Blue escrita por Enid Black


Capítulo 1
Unique


Notas iniciais do capítulo

Fic inspirada na música 'Blue' do Big Bang lindos *-* E é um romance cara, ainda estou impressionada por ter escrito um romance... Enfim, gostei de escrever, espero que vocês também gostem! Boa leitura!



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O sol encostava na água do mar, pintando o céu de uma cor alaranjada que era refletida no rosto delicado da garota ao meu lado. Ela sorria para mim, enquanto seus lábios formavam uma frase que não chegava aos meu ouvidos. Tudo o que eu conseguia prestar atenção era em seus olhos escuros que demonstravam sua alegria por estar ali, o vento calmo fazia seus cabelos negros voarem levemente, enquanto ela tentava em vão contê-los quietos colocando as mechas atrás das orelhas. Estávamos sentados na areia daquela praia deserta, conversando confortávelmente, nenhum de nós precisava da presença de mais ninguém. A sinfonia das ondas quebrando perto dali ritmava aquele momento. 

O som do despertador do lado de minha cama me acordou do delicioso sonho. Olhei as horas que ele mostrava, era oito da manhã, os raios de sol já insistiam em entrar no quarto através da cortina escura que cobria a janela. 

Encarei o teto, repassando a fantasia de momentos antes na mente. Eu sabia bem quem era aquela garota, era a mesma que havia tentado me acertar com um vaso caro que havia na sala onde nós brigávamos no dia anterior, a mesma que eu havia notado chorar baixo quando sai de sua casa lentamente depois da discussão. 

"- Você não entende! - ela disse, controlando as lágrimas que tentavam rolar por suas bochechas - Eu te disse para nunca fazer isso! 

- Eu não fiz por querer! Eu estava bêbado, já te expliquei... - eu disse, porém minha frase foi cortada quando tive que me desviar do vaso chinês que voara de sua mão na direção de meu rosto. A porcelana se espatifou na parede atrás de mim, espalhando os cacos pelo chão da sala.

 - Bêbado o caralho! Eu sabia que você não queria mais nada, mas por que você não me disse? Evitaria todo esse drama. - ela gritou para mim, a voz irregular pelo choro mal controlado.

- Eu não quero terminar - eu disse, tentando me aproximar dela - Eu nunca quis terminar - completei, tentando segurar seus braços, porém ela se desvencilhiou de meu toque, se afastando mais ainda. 

- Mas conseguiu - ela disse, olhando para o chão e cruzando os braços - Vá embora. 

- Olivia... - andei alguns passos em sua direção, porém ela arrastou os pés para mais longe, afim de manter a distância entre nós.

- Vá embora! - ela gritou, implorando com seus olhar para que eu simplesmente saísse dali. 

Suspirei, ainda a encarando, porém sua expressão não mudou, a menos das lágrimas insistentes que tentavam transbordar por seus olhos, nenhuma chegava a cair. Olivia era orgulhosa demais para se permitir chorar na frente de alguém. 

Virei-me e andei até a porta, chutando alguns cacos coloridos do vaso que se quebrara. Peguei a maçaneta e olhei uma última vez para ela, a garota estava exatamente no mesmo lugar, uma mistura de dor e ódio queimando em seus olhos castanhos. Abri a porta e sai para a rua, fechando a passagem logo depois.

No mesmo momento ouvi o som abafado de soluços baixos vindo de dentro do aposento que eu havia deixado, aproximei-me de umas das janelas da casa e olhei para dentro sutilmente. Olivia sentara-se no braço do sofá branco que havia em sua sala, suas mãos cobriam sua boca, tentando silenciar o choro que ela finalmente desistira de controlar." 

Levei as mãos ao rosto e apertei os olhos, tentando esquecer a imagem que se apoderara de minha mente. Eu não queria ter sido o responsável por fazê-la soluçar daquele jeito, ainda mais depois de tudo que ela havia me contado. 

"- Eu não costumo demonstrar meus sentimentos - Olivia disse, olhando para nossas mãos entrelaçadas enquanto balançávamos na rede que havia na frente da chácara onde havíamos combinado de passar o final de semana. 

- Isso não é justo, assim não saberei se você gosta de mim - eu disse, brincando com seus dedos. 

Ela deu uma risada fraca. 

- Eu gosto de você - disse ela, olhando para mim - porém não sou o tipo de pessoa que ama alguém rapidamente. Se um dia eu dizer que lhe amo, e que você me conhece por inteiro, é melhor tomar cuidado, pois eu falo sério. 

