Tears escrita por Lauren Reynolds


Capítulo 3
Confissões.




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POV de Bella

 

- Bella, você vem hoje né? – Angie perguntava.

- Ir aonde Angie?

- Ah, nós vamos até Port Angeles, Bella. Queremos ver o novo restaurante que abriu lá. – Acho que era uma boa idéia, quer dizer, eu não vou a Port Angeles, a uns... desde que “vocesabequem” resolveu ir embora.

- Certo, eu vou. – Eu disse com alguma animação na voz.

- Bella, desculpa a pergunta, mas... você já... superou aquilo?! – Angie era uma boa amiga, sabia como e me sentia em relação a Edward, sabia de ... digamos, quase tudo.

- Bom, superar sim, eu entendo os motivos dele... - E eu entendia. – Ei, porque não vai em casa hoje? Vamos almoçar lá? Charlie fica fora o dia todo e podemos ver filmes...

- Um momento “garotas”, então... Ok!

 

As últimas aulas, depois do almoço passaram rápido. Tirando a educação física, claro. Eu continuava um desastre, Mike continuava me ajudando sendo meu parceiro de Badminton.

Assim que bateu o sinal, Angie me esperava ao lado da minha picape. Sensação de Dejà vú. Isso me lembrava quando Edward ficava parado ao lado da minha picape, quando íamos até a clareira dele, ou, quando ele apenas queria me ver.

- Bella! – Angie me sacudia. Isso me tirou das minhas doces e, agora tristes, lembranças. – O que aconteceu?! Você está aí parada, feito uma estátua...

- Ah, nada... eu, só... estava lembrando de algumas coisas. – Eu disse.

- Certo, depois do almoço você me conta, vamos?! – Angie entrou na picape e fomos para minha casa.

 

O almoço foi bom, nós fizemos carne e batatas assadas. Conversamos sobre Bem, o novo namorado de Angie, sobre meu pai, minha mãe, Port Angeles.

 

- Sério, Bella, desabafa. Quer dizer, eu sei que você está passando por uma situação difícil, mas, bom, se quiser, pode se abrir comigo. – Era difícil recusar isso. Eu realmente queria poder chorar todas as lágrimas que estavam entaladas na minha garganta por esse quase um ano sem ele aqui.

- É, eu sei Angie. – Respirei fundo e comecei. Lógico que não ia falar tudo, apenas o que me fizesse me sentir melhor. – Bom...

- Se acha que ajuda, porque ele foi embora? – Ela perguntou.

- Não posso contar tudo... – Me encolhi na beirada da cama. – Mas, bom, eles... os Cullen, se foram porque só assim eu ficaria segura, na concepção do Edward, claro.

- Isso é, estranho. Tem a ver com o fato de, bom, eu sempre achei todos eles muito estranhos, então, deve ter algo relacionado com o fato de eles serem todos brancos como gelo e nunca comerem nada... – Ela era mais perceptiva do que eu pensava.

- Bom, em parte, sim. – Respondi.

- Você não pode me falar o que eles realmente são, não é? – Angie me olhava enquanto eu peguei a caixinha entalhada em cima da escrivaninha.

- Não é que não possa, é meio que... por respeito. Mas você pode tentar adivinhar. Tenho certeza que você consegue. – Sentei na cama e fiquei olhando a caixinha em meu colo.

- Certo. Ei, o que é isso Bella?

- Era da mãe de Edward. Essa caixinha tem alguns séculos já... – Sei que dei uma bola fora, mas eu queria que Angie soubesse de tudo, sem que eu contasse. Acho que não teria mal nenhum, quer dizer, ela sabe guardar segredos. – Essa caixinha... foi dada à Edward em 1918... – Angie me fitava. – Quando a mãe de Edward morreu de gripe espanhola.

- Ah, ok! Isso é MUITO estranho. Se a mãe de Edward morreu de gripe... então, suponho que ela devia ser jovem. E, suponho que... Edward, teoricamente, já devia ter morrido... – O alívio tomava conta de mim, minha amiga estava quase adivinhando.

- Está certo. Ele já DEVIA ter morrido. – Nem sempre as coisas são o que parecem ser. Ironia pesada. Aplicava-se a eles perfeitamente.

- Brancos... Não comem... Imagino que todos, teoricamente, já deviam ter morrido... e frios? Bom, quando cumprimentei Alice... Ela parecia estar, de alguma forma, gelada. – Angie tentava lembrar de mais alguma coisa que os entregasse, imagino eu.

- Certo. Falta uma palavra... – Então, eu abri a caixinha que Edward me dera. Peguei o cd que tinha minhas canções preferidas e coloquei no cd player.

- Que linda música Bella. Isso é...

- Claire de Lune. – Completei. – Ele tocava para mim, de vez enquando, quando eu ia a sua casa.

- É linda! – Eu fechei os olhos e curti a música. Não pude conter, fiquei fiquei emocionada e, novamente, as lágrimas começaram a rolar. – Bella, tenho uma última pergunta.

- Diga.

- O que eles comem? – Angie fez a pergunta que faltava.

- Eles não comem. – Era óbvio. Eles somente bebiam... sangue. Enquanto Angie pensava, abri o álbum de fotos, que eu tinha “recolado” todas as fotos que meu ex-namorado vampiro tinha tirado.

- Você definitivamente não se importa com o que ele é? – Ela agora me olhava como quem diz “tem certeza disso?”.

