Dear Violet escrita por w0lff


Capítulo 2
Crazy bitch


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo. Ele ficou um pouco menor que o primeiro, mas não muito. Espero que gostem.



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Talvez tudo isso seja carma. Talvez eu esteja pagando por todo o sofrimento que já causei para meus pais.

Meus pais.

Vivian está sentada, olhando pela janela, balançando meu irmãozinho no colo. Ben chega e põe os braços ao seu redor. Eles, vistos assim de longe, parecem uma família normal e feliz.

Encostada na porta, olhando aquela cena, eu me dou conta de que não faço mais parte dessa família. E se não tenho minha família, nem Tate, o que eu tenho? O que sobra para mim?

Solidão. Uma eternidade de solidão e tristeza, lamentando o dia que tomei aqueles comprimidos.

Tento afastar essa lembrança, mas não consigo. Tudo em que consigo pensar é em como Tate me salvou, ou tentou salvar. Se fechar os olhos, ainda posso ouvir sua voz desesperada gritando pela minha vida.

A verdade é que, apesar de tudo de errado que ele fez, Tate foi aquele que tentou me salvar, que me amou, acima dos próprios sentimentos. Ele tentou me proteger, esconder que a morte tinha sido minha culpa.

Balanço a cabeça e me afasto do quarto, deixando os restos da minha família serem felizes sem precisarem se incomodar com alguém como eu. Ao passar no corredor, observo as paredes daquela casa. A maldita casa. Essas paredes e esse chão, que já foram palco de tantas mortes.

Desço para cozinha e encontro Moira limpando a mesa. Ela vira na minha direção, com a cabeça inclinada para o lado, um olhar de pena.

— Não precisa ser desse jeito, Violet - diz, como se lesse meus pensamentos.

— Eu não sei do que você está falando.

— Sim, você sabe - ela olha para os lados, como se isso adiantasse de alguma coisa - Eu estou falando sobre o rapaz, Tate.

— O que tem ele?

— Ele cometeu muitos erros, Violet. Mas você também - ela suspira - todos nós cometemos. Talvez seja a hora de perdoá-lo.

— E por que de repente você está discutindo isso comigo?

— Porque Vivian é minha amiga, e sua mãe está preocupada com você.

— Diga a ela que não há nada com o que se preocupar - me viro e caminho para porta - eu estou perfeitamente bem.

Chego no meu quarto e desabo na cama. Quem ela pensa que é para falar sobre se devo ou não perdoá-lo? Mas... Talvez ela esteja certa.

Não. Eu não posso me permitir pensar desse jeito. Eu não posso admitir para mim mesma que...

Um baque na porta interrompe meus pensamentos. "Toc toc toc". Hayden. Antes que eu diga ou faça qualquer coisa, ela abre a porta e se enfia para dentro do quarto.

— Olha só se não é a pequena Violet chorando outra vez - fala em tom de deboche. Posso matar alguém que já está morto?

— O que você quer? - minha voz soa distorcida e alterada.

— Por que você sempre acha que quero alguma coisa de você? - senta na cama e dá uma risadinha - Ah Violet, se você soubesse se vestir um pouquinho melhor... Talvez ele te desejasse.

Agora tudo faz sentido. Ela veio falar sobre Tate. O que há de errado com todo mundo desse lugar? Tirando o fato de que todos estão mortos, claro.

— Hayden, me poupe dos seus conselhos sobre como ser desejada por um homem. Parece que eles não deram muito certo com meu pai - dou um sorriso irônico. Sei que a atingi, pois o ar de superioridade em seu rosto é substituído por uma expressão louca, raivosa.

— Cuidado com a boca, vadiazinha - me dá um tapa na cara e levanta. Quando chega na porta, vira para mim de novo - Se eu fosse você, diria para sua mãe cuidar muito bem do filhinho dela. Enquando ela pode.


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