Imortal escrita por Carola
_ Mas então, o que aconteceu para você vir parar aqui?
_ Aquela vez que eu tive uma suposta rejeição, Stephan te contou a história toda?
_ Não, ele só me disse que era muito sério.
_ Ah, então terei que te contar... – Eu disse enquanto pegava a minha roupa e colocava. – A Anne era perseguida por um bruxo mal que queria que ela juntasse a alma de um bruxo super poderoso que estava banido com a dele.
_ Em? Bruxos existem? – Lau ficou pasma.
_ É, pelo que parece, sim.
Ela ficou lá com a boca aberta.
_ Ta, mas ai esse bruxo mal, que se chama Carl, descobriu que se ele a matasse possuiria o poder de juntar almas banidas e por isso tentou matá-la. Anne se matou por isso.
_ Nossa, que história estranha Car...
_ E ai resumindo, eu tenho esse poder agora, e ele quer me matar.
_ Ta, e o que isso tem haver com o que aconteceu ontem?
_ Então, eu briguei com Steph ontem e fui pro vestiário com Jimmy. Fui lavar meu rosto e ele estava me esperando do lado de fora e do nada o tal Carl apareceu no vestiário e me enforcou. Eu nem sabia quem ele era, até ele dizer “Você está entendendo garotinha estúpida? É bom você não colocar ninguém no meu caminho e se entregar logo; Isso não é um jogo.” – Eu repeti as palavras exatamente do jeito que ele disse.
_ Poxa, você está correndo perigo mesmo Car!
_ E isso não é o pior... Antigamente um tal Jason seguia a Anne, e adivinha? Jimmy confessou que é o Jason. Mas disse que não quer me machucar.
_ Como é?
_ É, ele mentiu para mim.
_ E você acreditou nessa história de “não quero te machucar?” – Ela disse ironicamente.
_ Nem um pouco.
Stephan bateu na porta e nem esperou eu falar que já podia entrar.
_ E então, as senhoritas estão prontas?
_ Sim senhor.
_ Car, não está se esquecendo de nada não né?
_ Acho que não.
Saímos do quarto. Steph envolveu minha cintura com seu braço e fomos andando até a entrada principal do hospital.
Por sorte Lauren tinha ido ao hospital de carro, e por isso ela nos daria carona. Eu ia para casa, mas mesmo assim, tentaria convencer Steph a comprar seu terno, afinal, a formatura era no dia seguinte.
_ Obrigada amiga, depois a gente se vê. – Eu disse saindo do carro.
_ Precisando, você sabe meu número.
Steph e eu entramos em casa e assim que sentei no sofá, meu celular tocou; Era meu pai.
_ Ei filha, tudo bem?
_ Oi papai, aqui está tudo bem – Menti – E por ai?
_ Também. Sua mãe manda um beijo.
_ Manda outro para ela.
_ Então filha, nós estamos ligando para te avisar que amanhã iremos ao seu baile de formatura.
Eu quase pulei de felicidade quando ouvi aquilo.
_ Que maravilha! Quando vocês chegam?
_ Carol, ainda não sabemos. Talvez cheguemos hoje à noite ou amanha bem cedo. Provavelmente você estará dormindo.
Lembrei-me que não estava em casa, e sim na casa de Stephan; Meus pais não sabiam disso e eu não poderia contar-lhes. Eu ia ter que dar um jeito.
_ Tudo bem papai, mas me acorde quando chegarem.
_ Pode deixar filha. Beijo.
_ Beijo, amo você.
Desliguei o telefone e logo gritei:
_ Steph, meu pais vão vir!
_ Que ótimo, pequena.
_ Então, hoje eu vou precisar dormir na minha casa.
_ Mas...
_ Amor, eles não vão gostar de saber que eu estou morando aqui. – Eu disse enquanto segurava as bochechas de Stephan. – Preciso mesmo ir. E além do mais, eles não vão ficar muito tempo aqui, eles vivem trabalhando, esqueceu?
_ Tudo bem, se você acha que é seguro.
_ Então ta. Mas Steph, você esqueceu de que precisa comprar seu terno?
_ Ah, é mesmo. Vamos lá?
_ Vamos.
Eu achei que iríamos a pé, mas para minha surpresa, Stephan tinha um carro, e eu não sabia disso porque nunca o vi dirigindo.
_ Como você nunca me contou que tinha um carro? – Eu disse entrando no automóvel.
