POV de Bella

Parecia que um peso tinha sido tirado das minhas costas. Meu pai aceitou, pensei. Agora só faltava Renée saber, somente sobre o casamento, claro. Nunca iria contar a ela sobre a parte, digamos, sangrenta da história. Enquanto Edward me levava até a casa dele, mil coisas passavam em minha cabeça. Acho que se ele pudesse MESMO ler minha mente, estaria confuso agora.

A frase “minha vida passava como um filme pela minha cabeça” – meio clichê, eu sei – realmente se aplicava a mim agora, bom, como seria depois? Casamento, lua-de-mel e um passo – mordida, no meu caso – para a eternidade ao lado de quem eu amo.

- No que está pensando? – Edward perguntou num tom casual. – Por favor, me diga.
- Na minha vida daqui para frente. – Eu disse.
- Está com medo? – Ele olhava para mim com aqueles olhos castanho-dourados que me faziam viajar.
- Não. Estou apenas... Pensando. – Eu respondi, tentando desviar meu olhar do dele. – Charlie sabe de tudo e isso me deixa feliz. Bem.
- Que bom. – Ele voltou a olhar para a estrada tortuosa que nos levaria até sua casa. – Eu... Ainda prefiro você viva, Bella. – Ele parou o carro na garagem.
- Eu sei. É só que eu quero estar SEMPRE com você. Por favor, entenda. Querendo ou não, vou envelhecer. Querendo ou não vou morrer. Edward, você é o meu paraíso, eu amei você desde a primeira vez em que o vi. Eu quero estar para sempre ao seu lado, mesmo que isso signifique morrer para o mundo humano, mas não importa, porque eu vou estar viva para o SEU mundo. – Eu disse enquanto colocava uma mão no seu rosto e o acariciava.
- Vamos. – Ele disse.

Alice nos esperava na escada com um sorriso largo no rosto. Ao chegarmos lá, ela já fez questão de avisar que faria meu vestido de noiva, que iria adorar conhecer minha mãe, que Esme e Carlisle já haviam feito reservas no hotel. Eu avisei a eles que minha mãe iria querer que eu ficasse em casa e que ela faria questão de um jantar, era costume da Renée fazer isso.

Minha noite foi bem calma. Não tive pesadelos, nem sonhos e nem falei. Eu tinha me conformado com o fato de Jake não ser mais meu amigo, eu estava feliz porque ia casar com o homem que eu amo e eu ia realmente poder ficar com ele para sempre. Eu teria o meu felizes para sempre, não falo em final feliz porque bom, eu não vou ter um final, vou ser imortal, a não ser que um vampiro me mate. Ta parei. Informação demais já.

Acordei com Edward me dando um beijo na testa. A manhã estava nublada – novidade – mas estava mais clara. O céu e as nuvens tinham um tom branco e prata, o que dava uma certa beleza para o dia. Eu fiquei parada em frente a janela olhando para a chuva caindo, como se fossem gotinhas de cristal brilhando em meio ao prateado.

- Você está feliz hoje... – Edward sibilou.
- Isso não é um pergunta.
- Não, seu olhar está diferente, o que aconteceu? – Ele me perguntou.
- Nada, apenas estou feliz. – Eu me virei para ele.

Edward me encarou com os olhos dourados e o sorriso torto que faziam minhas pernas tremer. Ele colocou sua mão em minha cintura e me puxou para mais perto de seu peito, meu rosto ficou vermelho. EU podia sentir o sangue pulsando mais forte pela minha garganta.

- Isso não te incomoda? – Perguntei.
- Não.

Edward me beijou. Eu não tive tempo de raciocinar corretamente – nunca tenho, alias -, sua boca já estava na minha. Eu sabia que em menos de três segundos, ele iria me afastar falando que já estava testando o auto controle dele, então, vou aproveitar. Eu – dfinitivamente – não tinha mesmo tempo de pensar, mal comecei a beijar Edward e – nossa um milagre – as mãos dele estavam caminhando pelas minhas costas causando arrepios. Eu entrelacei minhas mãos em seus cabelos dourados, ele não interrompeu o beijo. Dessa vez fui eu. Respira Bella.

