Tinta e Lágrimas escrita por Akahime
Notas iniciais do capítulo
Sem comentários hoje. Estou cansada da semana corrida.
Amanhã explico o motivo desse poema.
Um beijo a todos.
Tinta e Lágrimas
Um poema by Akahime
Quando a venda caiu de meus olhos
E divisei o inferno através das sombras em que estavas
Sim, naquele exato momento percebi a verdade
Nunca me pertenceste.
Nunca me quiseste de fato.
A dor percorreu o meu corpo e a voz travou em minha garganta.
Um grito foi calado em meu peito e o meu mundo desabou
Aquele dia foi o fim de uma saga infeliz
Anos perdidos inutilmente correndo atrás do vento
Me iludi com palavras nunca proferidas pela tua boca
Mas bem claras através de seus olhos castanhos.
Eu divisava a terra prometida através deles
Nada mais que miragens forjadas por um sentimento
Pelos desejos mais profundos de meu coração.
Eu te queria tanto que ignorei os fatos
Calei as vozes contrárias, ignorando seu passado.
Acreditando poder ser feliz contigo ao menos uma vez.
Não percebi que suas palavras não retribuíam as minhas
Não vi o óbvio – o amor nos cega.
E nada via além de teu rosto sorridente
Um sorriso que não era meu.
Achava que meus sonhos seriam realidade
Me perdi em meio as minhas fantasias
E quando o céu escureceu e a tormenta começou
Revelando o que eu não conseguia ver antes
Me senti traída, usada, maltratada
E realmente fui.
Mas pelos meus desejos e ilusões
Que não me deixaram enxergar a realidade:
Aquele amor, tão lindo e sincero, cheio de renúncia e dádiva.
Não passava de um frágil castelo no ar
Disperso facilmente pelos raios de luz da razão
Assim cravei um punhal em meu próprio peito
Rasguei minhas entranhas sem ao menos perceber.
Fui a causadora de minha própria desgraça.
Sim, eu me dediquei de corpo e alma a este amor.
Eu era a menina tola que fazia suas vontades
Fui a que te consolou quando estava triste
Aquela que te ajudava em qualquer momento
Tudo em vão.
Seus sorrisos alimentaram falsas esperanças
Seus toques carinhosos me enganaram
Tudo o que sobrou em minhas mãos
Foram grãos de areia escorrendo pelos meus dedos,
Assim como meus sonhos para dentro de um poço escuro
Agora, embora me doa, reúno os cacos do chão.
E os entrego às profundezas dos mares.
Enterrando ali este tolo sentimento que me feriu
Que me consumiu durante noites insones e dias agitados
Ali, peço a Deus que ele permaneça trancado,
Esquecido e ignorado até virar pó e cinzas.
Talvez deste modo algo novo e grandioso nasça em meu peito
Tirando assim as más lembranças da memória.
O que restará do que passei será apenas
Uma folha simples escrita à tinta e lágrimas.
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