The World Of Evie escrita por CassBlake


Capítulo 19
Vizinhos


Notas iniciais do capítulo

Quem está pronto para um capitulo de OITO paginas????
Obrigado pelos comentários e Boa Leitura ^^



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Respirei fundo sentindo novamente aquele delicioso aroma completamente masculino e bom. Aconcheguei-me mais perto da fonte de calor que tinha na minha cama, estava completamente presa a ela.

Pisquei um pouco antes de perceber o que tinha me acordado, um “Pi” alto e repetitivo estava vindo do lado oposto da cama, olhei o despertador que tinha me acordado e estranhei completamente sua posição e seu formato, não era o despertador do “meu” quarto, não mesmo, era o despertador do quarto do Ethan.

Eu estava praticamente em cima dele, ele era a fonte de calor que eu estava sentindo, nossas pernas estavam emaranhadas, seu braço na minha cintura, minha mão estava enfiada em seu curto cabelo preto e minha cabeça estava em seu ombro nu, senti meu rosto corar e minha respiração ficar mais forte ao lembrar do que fizemos ontem, apesar de não ser tudo o que queria que tivéssemos feito, apenas beijos, mas beijos quentes e excitantes,mas apenas isso, nada de sexo, ainda.

Tentei me esticar para desligar o despertador, não queria que Ethan acordasse comigo em cima dele, não mesmo, eu iria pular fora dessa cama o mais rápido possível, seria muito constrangedor acordar na cama com ele, desliguei o despertador e relaxei em cima de Ethan aproveitando o momento, deslizei minha mão pelo eu peito, acariciando e sentindo como era perfeito antes de decidir sair.

Pressionei minha mão em seu peito gloriosamente esculpido para me impulsionar para cima apenas para sentir sua mão na minha cintura me segurar com força no lugar, olhei para cima confusa e senti meu rosto queimar mais ainda se é que era possível ao ver seu sorriso malicioso e o brilho em seus olhos azuis.

- Estava acordado todo esse tempo? – perguntei incrédulo por ele saber que eu o acariciei e por ainda estarmos na mesma posição em que acordamos.

- Sim – respondeu ainda com o sorriso no rosto.

- Idiota – murmurei constrangida tentando sair de seu aperto forte.

- Onde pensa que vai?

Não pude responder, surpresa pelo modo como ele nos girou em sua enorme cama king size, ficando por cima de mim, me pressionando de um modo delicioso contra o colchão, por um momento tentei me lembrar o que estava vestindo.

- Tenho um encontro com Downey hoje, esqueceu? Não podemos nos atrasar e quanto antes formos mais cedo vamos voltar. – murmurei para ele, que avaliava meu rosto de cima.

- Não esqueci isso, vamos nos arrumar – falou suspirando e saindo de cima de mim como se Downey o tivesse lembrado que não estávamos realmente juntos, que eu não era apenas uma garota normal, por um momento fiquei com medo dele não querer mais ficar comigo, que nosso “acordo” da noite passada não valesse agora que o sol saiu.

Ele afastou as cobertas e sentou na ponta da cama apenas em sua cueca boxer pronto para levantar e começar o dia, não consegui me controlar e me aproximei dele por trás colocando minhas mãos em seus ombros de leve, não querendo mais esperando que ele me rejeitasse assim como da primeira vez, mas para meu alivio ele apenas virou um pouco para poder me olhar, puxei minhas mãos em seus ombros o fazendo voltar a cair na cama de costas e então juntei toda a ousadia que tinha e passei uma perna por cima dele, ficando na mesma posição escarranchada que havia gostado tanto antes, ele não falou e eu também não falei, coloquei minhas mãos novamente em seus ombros e me inclinei até que meus lábios rosaram de leve nos seus, senti suas mãos se apossarem da minha cintura, meus longos cabelos caíram em cascata em torno de nós, criando um mundo só nosso apenas por um momento, logo fechei meus olhos e o beijei como se fosse a ultima e a primeira vez que fazia isso, como se tivesse esperado cem anos por esse beijo quando tínhamos nos beijado a apenas algumas horas, nunca provei drogas, nunca soube o que era vicio até beijar Ethan pela primeira vez, sua boca e seu corpo era minha droga, meu vicio, um vicio que eu sabia que seria quase impossível largar, mas eu decidi arriscar, decidi ter tudo o que podia ter dele enquanto podia.

