Improvável escrita por Lia Liz


Capítulo 1
Capítulo único.


Notas iniciais do capítulo

Simplesmente deu vontade de escrever sobre o casal mais improvável, ao meu ver, de ficar junto no mangá. Mas mesmo improvável, não deixa de ser bonito. Escrevi para expressar sentimentos que tenho vivenciado e na tentativa de mostrar que volta e meia a vida nos surpreende!!!



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"Não seja determinista, a vida é surpreendente!"


Haruno Sakura não conseguia deixar de pensar no quanto a vida podia ser dinâmica e surpreendente. Parando para pensar, lhe vinha a lembrança, como se esta tivesse acontecido há míseros segundos. Lembrava-se ainda do quanto estava triste e abatida naquela noite tempestuosa, mas não tempestuosa devido à chuva, que naquele dia caía fina, a tempestade ocorria no seu coração.

Naquela noite ela percebeu que as pessoas são imensamente capazes de surpreender. Naquela noite triste na qual lamentava sua fatídica vida, ela chorou no ombro de quem menos esperava.

Chorava porque percebeu que amar pode ser mais doloroso do que tranqüilo. A guerra havia acabado há um ano.

Seus pais morreram, e ela os amava.

Sua melhor amiga morrera, e ela a amava.

Sasuke não voltara.

O amor lhe causou dor, a dor de perder.

Queria imensamente esquecer a tragédia que havia sido a guerra e tudo que houvera desde a partida de Sasuke, mas teve a impressão de que apagando as memórias tristes, as felizes também se perderiam. Decidiu então conviver com o grande paradoxo da alegria e tristeza.

O porquê de estar chorando? Aquele dia era um dia muito feliz. É, feliz! Naruto e Hinata haviam noivado e a família Hyuuga dava uma enorme festa. Era um dia feliz e nele faltavam algumas pessoas queridas. Sakura não conseguira lidar bem com o primeiro grande momento de felicidade após a guerra.

A vida continua, com certeza, mas a cada dia vamos superando obstáculos. No dia do noivado de seus amigos, foi muito duro ver que a alegria jamais voltaria a ser completa. Suportou o que pode e com um discreto sorriso, despediu-se do casal e saiu noite a fora.

Estava chuviscando, mas não se importou. Correu para um lugar tranqüilo e chorou. Chorou por amor.

Sentia-se péssima por não conseguir partilhar da felicidade como os outros, mas simplesmente não se via capaz disso. Sentiu-se fraca e impotente. Um péssimo exemplar de ninja. Sentiu-se também egoísta, pois lamentou que um de seus amigos não abandonasse a festa para vir consolá-la.

Debaixo daquela árvore, sentindo a fina chuva, Sakura chorou. Chorou tudo que havia segurado desde muito tempo, desarmou suas defesas e permitiu-se lamentar.

Sentiu-se sozinha. Infinitamente só.

Sem família. Sem amigos. Sem amor. Sem coragem. Sem força.

A todo tempo queria gritar. Correr. Socar. Enlouquecer. Mas não podia. Tinha que sofrer moderadamente, ser forte por aqueles que ainda faziam parte da sua vida. Naruto... Kakashi... Eles não suportariam vê-la assim, derrotada, por isso retirou-se no silêncio da noite para chorar.

Mas no momento de sua solidão, surgiu um alguém caminhando da escuridão.

Sentou-se ao seu lado e ficou em silêncio.

Um alguém inesperado.

E quando silêncio tornou-se insuportável, ele o quebra com um suspiro e pega em sua mão.

Sakura finalmente o olha nos olhos e transmite com seu olhar a incredulidade por vê-lo ali. Estranhamente ela se permite confiar nele. A mais improvável pessoa a encontrou ali, no seu sofrimento. Ele retribui o seu olhar e com sua voz rouca quebra de vez o silêncio.

“ – Não é bom chorar sozinho Sakura. E fazer-se de forte é algo que pode ser mostrar extremamente doloroso.”

Quando ouviu suas palavras, estranhamente sentiu a necessidade de se permitir sofrer por completo, de aliviar o grande peso que trazia dentro de si. Sentiu-se atraída para o colo dele. Queria carinho. Queria um colo. Foi o que fez.

Neji a aninhou em seu colo e afagou seus cabelos. Fazia-lhe carinhos enquanto ela soluçava. Ficaram ali por minutos ou horas.

Sakura se sentiu protegida, aliviada. Quando parou de chorar, mais uma vez o olhou nos olhos. Ele acariciou suas bochechas e quando ela quis abaixar o rosto, ele segurou seu queixo e fez com que ela o olhasse.

“ – Tenho observado você. Sua vida. Sua dor. Seus esforços para fingir que está bem. Eu não consigo deixar de fazer isso. E não consegui deixar de perceber seu sofrimento hoje.”

Ela queria dizer algo. Mas não sabia o que. Até agora vinha vivendo sua vida em função da dor e das perdas. Aprisionada a fantasmas.

Naquela noite tempestuosa, pela primeira vez ela sentiu paz. Agarrou-se a Neji e pediu que ele não a deixasse sozinha. Não sabia o porquê disso, mas sentia-se carente e sabia que não teria Naruto ou Kakashi ou Sai ou qualquer um de seus amigos sempre disponíveis. Estranhou o fato de Neji ter ido até ela, eles nunca haviam se falado, mas estranhou mais ainda a calma que ele transmitiu. Queria perguntar o porquê de tudo isso, mas não foi preciso.

“ – Eu não sei porque Sakura. Só sei que perdi também pessoas que amava nessa guerra e sempre vivi uma vida de sofrimento, e mesmo assim, não tem sido fácil. Eu apenas acho que vi um pouco de mim em você. Eu simplesmente sei que não é bom chorar sozinho.”

“ – Neji, eu não quero ficar sozinha.”

“ – Você não vai Sakura. Nunca mais vou deixar você se sentir sozinha.”

Naquela noite, debaixo de uma fina chuva, a Haruno e o Hyuuga viram que em meio ao sofrimento, pode sim surgir uma grande alegria, e quem a trás, é o tempo.

Fim...

"Tudo que quiser fazer sem contar com o tempo, ele mesmo se encarregará de destruir."


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Notas finais do capítulo

Simplesmente deu uma vontade estranha de escrever isso. Sinceramente não sei se vocês gostarão, porque nem eu sei se gostei.
Mas, aí está a fanfic...



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