Capítulo II – Cemitérios e cartas.
Naruto nada mais falou, saiu do carro e travou as portas. Os dois caminharam até um portão alto e escuro que lembrava a época da guerra fria, através dele via-se os túmulos gastos iluminados solenemente pelos fracos raios de sol do dia nublado. Habilmente Naruto abre o cadeado do portão enferrujado, o único barulho era o dos passos arrastados bagunçando as folhas amarelas que o outono derrubava, andaram entre as fileiras de sepulturas até Sakura parar em frente a uma bem simples, onde só havia uma lápide de madeira com o nome escrito: “Yaruko Fushi, idade desconhecida”.
- Parece que é ele...  – disse Sakura olhando a lápide.
- Ele quem? – perguntou Naruto que realmente não estava compreendendo a ida ao cemitério.
- O cara que tecnicamente deve ser meu progenitor. – falou a rosa dessa vez encarando o irmão.
- Sakura-chan você está bem? Otou-sama está em casa e vivo.
- Naruto, você tem problemas?! O nome que está escrito aí é Yaruko Fushi, estou falando desse cara não do papai!
- Tudo bem Sakura, calma! Seria bem melhor se você me explicasse essa historia desde o começo, não acha? – disse Naruto com determinação na voz.
- Pega isso. – disse a rosada passando ao loiro uns papeis que havia acabado de tirar da bolsa. – Leia e tire suas próprias conclusões!
- Ok. – falou Naruto com um ar desconfiado.
Os papéis eram três cartas, o Uzumaki buscou a mais antiga e começou a ler.
“1988, Japão, Kyoto.
Querida Kushina,
Gostaria de saber como está a pequena flor, faz alguns meses que vocês partiram e para mim são como anos. Como ela está indo na escola? Já aprendeu a andar de bicicleta? Por favor, peço que mandem uma foto dela, desculpem-me sei que tenho que acostumar-me com o fato de ela não ser minha filha... Mas, é muito doloroso... Tento entreter-me com os estudos, ganhei uma disputa na faculdade, minha família me adora e anda tentando casar-me, penso em fugir... Espero respostas e noticias de todos e mais de minha pequena Sakura.
        Ass. Haruno Haruhi.”
- Esta carta pareceu-me comum. – disse Naruto.
- Exceto pelo fato da tal Haruhi chamar-me de filha! – disse Sakura confusa.
- No Japão é comum o nome Sakura... Ela pode estar se referindo a outra Sakura. – disse Naruto com uma voz séria.
- É, talvez... Leia as outras. – disse a garota sentindo-se mais calma depois do que o irmão falara.
“1989, Japão, Província Kairo
Srs. Uzumaki
Hoje a pequena flor deve estar completando quatro anos. Envio esta carta para dizer parabéns à ela, sei que minha opinião em 1984 não foi das melhores e nem estou aqui para me redimir quanto a ela mas, uma criança deve ser criada nas tradições em que nasceu, se Haruhi tivesse me informado que vocês a adotariam eu nunca permitiria! Tenho minha honra e é um direito meu criar um filho, é isso que estou indo fazer no solo brasileiro, quando esta carta por aí chegar, provavelmente já estarei no Estado de vocês. Somente isso que quero informar.
       Ass. Fushi Yaruko.”
- Fushi Yaruko?! O mesmo que está enterrando aí? – perguntou Naruto lendo novamente a lápide.
- Provavelmente. – disse Sakura. – Leia logo as cartas antes das perguntas.
“1990, Japão, Tokyo
Kushina e Minato,
Assim que soube da noticia por meio da carta que enviaram-me escrevi esta. Como estão todos? Como anda a pequena flor? Kami-sama que me perdoe mas, ainda bem que Yaruko já não esta mais entre nós... O cemitério está na seguinte localização: Rua das flores, Bairro Satélite, RN. Brasil, certo? [N/A endereço inventado.] Vou mandar anonimamente o endereço para a família dele, ele podia ser mal mas, a sua esposa e seus parentes têm o direito de saber ao menos onde ele está enterrado.
      Abraços, Haruno Haruhi.”
Naruto terminou de ler a carta e ficou olhando para Sakura, o vento frio bagunçava os cabelos da garota, ela estava distraída mexendo com os pés as folhas que juntavam-se ao chão.
- “Minha maninha...” – pensou o loiro tentando ignorar as cartas.
- E então? – perguntou Sakura.
- O quê?
- O que você deduz dessas cartas? – perguntou a garota ansiosa.
- A minha outra opinião ainda está de pé, existem muitas Sakuras por aí. – disse Naruto numa voz convicta, ele sabia que essa era uma possibilidade remota mas, não iria deixar Sakura abalar-se ela precisava de uma opinião forte agora. – Não são três cartas que vão fazer você deixar de ser minha irmã!
- Naruto-nii-san... – disse vagamente a garota abraçando forte o loiro.
- Ora, sua bobinha. – disse Naruto limpando as finas lágrimas do rosto da irmã.- Você continua sendo minha maninha chata.
- Haha! E você... meu maninho baka. – disse Sakura bagunçando os cabelos do irmão.
