Acampamento Werning - Seres Mitológicos escrita por Winasky
Acordei, depois que ouvira um som de trovão. Aquele sonho era estranho. Eu beijando o cara de olhos azuis? E ainda: Eu amarrada, sangrando? Espero que seja apenas um sonho.
De repente, um vulto abrindo a porta da cela. Ele agarrou meu braço e me puxou para fora. Logo, me forçou a andar até o fim do corredor que havia ali, para separar as celas, a fim de ficarem uma a frente da outra. Logo a frente, havia uma grande porta. E o cheiro? Bom, posso descrever que aquele lugar cheirava a suor de maratonista e cadáver. Pois bem, tínhamos chegado a tal porta. O vulto abriu e me empurrou para dentro e trancou. Assim que olhei a redor, levei um susto. O lugar não cheirava a cadáver e muito menos a suor de maratonista. Um leve aroma de lavanda e flores, combinando perfeitamente com o lugar. Aparentemente, parecia um escritório. O maior escritório que já vira - era o primeiro que via, então para mim era grande - Com estantes de livros feitas de madeira maciça cobrindo ambas paredes laterais do lugar. Acima de minha cabeça, havia um lustre revestido com diamantes e ouro. A frente, quadros na parede, retratando mortes violentas. Um longo tapete cobria parte do lugar e, logo em cima, uma grande mesa onde se encontrava papéis, canetas de pena, uma garrafa e taça com vinho e livros jogados. A frente, uma poltrona giratória. Porém, esta estava virada em direção aos quadros, ou seja, não conseguia ver quem estava sentado nela.
– Ora, ora, ora... - começou a dizer uma voz feminina - Veja quem está aqui!
– Quem é você? - perguntei, afinal.
– Você não me reconheceu pela voz? Sério? - Assim que dissera isto, virou a poltrona, permitindo-me assim, ver quem era. Usava roupas finas. Mas nada do que usava antes. Bebia enquanto conversava.
– Como está sendo minha hospitalidade? Notas, por favor - continuou
– Por quê isso tudo? Qual o motivo de tudo isso, Lorenninha? - perguntei
– Adoro ver o sofrimento de vocês! - ela não parecia dizer isso com firmeza - é tão engraçado, sabe? - com leveza, pegou a taça com vinho e pôs a bebe-la.
Fui em sua direção e bati minhas mãos com força na mesa.
– O que você quer de mim, Winasaki? - lembrei-me de meu sonho, no qual Lorenninha dizia ser Winasaki.
Ela ergueu ambas sobrancelhas, deu um suspiro e colocou sua taça na mesa, calmamente.
– Pois bem. Primeiramente, como sabe meu nome verdadeiro? - ela me olhou diretamente nos olhos.
– Estou tendo sonhos. Sonhos que me contam o passado e me mostram o possível futuro. - contei-lhe, sem medo
– Jura? Do futuro? Interessante... - ela me deu um largo sorriso - Deixe-me adivinhar: você morria e eu governava o Acampamento Werning?
Eu a fitei.
– Então esse é o motivo?
Eu pensava que ela ia começar a gaguejar e depois, mentir.
- Talvez sim, talvez não. - E suspirou, levantando-se. - Venha aqui logo, antes que eu perca a paciência.
Ela foi em direção de uma estante de livros.
Assim que chegamos a frente da estante, Lorenninha parou, como se estivesse se lembrando de algo, observando a estante. Depois de poucos segundos, ela puxara rapidamente um livro de capa verde e jogou para trás.
Assim que Lorenninha puxou o livro, a estante girou 360° graus e logo, via-me frente a frente com uma porta de elevador. Com um plim, a porta se abriu. Sem alguma preocupação, Lorenninha entrou e tive de entrar também. Assim que entramos, percebi que não havia botões que indicavam o andar.