Sua língua na minha boca era uma tortura, suas mãos agora subindo pelo meu corpo e tirando meu sutiã, pois ele também queria todo o contanto que pudéssemos ter, meu sutiã se foi e pela primeira vez ficamos peito contra peito, nada entre nós, apenas minha calcina e sua boxer nos impediam de ficar nus, um arrepio varreu meu corpo e senti uma pressão entre minhas pernas, eu queria tanto isso, queria tanto ter tudo dele, mas ainda não era o momento, não poderíamos fazer isso agora, tínhamos um dia cheio pela frente. Forcei-me a separar minha boca da sua, minha respiração vinha em ofegos e eu não podia negar que por mais constrangedor que seja minha calcinha estava molhada apenas com um beijo.

- Acho que temos que nos arrumar – murmurei sentindo o rosto vermelho pela minha ousadia.

- Sim, acho que temos – concordou Ethan sentando novamente e me levando junto, me segurei em seus ombros para não cair fora da cama. Olhei seus olhos e senti um aperto no estomago ao ver o desejo nu e cru neles.

Sai de cima dele ficando de pé, puxei uma coberta para me cobrir e peguei meu sutiã na cama, pronta para sair do seu quarto. Ethan ficou de pé e sorriu para mim fazendo meu coração acelerar.

Olhei ao redor para o quarto que não observei ontem à noite, pois estava muito ocupado sendo beijada por ele. A cama dele era enorme, mais seu quarto era basicamente igual ao meu, um banheiro, um closet, mas tudo tinha um ar masculino e cores masculinas e obviamente uma enorme janela dando um vista da cidade abaixo de nós.

 - Vou fazer nosso café da manhã – disse se inclinando e me dando um beijo rápido nos lábios antes de sair do quarto.

Vi a porta fechar não pude e impedir de sorrir um pouco.

*

Suspirei olhando as roupas em cima da cama, presa no mesmo dilema do dia anterior, que roupa iria fazer o Ethan querer me beijar novamente?

Outra vez olhando as roupas me perguntei quem as tinha escolhido, mas de qualquer jeito ficando agradecida por ter um bom gosto.

Olhei para uma mini saia entre varias calças e fiz um careta descartando ela na hora, talvez não tivesse um bom gosto afinal. Por fim escolhi uma calça cargo, blusa preta com um decote V, jaqueta de couro preta e botas de cano alto e cadarços com um salto baixo. O contraste da jaqueta preta com meu cabelo vermelho era bom. Ainda estava olhando no espelho quando a porta atrás de mim se abriu e Ethan entrou no quarto como se fosse dono do mundo e com aquela jaqueta e coturnos ele poderia ser, estava lindo e perigoso, seu coldre na cintura e sua 9mm completando sua perfeição.

- Está pronta? – perguntou me olhando de cima a baixo.

- Porque não bateu na porta? Eu poderia não estar vestida – reclamei para seu reflexo no espelho e vi aquele agora conhecido sorriso malicioso que eu já gostava tanto deslizar em seu rosto.

- Esse é o ponto – afirmou.

Neguei com a cabeça e fiquei surpresa ao ver a garota do espelho sorrindo como uma boba.

- Estou pronta – afirmei me virando para sair do quarto.

Ele me seguiu para fora do quarto em silencio, mas sua mão na minha cintura falava tudo.

Suspirei ao sentir o cheiro de panquecas e café fresco, dessa vez não sentamos de frente para o outro, ele sentou do meu lado e sua presença fez a comida ter um gosto divino.

- Downey vai interrogar você novamente – ele falou me tirando da minha fantasia de que eu era normal e que meu pai não era um dos traficantes mais procurados dos EUA. – Não perca a paciência com ele e pelo amor de Deus não quero que agrida mais ninguém – me pediu olhando para mim esperando que eu concordasse.

- Tudo bem, concordei em não socar mais ninguém ontem, não foi? – perguntei terminando minhas panquecas e bacon.

- Okay, Lily e Jack vão estar nos esperando depois do interrogatório, Jack quer te fazer algumas perguntas sobre Elizabeth.

- Certo – concordei. – Podemos ir agora?

- Sim, podemos – afirmou e percebi que estava um pouco nervoso, talvez porque eu iria estar fechada em uma sala com Downey novamente ou porque ele estava chegando cada vez mais perto de prender Jerry e ainda levaria mais alguns com ele.