- Agora e acho que alguém tem que levar umas palmadas por ter me acordado às 5h da manhã nas férias. – fala Naruto sorrindo.
- Eu não sei de nada. Lalala. – disse Sakura rindo e logo depois começando a correr do irmão.
- Não adianta correr u.u”.
- E eu vou bem ficar aí.
- Tudo bem, eu estou com a chave do carro mesmo... – fala Naruto parando de correr e indo em direção do carro.
- Ah... Não vale! – disse Sakura parando de correr também. – Acho que vai começar a chover, é melhor a gente ir indo.
- É. – confirma Naruto puxando a irmã pela mão em direção da BMW. – Vou sair com uns amigos hoje, quer ir?
- Pode ser, vou chamar a porquinha também.
- Eu não me responsabilizo se ela se “atracar” de novo com algum amigo meu... – disse Naruto enquanto eles entravam no carro.
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Fazia certo tempo que a morena virava-se na cama, sua expressão não passava tranqüilidade e os pingos de suor molhavam-lhe a face, parecia estar tendo um pesadelo, até que foi despertada por seu pai, ao seu lado chamando-a.
- Tenten! Tenten! – falava o Sr. Mitsashi tentando despertar a filha.
- Pai! – gritou ela ofegante.
- Calma filha, eu estou aqui. – disse o homem abraçando ternamente a filha.
- Ah pai, eu tive um pesadelo horrível. O senhor, o senhor...
- Calma, pesadelos são pesadelos, eu estou bem.
- O senhor jura? – perguntou Tenten encarando o pai.
- Juro. – disse ele olhando a filha. – Agora está na hora da senhorita levantar.
- Ok, ok. Vou tomar banho. – falou a Mitsashi saindo da cama e indo para o banheiro.
- Fiz torradas para você, estão no microondas. – informou o homem saindo do quarto. – Estou indo para o trabalho, até depois.
- De que horas você volta? – perguntou a garota dentro do banheiro.
- Não sei, talvez só de madrugada, preciso ir filha, tchau. – falou baixinho a garota entrando no box.
A ducha quente foi pouco demorada, logo a Mitsashi estava procurando uma roupa para vestir, colocou uma calça jeans qualquer, uma blusa cinza de mangas longas e por cima dessa uma camisa preta com uma estampa do Jack, calçou um Ecko branco com detalhes em laranja e deixou os cabelos secarem ao vento, foi até a cozinha estilo americana, o armário era branco com vermelho e os utensílios domestico prateados, pegou as torradas no microondas, preparou um copo de leite com Nescau, sentou-se ao balcão e começou a primeira refeição do dia. A luz que entrava pela varanda iluminava bem a cozinha e a sala, as paredes eram pintadas em branco neve, na sala via-se um sofá de couro preto, um home theater preto bem distribuído e a TV de LCD ao centro; alguns quadros enfeitavam as paredes a maioria de arte abstrata, apenas um era estilo clássico ele retratava uma flor vermelha com espinhos em seu caule ao seu lado tinham várias flores menores de diversas cores mas, sem espinhos.
A cozinha era pequena e prática, o balcão era usado no lugar da mesa, uma janela acima da pia clareava bem o espaço, entre os dois armários havia uma pequena adega que ia do teto ao chão recheada de vinhos de todas as datas, os quais a Mitsashi já tinha tentado furtar algumas vezes mas, seu pai sempre descobria antes dela consumar o “assalto”. Quando estava lavando a louça do café da manhã o celular da morena começa a tocar, rapidamente a garota enxuga as mãos e atende o aparelho.
- Oi Hina-chan. – disse Tenten ao celular.
- Oi, como vão as coisas?
- Tudo normal e por aí?
- Na mesma também, vou sair hoje com o Neji e uns amigos dele... por isso liguei para saber se você não quer ir.
- “Hum... O Neji vai *-*... para de pensar nele Tenten! Mas, o Neji... Lembre-se do Deidara...” – pensava Tenten se esquecendo de Hinata.
- Tente você está aí?! – perguntou a Hyuuga estranhando a demora da amiga em responder.
- Er’estou, estou.
- E então, você vai?
- Nem sei Hina... Ando sem ânimo para sair esses dias.
- Ah não! Você tem que ir u.ú! Mas e aí como vai com o Deidara?
- Indo... Por quê?
- Indo?! Cadê aquele “tudo ótimo entre eu e o Dei-kun!”?! Depois você me explica isso direito. Bom, eu perguntei porque toda vez que falo no Neji-nii-san você fica muda, absorta em pensamentos.
- Nada haver... Não é nada demais.
- Sei... Voltando ao assunto, você vai ou não?
- Ah, quer saber, eu vou.
- Ok, às 18h passo aí com o Neji para te buscar.
- Se não der, eu vou sozinha mesmo.
- Ah, mas é que... O Naruto vai estar lá, você sabe que eu sou tímida... Eu preciso de uma amiga comigo.
- rsrs. Ok Hina.
- Então, até as 18h. Tchau.
- Tchau, beijinhos. – disse a Mitsashi desligando.