Lorenninha arrancou um colar de pérolas de seu pescoço - tal que ainda não havia percebido - e jogou em uma espécie de lixeira, que assim que um objeto tocava-lhe seu fundo, a "lixeira" brilhava um tom verde musgo. Ela virou-se para mim e pediu para que eu estendesse minhas mãos. Estalou os dedos e logo meu anel do Acampamento estava em suas mãos, prestes a jogar na lixeira. Tentei impedi-la, mas não deu certo. Logo meu anel virou pó.
Lorenninha dissera algo em latim, e logo o elevador começou a descer.
Em outro plim, a porta do elevador se abriu. Lorenninha me puxou para fora do elevador, como se eu fosse o cachorrinho de estimação dela, o que nessa altura, já era bem provável.
O lugar era o mais improvável de ter um andar de elevador, mas sim, estávamos em uma floresta escura - pois era a noite -, com grilos que crilejavam, corujas que piavam e lobos que uivavam. Aquilo me dava calafrios, ainda mais com pernilongos querendo chupar meu sangue. Mas em compensação, o cheiro da mata agradava-me. Também pude observar altas árvores e uma cachoeira, com apenas um caminho, logo a frente, indo em direção de uma enorme fumaça preta.
– Seria de alguma fogueira? – pensava - Ou um incêndio?
Andamos em direção da fumaça. Isso era um pouco arriscado. Mas minha vidaera arriscada. Então, sem problemas.
Chegamos a um acampamento. A tal fumaça vinha de uma grande fogueira. Assim que vi o acampamento, por um momento pensara que era o Acampamento Werning. Mas logo desviei o pensamento, pois percebi que Lorenninha se dirigira a uma cabana. Eu correra até ela, mas me mandou esperar. Virei as costas e comecei a correr para fugir, mas dei de cara com uma garota. Vestia um vestido curto e branco, com um arco em suas costas. Era bonita, admito. Cabelos pretos e curtos. Aparência de ter seus 13 anos. Olhos castanhos, enfim.
– Qual és vosso nome? - perguntou a garota
– Sara. E vo...
– Meu nome é Alexia, tenente oficial de Ártemis, deusa da vida selvagem, a caça e a lua. Responda-me, Sara. Tu poderás explicar o motivo de estares aqui?
– Hum... Na verdade, não.
– Estares perdida?
– Não, estou acompanhada de uma amig... - lembrei-me que Lorenninha não era minha amiga - pessoa. Ela está naquela cabana - apontei para a cabana
– Certamente - ela fitou a cabana, e logo olhou para mim - Acampamento Werning?
– Eu sim. Ela não.
– Então o que estás fazendo aqui com ela? Não deverias estar no acampamento?
– Se eu não fosse prisioneira dela, talvez. - respondi, em desgosto, cruzando os braços.
– Prisioneira? Talvez eu possa ajudar-te. Venha a... - ela foi interrompida por Lorenninha
– Sara! Venha aqui! - eu disse que era provável eu ser o cachorrinho de estimação dela.
Olhei para Alexia, com desgosto - não por ela, mas pelo o ocorrido - e fui em direção onde Lorenninha estava, na cabana.
Entrei na cabana e sentei-me ao lado de Lorenninha, que estava sentada no chão. A cabana era bem confortável. Pequena, mas confortável. A minha frente, uma linda moça de cabelos loiros, e olhos dourados ardentes, me fitavam. Aparentava ter seus 20 anos.
–Sara. - A moça disse.
– Sim. - disse desconfortável com a situação - e você é?
– Ártemis, a deusa grega e romana. Deusa da vida selvagem, da caça e da lua.
Eu fiquei surpresa. Estava frente a frente com uma deusa, que podia me fazer de queijo ralado queimado a qualquer minuto. Conhecia as histórias dos deuses. Lia livros de mitologia grega e romana. Bom, para quem é fascinado por mitologia grega ou romana, estaria muito feliz por ter uma deusa grega a sua frente. Mas nada me alegrava no momento. Sabia que Lorenninha estava tramando algo. Algo nada bom.
– Sara - Lorenninha disse ao meu lado - gostaríamos fazer uma proposta para você.
