Eternizar escrita por luud-chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos (isso se alguém realmente ler isso), bom, eu estava super afim de escrever algo diferente quando tive a ideia para essa one. Eu já tinha a escrito faz um tempo, mas sinceramente, tinha perdido a coragem de postá-la por algum motivo louco da minha cabeça, UAHUAHUAHUAH. Enfim, eu pensei, "por que não? eu já escrevi mesmo. u.u"

Por meu coração ser NaLu, tive muitas dificuldades em fazer algo NaLi, sério mesmo. Mas espero que gostem, da mesma maneira!



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Eternizar

Tudo ainda estava confuso em sua mente. Girava e girava. Seu coração batia fortemente contra o seu peito e sua respiração estava levemente ofegante. A face corada denunciava o prazer que sentia, desenhou os próprios lábios com o indicador relembrando e relembrando.

Lisanna Strauss mal podia acreditar que Natsu quase a beijara! Depois do torpor, divagou em lembranças antigas. Apertou o travesseiro contra o peito, relembrando cada momento como se tivesse acontecido ontem.

Antes de sua suposta morte, naquele mesmo dia que tinha decidido ir ajudar Mirajane, havia decidido que iria expor de forma clara os seus sentimentos para Natsu. Porém, as coisas não aconteceram como o esperado. No final de tudo, tinha acordado em um lugar estranho, com uma Fairy Tail muito diferente da sua guilda original.

Com todo o seu coração, tinha abraçado tudo que tinha naquele momento para que o vazio fosse preenchido. Mas o sentimento continuou lá, a presença inicial do Natsu de Edolas não ajudou em nada, mas isso logo foi inibido, porque além de ser totalmente diferente do Natsu que conhecia, seu coração já tinha dona: Lucy Ashley.

Habituou-se durante dois anos que ficara ali, até toda aquela bagunça — digna da Fairy Tail — acontecer e voltar para a Terra normal. Ficara tão feliz, tão feliz! Tinha sua família de volta, a única coisa que não tinha certeza, era sobre Natsu. Afinal, mesmo que ela estivesse “morta”, não é como se o dragon slayer tivesse parado no tempo e não tivesse vivido.

Mas ainda assim, mesmo tendo a consciência que ele deveria continuar vivendo, não pôde evitar o aperto que formou em seu coração quando viu como era a relação de Natsu com a maga estelar, Lucy Heartfilia. Aquele relacionamento tão íntimo... Porém, conteve-se. Estaria sendo egoísta se quisesse que ele “esperasse” por ela.

Não podia negar que tinha ciúmes, mas nada maldoso. Se dava super bem com Lucy e sua relação com Natsu estava ótima. Ele sempre a convidava para pescar pelo menos uma vez no mês. Em uma dessas pescarias, uma conversa no mínimo interessante havia surgido.

“— Lisanna? — o dragon slayer chamou sem olhá-la.

— Hum? — murmurou, segurando a vara de pescar, sentada em um toco de árvore. Vendo que ele não falara mais nada, virou-se para ele. — Natsu?

Ele parecia constrangido.

— Como você é a minha amiga de infância, posso perguntar uma coisa? — perguntou sem jeito, segurando a vara de pescar com uma mão e coçando a cabeça com a outra.

— Claro, o que quiser — respondeu prestativa, muito interessada.

— Qual é a melhor forma de se declarar para uma garota?

Ela sentiu o coração acelerar e engoliu em seco. Ainda tinha esperanças...

— Bem, eu acho que depende da garota pra quem você vai se declarar. Porque cada pessoa tem um gosto diferente. Mas acho que toda garota gostaria de uma declaração romântica! — opinou.

— E o que você consideraria como romântico? — voltou a perguntar com as bochechas levemente coradas, mas sem desviar os olhos dela.

— Flores, música lenta, jantar à luz de velas, e claro, um “eu te amo” sincero.

Os dois ficaram em silêncio por um instante, até Lisanna pigarrear e chamar a atenção do mago de fogo.

— Nee... Natsu... A garota para quem você quer se declarar...— hesitou. — É a Lucy?

Ele deu uma risada e colocou uma mão atrás da cabeça.

