Fotografias escrita por Gio
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem!
Enjoy! ;)
XOXO
Uma chuva torrencial caía sobre o Acampamento Júpiter. A silhueta magra e esguia de Reyna era visível graças à luz prateada da lua cheia. Um sobretudo de lã cobria-lhe até os joelhos, mas não a protegia da chuva. De certa maneira, ela se sentia bem, afinal as gotas d’agua mascaravam as lágrimas que rolavam em sua face avermelhada.
Vagava sozinha pelos cantos, sem um rumo a seguir. Vez ou outra murmurava alguma coisa perdida pelo vento gélido. Sua boca estava roxa pelo frio e seu corpo estremecia por baixo do casaco. Cobriu os cabelos e a face úmida com o capuz, evitando que o vento percorresse seu corpo.
Em suas mãos segurava a última lembrança boa que tinha: uma sequência de fotos com seu namorado, ou talvez ex agora.
Leo Valdez. Seu sorriso estampado na primeira foto. O beijo na segunda foto e caretas na última. Uma lágrima caiu de seus olhos, borrando a tinta da fotografia e apagando parte do beijo.
Uma decepção. Tudo que precisava para enregelar seu coração e fechá-lo completamente para o amor.
“Era uma manhã de sábado. O dia estava lindo. O céu azul e o sol quente. Perfeito para uma saída à dois. Reyna foi até o quarto de Leo e bateu na porta.
- Leo! Leo! – ela chamou.
Mas nada aconteceu. Virou a maçaneta e encontrou tudo em seus devidos lugares. A cama impecavelmente arrumada. Tudo estava perfeito, exceto pela mesa de estudos. Uma bagunça, com folhas de papel amassadas e a lixeira transbordando. Pegou uma e desamassou.
‘Sinto que não posso suportar a pressão, não aguento mais tê-la por perto mais um minuto. Somos diferentes demais para dar certo, então fique longe de mim...’
Leo escrevera isso. Talvez fosse uma carta para acabar o namoro. Reyna rasgou a folha, arrependida até a alma por ter visto aquilo.”As palavras lhe doíam o coração. Reyna apertou a foto contra o peito e planejou chorar até que todas as lágrimas secassem. Sentou-se no banco de metal, que ficava no meio da praça, agora vazia. Cobriu-se melhor com o casaco e abraçou os joelhos, preservando o calor.
Poderia simplesmente ir para seu quarto e dormir, mas não se sentia bem para isso. Não poderia ele simplesmente falar que não queria mais? Era preciso escrever uma carta, apenas para fazê-la sofrer ao ver escritas no papel todas as palavras que foram omitidas?
Inúmeras situações passaram por sua cabeça. Talvez estivesse a traindo. Talvez simplesmente não a amava mais. Esquecê-lo parecia a melhor opção, mas com certeza a única que não estava à seu alcance. O caminho certo é sempre o mais difícil.
Sua respiração era entrecortada com lágrimas e choramingos. Seu corpo estava arrepiado, e, mesmo que não admitisse, estava com frio.
Apoiou a cabeça nos joelhos, enquanto revivia memórias.
“And big girls don’t cry…”
Ouviu o som de sapatos chapinhando na lama. Olhou para trás, e, encarando-a com um sorriso melancólico no rosto, encontrou a razão e a solução de todos os seus problemas.
- Acho que esqueceu duas coisas no meu quarto. – ele disse, segurando um guarda chuva.
- O quê? – ela perguntou com a voz embargada pelo choro.
- A primeira, - ele falou, tirando uma pulseira do bolso. – foi essa. E a segunda, - ele falou, se aproximando lentamente da menina. Já estavam há poucos centímetros. – foi que eu te amo.
Reyna hesitou em fechar os olhos. O garoto a olhava num misto de compreensão e melancolia.
- Para quem estava escrevendo aquilo? – ela sussurrou.
Leo sorriu e apoiou uma mão no banco, enquanto tirava uma folha do bolso.
- Espero que goste.
Numa folha de papel de carta, escrita com o típico garrancho do garoto, lia-se:
‘Sinto que não posso suportar a pressão, não aguento mais tê-la por perto mais um minuto. Somos diferentes demais para dar certo, então fique longe de mim por mais um instante para me deixar morto por dentro. Não a quero apenas perto de mim, quero dentro do meu coração, por mais que já tenha conseguido isso. Quero mais que se dane o proibido. Ficar longe de você é algo que não consigo. Negar que te amo é algo que não posso. E suportar a ideia de que te perder é provável me leva à loucura. Seja mi reina hasta la muerte. Deixe-me arrancar sorrisos seus. Deixe-me roubar seu coração. Eu te amo.’
As palavras, antes amargas e tristes a fizeram sorrir. Em resposta, Reyna o puxou para seus lábios, num misto de urgência e saudade.
- Acho que você precisa de uma foto nova. – ele sussurrou, apontando para a figura destorcida dos enamorados. – Mas creio que a ação é bem melhor.
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