Amaya: Ah Natsu seu filho duma boa mãe você tá roubando. -Segurou o controle do vídeo game com raiva.

Natsu: Eu roubando?! Você que não sabe jogar. -Debochou.

Nada para fazer em pleno sábado à noite, pelos menos meus dois melhores amigos estão tendo uma noite de tédio comigo.

Faz dois dias que cheguei da viagem, mamãe resolveu tirar férias durante quatro messes do hospital e me arrastou junto.

Amaya: Ei Lucy não quer jogar também? -Perguntou de costas para mim.

– Não to afim hoje. -Resmunguei.

Natsu: Lucy levanta dessa cama vai e vamos jogar. -Me cutucou.

– Me deixa em paz Natsu. -Joguei o travesseiro nele.

Natsu: Por favor, pelos seus melhores amigos. -Sorriu.

– Tá bom. -Me levantei.

Logo roubei o controle da Amaya e comecei a jogar.

Natsu: Perdeu de novo.

– Ah eu desisto joguem vocês. -Me joguei na cama novamente.

Amaya: Ei Lucy oque você tem?

– Nada.

Amaya: Me fala poxa. -Deitou ao meu lado.

– Hoje faz dez anos que meu pai morreu. -Sussurrei.

Amaya: Ah amiga não fica assim. -Me abraçou.

Papai morreu quando eu tinha sete anos, em um acidente quando voltava de uma de suas viagens, ele era policial, mas adorava viajar para conhecer o mundo e sempre trazia presentes pra mim, suas viagens demoravam no máximo três dias, pois ele dizia que ficar longe de nós era castigo. Mamãe demorou mais tempo que eu para aceitar a morte dele, mas compreendeu que precisava ser forte e seguir em frente.

– Eu sei que não devo ficar triste mais mesmo assim é difícil.

Amaya: Ele não ia gostar de te ver assim, lembre-se de coisas boas, ainda lembra o dia em que nos conhecemos? -Sorriu.

– Claro que me lembro, foi o dia que descobri que podia contar com uma amiga de verdade. -Sorri.

Amaya e eu nos conhecemos no hospital, nossas mães são médicas no mesmo hospital e no mesmo turno, elas são amigas desde a faculdade e por isso em uma bela sexta-feira à tarde conheci Amaya no consultório da mãe dela quando tínhamos onze anos, e agora depois de sete anos, nós duas com dezoito anos, somos mais inseparáveis que nunca.

Amaya: Eu me lembro de você com os cabelos bem curtinhos, baixinha e curiosa. -Deu uma risadinha.

– É mais hoje meu cabelo cresceu, sou mais alta e ainda sou curiosa.

Amaya: Seu cabelo não passa mais do que a metade das costas.

– Larga de ser estraga prazer Amaya. -Suspirei.

E claro como esquecer o dia em que conheci o Natsu, quando fui brincar pela primeira vez na casa da Amaya ele me cumprimentou com o melhor sorriso do mundo, que só ele sabe dar.

Natsu: Vamos parar de falar nesse assunto triste e vamos fazer alguma coisa. -Sorriu e se levantou.

Por um instante eu me perdi naquele sorriso e naquele corpo Natsu continua lindo agora com vinte anos já é um homem.

– Ei Natsu-kun eu poderia falar com você a sós um momento? -Sussurrei.

Natsu: Claro.

Deixamos a Amaya jogando no meu quarto e fomos para a sala.

Natsu: Oque foi Lucy? -Me fitou preocupado.

– Só queria dizer que desisto. -Sorri.

Natsu: Desiste? Desiste do que?

– Desisto de correr atrás de você, de tentar te fazer me amar, de tudo.

Desde que o conheci nutri um sentimento muito forte, que mais tarde descobri que era amor, mais nunca demonstrou nada mais que amizade por mim e também sempre andava acompanhado de uma menina. Me declarei quando tinha 15 anos, estávamos no quarto dele.

Flash Back On:

– Natsu preciso te confessar uma coisa muito séria. -Sentei-me ao lado dele na cama.

Natsu: Oque foi Lucy-chan?

– E-eu... Eu amo você. -Falei corando violentamente.

Fechei os olhos com medo de que ele ficasse bravo comigo, mais eu só ouvi uma risada alta.

– Do que você está rindo baka? -Disse nervosa.

Natsu: Eu também amo você Lucy. -Ele sorriu.

– Sério? -Me levantei da cama eufórica.

Natsu: Sério afinal somo amigos, e amigos também amam uns aos outros.

