Here I Go Again escrita por Roni Ichiro


Capítulo 2
Adeus




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Nós passamos um bom tempo viajando, lutando apenas com youkais fracos. A próxima lembrança mais forte que eu tenho foi quando tinha dezesseis anos. Foi o pior momento que já passei em toda a minha vida.

Estava dormindo em cima de Ah-Un, quando um grito me acordou :

- Socorro ! Socorro ! - era um aldeão, que veio até nós.

- Saia da frente. - o Senhor Sesshoumaru lhe disse.

- Por favor, nos ajudem ! Aquele monstro raptou mais jovens desta vez ! - ouvimos um rosnado vindo do vilarejo - Oh não ! Ele voltou !

- Saia. - ele repetiu, no mesmo tom sério.

- Senhor, - falei para o aldeão, me espreguiçando - este youkai... o que ele faz ?

- Todas as noites ele aparece e sequestra uma moça, em busca de uma noiva ! Por favor, nos ajudem !

A expressão de indiferença do senhor Sesshoumaru logo mudou quando vimos o youkai se aproximando de nós. Sua aparência era semelhante à de um javali, mas ele andava sobre duas patas e usava roupas de humanas. Também segurava um cajado dourado nas patas dianteiras.

- Que moça bonita... - ele olhou para mim, lambendo os beiços.

Rapidamente, o Senhor Sesshoumaru sacou a Bakusaiga, mas o youkai protegeu-se com uma barreira. O senhor Sesshoumaru ia sacar a Tenseiga, mas lembrou-se de que seu ataque que mandava seres para o outro mundo estava com a Tessaiga de Inuyasha.

Estava tão ocupada me preocupando com o senhor Sesshoumaru que nem percebi que algo se movia em minha direção.De repente, senti que uma espécie de tiara havia sido colocada sobre minha cabeça, e entrei em estado de transe. Não tinha mais controle sobre meu próprio corpo, tudo ficou escuro.

Quando finalmente acordei, vi que estava em um grande castelo, junto com várias outras moças angustiadas.

- Onde.. eu estou ?

- No castelo... dele. - uma das moças falou, estremecendo - Ele disse que ia escolher sua noiva quando voltar !

- Aquele monstro ? - levantei com um salto - Meninas, temos que sair daqui !

- Não há como. Estamos presas aqui.

Olhei em volta para ver se achava alguma saída, e não obtive sucesso. Sentei-me no chão, pensando em algum jeito de escapar. Estava concentrada em meus pensamentos, quando vi todas as garotas se estremecerem. Virei para trás e lá estava o youkai, sorrindo.

- Voltei, meus tesouros.

- Senhor. - elas o reverenciaram, mesmo contra suas vontades.

- Muito bem. E você aí ? - ele apontou para mim - Não vai reverenciar seu mestre ?

- Claro que não ! - gritei, com firmeza

- Mas você tem que... - ele foi se aproximando - eu sou seu senhor agora...

- Eu já tenho um senhor ! - sem pensar, lhe dei um tapa no rosto. Todas as moças arregalaram os olhos.

- Você é rebelde.. - ele acariciou sua bochecha - Gosto disso... - ele me pegou com força pela cintura.

- Me solta ! - gritei, me debatendo

- Acho que você será a escolhida... - ele foi chegando sua boca com um hálito horrível para perto da minha. Eu tentava me soltar de todas as maneiras, mas ele me segurava com muita força.

De repente, o youkai gritou de dor. Sua mão que me segurava havia sido cortada, e estava o chão, coberta de sangue. Olhei para trás e lá estava meu salvador, o Senhor Sesshoumaru.

- Miserável ! Me pegou de surpresa !

O senhor Sesshoumaru atacou o youkai outra vez com suas garras, mas ele protegeu-se com a barreira.

Estava observando a luta quando percebi de onde vinha aquela barreira. Toda vez que o youkai batia seu cajado no chão, a barreira se formava. Eu estava caída no chão, e rapidamente levantei-me e tentei arrancá-lo de sua mão. Ele estava distraído, então eu consegui pegar o cajado, mas assim que ele percebeu, me empurrou para longe, deixando o Senhor Sesshoumaru ainda mais furioso.

- O que esta garota é sua... - o youkai lhe perguntou, rindo, me olhando estirada no chão - para que se importe tanto com ela ? É só uma humana.

- Rin.. é... minha ! - o Senhor Sesshoumaru sacou a Bakusaiga, e destruiu o youkai antes que este pudesse pegar seu cajado de volta.

" O que foi... que ele disse ?" , pensei, de olhos fechados, com o coração batendo forte.

As moças estavam livres, e saíram do castelo. Senti que estava sendo levantada, e logo adormeci.

Quando acordei, já havia amanhecido. Abri os olhos e avistei um vilarejo. Não entendi o porquê, mas entramos lá.

- Ora, ora, vejam só quem está aqui ! - pude reconhecer a velha que veio nos receber, era a senhora Kaede. Puxa, há quanto tempo não a via !

- Por que estamos aqui, senhor Sesshoumaru ? - perguntei

- Rin. - ele disse, sério - Quero que fique aqui.

- Está bem. - me espreguicei, pensando : " ele deve estar indo para algum lugar perigoso desta vez." e desci de Ah-Un. - Quando o senhor volta ?

Ele não me respondeu, e o senhor Jaken e a senhora Kaede abaixaram a cabeça. Eu era a única que não estava compreendendo totalmente a situação.

- O senhor.. vai voltar, não vai ? - comecei a ficar nervosa.

- Rin, por favor entenda. - o senhor Jaken me disse - Não percebeu que essa viagem é muito perigosa ? Você já morreu uma vez, sabe que a Tenseiga não pode mais te curar ! Você arrisca sua vida quase todos os dias !

Aquelas palavras vieram para mim como um soco no estômago. Não podia acabar assim, não podia.

- Aqui você estará à salvo. - o senhor Sesshoumaru falou.

- Não... não ! - lágrimas começaram a cair de meu rosto - Por favor, senhor Sesshoumaru ! Deixe eu ir com vocês ! Por favor !

- Querida, ele só quer a sua segurança. - a senhora Kaede me disse, com a mão em meu ombro

- Mas...mas... - tentei dizer, soluçando

- Nós não queremos te deixar, Rin. Mas é preciso ! - o senhor Jaken disse, cabisbaixo.

- NÃO ! - corri até o senhor Sesshoumaru e puxei sua vestimenta com as mãos - Ontem... você disse... que eu era sua ! Sua ! Eu sou sua, Senhor Sesshoumaru ! Não posso ficar sem o senhor !

Senti alguns aldeões ajudando a senhora Kaede a me puxar.

- Eu não quero ficar aqui ! - gritei, me debatendo, enquanto o senhor Sesshoumaru e o senhor Jaken se afastavam - Eu te amo, senhor Sesshoumaru !

Ele parou por um momento. Pensei que ele ia se virar para mim, mas não. Ele continuou a caminhar, até que desapareceu na floresta.

Parei de me debater. Sentei no chão, abracei os joelhos e abaixei a cabeça. Chorava muito, e senti a senhora Kaede me confortando.

- Venha, Rin. Vou te mostrar sua cabana.


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