_ Andar é bom. – Ele deu uma risadinha.
_ Ah ta viu. – Revirei os olhos.
Fomos ao centro da cidade e achamos um terno que ficasse perfeito em Steph na primeira loja que entramos.
_ E ai, gostou?
_ Você está lindo!
Enquanto Steph foi pagar, fiquei andando entre os cabideiros e os provadores, e então vi alguém, e sem saber quem era, me aproximei.
_ Oi? – Fui procurando até que a pessoa parou de andar e se virou para mim.
_ Jason?
_ Oi Carollyne.
_ Você está me seguindo por algum acaso?
_ Indiretamente, sim.
_ Por quê?
_ Você ainda não entendeu que está correndo perigo né?
_ Entendi, mas eu tenho Steph para me proteger.
_ Ele sozinho não é capaz de te proteger e se proteger de Carl; E, automaticamente, vocês dois estão se colocando em risco.
_ Como assim?
_ A partir do momento que Stephan decidiu te proteger, se voltou contra Carl, e ele pode ser morto com um simples estalar de dedos, porque Stephan é um simples mortal que não pode lutar contra um bruxo.
_ E você pode me proteger?
_ Bom, eu não sou muito apto para enfrentar Carl, mas tenho mais chances de sobreviver que Stephan.
_ Por quê?
_ Eu sou um bruxo, esqueceu?
_ Você não me contou isso.
_ Você não me deu tempo de dizer. – Ele se aproximou de mim.
_ Não sei se posso confiar em você. – Eu parei sua aproximação com as mãos.
_ Eu não te contaria nada disso se não quisesse te proteger.
_ Mas isso pode ser uma armadilha, certo?
_ Eu...
_ Stephan está voltando, mais tarde você passa na minha casa e nós terminamos essa conversa.
_ Tudo bem.
Saí andando em direção de Stephan e nós seguimos em direção à saída da loja. Ao passar pela porta eu pude ver o olhar de Jason, e puder até ver um toque de sinceridade transbordando dele.
Voltei em silêncio, apenas pensando em tudo que Jason havia dito. Fazia lógica. Stephan também estava em perigo, e é claro que eu não queria que ninguém se machucasse por mim. E antes que isso acontecesse, eu me entregaria para Carl. Era o jeito mais fácil de não ferir ninguém. Mas eu precisava saber muito sobre Carl e dar um jeito de atraí-lo novamente, sem que ninguém soubesse, porque tentariam me impedir. A solução era conversar com Jason.
_ Car, o que foi?
_ An?
_ Você veio calada o tempo todo.
Stephan já estava estacionando o carro na garagem e eu nem tinha percebido.
_ Ah, eu estou um pouco cansada. Só isso. – Dei um sorrisinho falso pra disfarçar.
_ Nós temos que almoçar.
_ Ah, não estou com muita fome, podemos comer um sanduíche.
_ Tudo bem, eu faço um sanduíche natural.
_ Ta, enquanto você faz, eu vou ver uma televisão. Qualquer coisa pode me chamar. Estou ali no quarto, ok?
_ Ok.
Na verdade, eu acabei cochilando, e nem percebi que Stephan estava me chamando. Acho que ele ficou com dó de me acordar, e acabou deitando ao meu lado. Fui acordar, já eram umas seis horas da tarde.
_ Oi pequena!
_ Acho que dormi demais, né?
_ Um pouquinho. – Ele riu.
_ Preciso ir para cara.
_ Seu sanduíche está pronto tem muito tempo.
_ Ah, tudo bem. Eu vou comendo. E não vou levar tudo; Só o vestido, o pijama e as coisas da Pim.
_ Não quer ajuda?
_ Não, não precisa.
_ Mas é perigoso, já está escuro.
_ Amor, minha casa é logo ali na frente, não precisa se preocupar, e qualquer coisa, eu te ligo.
_ Promete?
_ Prometo. – Sorri.
Peguei a mochila, o sanduíche e as chaves, chamei Pim e fui em direção à porta. Virei-me para Steph e disse:
_ Ei, eu te amo, meu garoto.
_ Eu te amo mais, minha pequena.
Demos um selinho, e então enfrentei o vento gélido e revoltoso que soprava naquela noite fria. Em alguns minutos eu estaria em casa, e então teria as informações necessárias, que ironicamente, poderiam me levar ao encontro da morte.
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