Terminou de lavar e guardar a louça foi até seu quarto pegou a bolsa preta onde estava o seu skate, colocou celular dinheiro e documentos nos bolsos dela e desceu do apartamento.
- Bom dia Srta. Mitsashi. – disse o porteiro ao vê-la passar.
- Bom dia Sr. Larck. – disse cordialmente a garota em resposta.
Assim que chegou a rua, tirou o skate de dentro da bolsa, colocou o Ipod e começou a andar em direção da Quadra58, lugar onde tinha Half, rampa, bowl e várias outras coisas interessantes para skatistas.
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- Você tem certeza disso? - Perguntou Neji desconfiado.
- Claro. –Respondeu Gaara convicto. – Você mesmo já viu os documentos.
- É cara, parece que são eles mesmo. – disse Shikamaru concordando com o ruivo.
Os três garotos estavam num bar um pouco afastado da cidade, o local era pouco iluminado e as mesas eram de madeira antiga o garçom olhava a mesa dos rapazes com certa curiosidade. Neji vestia uma camiseta verde com um blazer preto por cima e uma calça jeans folgada, calçava um tênis branco com verde da Adidas; Shikamaru estava com uma camiseta  branca com a frase: “Os problemas só são problematicamente problemáticos se você for uma loira estressada! ” Uma calça jeans escuro e um all star preto básico.
- Mano... Você quem mandou fazer esta estampa? – perguntou Gaara à Shikamaru.
- Não, por quê? – respondeu o Nara.
- Concordo com essa frase u_u” . – disse o ruivo.
- Então ok, consiga mais informações sobre esses caras Gaara e mande para mim que eu faço o relatório e você Shikamaru não pense que vai ficar sem fazer nada… Investigue o computador através do site, descubra o IP, que seja mas, faça alguma coisa. Ficar recebendo ligações com ameaças não é lá muito interessante. – disse Neji.
- Moleza. – falou Gaara num meio sorriso.
- Ok, ok, mas é melhor eu ir indo, sabe… - disse Shikamaru apontando o garçon com os olhos.
- Verdade. 18h hoje, né? – perguntou Gaara.
- É, leva a sua irmã, vou levar Hina. – disse o Hyuuga.
- Falow manolos, hoje nem vai dar para ir, deixa para a próxima. Tchau. – disse Shikamaru indo em direção do seu carro.
- Falow. – disseram Gaara e Neji, o ruivo indo para a sua b-king e Neji entrando no carro com motorista que estava o aguardando.
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O ensaio da dança já tinha começado a certo tempo, duas horas mais precisamente.
- Ino! Venha fazer o lanche da manhã. – falava a Sra. Ayume.
- Não vou lanchar isso engorda. – respondeu a garota finalizando o ensaio e sentando-se num puff.
- Não comece com suas dietas malucas criança! – disse a mulher que aparentava seus 50 anos.
- Ora, Ume. Estou apenas mantendo meu corpinho. – falou a Yamanaka descendo as escadas de vidro e pulando na piscina.
- Essa menina não tem jeito! – disse Ayume deixando a bandeja com o lanche numa mesinha próxima a piscina.
A loira nadou um pouco e saiu da piscina, sentou-se à mesa de jardim onde estava a bandeja com suco, frutas e torrada e ficou a olhá-la.
- Vou comer só uma maçã assim não preciso almoçar. – disse a garota para si.
O jardim dos Yamanaka era grande e harmonioso, completamente coberto por grama exceto as pequenas partes com terra escura onde tinham flores e rosas de várias espécies. A sala de dança dava para a piscina, uma escada de vidro a ligava ao jardim, a sala não ficava no primeiro andar mas, a casa tinha fundação por isso as escadas, a garota vestia um conjunto de roupa de dança do ventre vermelho. Antes de terminar de comer a maçã seu celular começa a tocar uma música de Lady Gaga. Rapidamente a Yamanaka o atende.
- Mochi Mochi. – disse a loira ao ver que era Sakura quem telefonava. 
- Ohayo tomodachi, na desu ka? [bom dia amiga, algo aconteceu?]
- Bom Jour, nada de novo e você?
- Hm, hoje à noite eu e Naruto nos encontraremos com alguns amigos no shopping, quer ir?
- Sim, sim. Não tinha nada planejado para hoje mesmo.
- Ok, passaremos aí para buscá-la às 18h.
- Tudo bem, estarei esperando.
- Espero que sim e não nos fazendo esperar. – disse Sakura num leve sarcasmo. – Preciso desligar agora.
- Ok, beijinhos.
- Ah! Só um lembrete, por favor, não beba e se “atraque” com alguém como da última vez e pelo menos almoce. Tchau. Ja ne. [até mais/ até logo]
Ino revirou os olhos ao comentário da amiga, deixou a maçã de lado e subiu até seu quarto, precisava pensar no que vestir, em como deixaria o cabelo, maquiagem e etc. Abriu as cortinas da parede de vidro virada ao Oeste e leves raios de sol penetraram em seu quarto de cores pastéis e vibrantes ao mesmo tempo.