- Omg. – Eu suspirei.
- Respira, Bella. – Edward me afastou.
- O que foi isso? – Eu tentava falar em meio aos suspiros. – Jogou seu autocontrole no lixo?
- Não, apenas estou aproveitando. Você está muito comportada ultimamente. – Ele me afastou mais. – Agora vá se aprontar, temos que sair em meia hora.
- Certo, já volto. – Eu dei um selinho em sua boca e fui ao banheiro.

POV de Edward

Depois que nos despedimos de Charlie, fomos para minha casa e, enfim, até Phoenix. Bella estava nervosa, para variar um pouco, Jasper estava ficando irritado com as variações de humor que minha namorada estava tendo.

Eu coloquei minha mão no rosto de Bella e fiquei desenhando contornos com o dedo, meus dedos frios pareceram acalma-la um pouco, se bem que acalmar não é uma palavra muito boa, já que a Bella tinha praticamente uma arritmia quando eu a tocava.

Quatro horas depois

- Phoenix! – Bella saudou. – A ensolarada Phoenix.
- Sem sol hoje, Bella. – Alice avisou.
- Eu sei. – Bella sorriu. – Vamos andando, minha mãe e Phil devem estar nos esperando.

POV de Bella.

Enquanto passávamos pelo portal de desembarque, eu pude ver alguém acenando. Renée, pensei comigo mesma. Só ela conseguia ser tão animada assim. Opa. Ela e Alice.

- Mãe!!! – Corri para abraça-la.
- Bella!!! Que bom ver você! – Ela me deu um beijo na bochecha.
- Oi Phil. Como está?- Perguntei.
- Bem Bella, obrigado. – Ele respondeu.
- Mãe, este é Edward, meu namorado. – Edward apertou a mão de minha mãe, que não pareceu sentir a diferença entre as temperaturas. – Estes são Alice e Jasper, irmãos de Edward. E Carlisle e Esme, pais de Edward. – Apresentei-os.
- Muito prazer, Renée. – Esme abraçou minha mãe.
- Vai sair tudo como planejado, Bella. – Alice piscou.
- Oh, muito prazer. Vamos, vocês devem estar famintos, não?! – Ops.
- Bom, na verdade, comemos alguma coisa no avião. Se você não se importar, nós vamos ao hotel deixar nossas malas, logo em seguida vamos para a sua casa. – Carlisle disse.
- Na verdade, seria uma boa idéia, se a Bella, eu e minha mãe, fossemos para a casa da Bella, temos assuntos a tratar. – Alice se intrometeu na conversa. – Edward, Jazz e meu pai, vão ao hotel, deixam as malas e depois saímos para...
- Tomar vinho e comer petiscos em um ótimo lugar aqui de Phoenix. – Phil disse.
- Ótimo, então. Vamos querida. – Eu dei um beijo em Edward e saí com elas.

Minha mãe e Phil pareceram se entender bem com os Cullen, detalhe, quem não gosta de Esme e Alice quando as conhecem? Enquanto Edward, Carlisle e Jasper não chegavam, nós nos sentamos na cozinha enquanto Renée preparava algo para mim comer.