Saímos do apartamento e fiquei em duvida entre escadas e elevador, se fossemos pelo elevador eu poderia ter um ataque de pânico e me agarrar em Ethan e se fossemos pela escada ele poderia querer me levar ou me forçar a apoiar nele por todo o caminho, não que eu não gostasse de passar mais tempo com ele, mas o elevador seria mais rápido e eu não queria correr o risco de nos atrasar.

- Elevador ou escadas? – perguntou fechando a porta atrás de mim.

- Elevador – respondi relutante já começando a hiperventilar.

- Tem certeza? – perguntou franzindo o cenho para mim.

- Não, então vamos logo – falei indo para o elevador e apertando o maldito botão e quase imediatamente a porta de abriu, eu esperava que tivesse mais alguns segundos para me acalmar.

Ethan entrou e me puxou gentilmente para dentro, sua mão novamente na minha cintura e a outra mão apertando e botão térreo. Era estranho que ele me tocasse assim, mas ao mesmo tempo era maravilhoso.

- Não tem garagem nesse prédio? – perguntei para me distrair do movimento do elevador e do pequeno cubículo onde estávamos.

- Hum, tem sim, por quê? – perguntou Ethan confuso.

- Você não deixa seu carro na garagem – falei arfando e chegando mais perto dele.

- Oh, eu apenas não me incomodo com isso, às vezes eu deixo na garagem outras vezes não – falou dando de ombros.

- Não tem medo que alguém roube seu carro? – perguntei olhando para a telinha onde mostra os andares, ainda no décimo segundo.

Ethan apenas riu e negou com a cabeça.

- Te incomoda que não deixe meu carro na garagem? – perguntou.

- Na verdade não, é menos um andar dentro desse lugar – falei fechando os olhos e me concentrando na respiração dele.

- Estamos quase chegando – afirmou e abri meus olhos para conferir por mim mesma, nono andar e então o elevador parou e as portas se abriram ao mesmo tempo em que Ethan retirava sua mão na minha cintura e se afastava um pouco de mim.

Ninguém pode saber sobre nós.

Não pude deixar de me ressentir com o mundo por minha vida ser tamanha merda e que a única coisa boa fosse limitada para quando estivesse sozinha. Um homem jovem e bonito entrou no elevador e dei um passo para trás para deixá-lo entrar, ele vestia roupas de grife e tinha gel no cabelo o deixando perfeitamente arrumado, cabelo castanho e seus olhos escondidos por seus óculos de sol o homem me deu um sorriso quando entrou.

- Térreo? – perguntou e não respondi por um momento pensando que ele estava falando com Ethan, mas logo vi que estava falando comigo, pois sua cabeça estava levemente inclinada para meu lado.

- Sim – afirmei olhando para o homem que estava entre mim e Ethan agora.

- Desculpe, mas eu nunca vi você por aqui antes, acabou de se mudar? – perguntou com uma voz sedutora, mas que não chegava aos pés de quer um olhar de Ethan.

- Eu não moro aqui, estou apenas de visita – falei olhando para frente e tentando evitar qualquer conversa com o estranho e me forçando a respirar normalmente, nada de mostrar fraquezas para estranhos.

- Não vai me apresentar a sua amiga, Ethan? – perguntou chamando minha atenção para ele novamente.

- Paul essa é Evie, ela está ficando comigo por um tempo – disse Ethan sem nenhuma emoção na voz, ele não parecia se importar que seu amigo estava tentando flertar comigo.

- É um prazer conhecer você, Evie – sorriu pegando minha mão e beijando. – Alguém já disse que é muito bonita?

 Senti meu rosto corar com seu elogio, não recebia muitos elogios, na verdade quase nenhum e não pude deixar de sorrir para ele, ou ao menos tentar e estava prestes a agradecer quando Ethan falou.

- Nem sequer tente, Paul, ela não é seu tipo.

Eu sabia que depois de uma manha tão calma o golpe logo viria e esse golpe doeu, uma faca entrando bem fundo e rasgando meu coração como se fosse papel. Engoli em seco e sentindo minha respiração aumentar novamente.

- Não seja cretino, Ethan – Paul disse lançando um olhar a Ethan antes de voltar a olhar para mim – Oh, você está bem? – perguntou chegando mais perto ainda segurando minha mão. – Está pálida.

Se eu não saísse desse elevador iria desmaiar ou socar o Ethan bem forte dessa vez. O “pin” do elevador tocou novamente indicando que chegamos ao térreo.

- Estou bem, obrigada – agradeci a Paul puxando minha mão dele e saindo do elevador – Foi muito bom conhecer você. – eu disse fazendo ao máximo para dar um sorriso deslumbrante para Paul.

