P.O.V Simon

Aquela garota estava louca!Aquilo não era verdade!Não podia ser!Por quase 16 anos eu jurei a mim mesmo que se tivesse uma namorada que estivesse grávida faria de tudo para apoiá-la, Nunca iria desampará-la por muito tempo eu me martirizei por aquele dia!O dia em que Eloísa me contou que estava grávida foi um dos mais felizes na minha vida, Eu ia ser pai!Nós nos casaríamos, formaríamos uma família e ficaríamos juntos!Os três, eu ia acompanhá-la no parto, iria ajudá-la nas noites de insônia, trocaria fraldas, daria banho, levaria para longas tardes no parque, Veria  engatinhar pela primeira vez,Os primeiros passos e Palavras,A primeira frase,O primeiro dia de aula,As noites doentes,iria estar presente em todos os aniversários!E quando aquela menina entrou na sala, E disse seu nome, Senti uma facada no peito!Olivia!

Flashback on

Em menos de uma semana que Eloísa estava grávida, estávamos prontamente sentados conversando sobre o futuro, sobre o casamento e onde moraríamos, mais o rumo da conversa mudou para nomes de bebês.  

-Se for menino vou chamar Podemos colocar SJ!-eu falei e ela me encarou por alguns instantes-O que?

-Simon Junior?Quer colocar o nome DO MEU FILHO!De Simon Junior?-ela perguntou com raiva

-E o que você sugere?-perguntei intrigado

-Um nome que você vai amar!-ela saltitou e eu a encarei - Sandro!

Parei tentando conter o riso, esse nome existia?Não!NÃO!Isso não é se quer um nome bonito!

-É muito bonito... -falei sério-Mais é meio que inço... -Não terminei 

Eloísa começou a gargalhar e um sorriso surgiu em meu rosto

-Tá de brincadeira né?-ela tapou a boca abafando outra risada-Eu tava brincando seu idiota!-ele me deu um soco de leve

-Ufa!-suspirei - Você quase me assustou!

-Sério!-ela se conteve ainda vermelhinha-Se for menino... Eu gosto de Samuel!O que você acha?-ela perguntou empolgada

-Hum... -cocei o queixo - Samuel Magno Demon!

Ela me encarou duvidosa

-É lindo!-sussurrei lha dando um selinho

-É. Claro. Que. Amou. Fui. Eu. Que. Disse!-ela disse entre beijos

Parei por um momento e pensei um pouco, Minha vida havia mudado tanto, eu era pai, noivo e quase casado!Tinha tudo pra dar certo!

-E se for menina?-ela sussurrou se deitando sobre meu peito - Como vamos chamá-la?

-Bom... Quando eu era pequeno li um livro de oliveiras que gostava muito!-disse do nada

Ela se levantou-Quer que coloquemos o nome DA NOSSA FILHA DE OLIVEIRAS?-ela quase gritou

-Então agora ela é nossa filha?-perguntei rindo

-Shh!Calado Magno!-ela me encarou se fingindo de ofendida-Podemos chamá-la de Olivia!-ela disse animada-Olivia na tribo dos Púnicos significava a deusa de todos os mortais, Ela era idolatrada por todos por sua beleza e Simpatia, ela também era considerada a chave das portas entre o bem e o mal!-Ela me explicou detalhadamente

-Olivia!Olivia Magno Demon!-sorri-Gostei

-Claro!Mesmo que não gostasse já tinha escolhido esse mesmo!Não fazia diferença!-ela brincou

-Nossa!-levantei as mãos em sinal de paz - Num quer logo uma arma não?Pra me Matar logo!

“Ela gargalhou”

É claro que aquilo era mentira!Eloísa nunca mentira certo?Ela nunca... Mais será que... Não!Não!Não Pode ser!

-Simon?-escutei a voz de Olivia me tirar de minhas lembranças

-Vamos atrás da sua mãe!-disse levantando a cabeça

-O QUÊ?-as duas gritaram

-Simon!Você não vai!Eu te proíbo de... -Crystal não terminou

-Crystal!Não PIORE a situação!-disse verozmente  

Peguei meu paletó e minha chaves do carro junto ao celular e a carteira,Voltei o olhar para Olivia que continuava sem reação.

-Vamos!-a puxei pelos pulsos

-O QUÊ?-ela gritou-Não!Não podemos chegar lá assim?

-AAAAHHHH claro quer que eu ligue antes e marque hora?-ironizei e puxando para mais próximo de mim-É melhor não ser mentira!

-Não é!-ela falou entredentes

A puxei rapidamente e entramos no elevador, ela segurava a barra da sai a torcendo e mordia o lábio inferior, aquilo me afetava muito!Ela tinha os mesmos Cestos de Eloísa!  

O elevador parou e novamente segurei seus pulsos arrastando entre as multidões dentro da empresa.

-Por favor, não vamos!-ela pediu

-POR QUÊ? POR QUE NÃO QUER QUE EU VÁ?-Gritei parando enfrente a agencia do lado de fora

-Você não é como eu imaginei!-ela disse com a voz quase embargada pelas lágrimas que queriam sair,seus olhos verdes estavam em um tom quase vermelho.

-O QUE ESPERAVA?QUE IA VIR AQUI E ME CONTAR TUDO ISSO!DESPOIS IR EMBORA?-a encarei-POR QUE NÃO QUER QUE EU VA?

-POR QUE NÃO QUERO QUE MACHUQUE MINHA MÃE!-ela gritou

Meu coração parou, ela era tão inocente!Uma menina de 15 anos tão preocupada com os outros!Independente!Ela começou a derramar lágrimas e eu me senti mal por ter gritado, derrepente o Céu se fechou e começou a chover, os raios e relâmpagos ficaram cada vez mais intensos, Ela estar tão triste que o Céu em testemunha tomou suas dores... Ou... Será que ela fez isso...?

-Vamos!-a puxei pelo braço

-Não!-ela gritou e outro trovão caiu - VOCÊ VAI MACHUCA-LA!

-EU NÃO VOU... -abaixei o tom - Prometo que não vou machucá-la!

Ela suspirou e enxugou as lágrimas, Rapidamente a chuva parou, o céu ficou claro novamente.

-Mais o que... -não terminei

-Você prometeu!-ela disse abrindo a porta do carro

Parei por um instante e pensei: Se ela é minha filha MESMO!Então... Droga!Mil vezes Droga!A garota era... Sim!Ela era uma!Mais isso deveria ser impossível certo?

Entrei no carro e seguimos o percurso em silêncio, Era uma boa hora para ver o que ela estava pensando, Me concentrei.

“Se ele fizer minha mãe so...”

Não escutei mais nada!Ela havia me bloqueado?Como ela fez isso?Ninguém nunca conseguiu me bloquear!Droga!Bufei.   

Meia hora Depois...  

-Chegamos!-ela sussurrou abrindo a porta, eu a acompanhei até a entrada da casa-Lembre-se da sua promessa!-ela me lançou um olhar ameaçador

-Olha aqui eu não..-minha voz falhou quando eu vi quem tinha aberto a porta,ela continuava a mesma,Não mudara nada,continuava a minha Baixinha!Só estava mais... Mãe!O olhar dela caiu sobre o meu e ela paralisou, apenas me encarando e deu um sorriso involuntário.

“Você? - sua voz ecoou na minha cabeça”

“-Oi Elô! Precisamos conversar!”

Joguei a cabeça para o lado olhando para Olivia que agora estava tremula e ofegante.