— Sim. Eu não sabia como fazer uma declaração direito — confessou com um sorriso bobo e ficou sério de repente. — Posso revelar uma coisa?

— O que quiser.

— Você foi a primeira garota que eu gostei. — revelou. Lisanna arregalou os olhos levemente e de certa forma sentiu-se imensamente feliz. Um dia havia sido correspondida. Abriu a boca para falar, pensando que ele tinha terminado, mas antes de qualquer palavra sair de seus lábios, Natsu continuou: — Naquele dia em que você foi na missão com a Mira, eu estava pensando em falar para você como eu me sentia assim que você voltasse. Mas...

Ele parou como se dissesse: Você sabe o que aconteceu.

— Entendo — Lisanna sussurrou, segurando as palavras amargas na sua garganta. Não falaria que ainda o amava de todo o coração. — Ninguém poderia imaginar que aquilo iria acontecer. Mas chega de falar do passado — disse e levantou-se para arrumar os “equipamentos” de pesca. — Vamos voltar, está ficando tarde.

— Certo — o mago murmurou feliz e a ajudou a arrumas as coisas.

Ele a acompanhou até a Fairy Hills de bom humor e conversaram sobre diversas coisas. Quando chegaram, se despediram e ela desejou com sinceridade:

— Boa sorte, Natsu, tomara que tudo dê certo.

— Obrigado, Lisanna. Você me ajudou bastante. Saiba que você nunca deixará de ser importante para mim. Tchau! — acenara e saiu feliz.”

Lisanna ainda se lembrava de ter chorado nesse dia. As palavras de Natsu haviam ficado em sua mente e constantemente se repetiam “Que eu gostei”. Ao mesmo tempo que ficara feliz, ficara magoada. O verbo no passado, tão nítido. “Gostei”.

Mas ela superaria.

Como o esperado, Natsu e Lucy iniciaram um relacionamento sério. Todos ficaram muito felizes com a notícia. Dois anos haviam se passado e durante esse tempo, a maga tentou sair com outros caras, mas nenhum lhe chamava atenção. Mais um ano tinha se passado e ninguém estava pronto para o que viria.

Lucy ficara gravemente doente.

Tinha sido de repente e isso assustou todos. Ninguém sabia o que era, mesmo Wendy e a velha que odiava humanos não conseguiram descobrir a razão da doença. A cada dia que passava, a maga dos espíritos estelares definhava, emagrecia. Foram feitos inúmeros tratamentos para tentar salvá-la e nada adiantou, apenas atrasou o que já era certo.

Lucy morreria.

Foram longos e sofridos seis meses. Todos estavam sofrendo, principalmente Natsu. Ele estava inconformado. Lisanna ia ao hospital sempre que podia, e em uma dessas idas ao hospital, acabou escutando as palavras de sofrimento do dragão. Ela estava quase entrando quando ouviu a voz chorosa de Natsu, parou.

— Por que isso está acontecendo? Por quê? Por que tudo que é importante pra mim tem que morrer ou sumir? Primeiro Igneel, depois Lisanna, e agora você.

Os olhos azuis de Lisanna se encheram de lágrimas. Aquele tom de voz era tão sofrido. Ela tentou não chorar, mas não conseguiu conter as lágrimas, tudo que pôde fazer foi segurar um sôfrego soluço no fundo da garganta e aguentar a angustia instalada no seu peito.

“Sinto muito Natsu”, Foi a última coisa que ela pensou antes de sair o mais rápido possível dali, mas não sem ouvir Lucy dizer:

— Não chore, Natsu. Você vai encontrar Igneel, e você tem a Lisanna.

Uma semana antes de Lucy falecer, Lisanna estivera com ela, e fora o momento mais doloroso e difícil de toda a sua vida, talvez.

— Lucy? — chamou baixinho entrando no quarto. — Com licença.

Por um milagre, ninguém estava ali.

— Olá, Lisanna — A voz fraca e rouca de Lucy soou.

Ela estava encolhida no amontoado de cobertores. A palavra que descrevia o estado da maga estelar era apenas uma: Triste.