- Então você não me ama? - eu disse, levantando as sobrancelhas. 

- Hm, é difícil dizer - ela respondeu, pegando uma mecha de meu cabelo negro - Você é muito importante para mim, mas não chega no amor que estou falando. A noção que eu tenho de amar alguém é diferente das outras pessoas, eu acho. Para mim o amor da sua vida deve ser alguém que você realmente confie, que te entende perfeitamente, que você sabe que nunca irá lhe trair. Ainda não cheguei a ter isso com ninguém. 

- Saiba que eu te amo - eu disse, segurando sua mão que estava em meu cabelo e a beijando. 

- Obrigada - ela disse, sorrindo docilmente - Espero dizer o mesmo um dia." 

"Alguém que você sabe que nunca irá lhe trair", as palavras dela ecoavam em minha cabeça, a culpa pesava em meu peito. O que eu havia feito? 

"- Eu te amo. 

Olhei para Olivia, deitada ao meu lado na cama em que passamos a primeira noite juntos. A noite havia deixado o quarto totalmente escuro, porém uma faixa de luar prateado iluminava-a, como se quisesse que eu observasse novamente a silhueta perfeita da garota que eu amava. 

Ela olhava o lençol claro que alisava com uma das mãos, evitando encara-me.

- O que você disse? - perguntei, cobrindo a pequena distância da cama e chegando próximo a ela, o coração acelerado batendo descontroladamente contra minhas costelas. 

Olivia encolheu-se minimamente diante de minhas palavras, estranhamente tímida. 

- E-Eu te amo - ela disse, olhando rapidamente para notar minha reação e desviando o rosto novamente logo em seguida.

Dei uma risada fraca, a alegria dominando meu peito. Peguei seu rosto e o ergui, fazendo-a encarar-me com o olhar um pouco assustado. 

- Eu sou a pessoa mais importante para você? - sussurrei. 

- S-Sim... Podemos dizer que sim - ela disse, hesitante. 

Sorri novamente, percebendo que eu realmente queria passar o resto de minha vida ao lado daquela garota. Aproximei meu rosto do seu e a beijei, querendo que aquele momento nunca acabasse." 

Levantei-me repentinamente da cama, não aguentando mais a avalanche de nostalgia que me atingira. Fiquei parado no centro do quarto, pensando em tudo que havia perdido em apenas uma noite descuidada. 

Meu celular começou a tocar, o barulho insistente do toque que eu havia colocado inundando o aposento. Peguei-o no mesto momento, com uma pequena esperança de que pudesse ser Olivia. 

Olhei para o identificador de chamadas do aparelho, porém o nome que brilhava na ligação não era o de Olivia, e a foto de contato da pessoa era a última que eu queria ver. 

Grunhi e joguei o celular na cama, ignorando o som abafado da música que não acabava, até que finalmente aquela garota insistente desistiu da chamada. Eu nunca mais queria ver a garota que havia acabado com meu relacionamento novamente, e no final, ela nem era bonita, eu só poderia estar bêbado para ter ficado com ela. 

Por causa daquela noitada estúpida eu havia perdido a chance de viver com a pessoa que eu realmente amara, e não tinha nada que eu poderia fazer quanto a isso. 

Olhei para o celular rejeitado em cima do lençol amassado cogitando a ideia de ligar para Olivia. Eu nunca havia precisado ligar para nenhuma namorada, em todos os casos elas que corriam até mim, ou eu mesmo não queria mais brincar com elas e acabava deixando-as, porém daquela vez era diferente, daquela vez era Olvia, e eu sentia que podia perdê-la por causa de meu orgulho idiota. 

Peguei o aparelho e disquei o número dela, meus dedos tremendo enquanto eu escutava o ritmado toque de espera da chamada. O que aquela garota havia feito comigo para me deixar daquele jeito? 

Depois de vários toques, quando eu começava a desistir e acreditava que aquela reação fora extremamente inútil e irracional, eu escutei a linha sendo atendida, e uma voz sonolenta que eu reconheci no mesmo momento atendeu o telefone. 

- Alô? - ela disse, e apenas o fato de ela ter atendido aquela chamada já havia me dado uma mínima confiança de que aquilo poderia dar certo. Talvez eu não a tivesse perdido.


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Notas finais do capítulo

É isso! Eu gostei, mas acho que o final ficou meio rápido x.x O que vocês acharam? Respondam, seus românticos!



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