Acordei com o barulho do despertador. 5:00 da manhã e finalmente é o grande dia. Fiz o meu ritual de preparação diário, mas caprichei por causa das câmeras. Sei que posso ser escolhida já que meu nome está presente em mais de cinquenta papeis naquele pote de vidro. Não que eu realmente queira ir para os Jogos, porém fui preparada para isso a minha vida inteira e minha família não é uma das mais ricas do Distrito 13.

Tomei um ótimo café da manhã e me dirigi ao ginásio do McKinley meia hora antes do necessário. Chegamos, poucas pessoas estão presentes. Após ter meu dedo furado e meu sangue coletado, abracei meus dois pais e me digiro para perto das poucas meninas de dezesseis anos ali presentes. Algum tempo depois, o ginásio ficou lotado e a cerimônia começou. Prestei muita atenção ao vídeo que passam todos os anos sobre os distritos terem perdido duas guerras para a Capital, etc. A mulher extravagante com  sotaque ridículo fez o mesmo discurso de sempre e disse:

- Sem mais delongas, vamos ao sorteio. Damas primeiro.

Sua mão remexeu o pote com vários papeis, retirou um nome, voltou ao microfone e leu:

- Quinn Fabray.

Todos ficaram em silêncio absoluto, e quando vi aquela menina perfeita tentando manter a postura, andando lentamente para o palco, fazendo muita força para não chorar, cai em mim e gritei:

- EU ME OFEREÇO! EU ME OFEREÇO COMO TRIBUTO!

- Esplêndido, primeiro tributo do distrito 13… venha aqui, querida.

Andei rapidamente para o palco, mas Quinn me segurou pelo braço enquanto eu estava no meio do caminho. 

- Você não pode fazer isso! 

- Já estou fazendo. Me solta. Vá com a sua mãe, ME SOLTA QUINN!

Os pacificadores a arrastaram e ela começou a berrar. Eu fiz um grande esforço para manter meu rosto livre de emoções e subi no palco.

- Diga seu nome.

- Rachel Berry.

- Parabêns, Rachel! Uma garota realmente muito corajosa! Bom, agora os meninos.

Após tirar um nome do outro pote, leu:

- Brody Weston

Eu não fazia ideia quem seja esse aí, pouco me importa. Apenas o achei realmente muito bonito, 18 anos, ele tem olhos bem azuis, cabelo castanho e um topete baixo meio arrepiado. Eu nunca o vi em nenhum centro de treinamento, mas ele parece ser bem forte e é realmente alto e musculoso. Apertei sua mão e fui para a sala de despedidas, sem olhar para trás. 

O cômodo era realmente muito bonito, decorado principalmente com vermelho-vinho e  quase tudo era de veludo ou mogno. Passei muito tempo com meus pais, recebendo as ultimas dicas e dizendo adeus. Quando eles saíram, eu não esperava mais ninguém, por isso dei um pulo quando a porta se abriu de novo. Ela estava pálida e seus olhos bastante inchados, porém linda como sempre.

- O que você está fazendo aqui?

- Por que se voluntariou? Eu sempre fui má com você e...

De repente me deu vontade de contar tudo pra ela. De como eu a amava faz dois anos, de como eu queria protegê-la de todo o mal e não importa o que ela fez comigo. Mas tudo que saiu da minha boca foi:

- Eu me preparei desde os seis anos de idade, Fabray. Eu ia fazer isso por qualquer uma esse ano. E alem disso, você vai para o treinamento a três anos. Sou muito mais experiente. 

Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, mas fechou. As lágrimas voltaram a escorrer pelos seus olhos e apenas me abraçou. Eu hesitei por alguns segundos, mas retribuí.

- Sei que não parece e que nunca te disse isso mas eu te amo Rachel. Desde a primeira vez que te vi. Por isso tenho sido uma vadia total. Por favor, tente vencer, okay? Por mim e pelo meu filho. - Ela apontou para a barriga - ou filha.

Eu fiquei em choque, não dava para acreditar.

- C-como assim? GRÁVIDA? DO FINN?

- A-acho que sim..

- Você ACHA? Bem, eu também te amo Q. Desde sempre. Se cuide, ta? - A porta se abriu e dois pacificadores entraram - Depois quero saber melhor dessa história. Eu vou vencer. EU PROMETO.

Eles tiraram de mim. De novo. Talvez para sempre.