Kate

Kate estava arrumando as malas para ir ao Hamptons animadamente. Nunca tinha ido para lá na verdade, nunca foi chique e rica o bastante para isso. E foi nesse momento que percebeu o quão diferente de Rick ela era. Ela não se achava pobre, claro que não, mas perto dele...

Tirou o pensamento da cabeça, afinal ela estava indo ao Hamptons com ele, de todas as mulheres que Rick podia ter ele a escolheu. Ela, e não outra riquinha loira oxigenada e burra.

Mas então outro pensamento lhe ocorreu, ele SÓ namorava essas meninas ricas, loiras de farmácia e burras, mas agora estava com ela, por quê? O que a aterrorizou mesmo foi que, a qualquer momento, ele podia desistir dela e achar alguém melhor, mesmo o relacionamento deles estar indo bem e se solidificando.

O toque do celular cortou seus pensamentos. Quando viu que era Rick um sorriso se abriu em seu rosto.

-Alô.

-Oi querida, bom dia. Tudo bem?

-Tudo sim Ricky, estou arrumando as malas. E com você?

-Estou bem. Eu liguei para avisar que eu não vou poder ir para a delegacia nem ficar com você hoje, tenho que acertar umas coisas. Posso passar na sua casa às 19h para nós irmos ao Hamptons?

-Oh... sim claro. Mas resolver esse caso não vai ser tão divertido assim sem você.

-Ah, eu sei que você não vive mais sem mim, mas faça esse sacrifício ok? – Ele riu.

-Hahaha engraçado. – ela ironizou. – Tenha um bom dia Ricky.

-Beijos Kate.

Ela imaginou se essas ‘’coisas’’ que ele tinha pra resolver tinham a ver com ela, com Hamptons e ficou preocupada. Ele estava meio distante no telefone, com pressa. Balançou a cabeça para ver se os pensamentos iriam embora, terminou de arrumar as malas e foi para o trabalho.

Não era a mesma coisa chegar na delegacia e não ter Castle a esperando com um café na mão.

-Yo, Beckett, cadê o Castle? – Esposito chegou.

-Ele dis... – ela parou, ninguém podia saber que ela falava com Rick fora do trabalho e muito menos que estavam juntos. – Sei lá Esposito, como eu deveria saber?

-Nossa, desculpa dona irritadinha.

-Ai desculpa Javi. Enfim, o que temos de novo no caso?

E as horas passavam lentamente. As pistas do caso não estavam esclarecendo nada e Kate começou a ficar ansiosa, mas então acharam uma pessoa valiosa. Conseguiram, finalmente, pegar o assassino.

Kate teria que correr para se arrumar, pois já era quase 19h.

Ele não tinha ligado nenhuma outra vez e ela estava pressentindo algo estranho.

Às 19h Kate estava quase pronta, tinha acabado de sair do banho quando Castle chegou. Ela teve que atender a porta só de toalha mesmo.

-Adorei esse modelito Kate, melhor que minhas camisetas sabia?

-Besta. – Ela deu um sorriso debochado e brincalhão e o beijou. – Espera um pouquinho na sala enquanto me troco ok?

-Não posso ir junto? – Ele a puxou pela cintura.

-Se você quiser ir pro Hamptons, não. Senta ai e fica quieto. – Ela tentou ser séria, mas acabou rindo. Ele era o único que a fazia abaixar a guarda.

Castle

Rick queria ter ficado com Kate aquele dia, querias estar com ela quando pegara o assassino, mas ele tinha que fazer uma coisa e, mesmo sendo invasão da vida de Kate, tinha feito para protegê-la.

Quando era 19h, foi pegá-la. Estava muito ansioso por passar dois dias só com ela. Eles provavelmente não sairiam do quarto e era exatamente essa ideia que o deixava mais ansioso.

Chegando no apartamento, Kate o atendeu só de toalha. “Bom começo.” Ele pensou.

Depois que ela se trocou eles foram, queriam aproveitar Hamptons ao máximo.

Passaram o caminho todo ouvindo músicas e, só às vezes, ‘brigavam’ para decidir que estação ou música colocar. Rick adorava irritar Kate, ela ficava linda brava. Se bem que ela era linda de qualquer jeito.

Quando chegaram, o sorriso de Kate parecia de uma criança e seus olhos brilhavam.

-Nunca esteve aqui antes?

-Não. Nem numa casa assim também.

-Vem, vou te mostrar o lugar. – Ele a guiou pela casa mostrando os cômodos e, de repente, a feição de Kate foi mudando de alegre para sombria. Era como se ela estivesse preocupada com algo...

Eles estavam na porta do quarto quando ele percebeu.

-Querida, tem algo errado?

-Não... Eu só estava pensando em... quantas mulheres você já trouxe para essa mesma casa. – Ela parecia meio chateada.