Os cabelos antes brilhosos, encontravam-se secos, os olhos sem vida e a pele desbotada. Estava tão magra que os ossos de sua face estavam sobressaídos. A maga do take over puxou uma cadeira e sentou o mais perto possível da loira. Abriu a boca para falar, mas a voz saiu falha. Pigarreou.

— Que milagre você estar sozinha — comentou casualmente e Lucy dera uma risadinha.

— Realmente. Convenci Natsu a ir pra casa um pouco e descansar. E convenci Elza e Gray a comprarem uma comida decente — disse com um sorriso fraco. — Como você está?

— Eu que deveria fazer essa pergunta, não acha? — retrucou, com um sorriso gentil colocou a mão sobre a da Lucy e apertou suavemente. — Estou bem fisicamente — Uma pausa. — Como se sente?

— Melhor. As dores... Não as sinto mais — falou com a voz baixa. — Mas isso não muda o fato de que vou morrer.

— Não fale assim! — repreendeu, sentindo o choro subir.

— Não é hora para fugir dos fatos, Lisanna. Eu sei que vou morrer. É triste, de fato, mas ainda é a realidade. — A voz estava tão conformada que chegava a doer em quem ouvia. — Não chore. Quero te pedir uma coisa.

— O que você quiser — respondeu com os olhos marejados.

— Eu sei que não vai precisar que eu peça para que você o faça, mas ainda assim, é algo que eu preciso para o meu coração ficar em paz. — Ela teve uma crise de tosse e continuou: — Cuide do Natsu, por favor. Eu sei que o ama. Por muito tempo eu me senti uma intrusa na relação de vocês dois e me senti tão culpada pelo seu sofrimento... E ainda assim... Você foi tão boa pra mim.

E nesse momento a albina percebeu que Lucy chorava e foi incapaz de segurar as próprias lágrimas.

— Oh, Lucy, não fale assim. Por favor. A culpa não é sua! — sussurrou com a voz arrastada, sentindo o bolo subindo a garganta. — A vida é cheia de surpresas, boas e ruins.

— Obrigada por ser minha amiga, Lisanna. Faça-o feliz, certo?

— Certo.

— É uma promessa.

— Uma promessa — repetiu triste e emocionada.

Uma semana depois, Lucy Heartfilia morreu. Foi um baque. Depois de muito tempo, a Fairy Tail ficara em silêncio novamente. Dois anos haviam passado desde então e todos foram se reerguendo como podiam.

Lisanna ajudou Natsu de toda forma que pôde, inicialmente ele estava muito deprimido, mas a albina conversou com ele e disse que ninguém gostava de vê-lo assim e Lucy não ia gostar de vê-lo triste. Demorara um pouco, mas logo o sorriso voltara ao rosto dele.

Agora, Lisanna e Natsu estavam saindo. Já fazia alguns meses e notava-se que os dois estavam se esforçando para que aquilo desse certo. Natsu era sempre carinhoso e gentil com ela, abraçava-a, cheirava-a e andavam de mãos dadas. Levava-a em lugares românticos e bonitos.

Era mais um dos encontros com Natsu. Ele estava a levando para casa depois de um encontro em que haviam se divertido bastante. Riram, comeram, conversaram e flertaram. Já era noite e o céu estava estrelado, era uma noite refrescante. Estavam próximos a Fairy Hills quando um silêncio pairou entre eles.

— Lisanna — o Dragneel a chamara de repente.

A maga virou-se de uma vez, fazendo o vestido que usava rodopiar. Ela o encarou com um sorriso e um olhar interrogativo. Esperou ele falar. Mas ele não disse uma palavra. Apenas se aproximou devagar, parecendo calcular cada sentimento, cada movimento, sempre que dava um passo na direção dela.

Lisanna respirou fundo e pôde sentir a fragrância masculina vinda de Natsu, ele era muito cheiroso, pensou. O seu coração martelava fortemente contra o seu peito e sua respiração estava falha. O olhar estava fixo nele e vice-versa. Quando Natsu estava próximo o suficiente, puxou-a para um abraço. Não um abraço qualquer. Um carinhoso, quente e apertado. Ela o retribuiu rapidamente e ficaram assim por um tempo, até o dragon slayer quebrar o abraço suavemente, mas sem se afastar da maga e cravar seu olhar profundo na imensidão dos olhos azuis dela.