- Não, na verdade, quando descobri o que ele é realmente, não tive medo. Eu o amo Angie. – Desabafei. Ela agora estava vendo meu álbum.

- Me diga uma palavra que pode definir o motivo dele ter ido embora... – Eu podia muito bem dizer “segurança”, mas aí acho que ela não iria adivinhar, então...

- Sangue. – Falei amargamente. – Adivinhou? – Perguntei a ela enquanto ligava o computador. Minha mãe devia estar ficando louca, não respondo seus e-mails há um bom tempo já.

- Vampiros.

- Certo. – Conclui.

Assim que abri meu e-mail, estavam lá, 5 mensagens na caixa de entrada. E todas, da minha mãe. Eu abri uma por uma e fui lendo.

 

         Bella, porque não responde meus e-mails? Estou preocupada. Está tudo bem com você?

 

         Beijos, mamãe.

 

Então eu respondi:

 

            Mãe, calma, está tudo bem. Eu já estou um pouco melhor, mas você sabe, nada vai me fazer esquece-lo, como você mesma me disse antes.

     Não se preocupe, tenho que sair agora. Angie está aqui em casa.

 

     Eu te amo,

     Bella.

 

Cliquei em “enviar” e desliguei o computador puxando diretamente da tomada. Chamei Angie e disse que queira que ela fosse a um lugar comigo.

 

POV de Edward

Não sei mais o que fazer.

 

“Edward...” Alice me chamava.

 

- Diga. – Respondi meio mal educado.

- Ela está bem. Ela vai sair hoje, com uma amiga. – Isso era bom.

- O que foi?! Porque não quer me mostrar o que você viu?! – Isso era ruim.

- Bom, tem duas coisas. A primeira, - Alice estava hesitante. – é que uma amiga da Bella descobriu sobre nós.

- Como. É. Que. É? Como assim? Quem? – Mandei uma enxurrada de perguntas para cima da minha irmã. Jasper veio a sala tentar me acalmar, mas nada funcionava.

- Calma, é a Ângela. Ela... é uma pessoa boa. Na verdade, - Alice fechou os olhos. – Bella está com ela agora. E Bella quer mostrar a ela um lugar. Não consigo ver qual.

- Isso prova que ela está mesmo bem Edward, não fique tão preocupado. – Jasper interrompeu.

 

Eu voltei a ficar de frente para a tv. Estava passando beisebol. Mas não importava quem estava ou não na tv, eu pensava apenas em Bella e, se eu deveria, ou não, encontra-la novamente. Eu precisava pensar muito bem antes de tomar qualquer atitude, não quero que Bella sofra por minha causa.

 

- Ela decidiu. – Alice voltou a ficar com os olhos negros e olhando para o vazio. – Ela está indo...

- Onde Alice? – Jasper perguntava, mas minha irmã ainda estava ausente. – Alice!!

- Ela está... indo na... nossa... casa... – Espera. Volta a fita.

- Não, é, eu ouvi certo? Quer dizer, sou um vampiro surdo agora? – Eu não estava entendendo nada.

- Não, é isso Edward. A Bella está indo na nossa casa, mas não vejo ela entrando. Ela simplesmente para e olha. – Bella estava fazendo tudo errado, completamente errado. Eu estava ficando... como posso dizer, entrando em um estado de agonia.

- Eu... mudei de lá, para que ela me esquecesse. Eu, eu, não vou esquece-la, mas ela! Ela tem que me tirar da cabeça dela. Por favor Alice, continue olhando... – Eu não podia acreditar.

 

Depois de esperar, quase uma hora, que por incr[ivel que pareça, demorou muito para passar, Alice viu que Bella decidiu ir até nossa casa. Eu estava indecido, quanto a que decisão tomar, eu estava me corroendo por dentro, sabendo que mesmo depois do que fiz, ela ainda sentia algo por mim. Eu precisava tomar alguma atitude, eu...

 

- Edward! Calma! – Jasper interrompeu-me. – Espere Carlisle chegar e converse com ele. Você sabe que nós o apoiaremos no que precisar.

- Sim, eu sei. – Enquanto eu aceitava as ondas de calma que Jasper me mandava, Alice continuava de olhos fechados olhando um futuro bem próximo.

- Bom, elas saíram de carro. Daqui a uns dez minutos chegam em casa. Eu só as vejo olhando Edward, nada mais... não, espera... – Alice parou de falar e voltou a ficar ausente, por assim dizer. – eu vejo a Bella chorando. Nada mais.

- Isso prova que a humana não se esqueceu de você. – Rosalie entrava na sala depois de um dia caçando com Emmet.

- Humana, mas com nome, Rose. – Rebati.

- Nos mudamos á toa. Eu realmente gostava de Forks, eu podia viver normalmente. Aqui em Vancouver é impossível. – Ela tinha razão.

 

POV de Bella

 

- Bella, porque veio neste lugar? – Angie me perguntava enquanto eu saia da picape.

- Esta é a casa dele. Faz tempo que não venho aqui. – Sempre fui relutante. Na verdade, eu não vinha por medo, não sei do que. – O fato é que, me sinto mais perto dele, de alguma forma.

- Você nunca o esquecerá, não é? – Fato.

- Nunca, mesmo que ele não volte. Mas nunca o esquecerei. – As lágrimas começaram a rolar novamente. Eu sentei no degrau da escada da porta da frente e fiquei imersa em um mar de lembranças.


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