Acampamento Werning - Seres Mitológicos escrita por Winasky


Capítulo 12
Capítulo 12 - Meu anel vira pó




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/292645/chapter/12

Acordei, depois que ouvira um som de trovão. Aquele sonho era estranho. Eu beijando o cara de olhos azuis? E ainda: Eu amarrada, sangrando? Espero que seja apenas um sonho.

De repente, um vulto abrindo a porta da cela. Ele agarrou meu braço e me puxou para fora. Logo, me forçou a andar até o fim do corredor que havia ali, para separar as celas, a fim de ficarem uma a frente da outra. Logo a frente, havia uma grande porta. E o cheiro? Bom, posso descrever que aquele lugar cheirava a suor de maratonista e cadáver. Pois bem, tínhamos chegado a tal porta. O vulto abriu e me empurrou para dentro e trancou. Assim que olhei a redor, levei um susto. O lugar não cheirava a cadáver e muito menos a suor de maratonista. Um leve aroma de lavanda e flores, combinando perfeitamente com o lugar. Aparentemente, parecia um escritório. O maior escritório que já vira - era o primeiro que via, então para mim era grande - Com estantes de livros feitas de madeira maciça cobrindo ambas paredes laterais do lugar. Acima de minha cabeça, havia um lustre revestido com diamantes e ouro. A frente, quadros na parede, retratando mortes violentas. Um longo tapete cobria parte do lugar e, logo em cima, uma grande mesa onde se encontrava papéis, canetas de pena, uma garrafa e taça com vinho e livros jogados. A frente, uma poltrona giratória. Porém, esta estava virada em direção aos quadros, ou seja, não conseguia ver quem estava sentado nela.

– Ora, ora, ora... - começou a dizer uma voz feminina - Veja quem está aqui!

– Quem é você? - perguntei, afinal.

– Você não me reconheceu pela voz? Sério? - Assim que dissera isto, virou a poltrona, permitindo-me assim, ver quem era. Usava roupas finas. Mas nada do que usava antes. Bebia enquanto conversava.

– Como está sendo minha hospitalidade? Notas, por favor - continuou

– Por quê isso tudo? Qual o motivo de tudo isso, Lorenninha? - perguntei

– Adoro ver o sofrimento de vocês! - ela não parecia dizer isso com firmeza - é tão engraçado, sabe? - com leveza, pegou a taça com vinho e pôs a bebe-la.

Fui em sua direção e bati minhas mãos com força na mesa.

– O que você quer de mim, Winasaki? - lembrei-me de meu sonho, no qual Lorenninha dizia ser Winasaki.

Ela ergueu ambas sobrancelhas, deu um suspiro e colocou sua taça na mesa, calmamente.

– Pois bem. Primeiramente, como sabe meu nome verdadeiro? - ela me olhou diretamente nos olhos.

– Estou tendo sonhos. Sonhos que me contam o passado e me mostram o possível futuro. - contei-lhe, sem medo

– Jura? Do futuro? Interessante... - ela me deu um largo sorriso - Deixe-me adivinhar: você morria e eu governava o Acampamento Werning?

Eu a fitei.

– Então esse é o motivo?

Eu pensava que ela ia começar a gaguejar e depois, mentir. 

- Talvez sim, talvez não. - E suspirou, levantando-se. - Venha aqui logo, antes que eu perca a paciência.

Ela foi em direção de uma estante de livros.


Assim que chegamos a frente da estante, Lorenninha parou, como se estivesse se lembrando de algo, observando a estante. Depois de poucos segundos, ela puxara rapidamente um livro de capa verde e jogou para trás.

Assim que Lorenninha puxou o livro, a estante girou 360° graus e logo, via-me frente a frente com uma porta de elevador. Com um plim, a porta se abriu. Sem alguma preocupação, Lorenninha entrou e tive de entrar também. Assim que entramos, percebi que não havia botões que indicavam o andar.

