A Filha Da Timidez escrita por viccke


Capítulo 15
Capítulo 14 – Eu não me lembro


Notas iniciais do capítulo

Sim, houve uma loooooooonga demora pra eu postar esse capítulo... Espero que me perdoem. Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292803/chapter/15

POV Jullie

– Você ta bem? Te fizeram alguma coisa?

– Eu to legal Babi. – continuávamos abraçadas.

– Porra cabelo de salsicha, você me deu um baita susto! – rimos.

– Cadê o Wes? – Babi murmurou enquanto olhava para os lados, preocupada. Não respondi, apenas segurei sua mão e comecei a puxá-la enquanto procurava pelo Wes.

Depois de vasculhar todo o SPA, saímos de lá e ficamos chocadas com a cena que vimos. Wes estava caído no chão, imóvel. Parecia estar desmaiado. Corri para perto de seu corpo e pude ver muito sangue ali. Seu rosto estava todo machucado.

– Mas que porra aconteceu aqui?! – eu não entendia nada e Babi estava em pé, imóvel, enquanto observava aquela cena numa tentativa de compreender alguma coisa. – Venha me ajudar, precisamos levá-lo até a enfermaria.

Foi um pouco complicado carregar Wes até a enfermaria. Ele podia estar “em forma”, mas era bem pesadinho. A enfermeira que estava lá nessa madrugada nos questionou sobre o que havia acontecido e simplesmente não soubemos responder.

– Uma possível briga, talvez?! – arrisquei um palpite.

– Talvez? Tem algo que esteja querendo esconder? – essa enfermeira ta de brincadeira com a minha cara?!

– Não, eu realmente não sei o que aconteceu. O encontramos caído no chão, já disse!

– Tudo bem, se é assim então vamos esperar o garoto acordar para que ele nos diga o que aconteceu. Suponho que ele não vá acordar logo por conta dos sedativos, então sugiro que as senhoritas voltem para seus respectivos quartos, na qual não deveriam ter saído. – apenas revirei os olhos e saí bufando. Babi nem sequer abriu a boca em momento algum.

POV Wes

Acordei um pouco tonto e minha visão estava um pouco embaçada, mas logo começou a melhorar. Tentei me mover, mas uma forte dor nas costas me impediu. Olhei ao meu redor e a única coisa que eu via eram camas com lençóis brancos e vários armários. Logo entendi que eu estava na enfermaria. Com uma de minhas mãos pude sentir uma faixa amarrada em minha cabeça, que parecia estar... Molhada?! Surpreendi-me assim que afastei as mãos e vi sangue nas pontas de meus dedos, que antes haviam tocado a faixa.

– Não mexa aí garoto! – uma voz soou. Era uma mulher, toda de branco. – Já vou trocar seu curativo.

POV Jullie

Babi e eu resolvemos ir visitar o Wes logo pela manhã, assim como havíamos feito nos dois dias anteriores que ele permaneceu desacordado. Para minha alegria, fui surpreendida ao entrar na enfermaria.

– Finalmente! – quase gritei ao vê-lo acordado e corri para abraçá-lo, interrompendo o que a enfermeira estava fazendo.

– Ai! – ele soltou um gemido de dor. Talvez tenha abraçado um pouco forte demais. Babi ficou parada ao fundo.

– Me desculpa. – sorri de canto. – Fiquei preocupada com você.

– Me desculpe, mas... Você é...? – ele respondeu depois de um tempo em silêncio.

– Ah qual é Wesley, para de brincadeira cara! Você ta desacordado faz três dias, não é hora de brincar, beleza?! – ele não respondeu, apenas continuou me olhando confuso. Olhei para a enfermeira – que estava parada ao lado, provavelmente esperando eu sair logo dali – e puxei-a pra um canto, para uma conversa a sós.

– Ele realmente não se lembra de quem eu sou?

– Olha garota, seu namoradinho bateu forte com a cabeça naquela noite. Seja lá o que tenha acontecido, ele chegou sangrando demais aqui, e acho até que foi pouco ele ter ficado apenas três dias desacordado pelo tanto de sangue que perdeu. Se isso te acalma, o que posso lhe dizer é que ele pode se lembrar com o tempo...