- Muito bem, vamos conversar. – Minha mãe se virou.
- Certo. – Eu estava com medo.
- Você veio para cá, para... – Renée disse.
- Bom, mãe, assim que eu terminar o colegial vou me casar. – As palavras saíram rápidas e soltas.
- Hum... – ela fez uma cara preocupada, mas logo depois sorriu. – Maravilhoso!
- Você não vai ficar brava comigo? Quer dizer, não em acha uma garota apaixonada que acha que está fazendo o certo, mas não está? – perguntei.
- Não, Bella. Filha. Você é alguém totalmente diferente de mim, você tem mais cabeça que eu para essas coisas e... bom, pelo visto você está fazendo a coisa certa. Quer dizer, sua cunhada e sogra estão aqui também, não é? – Eu sorri quando ela disse isso.
- Ah, maravilha Bells. Eu vou começar a desenhar eu vestido. Afinal, temos somente um ano até o grande acontecimento! – Alice abriu um sorriso enorme.
- Perfeito! – Esme disse.
- Jasper vai adorar saber que ele poderá cuidar da despedida de solteiro. – Alice falou.
- Jasper, seu irmão? – Renée perguntou para Alice, olhando a aliança prateada na mão direita. – Isso não é....
- Não, mãe veja bem, eles são irmãos de CRIAÇÃO. – Eu procurei dar ênfase em criação.
- Isso mesmo. Eu e Carlisle os pegamos para criar quando eram um pouco mais novos. Na verdade, Alice, Edward e Emmett estão registrados no nosso nome. Já Jasper e Rosalie, são REALMENTE irmãos. O sobrenome deles é Hale. – Esme explicou.
- E eles não vieram? – Minha mãe tornou a perguntar.
- Não. Acabou que Alice conquistou Jasper e Rosalie o Emmett. E, agora, a Bella conquista o Edward. – Esme voltou a falar. Ela sorriu para mim.

Minha mãe aceitou muito bem a noticia do casamento. Ficamos lá em Phoenix mais dois dias e aproveitamos para sair a noite. Phil adorou conhecer Carlisle, Jasper e Edward, principalmente, também saber que eles adoram beisebol. Pela primeira vez, eu me sentia extremamente feliz. Levei meu diário e enquanto estávamos no avião, escrevi um pouco.

POV de Edward

Bella estava realmente muito feliz, simplesmente pelo fato de a família dela saber de tudo – quase tudo. Os olhos chocolates dela brilhavam com muito mais intensidade hoje, seu rosto estava sempre corado, com aquele tom rosado nas bochechas e seu sorriso estava largo. Ela tirou seu diário da bolsa e começou a escrever:

“Phoenix.

Pela primeira vez, eu me sinto inteiramente feliz. Me sinto bem, me sinto inteira.
O buraco que tinha em meu peito estava fechado. Selado. Nada, nem ninguém iriam abri-lo novamente.
Eu tinha uma família que eu amava imensamente, eu tinha o cara que eu amava ao meu lado, meu pai sabia de absolutamente tudo, minha mãe... de quase tudo.”

- Posso escrever algo para você? – Eu perguntei olhando-ª
- Claro! – Bella me entregou o caderno.

“Minha Bella.

Apesar de sermos seres totalmente parecidos, somos muito diferentes. Eu, um vampiro e você, uma humana.
Sempre amei você, desde o primeiro dia que olhei para os seus olhos chocolates e sua pele pálida.
Eu me arrependi amargamente – e ainda me arrependo – de te-la deixado, pensando que seria melhor para você. Sempre pedirei perdão e sempre estarei em dívida com você.

Bella,

Sem você, meu mundo não tinha luz. Eu vivia em um lugar de trevas sem fim. Você é o meu céu estrelado, o luar da minha noite. Não consigo ficar longe de você nem se quer um minuto e, apesar de eu não concordar, quero que você seja minha eternamente.

Eternamente minha.
Eu te amo.

Edward.”

Entreguei o caderno para Bella, que começou a ler.
As lágrimas rolavam soltas pelo rosto dela, o sangue se acumulava em sua bochechas e sua voz sumia. Ela tentou sussurrar algo, mas algo a impediu. Em vez disso, ela virou para o meu lado e me beijou. Eu podia sentir meu coração gelado, batendo novamente e se aquecendo a cada toque quente de Bella. Eu redescobria sensações humanas que estavam adormecidas a mais de 90 anos.

- Eu te amo. – Ela sibilou. – Eternamente.