Lorenninha arrancou um colar de pérolas de seu pescoço - tal que ainda não havia percebido - e jogou em uma espécie de lixeira, que assim que um objeto tocava-lhe seu fundo, a "lixeira" brilhava um tom verde musgo. Ela virou-se para mim e pediu para que eu estendesse minhas mãos. Estalou os dedos e logo meu anel do Acampamento estava em suas mãos, prestes a jogar na lixeira. Tentei impedi-la, mas não deu certo. Logo meu anel virou pó.

Lorenninha dissera algo em latim, e logo o elevador começou a descer. 

Em outro plim, a porta do elevador se abriu. Lorenninha me puxou para fora do elevador, como se eu fosse o cachorrinho de estimação dela, o que nessa altura, já era bem provável.

O lugar era o mais improvável de ter um andar de elevador, mas sim, estávamos em uma floresta escura - pois era a noite -, com grilos que crilejavam, corujas que piavam e lobos que uivavam. Aquilo me dava calafrios, ainda mais com pernilongos querendo chupar meu sangue. Mas em compensação, o cheiro da mata agradava-me. Também pude observar altas árvores e uma cachoeira, com apenas um caminho, logo a frente, indo em direção de uma enorme fumaça preta.

Seria de alguma fogueira? – pensava - Ou um incêndio?

Andamos em direção da fumaça. Isso era um pouco arriscado. Mas minha vidaera arriscada. Então, sem problemas.

Chegamos a um acampamento. A tal fumaça vinha de uma grande fogueira. Assim que vi o acampamento, por um momento pensara que era o Acampamento Werning. Mas logo desviei o pensamento, pois percebi que Lorenninha se dirigira a uma cabana. Eu correra até ela, mas me mandou esperar. Virei as costas e comecei a correr para fugir, mas dei de cara com uma garota. Vestia um vestido curto e branco, com um arco em suas costas. Era bonita, admito. Cabelos pretos e curtos. Aparência de ter seus 13 anos. Olhos castanhos, enfim. 

– Qual és vosso nome? - perguntou a garota

– Sara. E vo...

– Meu nome é Alexia, tenente oficial de Ártemis, deusa da vida selvagem, a caça e a lua. Responda-me, Sara. Tu poderás explicar o motivo de estares aqui?

– Hum... Na verdade, não.

– Estares perdida?

– Não, estou acompanhada de uma amig... - lembrei-me que Lorenninha não era minha amiga - pessoa. Ela está naquela cabana - apontei para a cabana

– Certamente - ela fitou a cabana, e logo olhou para mim - Acampamento Werning?

– Eu sim. Ela não.

– Então o que estás fazendo aqui com ela? Não deverias estar no acampamento?

– Se eu não fosse prisioneira dela, talvez. - respondi, em desgosto, cruzando os braços.

– Prisioneira? Talvez eu possa ajudar-te. Venha a... - ela foi interrompida por Lorenninha

– Sara! Venha aqui! - eu disse que era provável eu ser o cachorrinho de estimação dela.

Olhei para Alexia, com desgosto - não por ela, mas pelo o ocorrido - e fui em direção onde Lorenninha estava, na cabana.

Entrei na cabana e sentei-me ao lado de Lorenninha, que estava sentada no chão. A cabana era bem confortável. Pequena, mas confortável. A minha frente, uma linda moça de cabelos loiros, e olhos dourados ardentes, me fitavam. Aparentava ter seus 20 anos.

–Sara. - A moça disse.

– Sim. - disse desconfortável com a situação - e você é?

– Ártemis, a deusa grega e romana. Deusa da vida selvagem, da caça e da lua.

Eu fiquei surpresa. Estava frente a frente com uma deusa, que podia me fazer de queijo ralado queimado a qualquer minuto. Conhecia as histórias dos deuses. Lia livros de mitologia grega e romana. Bom, para quem é fascinado por mitologia grega ou romana, estaria muito feliz por ter uma deusa grega a sua frente. Mas nada me alegrava no momento. Sabia que Lorenninha estava tramando algo. Algo nada bom.

– Sara - Lorenninha disse ao meu lado - gostaríamos fazer uma proposta para você.