*Quando eu vejo seu sorriso

Lágrimas escorrem por meu rosto e não posso fazê-las voltar

E agora que eu sou mais forte descobri

Como esse mundo se torna frio e abre caminho até minha alma

E eu sei que descobrirei bem no fundo que poderei ser a única*

Flash Back off.

Meu mundo desabou naquele momento, ele não entendeu que eu o amava de outra forma e só foi perceber isso uma semana depois.

Natsu: Mas... -Ficou sem palavras.

– Ne Natsu-kun eu não vou tentar mais, e quero me desculpar pela vez que interrompi você a Lisanna juro que não foi por querer. -Olhei pra baixo.

Uma vez fui visita-lo, ele havia quebrado a perna e teria que ficar em casa repousando, eu ia todos os dias para fazer companhia e ajudá-lo com o que precisar e sem querer entrei no quarto e o vi aos beijos com a Lisanna.

Flash Back On:

Comprei alguns dos seus mangás favoritos e fui correndo visita-lo em casa.

– Ohayo Senhora Dragneel o Natsu-kun já acordou? -Perguntei a mãe do Natsu.

Sra. Dragneel: Ohayo Lucy-chan acordou sim pode subir.

Subi as escadas sorridente, imaginando o quanto ele iria adorar os mangás, sem mais delongas abri a porta do quarto e entrei mais a cena que eu vi me fez perder totalmente o chão, Lisanna estava o beijando e o pior ela estava sendo correspondida.

Natsu: Lucy? Oque está fazendo aqui? -Me perguntou.

– Me desculpe só vim te fazer companhia. -Tentei sorrir.

Lisanna: Pois bem não está vendo que ele já tem uma? -Gritou.

– Mas eu... -Fui interrompida.

Natsu: Lucy, por favor, nos dê licença.

– Claro Natsu-kun.

Sai do quarto o mais rápido possível, desci as escadas correndo e quando ia embora a Sra. Dragneel me chamou.

Sra. Dragneel: Ué Lucy ele está dormindo?

– Não é só que... Desculpa pode entregar isto a ele? -Ergui a sacola com os mangás.

Sra. Dragneel: Posso sim querida.

– Obrigada, mais agora preciso ir. -Sai correndo.

*Nunca deixarei você cair

Eu estarei de pé com você eternamente

Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo

Mesmo que salvar você me mande para o céu

Por que você é, você é, meu verdadeiro amor, de todo meu coração

Por favor, não o jogue fora

Por que eu estou aqui por você

Por favor não se vá

Por favor diga que você vai ficar*

Flash Back off.

Natsu e Lisanna nunca namoraram mais sempre tiveram um rolo e todo vez eu os via juntos.

Natsu: Lucy...

– Só queria mostrar como eu poderia ser importante pra você também, mais eu sempre me atrapalho. -Soltei uma risadinha.

Natsu: É você sempre foi atrapalhada mais tivemos momentos bons. -Me olhou sério.

– Tivemos mesmo e não me arrependo de nenhum deles.

Um desses momentos foi no aniversário de 17 anos da Amaya.

Flash Back On:

Estava sentada em uma das mesas vazias da festa e olhava atentamente a pista de dança onde alguns casais estavam dançando uma música romântica. Senti algum sentar ao meu lado e olhei rapidamente pra ver quem ousava interromper minha paz.

Natsu: Não vai dançar? -Perguntou sem me olhar nos olhos.

– Não estou com vontade e além do mais não tem ninguém para dançar.

Natsu: Então eu não sou ninguém Lucy Heartifilia? -Deu uma risadinha.

– Você dançar? E ainda mais uma música romântica? -Disse sarcástica.

Natsu: Duvidando da minha capacidade? -Se levantou.

– Não mais sei que odeia dançar, e ainda mais músicas românticas.

Natsu: Me daria a honra? -Me estendeu a mão.

– Claro, eu não posso perder essa oportunidade. -Brinquei.

Fomos para a pista de dança, e por incrível que pareça Natsu sabe dançar, eu passei os braços em volta do pescoço dele enquanto ele passava os braços em volta da minha cintura.

– Ei Natsu, poderia me fazer um favor? -Sussurrei no ouvido dele.

Natsu: Oque seria?

– Poderia me amar somente por essa noite?

Natsu: E o porquê disso agora?

– Quero saber como é ser amada mesmo não sendo verdade, não estou pedindo que me beije apenas quero que dance comigo não por pena ou como amiga, mais com amor.

