Dear Violet escrita por w0lff


Capítulo 5
The goodbye


Notas iniciais do capítulo

Tava sem tempo pra escrever, mas ai está. Espero que gostem, mas não sei se ficou muito bom porque estava meio sem ideias. Enfim, obrigada por acompanharem e pela paciência com a demora.



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Os dias seguiram sem que nada muito especial acontecesse. Tate e eu passavamos as manhãs, tardes e noites juntos. Menos as quartas, quando minha mãe me pedia para cuidar do meu irmãozinho. Ele não queria estar por perto nesses momentos, ou em qualquer momento que envolvesse toda essa história dos bebês. 

Eu estou sentada na cozinha, lendo um livro e brincando com uma maçã. Tate está na minha frente, com a cabeça tombada na mesa, acariciando meu braço. O chuto de levinho na canela para que parasse porque estava começando a sentir cócegas. Ele ri, levanta e morde minha bochecha. 

— Filho da mãe - falo, contorcendo o rosto de um jeito engraçado.

Tate ri tanto que quase se engasga com a água que está bebendo. Acabo rindo junto, na tentativa de parecer brava. Ele se vira pra deixar o copo na pia e eu posso ver a silhueta de Ben parada na porta, nos observando. Minha expressão fica séria na mesma hora. 

— Violet, o que esse garoto está fazendo com você? - ele encara Tate de cima a baixo. 

— Nada que seja do seu interesse - respondo, seca. 

— Pensei que já tivessemos conversado sobre isso - agora Ben olha direto para mim, me condenando. 

Como se eu já não soubesse que o ter perdoado era errado. 

— E já conversamos - retruco.

— Então me explique isso. 

Tate continua parado, de costas para cozinha, mas eu posso ver seus músculos contraídos, tensos. Acho que ele continua quieto por medo de falar ou fazer alguma besteira que me faça o odiar novamente. 

— Não tem nada pra explicar, pai. Eu e Tate estamos juntos de novo. E só. 

— O que você quer com "e só"? 

— Quero dizer que não vou discutir sobre isso, principalmente com você - levanto, deixando o livro por ali mesmo. Seguro a mão de Tate e o puxo em direção as escadas. 

— Nada disso, mocinha, pode ir voltando aqui. 

Paro em frente a porta, volto a olhar para ele. Reviro os olhos ao ver sua expressão de desaprovação. Realmente não estou com paciência para Ben e suas lições moralistas de psicólogo. 

— O que foi? - meu tom é grosso e impaciente. 

— Só quero que você tenha noção do que está fazendo, Violet. 

— Eu tenho. 

— Não, não tem. 

— Não vou discutir isso com você. Tenha um bom dia, papai - fiz questão de deixar o "papai" o mais irônico possível. 

Saio da cozinha, mas não subo para o meu quarto. Desço até o porão com Tate, que continua calado. Ao chegar lá, me sento em cima de um manto que deixamos lá há muito tempo. O encaro, mas ele continua olhando para o chão.

— Você não vai dizer nada? 

Ele enrola, olha para todos os lados, pro chão, pro teto... Eu vou o matar se não disser algo logo. 

— Não tenho nada para falar. 

O que?????? Agora sim vou o matar. Quer dizer, matar no figurativo. 

— Como assim não tem nada para falar, Tate?

— Seu pai, o Ben... Ele está certo - me sinto confusa e com raiva, ao mesmo tempo.

— O que você quer dizer com isso? 

— Quero dizer que ele está certo. Eu não sirvo para você. E você... Você não sabe o que está fazendo. 

Da onde ele está tirando isso tudo? Tate só podia estar enlouquecendo. Passa semanas tentando me convencer a o perdoar e agora diz que eu não deveria ter feito isso? 

— Violet, eu estava sendo egoísta... Você fica melhor sem mim. 

— Melhor? Tate, você sabe como eu estive nessas ultimas semanas? 

Ele parece hesitar com o desespero em minha voz, mas eu o conheço e ele não vai parar até me fazer mudar de ideia. 

— Eu te amo, Vi. Muito. E é por isso que eu não posso fazer isso com você.

Tate se aproxima, me abraça e me dá um beijo na testa. Eu estou tão confusa e paralizada que não consigo nem o abraçar de volta. Quando vejo, ele já está levantado e subindo as escadas. 

— Tate? - me levanto rápido, desesperada - Tate, aonde você está indo? 

— Vi... - ele para no topo da escada e se vira para mim - Talvez seja melhor eu sumir por um tempo...

— Que? Do que você está falando? 

Tate me olha, as lágrimas escorrem pelas suas bochechas. Isso é um adeus, agora eu percebo. 

— Não. Você não pode fazer isso comigo. Não, Tate! - eu grito, também chorando. 

— Eu só estou pensando no seu bem - ele vira a cabeça e respira fundo - Adeus, Vi. Até que você esteja preparada para lidar com isso novamente. 

Tate sai do porão e eu fico. Me sento no manto de novo, caio, na verdade. Abraço meus joelhos e apoio meu rosto neles. Choro e repito seu nome até que não sobre mais nada de água no meu corpo e meus olhos estejam tão inchados que não consigo mais enxergar direito. 

Ele me deixou. Não é possível, não consigo acreditar. Balanço a cabeça, negando. Tate me deixou, e dessa vez eu não tive escolhas. 


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