Ártemis me olhou.
– Convido-te a ser uma de minhas caçadoras, obtendo assim, a imortalidade ao meu lado e de minhas caçadoras. Entretanto, a virgindade terá de ser aplicada por toda sua vida imortal. Aceitaria minha proposta?
Olhei para Lorenninha. Ela estava como: "Vai aceita! Por favorrrrr! Vai, Sara, senão te esgano! Aceita!", e isso não era nada bom.
A proposta era muito tentadora. Ser imortal era legal. E as outras caçadoras se importariam comigo, como se importam umas com as outras. Iria me livrar de tudo.
Entretanto, e o Acampamento Werning? Como ficariam ao ficarem sabendo disso? Serena, Castiel , Camila, Lysandre, Lucifer e... Nathaniel. Sim, e Nathaniel? Ele ficaria arrasado. Mas a vida é minha. E eu não gosto mais dele. Vi por experiencia própria que era um ignorante e ciumento.
Respirei fundo e, por fim, disse:
– Não.
– NÃO? COMO NÃO? - Lorenninha explodira
– Aceite, Sara, vós te pedimos. Antes que Lorenni...
– ELA TERÁ DE ACEITAR! SENÃO MEU PLANO VAI PARA O POÇO. AÍ ELA TERÁ DE VIRAR MINHA CAÇADORA E...- Lorenninha parou de falar.
– Hã, o que estão dizendo? Lorenninha não quer uma caçadora? Mas não era a Ártemis que pedira uma?
Antes que Lorenninha dissesse qualquer coisa, Ártemis por fim, proclamou:
– Pois bem, contarei-lhe a verdade. Diante de sua decisão, claro. Serei breve. Sua mãe - ela começou - fora uma de minhas caçadoras. Mas, assim que descobri que você havia nascido, expulsei sua mãe e seu pai- que era um ser mitológico, porém sua mãe não havia descoberto - , mandando-os para uma ilha deserta. De alguma forma, sua mãe fugiu, deixando seu pai para trás, a ser morto pelos animais nativos da ilha. De alguma forma, ela encontrou Lorenninha, que a fez Caçadoras dos Seres - que seriam os seres do Acampamento Werning -. Para o destino de sua mãe, você era um dos seres pertencentes do acampamento. É isso.
Lorenninha estava furiosa, a ponto de explodir. Não acreditava que ela havia contado. Começou a discutir com Ártemis - o que era perigoso -. Enquanto discutiam, consegui sair da cabana, mas dei de cara com uma garota. - de novo.
– Alexia?! - perguntei assustada
– Venha Sara! - e me puxou pela mão e corremos para dentro da floresta – elas irão achar-te!
– Mas para onde estamos indo?
– Conheço um caminho para o acampamento.
A floresta ainda estava escura e tenebrosa.
Corremos. Virávamos para vários lados. Não sabia exatamente para onde nós estávamos indo. Corremos por uns 20 minutos.
Por fim, saímos da floresta, e logo pude perceber que estávamos perto de um asfalto, com carros passando em alta velocidade, em destino para uma cidade logo à frente. Havia uma placa, indicando o nome da cidade. "Vermont", dizia. Infelizmente, a placa estava tão imunda que não deu para ler outras letras. Paramos de correr. Alexia pôs a mão no meu ombro, me olhou e disse:
– Eu não posso ir mais longe do que isso. Então, vá até o centro da cidade. Encontre a joalheria que está próxima do mercado. Entre e diga ao balconista: Acampamento Werning. Ele é um dos seres e te dará um anel para que tu voltaste ao acampamento - Alexia tinha um português muito misturado com o antigo e o atual. Isso era normal, no caso de Caçadoras.
– Obrigada Alexia – e fui correndo para a cidade
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Agradeço a Alexia Dankan por me FORÇAR a escrever o capitulo 12 heuehehue
Por agradecimento, coloquei-a na fic ^3^
Mod. Reformado 03/04/13 23:10.