Eu acompanhava cada movimento do ponteiro do relógio a minha frente, ansiosa para que finalmente ele cruzasse o número 12, indicando que eu estava livre. Enfim eu estaria livre do 1º ano, e iria curtir minhas férias.

O sinal finalmente soou, indicando o término das aulas, e o meu sorriso não podia ser maior ao fechar o livro de Biologia a minha frente. Guardei o resto dos livros e cadernos na minha mochila e segui pelos corredores, junto a minha amiga Isabella, rumo à saída.

― Finalmente livres! – Isabella falou risonha.

― É. Ainda bem que as aulas terminaram... – meu sorriso era evidente.

― Você tem sorte porque vai viajar. Já eu, vou ficar aqui sozinha. – fingiu frustração.

― Isabella, não faz drama, né. Poxa, eu nem queria ir nessa viajem e vou ser obrigada a ir. Vai ser muito chato! Imagina só: eu, meu pai e minha mãe lá, sozinhos.

― Nunca mais me chame de Isabella na sua vida, Ana! Você sabe que eu odeio esse meu nome. – falou irritada e eu ri.

― Foi mal, Isa.

― E em segundo lugar Ana banana, eu não estou fazendo drama. Aliás, é você quem está. Florianópolis é um lugar lindo, e eu tenho certeza que você vai se divertir lá. Promete pra mim.

― O que? – perguntei confusa.

― Promete pra mim que vai se divertir e se permitir curtir a vida pelo ou menos dessa vez.

―Que besteira, Isa! – ela me olhou com indignação. – Ok, eu prometo.

― Ótimo. – ela sorriu. – Vá com Deus e boa viagem! – demos um breve abraço.

― Obrigada, e boas férias pra você também. – falei a vendo assentir sorridente e se afastando de mim.

Peguei meu celular e liguei pro Daniel, bem nos não éramos namorados, mas eu queria me despedir dele antes de viajar. Como ele não me atendeu, cruzei os corredores a sua procura. O vi parado perto da sua sala conversando com uma garota. O que me desencorajou e me fez dar meia volta. Mas sua voz parou os meus passos fazendo-me olhar para trás novamente.

― Ana, posso falar com você? – assenti e ele se aproximou de mim.

― Oi. – sorri tímida.

― Oi Aninha, e então o que você vai fazer nessas férias?

― Na verdade eu vou viajar amanha de manha pra Florianópolis...

― Sério?! Que legal! Então isso significa que a gente vai se ver só ano que vem aqui na escola.

― Acho que volto antes das férias terminarem, Daniel.

― Mas eu não.

― Você vai viajar também? Pra onde? – não consegui conter a minha curiosidade.

― Vou pra casa dos pais da Karen. – só pra vocês saberem, Karen é a prima que ele namorou. E não, eu não estou com ciúmes. Talvez só um pouco.

― Que legal, hein. – falei irônica. – Eu tenho que ir agora...

― Ok. Boas férias, Aninha! – me abraçou, mas eu estava irritada demais para curtir esse abraço.

― Obrigada. Tchau, Dani. – falei me afastando.

― Tchau, Ana! – ele disse sorrindo.

Fui direto pra casa depois disso, arrumei as minhas malas e deixei tudo arrumado para embarcarmos no dia seguinte. A conversa com o Daniel me serviu como uma espécie de incentivo para sair logo do estado. Agora eu estava mais do que nunca disposta a cumprir minha promessa pra Isa, aproveitar e me permitir nessa viagem, e apesar de eu não acreditar nessa coisa de destino, eu tinha a ligeira sensação que teria algo pra mim nessa viagem. Talvez fosse besteira minha.