Natsu: Como quiser Lucy-chan. -Me apertou ainda mais contra o seu corpo e dançamos a noite inteira.

*Me use como você quiser

Me persua sutilmente só por emoção

E eu sei que ficarei bem

Embora meus céus se tornem cinza*

Flash Back Off.

– Bom era só isso que eu queria dizer Natsu-kun agora vamos voltar porque a Amaya deve estar... -Fui interrompida por um abraço.

– Na-Natsu?

Natsu: Por favor, não desista, não desista de mim Lucy. -Sussurrou.

– Oque você tem Natsu? -Me desfiz do abraço.

Natsu: Só não desista. -Me olhou nos olhos.

– Desculpa Natsu mais não tem como você não...

Natsu: Eu amo você. -Gritou.

Eu devo estar delirando o Natsu acabou de dizer que me ama?!

– Pare com isso, não precisa dizer isso só porque está com pena de mim como todas as outras vezes. -Disse já com lágrimas nos olhos.

Natsu: Eu não estou com pena Lucy estou dizendo a verdade. -Segurou minhas mãos.

– Desculpe... Mais eu não acredito em você. -Deixei que as lágrimas caíssem.

Ouvimos um barulho na escada e logo vimos a Amaya descer correndo.

Amaya: Que demora vocês...

– Desculpa Amaya já estávamos subindo. -Me afastei do Natsu.

Amaya: Oque está acontecendo aqui?

Natsu: Lucy acredite em mim, desde que você foi viajar eu não consegui dormir direito só dava você na minha cabeça, eu até terminei tudo que eu tinha com a Lisanna, sem você não tem graça, por favor, eu estou falando a verdade. -Falou aflito.

– Natsu esqueça isso, sério fazer isso não vai me ajudar agora.

Natsu: Porra Amaya diz pra ela o quanto eu sofri enquanto ela ficou fora por três messes. -Olhou para a irmã.

Amaya: Ne Lucy isso é verdade e...

– Não Amaya não diz nada, eu sei Natsu que você me ama como amigo assim como você disse uma vez que amigos também amam uns aos outros. -Sentei no sofá.

Natsu: Não é esse amor caramba eu estou dizendo que TE AMO dou a minha vida por você, você é a mulher da minha vida e eu só descobri isso quando você foi naquela maldita viagem. -Gritou.

– Eu acho que você descobriu isso um pouco tarde Natsu-kun. -Me levantei e tentei ir pra cozinha mais Natsu me abraçou novamente.

Natsu: Não Lucy não vai, acredita em mim... -Me abraçou com mais força.

– Eu queria poder. -Senti minha blusa molhar.

Natsu: Você ainda pode. -Sussurrou.

E pela primeira vez eu vi o Natsu chorar, chorar desesperadamente.

– Na-Natsu? Você está chorando? -Me separei do abraço e o olhei nos olhos.

Natsu: Oque eu tenho que fazer pra você acreditar? -Chorou mais ainda.

Amaya: Maninho...

Natsu: Eu tenho que me ajoelhar? -Se ajoelhou na minha frente.

– Oque você está fazendo levanta dai.

Natsu: Me diz oque eu tenho que fazer gritar? Chorar mais ainda? Suplicar? Ou quem sabe me matar? -Abaixou a cabeça.

– Natsu se levante. -Tentei convencê-lo.

Natsu: Eu sei que não sou o melhor pra você Lucy mais não desista de mim, por favor. -Soluçou.

Vê-lo ali se humilhando por mim foi o bastante pra saber que ele não estava dizendo aquilo por pena, Natsu Dragneel realmente me ama.

– Eu acredito. -Sussurrei.

Natsu: Oque disse? -Me fitou cessando o choro.

– Disse que acredito que me ama Natsu-kun. -Me ajoelhei também.

Ele ficou me olhando por alguns segundos e voltou a chorar, mais um choro de alegria me abraçou e me beijou.

Amaya: Seus idiotas me fizeram chorar. -Subiu as escadas.

Natsu: Ne Lucy-chan?

– Sim meu amor.

Natsu: Você aceita se casar comigo? -Enxugou minhas lagrimas.

– Ca-Casar? Nem somos namorados ainda. -Arregalei os olhos.

Natsu: Sabe, é que eu descobri que a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida está bem na minha frente ajoelhada comigo. -Sorriu.

– Claro que eu aceito meu amor, eu também quero passar o resto da minha vida com você, eu te amo. -O beijei.

Natsu: Eu amo você meu anjo. -Me beijou novamente.