Imortal escrita por Carola


Capítulo 2
A primeira mudança...




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_ Mas então, o que aconteceu para você vir parar aqui?

_ Aquela vez que eu tive uma suposta rejeição, Stephan te contou a história toda?

_ Não, ele só me disse que era muito sério.

_ Ah, então terei que te contar... – Eu disse enquanto pegava a minha roupa e colocava. – A Anne era perseguida por um bruxo mal que queria que ela juntasse a alma de um bruxo super poderoso que estava banido com a dele.

_ Em? Bruxos existem? – Lau ficou pasma.

_ É, pelo que parece, sim.

Ela ficou lá com a boca aberta.

_ Ta, mas ai esse bruxo mal, que se chama Carl, descobriu que se ele a matasse possuiria o poder de juntar almas banidas e por isso tentou matá-la. Anne se matou por isso.

_ Nossa, que história estranha Car...

_ E ai resumindo, eu tenho esse poder agora, e ele quer me matar.

_ Ta, e o que isso tem haver com o que aconteceu ontem?

_ Então, eu briguei com Steph ontem e fui pro vestiário com Jimmy. Fui lavar meu rosto e ele estava me esperando do lado de fora e do nada o tal Carl apareceu no vestiário e me enforcou. Eu nem sabia quem ele era, até ele dizer “Você está entendendo garotinha estúpida? É bom você não colocar ninguém no meu caminho e se entregar logo; Isso não é um jogo.” – Eu repeti as palavras exatamente do jeito que ele disse.

_ Poxa, você está correndo perigo mesmo Car!

_ E isso não é o pior... Antigamente um tal Jason seguia a Anne, e adivinha? Jimmy confessou que é o Jason. Mas disse que não quer me machucar.

_ Como é?

_ É, ele mentiu para mim.

_ E você acreditou nessa história de “não quero te machucar?” – Ela disse ironicamente.

_ Nem um pouco.

Stephan bateu na porta e nem esperou eu falar que já podia entrar.

_ E então, as senhoritas estão prontas?

_ Sim senhor.

_ Car, não está se esquecendo de nada não né?

_ Acho que não.

Saímos do quarto. Steph envolveu minha cintura com seu braço e fomos andando até a entrada principal do hospital.

Por sorte Lauren tinha ido ao hospital de carro, e por isso ela nos daria carona.  Eu ia para casa, mas mesmo assim, tentaria convencer Steph a comprar seu terno, afinal, a formatura era no dia seguinte.

_ Obrigada amiga, depois a gente se vê. – Eu disse saindo do carro.

_ Precisando, você sabe meu número.

Steph e eu entramos em casa e assim que sentei no sofá, meu celular tocou; Era meu pai.

_ Ei filha, tudo bem?

_ Oi papai, aqui está tudo bem – Menti – E por ai?

_ Também. Sua mãe manda um beijo.

_ Manda outro para ela.

_ Então filha, nós estamos ligando para te avisar que amanhã iremos ao seu baile de formatura.

Eu quase pulei de felicidade quando ouvi aquilo.

_ Que maravilha! Quando vocês chegam?

_ Carol, ainda não sabemos. Talvez cheguemos hoje à noite ou amanha bem cedo. Provavelmente você estará dormindo.

Lembrei-me que não estava em casa, e sim na casa de Stephan; Meus pais não sabiam disso e eu não poderia contar-lhes. Eu ia ter que dar um jeito.

_ Tudo bem papai, mas me acorde quando chegarem.

_ Pode deixar filha. Beijo.

_ Beijo, amo você.

Desliguei o telefone e logo gritei:

_ Steph, meu pais vão vir!

_ Que ótimo, pequena.

_ Então, hoje eu vou precisar dormir na minha casa.

_ Mas...

_ Amor, eles não vão gostar de saber que eu estou morando aqui. – Eu disse enquanto segurava as bochechas de Stephan. – Preciso mesmo ir. E além do mais, eles não vão ficar muito tempo aqui, eles vivem trabalhando, esqueceu?

_ Tudo bem, se você acha que é seguro.

_ Então ta. Mas Steph, você esqueceu de que precisa comprar seu terno?

_ Ah, é mesmo. Vamos lá?

_ Vamos.

Eu achei que iríamos a pé, mas para minha surpresa, Stephan tinha um carro, e eu não sabia disso porque nunca o vi dirigindo.