Lisanna sentiu seu corpo esquentar, porém não fez nada para afastá-lo. Esperou tanto por aquele momento. Sentiu a respiração quente dele em seu rosto e poucos centímetros os separavam de um beijo. As mãos dela ainda estavam em seus ombros e um braço do mago estava em suas costas, enquanto com a outra mão, ele acariciava o rosto feminino suavemente. Ela continuou aguardando, ansiosa e feliz. Fechou os olhos.

E então, os lábios roçaram suavemente um no outro, trazendo um calor gostoso e indescritível. Porém, não passou disso. Logo Natsu se afastou e segurou o queixo da maga gentilmente.

— Prometo que o próximo será melhor — sussurrou, fazendo-a se arrepiar e sorrir sem graça. — Amanhã, oito horas da noite no mesmo lugar. — Ela assentiu. — Boa noite, Lisanna.

— Boa noite, Natsu — desejou e deu-lhe um beijo na bochecha antes de correr para seu quarto.

E agora estava ali, com o coração a mil. Um dos seus maiores sonhos estava sendo realizado. Como não ficar feliz? Por mais que tivesse sido um leve roçar de lábios e tivesse durado apenas alguns segundos, foi o suficiente para aquele momento se eternizasse. Na verdade, todos os momentos dali em diante, se eternizariam. Com esse pensamento, adormeceu em um sono sem sonhos, tranquilo.

Quando acordou já passava do meio dia. Perguntou-se como pôde dormir por tanto tempo. Decidiu que não iria a guilda e ficou em casa fazendo coisas banais até a hora do seu encontro com Natsu. Quando deu sete horas, Lisanna se arrumou e vestiu seu melhor vestido e sapatos. Sentia que seria um dia especial, e não estava errada.

Às oito e ponto, estava na mesma árvore do parque de Magnólia em que costumava se encontrar com Natsu. Ele chegou cinco minutos depois dela e estava ofegante, provavelmente tinha corrido.

— Desculpe pelo atraso— pediu com a respiração entrecortada.

— Sem problemas — ela disse com um sorriso terno, já habituada com os atrasos do mago. — Vamos?

— Sim! — Natsu respondeu com seu típico sorriso. — E a propósito, você está linda.

— O-obrigada — Lisanna gaguejou, corada. Ele a elogiava sempre, mas o jeito que ele tinha a olhado, era diferente das outras vezes.

O dragon slayer a levou para um parque de diversões que estava passando por Magnólia e lá ficaram por horas, divertindo-se como crianças. Foram embora tarde da noite e só porque o mago tinha destruído uma barraca acidentalmente. Natsu a deixou na porta da Fairy Hills e ela se despediu normalmente, como sempre fazia, mas o mago de fogo foi mais rápido e a segurou pelo pulso.

— Espere. Eu tenho que te agradecer. — Lisanna o olhou sem entender. — Te agradecer por me fazer levantar. Te agradecer por me fazer feliz novamente e por fazer eu me apaixonar por você. — Ela arregalou levemente os olhos, uma felicidade indescritível invadindo-a. — Eu sei que não há música lenta, nem jantar à luz de velas, mas...

E ela o silenciou com um beijo. Quase desesperado, guardado há anos, só para ele. Quando se afastou, ela sussurrou:

— Eu te amo Natsu, eu sempre amei e sempre vou amar.

Os dois se olharam ternamente, enquanto uma estrela cadente riscava o céu.

Cumprirei nossa promessa... Lucy.”


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Notas finais do capítulo

Eu sei que não está AQUEEEEEEEELAS COISAS, mas eu gostei de escrever do mesmo jeito. Porque sempre vejo como um desafio, escrever sobre casais com quais eu não tenho muita afinidade. E apesar de eu gostar de NaLi um pouquinho, não se compara ao meu amor por outros casais de FT.

Então, espero que comentem e digam o que acharam (com sinceridade, ok?). Não importa quando você tenha lido isso! :D

Beijo e obrigada por ler até o final!

01/08/2014