-Hey, Kate, nenhuma delas era você. Nenhuma delas nem vão chegar aos seus pés. –Ele pegou sua mãe. –Não se preocupe com meu passado, eu mudei, por você. Eu te amo.

-Também te amo Ricky. – Agora o sorriso estava de volta ao seu rosto. Ela a agarrou pela cintura e a beijou apaixonadamente.

-Vem, vou te mostrar a piscina. Acho que você vai gostar.

Depois que arrumaram as roupas e seus pertences, resolveram passear na praia.

-Oh Rick, vai indo na frente, esqueci meus óculos e o protetor.

-Ok.

Depois de alguns minutos Kate ainda não tinha voltado então Rick resolveu procurá-la.

-Kate? Querida, cadê você!?

Ele procurou pela casa toda duas vezes, assim como na piscina. Ele já estava nervoso, onde ela poderia ter ido?

Kate

Kate tinha ido pegar seus óculos e o protetor quando, de repente, viu tudo ficar preto e alguém a agarrando. Não conseguia se mexer nem gritar, tentava chamar por Castle, mas era em vão. Parecia que tinha um nó em sua garganta. Então não sentia mais nada, desmaiou.

Quando acordou, estava amarrada à uma cadeira e um homem (ela deduziu, pois estava vendo as coisas embaçadas) estava em sua frente, todo vestido de preto e com o rosto coberto.

-Quem é você!? O que você quer de mim!? – Ela berrou. Não queria parecer assustada, mas estava. Não tinha jeito.

-Não, não querida, EU faço as perguntas aqui.

-Eu sou uma policial, então acho que você não vai querer fazer nada comigo. – Ela afirmou sua voz.

-Você não me conhece Kate. Eu sou sujo e se eu quiser te matar aqui e agora eu farei, não importa se você é policial ou o papa. Não me pegaram antes e não me pegarão agora. – Ele passou a mão pelo rosto dela e segurou seu queixo e ela desviou bruscamente.

-O que você quer de mim?

-Eu já disse que eu faço as perguntas aqui Kate. – Ele falou nervoso, e passou a arma no pescoço de Kate. – Meu patrão ficou sabendo que você anda fuçando um caso antigo, a morte de Johanna Beckett. Sua mãe, certo? Ele não gostou nada querida.

-Não me chame de querida! E o que você tem a ver com a minha mãe? – Ela se exaltou.

-Você está bisbilhotando nesse caso ou não!? – Ele estava tão perto a ponto dela sentir sua respiração quente. E ele apontava sua arma para ela. Seu coração estava acelerado e então, tudo que conseguia pensar era em Castle.

-Eu não tenho que te responder nada. Onde está o Castle?

-Onde você o deixou, querida. Agora me diga o que você descobriu do caso ou então eu faço questão de matar seu precioso escritorzinho na sua frente e então explodir sua cabecinha linda. Você decide.

-Eu não descobri nada. – Ela praticamente cuspiu as palavras. Estava odiando estar na mira daquele louco.  Odiava sentir como se não pudesse fazer nada, indefesa e vulnerável.

-É bom você estar falando a verdade, baby. – Ele passou a arma na mandíbula de Kate e foi para trás dela. Beijou seu pescoço. Ela tentou desviar, mas foi em vão.

Estava com nojo dele e com nojo da situação.

Ele começou a abrir sua blusa e ela lutava o máximo que conseguia, berrando.

Quando o homem começou a beijar seu busto, de repente alguém o derrubou no chão.

-CASTLE!?!?

Ele batia sem parar no homem e ele sangrava no chão, aparentemente inconsciente.

-Castle, chega!

Ele levantou ofegante e a desamarrou da cadeira.

-Como você me achou aqui?

-Seu celular, esta ligado. Usei seu GPS.

Ela abriu um sorriso e, assim que suas mãos estavam livres, o abraçou e beijou.

Quando olharam pro chão, o homem já tinha desaparecido e só o que restara era uma poça de sangue.

-Onde você aprendeu a bater assim?

-Não sei... Deve ser meu instinto animal. – Ele encheu o peito. – Mas agora minha mão dói like hell.

-Vem, vamos cuidar disso. – Ela pegou sua mão, deu um beijo e eles seguiram para o carro.

Quando Kate estava abrindo a porta, Castle caiu no chão.

-CASTLE!! – Ela berrou com todas suas forças.

Ele sangrava com a mão no peito enquanto um homem corria. Seu olhar transmitia dor e pânico.

Kate pegou o celular e chamou a ambulância.

-Ka...te... – Ele balbuciou. Sua voz era fraca e dava para perceber que ele estava em choque.

-Shhh, não fala nada. Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem. – Ela apertava sua mão e lágrimas escorriam dos seus olhos.

Castle tinha levado um tiro por sua culpa.