perdedores, que ainda se levantava do chão. Reconheci-o assim que se virou em nossa direção, aquele rosto perfeito… quer dizer, semi-perfeito. Era Daniel, filho de Apolo.

– Olá, Quíron! - e então ele reparou em mim - Oi, Cloé! Chegou a tempo de me ver apanhar de uma garota e perder a gincana. Que humilhação…

– Se fosse qualquer outra garota ela teria permissão para tirar sarro de você, mas essa garota que te derrubou é a Clarice, então ninguém pode julgá-lo - disse Quíron - Devia ter golpeado-a com mais força.

– Eu sei - disse Daniel, sem graça - Mas, apesar de ser filha de Ares, e apesar de ser a Clarice, ainda é uma menina, e eu nunca tentaria machucá-la seriamente.

Quíron revirou os olhos, como se dissesse "Filhos de Apolo, todos iguais." Igualmente derretidos para as damas, ele quis dizer.

– De qualquer forma, vi que você guiou nossa novata até a área do jantar ontem a noite, então já que o senhor é assim tão cavalheiro, poderia treinar a menina até a hora do almoço?

– Claro - disse Daniel, olhando em meus olhos e sorrindo - Seria um prazer.

E então eu descobri que o flerte estava em seu sangue. Nunca passei um tempo com um menino tão adorável, não que eu tenha passado tempo com menino algum ao longo de minha vida. Não que eu tenha passado qualquer tempo significativo com pessoas da minha idade.

Daniel chamou mais três pessoas de seu chalé para participar dos treinos, um menino grande e troncudo (ainda assim lindo), um mais baixinho (com um rosto perfeito) e uma menina delicada, porém ágil em combate (igualmente linda). Não era justo o modo como eles me faziam sentir ser a pessoa mais sem graça do mundo, com todos aqueles atributos físicos e habilidade em combate. Apesar de ter treinado duro em casa, nada havia me preparado para duelar com alguém que treinara duro em um local apropriado para treinos de semi-deuses. Ou seja, não ganhei nenhuma das lutas.

– Não desista, você até que está indo bem - disse Daniel, meio rindo, e eu sabia que era mentira.

– Ah, tá! Conta outra! - falei, enquanto tentava recuperar meu fôlego e me esquivar de seus punhos ao mesmo tempo - Estou quase morrendo aqui e você nem está suando!

– Não fale enquanto luta, novata! - disse o altão, Nicholas.

E ele tinha razão, porque perdi o foco e levei um belo chute na altura das coxas.

– Bom golpe, Dan! - exclamou Kelly, a menina linda - Se eu não soubesse que você está pegando leve com a menina, até diria que esse doeu.

Dan a encarou, zangado. "Não diga que estou pegando leve!", ele quis dizer. "Vai deixar a novata constrangida!"

Bem, eu estava constrangida. O garoto está pegando leve comigo e eu ainda estou apanhando feio. E o golpe doeu sim.

– Leve- me para algum lugar com água, um bebedouro, qualquer coisa! Preciso me recuperar! - exclamei, sem fôlego.

Eles me entregaram uma garrafa d'água e eu a entornei por cima de minha cabeça. Bem melhor, mas não era o suficiente. Fomos para a beira do lago, atravessando uma pequena trilha na floresta. Tirei os sapatos, molhei os pés. A água subiu pelo meu corpo, desafiando a gravidade, fortalecendo meus músculos fatigados. Como isso era bom!

Finalmente eu estava novinha em folha.

– Isso foi irado! - disse Josh, o baixinho. Bem, ele não era baixinho, mas tinha alguns centímetros a menos que Daniel, que devia ter cerca de 1,80, e o altão de quase dois metros não ajudava em nada.

– Tive uma ideia! - disse Kelly - Por que não lutamos com a novata em seu habitat natural? Ela pode permanecer com os pés na água e veremos no que isso vai dar!

Eu aceitei prontamente, e os outros três garotos também pareceram interessados. Kelly foi a primeira a me enfrentar. Chute, golpes, soco, soco, mais chutes. Todos impedidos pelo meu escudo d'água.

– HÁ!! - exclamei, e tentáculos de água agarraram Kelly pela cintura e a jogaram no lago.

– Aaaaaiiiii!!! A água está friiia!! - ela gritou poucos segundos depois, quando emergiu na superfície.

Os garotos ficaram animados e pulavam de excitação.

O próximo foi Josh, que consegui jogar na água levando um pouco mais de tempo. Nicholas conseguiu quebrar meu escudo uma vez, me acertando na barriga. Mas eu havia transformado minha barriga em água, sua mão afundou em mim enquanto sua boca formava um surpreso O, os olhos arregalados. E então - ZASH! SPLASH!! - ele estava na água também.

Olhei para meu corpo enquanto ele voltava ao normal. Nem eu sabia que podia fazer isso! O que a adrenalina de uma batalha não faz!

Voltei meus olhos para a frente e encarei meu último oponente, Daniel. Ele me media de cima a baixo.

– Grande volta por cima, novata. Você fica infinitamente mais forte quando usa seu elemento água. Vamos ver o que consegue fazer contra o fogo!

E então ele partiu para cima de mim, as mãos brilhando com labaredas incandescentes. Soco, soco, soco, soco. Meu escudo de água se evaporou, as mãos de Daniel continuavam ardendo em chamas. Esse era o poder do Sol, o poder de Apolo.

– Uhuuul, mostra pra ela, Dan! - Kelly torcia pelo seu meio-irmão, ao mesmo tempo que torcia seu cabelo molhado.

Daniel sorriu.

– Não me encare assim com esses olhinhos bonitos e desafiadores, novata! - disse ele, e partiu para mais uma dose de golpes.

Seu comentário me balançou. Não tive tempo de formar outro escudo, desviei, desviei, desviei por pouco… Daniel me acertou com um chute flamejante. Mas meu braço havia virado água, então - ZASH - a água evaporou, recuei com um grito de dor, Daniel arregalou os olhos, preocupado, e me segurou para eu não cair. Mas eu era água, então suas mãos se fecharam e não agarraram nada; eu caí para trás, ele caiu em cima de mim. Voou água do lago para tudo quanto é lado.

– Você está bem, novata?! - os outros semi-deuses exclamaram.

– Você está bem, Cloé?! - Daniel perguntou, erguendo os braços para se sustentar.

Não, não estava nada bem. Quer dizer, meu braço, já ossos e carne novamente, não doía nada. Mas Daniel estava praticamente em cima de mim, e ele era filho de Apolo, e nossos rostos estavam a centímetros de distância, e ele era filho de Apolo, e ele apoiou sua mão em minhas bochechas do rosto e afagou-as com o dedão, suavemente, fazendo carinho.

– Eu não te machiquei sério, machuquei? - ele mirou meus olhos, tentando descobrir se eu estava sofrendo de algum choque ou sei lá.

Os olhos de Apolo me encararam no rosto do filho dele, e tudo foi tão esquisito!!! Levantei depressa, balbuciando que estava bem, mas eu estava trôpega, envergonhada, confusa. Eu beijei o pai dele! Apolo não devia ter um filho tão lindo e encantador, onde Apolo estava agora?!

– Acho melhor levá-la para a enfermaria, ela parece mal - disse Kelly.

E assim fomos nós. Eu e os três filhos de Apolo.


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Notas finais do capítulo

Quem está ansioso/a para mais capítulos? Superei meu bloqueio criativo o/