Ártemis me olhou.

– Convido-te a ser uma de minhas caçadoras, obtendo assim, a imortalidade ao meu lado e de minhas caçadoras. Entretanto, a virgindade terá de ser aplicada por toda sua vida imortal. Aceitaria minha proposta?

Olhei para Lorenninha. Ela estava como: "Vai aceita! Por favorrrrr! Vai, Sara, senão te esgano! Aceita!", e isso não era nada bom.

A proposta era muito tentadora. Ser imortal era legal. E as outras caçadoras se importariam comigo, como se importam umas com as outras. Iria me livrar de tudo.

Entretanto, e o Acampamento Werning? Como ficariam ao ficarem sabendo disso? Serena, Castiel , Camila, Lysandre, Lucifer e... Nathaniel. Sim, e Nathaniel? Ele ficaria arrasado. Mas a vida é minha. E eu não gosto mais dele. Vi por experiencia própria que era um ignorante e ciumento.

Respirei fundo e, por fim, disse:

– Não.

– NÃO? COMO NÃO? - Lorenninha explodira

– Aceite, Sara, vós te pedimos. Antes que Lorenni...

– ELA TERÁ DE ACEITAR! SENÃO MEU PLANO VAI PARA O POÇO. AÍ ELA TERÁ DE VIRAR MINHA CAÇADORA E...- Lorenninha parou de falar.

– Hã, o que estão dizendo? Lorenninha não quer uma caçadora? Mas não era a Ártemis que pedira uma?

Antes que Lorenninha dissesse qualquer coisa, Ártemis por fim, proclamou:

– Pois bem, contarei-lhe a verdade. Diante de sua decisão, claro. Serei breve. Sua mãe - ela começou - fora uma de minhas caçadoras. Mas, assim que descobri que você havia nascido, expulsei sua mãe e seu pai- que era um ser mitológico, porém sua mãe não havia descoberto - , mandando-os para uma ilha deserta.  De alguma forma, sua mãe fugiu, deixando seu pai para trás, a ser morto pelos animais nativos da ilha. De alguma forma, ela encontrou Lorenninha, que a fez Caçadoras dos Seres - que seriam os seres do Acampamento Werning -. Para o destino de sua mãe, você era um dos seres pertencentes do acampamento. É isso.

Lorenninha estava furiosa, a ponto de explodir. Não acreditava que ela havia contado. Começou a discutir com Ártemis - o que era perigoso -. Enquanto discutiam, consegui sair da cabana, mas dei de cara com uma garota. - de novo.

– Alexia?! - perguntei assustada

– Venha Sara! - e me puxou pela mão e corremos para dentro da floresta – elas irão achar-te!

– Mas para onde estamos indo?

– Conheço um caminho para o acampamento.

A floresta ainda estava escura e tenebrosa.

Corremos. Virávamos para vários lados. Não sabia exatamente para onde nós estávamos indo. Corremos por uns 20 minutos.

Por fim, saímos da floresta, e logo pude perceber que estávamos perto de um asfalto, com carros passando em alta velocidade, em destino para uma cidade logo à frente. Havia uma placa, indicando o nome da cidade.  "Vermont", dizia. Infelizmente, a placa estava tão imunda que não deu para ler outras letras. Paramos de correr. Alexia pôs a mão no meu ombro, me olhou e disse:

– Eu não posso ir mais longe do que isso. Então, vá até o centro da cidade. Encontre a joalheria que está próxima do mercado. Entre e diga ao balconista: Acampamento Werning. Ele é um dos seres e te dará um anel para que tu voltaste ao acampamento - Alexia tinha um português muito misturado com o antigo e o atual. Isso era normal, no caso de Caçadoras.

– Obrigada Alexia – e fui correndo para a cidade



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agradeço a Alexia Dankan por me FORÇAR a escrever o capitulo 12 heuehehue

Por agradecimento, coloquei-a na fic ^3^

Mod. Reformado 03/04/13 23:10.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Acampamento Werning - Seres Mitológicos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.