- Vamos – disse Ethan saindo do elevador e me puxando pelo braço para longe de Paul e em direção a rua.

Deixei que ele me puxasse até o carro em silêncio, mas bati a porta do carro com força para mostrar que não estava feliz e cruzei os braços.

- Bote o cinto – disse ligando o carro.

- Paul parece ser muito agradável, pena que não sou o tipo dele ou até poderia tentar...

- Paul não é agradável – me cortou Ethan irritado desligando o carro – E sim você não é o tipo dele a não ser que seja uma prostituta que faz tudo por dinheiro e não me disse. – falou entre dentes.

Olhei para ele de boca aberta, como ele poderia dizer isso?

- Você é um maldito cretino! E se quer saber o único homem que já beijei em toda minha vida foi você, então não, eu não sou uma maldita prostituta! – disse irritada e fechando os punhos prontos para socá-lo bem forte.

- É bom saber disso – ele falou dessa vez com uma voz suave e um sorriso convencido no rosto.

ELE. ERA. UM. MALDITO. BIPOLAR!

- Você precisa mesmo se tratar! – falei com raiva batendo com meu punho em sua barriga.

- Ei – reclamou me olhando – Por que infernos fez isso?

- Você me chamou de prostituta! – rosnei perdendo a paciência.

- Eu não te chamei de prostituta, perguntei se você era uma – falou sua voz voltando para o calmo e sedutor.

Virei meu rosto olhando para a janela e cruzando os braços. Filho de uma...

- Evie, vamos, não acredito que está brava – disse me forçando a olhar para ele.

- Eu não estou brava, estou furiosa! E porque você está tão feliz? – perguntei olhando seu sorriso com frustração.

- Olha, eu apenas não gosto do Paul e não queria ele tocando em você – disse passando a mão pelo cabelo – Ele é um maldito idiota e as únicas mulheres com que ele saí são prostitutas. – me explicou com calma.

- Não entendo porque só sai com prostitutas, ele é muito bonito, tenho certeza que pode conseguir qualquer mulher que queira – afirmei olhando Ethan nos olhos e esperando sua reação.

Ele estreitou os para mim e se aproximou.

- Está me dizendo que sairia com ele? – perguntou com uma voz dura.

- Sim – falei o olhando nos olhos querendo deixar ele com tanto ciúmes quanto eu fiquei quando ele estava com aquela Sabina vadia, apesar de saber que seria impossível ele sentir ciúmes de mim – Eu adoraria sair com ele, talvez quando tudo isso terminar eu faça isso, afinal vou ser uma mulher livre.

- Por cima do meu cadáver você vai sair com ele ou com qualquer outro homem enquanto estivemos juntos – disse com aquele mesmo tom de ameaça.

Ele estava com ciúmes, mordi o lábio para não sorrir de felicidade pela minha mais nova descoberta. Ele não poderia sentir apenas desejo por mim, não mesmo, eu podia sentir que não, talvez eu tivesse uma chance de ter mais que uma relação baseada em desejo, apenas talvez.

- Quem disse que estamos juntos? – perguntei querendo irritá-lo mais ainda.

- Eu – falou e me beijou com força e agradeci a Deus por não esta usando cinto de segurança.

Passei minhas mãos pelo seu pescoço e retribui o beijo como se minha vida dependesse dele, ele me beijou com tanta força que sabia que meus lábios estariam inchados e vermelhos quando terminássemos. Ele se separou de mim rápido demais para meu gosto e me olhou parecendo satisfeito com seu efeito sobre mim.

- Você é minha, entendeu? – perguntou – Se você sequer citar Paul de novo eu vou ficar feliz em chamar Sabine para jantar – disse colocando novamente seu cinto e ligando o carro.

- O que faz você achar que eu me importo? – perguntei colocando meu próprio cinto e observando como ele era perfeito em tudo que fazia.

- Então não se importaria que saísse para jantar com ela hoje à noite? Posso pedir a Lily que fique com você. – ele falou calmamente sem sequer olhar para mim.

A idéia dele com Sabine me faz querer matar alguém, de preferência ela.

- Eu também não disse que não me importava – murmurei com raiva olhando pela janela.

Pude ouvir seu riso e senti meu rosto ficar vermelho em fúria.

Maldito manipulador! Iria me deixar louca.


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Notas finais do capítulo

Espero q tenham gostado e aguardo ansiosamente os comentários ^^