– Você só pode estar de brincadeira comigo! – aumentei o tom de voz.

– Eu não sou médica, sou apenas uma enfermeira. Vocês vão ter que procurar um especialista para resolver isso, mas só quando a viagem acabar. Agora me dê licença, preciso trocar os curativos. – Não tive reação.

Eu estava incrédula com o que acabara de acontecer. Dei uma última olhada para o Wes enquanto era enxotada para fora dali. Seus olhos apenas me seguiram, mas não expressavam nada. Seu olhar continuava duvidoso como antes. Assim que a enfermeira bateu a porta na nossa cara, fiquei parada ali por alguns segundos tentando entender tudo o que acabara de acontecer.

– Deve ser piada, só pode. – Babi tentava me confortar. Não respondi. – Jullie?

Minha única reação foi sair correndo direto para o quarto. Parte de mim não acreditava que aquilo era real e que tudo não se passava de uma brincadeira de mau gosto, mas outra parte acreditava que estava tudo sério demais para ser apenas uma brincadeira. Tranquei-me no quarto e comecei a chorar como não chorava há muito tempo. Chorei como se fosse criança, daquelas que até se engasgam com as soluçadas. Babi estava do lado de fora, batendo na porta e pedindo para entrar. Não cedi. Depois de alguns minutos ela desistiu. O silêncio tomou conta e eu adormeci.

Acordei um pouco desnorteada, olhei para o relógio e ele apontava 3:12 AM. Algumas horas haviam se passado. Resolvi levantar e lavar o rosto numa tentativa de me sentir um pouco melhor, mas nada mudou. Apoiei o cotovelo na pia e a minha cabeça na mão, olhei para o espelho e me encarei por alguns minutos. Eu só queria esquecer por um momento aquilo tudo. “O que as pessoas fazem para esquecer?”. Sim, foi exatamente essa a pergunta que eu repetia em minha mente enquanto encarava meu reflexo. Logo depois saí do quarto e fui em direção a qualquer Bar ou clube que era próximo dali – afinal, não é isso que as pessoas fazem quando estão tristes?!

Os bares e clubes não estavam fechados, eles ficavam abertos de madrugada todos os dias. O bar mais próximo dali era o “The Dream Bar”, na qual eu nunca havia nem sequer conhecido. Estava lotado, principalmente por ser sábado, então me aproveitei da super lotação e entrei na parte dos funcionários. Havia várias garrafas dentro do freezer, mas dentre todas eu peguei uma Black Label e uma Smirnoff. Na verdade eu não tive tempo pra escolher, apenas peguei as primeiras que eu vi.

– Ei garota, você não pode ir pegando as bebidas assim! – um cara veio me atormentar. Ignorei, me enfiei no meio da multidão de novo e sumi dali. Voltei para o quarto. Tranquei-me no banheiro e deixei as garrafas do lado da banheira, na qual enchi alguns minutos depois. A água me acalmava, só por esse motivo fui beber justamente durante o “banho” – na verdade só entrei lá para poder pensar. Não era realmente um banho.

Depois de aguentar beber apenas meia garrafa, chorar feito uma idiota e quase vomitar, me dei conta de que aquilo era estupidez. Essa não era eu. Então joguei toda a bebida que sobrara dentro da banheira e a esvaziei em seguida. Saí do banheiro enrolada numa toalha e, como se não bastasse a primeira surpresa do dia, houve a segunda. Havia um pedaço de papel no chão do quarto. Parecia que o haviam passado por debaixo da porta. Peguei e o li.

Fiquei enfurecida e rasguei o papel no mesmo instante. Não recebia um bilhete desde o dia da briga, mas parece que a tormenta havia voltado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Quero review com opiniões, hein?! E peço mil desculpas pela demora... Eu abandonei a fic por um tempo por alguns motivos aí que não vem ao caso, mas agora eu voltei e vou finalizar ela, ok? beijos!