_ Como você nunca me contou que tinha um carro? – Eu disse entrando no automóvel.

_ Andar é bom. – Ele deu uma risadinha.

_ Ah ta viu. – Revirei os olhos.

Fomos ao centro da cidade e achamos um terno que ficasse perfeito em Steph na primeira loja que entramos.

_ E ai, gostou?

_ Você está lindo!

Enquanto Steph foi pagar, fiquei andando entre os cabideiros e os provadores, e então vi alguém, e sem saber quem era, me aproximei.

_ Oi? – Fui procurando até que a pessoa parou de andar e se virou para mim.

_ Jason?

_ Oi Carollyne.

_ Você está me seguindo por algum acaso?

_ Indiretamente, sim.

_ Por quê?

_ Você ainda não entendeu que está correndo perigo né?

_ Entendi, mas eu tenho Steph para me proteger.

_ Ele sozinho não é capaz de te proteger e se proteger de Carl; E, automaticamente, vocês dois estão se colocando em risco.

_ Como assim?

_ A partir do momento que Stephan decidiu te proteger, se voltou contra Carl, e ele pode ser morto com um simples estalar de dedos, porque Stephan é um simples mortal que não pode lutar contra um bruxo.

_ E você pode me proteger?

_ Bom, eu não sou muito apto para enfrentar Carl, mas tenho mais chances de sobreviver que Stephan.

_ Por quê?

_ Eu sou um bruxo, esqueceu?

_ Você não me contou isso.

_ Você não me deu tempo de dizer. – Ele se aproximou de mim.

_ Não sei se posso confiar em você. – Eu parei sua aproximação com as mãos.

_ Eu não te contaria nada disso se não quisesse te proteger.

_ Mas isso pode ser uma armadilha, certo?

_ Eu...

_ Stephan está voltando, mais tarde você passa na minha casa e nós terminamos essa conversa.

_ Tudo bem.

Saí andando em direção de Stephan e nós seguimos em direção à saída da loja. Ao passar pela porta eu pude ver o olhar de Jason, e puder até ver um toque de sinceridade transbordando dele.

Voltei em silêncio, apenas pensando em tudo que Jason havia dito. Fazia lógica. Stephan também estava em perigo, e é claro que eu não queria que ninguém se machucasse por mim. E antes que isso acontecesse, eu me entregaria para Carl. Era o jeito mais fácil de não ferir ninguém. Mas eu precisava saber muito sobre Carl e dar um jeito de atraí-lo novamente, sem que ninguém soubesse, porque tentariam me impedir. A solução era conversar com Jason.

_ Car, o que foi?

_ An?

_ Você veio calada o tempo todo.

Stephan já estava estacionando o carro na garagem e eu nem tinha percebido.

_ Ah, eu estou um pouco cansada. Só isso. – Dei um sorrisinho falso pra disfarçar.

_ Nós temos que almoçar.

_ Ah, não estou com muita fome, podemos comer um sanduíche.

_ Tudo bem, eu faço um sanduíche natural.

_ Ta, enquanto você faz, eu vou ver uma televisão. Qualquer coisa pode me chamar. Estou ali no quarto, ok?

_ Ok.

Na verdade, eu acabei cochilando, e nem percebi que Stephan estava me chamando. Acho que ele ficou com dó de me acordar, e acabou deitando ao meu lado. Fui acordar, já eram umas seis horas da tarde.

_ Oi pequena!

_ Acho que dormi demais, né?

_ Um pouquinho. – Ele riu.

_ Preciso ir para cara.

_ Seu sanduíche está pronto tem muito tempo.

_ Ah, tudo bem. Eu vou comendo. E não vou levar tudo; Só o vestido, o pijama e as coisas da Pim.

_ Não quer ajuda?

_ Não, não precisa.

_ Mas é perigoso, já está escuro.

_ Amor, minha casa é logo ali na frente, não precisa se preocupar, e qualquer coisa, eu te ligo.

_ Promete?

_ Prometo. – Sorri.

Peguei a mochila, o sanduíche e as chaves, chamei Pim e fui em direção à porta. Virei-me para Steph e disse:

_ Ei, eu te amo, meu garoto.

_ Eu te amo mais, minha pequena.

Demos um selinho, e então enfrentei o vento gélido e revoltoso que soprava naquela noite fria. Em alguns minutos eu estaria em casa, e então teria as informações necessárias, que ironicamente, poderiam me levar ao encontro da morte.


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