Unsaid Things. escrita por 1Directioner


Capítulo 4
Capítulo 4




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Tentei livrar meus braços de sua mão, mas obviamente, não consegui. Eu era muito pequena e muito frágil perto do Gabriel. E nem mencionando quando ele está com raiva, tipo agora.

- Gabriel, você tá me machucando. – Falei enquanto ele me arrastava pela rua. – Gabriel, tá todo mundo olhando.

Ele finalmente me soltou. Estávamos quase a dois quarteirões da minha casa.

- Qual é o seu problema, Amanda ?

- Como é que é ? O meu problema ? – Levantei as mãos pro céu. – Tá falando sério, Gabriel ?

- É, justamente, garota. – Estávamos ambos no meio da rua. Nossa sorte, – ou a minha – era que não havia ninguém na rua.

- Eu não to te entendendo. – Odiava brigar com ele.

- Uma coisa que você entende bem, é como ser vadia, pelo visto. – Ele cuspiu aquelas palavras.

Naquele instante, tudo o que eu pensei em dizer a ele, sumiu. Eu abria e fechava a boca várias vezes, mas não tinha noção alguma do que dizer.

Senti minha garganta fechar e meus olhos arder. Eu choraria.

- Amanda, eu não... – Ele se aproximou e tentou tocar meu rosto.

- Sai daqui. – Eu o interrompi e me afastei.

- Amanda...

- Agora !

Ele suspirou, virou as costas e saiu na direção em que íamos. Ele andava e olhava para traz. Esperei que ele sumisse de vista.

Sentei no meio fio de uma calçada, tapei meu rosto com as mãos e chorei. Ele não tinha o direito de falar aquilo. Eu não era nada daquilo, e ele sabia.

O tempo começou a fechar, então decidi ir pra casa antes que a chuva caísse. Esperava que não houvesse ninguém em casa. Não queria explicar o motivo do choro.

Na metade do caminho, começou a chover. Bom, eu já estava molhada... Que diferença faria ? No momento, não ligava pra mais nada.

...

Tirei a roupa molhada, e entrei no banheiro. Fiquei em baixo do chuveiro o máximo que eu pude.

Quando finalmente sai, coloquei uma roupa qualquer (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=63834230&.locale=pt-br) e deitei na minha cama.

Na mesa de cabeceira, havia um porta retrato com uma foto minha e do Gabriel. Eu tinha 5 anos, o Gabriel tinha 6, quase 7. Eu tinha me machucado em uma brincadeira que ele havia inventado, e ele fez questão de cuidar do ferimento. Não deixou que ninguém chegasse perto de mim. Minha tia Cláudia, mãe do Gabriel que tinha tirado aquela foto, e naquele dia, ele prometeu “Ninguém nunca vai te magoar. Não vou deixar ninguém te ferir, eu juro”.  E o que ele fez, mesmo ?!

Fui interrompida por meus pensamentos pelo barulho do meu celular.

- Alô ?!

- Oi, é o Lucas.

- Ah, oi Lucas.

- Tá tudo bem ? Porque... Sabe, mais cedo na escola...

- Tá, tá tudo bem sim. – Espirrei. – Desculpa, é que eu tomei uma chuva, devo ter começado a gripar. – Ri sem humor.

- E tu tá sozinha ?

- Hm...

- Calma, não é com má intenção. – Ele riu do outro lado da linha.

- Sim, estou. – Ri.

- Posso ir aí ?

- Ah, não sei...

- Tô passando daqui dez minutos. – E desligou o celular. Desliguei o celular também.

Sai do quarto e desci as escadas de casa, saindo direto na sala. Me taquei no sofá e liguei a televisão. Coloquei em qualquer canal, eu não estava prestando atenção.

Escutei a campainha um tempo depois, sabia que era o Lucas, então não perguntei e abri a porta.

- Oi Luc... – Ia cumprimentá-lo, mas fui interrompida por um beijo dele.

Dessa vez, era um beijo de verdade. E quando eu digo beijo, é o beijo. Agora eu entendi a fixação daquelas garotas por ele.

Ele mantinha uma das mãos em minha cintura, enquanto a outra estava em meu rosto, e as vezes, ele o acariciava. O beijo era calmo, romântico, e em minha opinião, totalmente perfeito.

Quando partimos o beijo, ao olhar naqueles olhos azuis, pela primeira vez, eu realmente sentia desejo de ficar com ele. Sorri automaticamente ao ver o sorriso dele.

Eu estava feliz... Estava. Gabriel estava parado na metade da rua. Ele estava vindo em casa, ele ia vir se desculpar, e viu tudo aquilo.

Agora, tudo ia piorar. Senti que o havia perdido.


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