Interlúdio escrita por Djin


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

N.A.: Once Upon A Time não me pertence. Obviamente. Se pertencesse, TANTA coisa seria diferente, que nem sei por onde começar... Como sempre, todos os créditos aos senhores Edward Kitsis e Adam Horowitz e à ABC.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/291068/chapter/17

Isabelle passou pela frente do Granny's, observando o movimento que se formava no início da manhã. Era seu dia de folga e ela passou direto pela rua. O sol iluminava a cidade de um céu muito azul e um vento agradável fez sua saia balançar. Apesar da tranquilidade aparente, Isabelle quase podia sentir a tensão suspensa no ar, como se alguma intuição lhe desse um calafrio, mesmo naquele clima ameno. Imaginou que fosse uma projeção dos seus próprios sentimentos.


A rápida mensagem que Mary Margaret lhe mandara logo cedo, avisando que Emma estava de volta, acalmara um pouco sua preocupação, mas a agitação dos dias anteriores ainda pesava em seus ombros. Com passos rápidos, ela se dirigiu à loja de penhores. Precisava conversar com o Sr. Gold, tentar acalmar as coisas na relação entre eles. Ela queria entender o que estava acontecendo, assim como não podia negar a ansiedade que sentia por como as coisas tinham ficado na última conversa. E, também, ela simplesmente estava com saudades.


Aproximando-se da loja, notou um carro estacionando à frente, de onde saiu a prefeita. A visão da mulher lhe deixou com uma sensação ruim e um amargor na boca, e decidiu que definitivamente não gostaria de cruzar caminhos com ela. Enquanto Regina entrava pela porta principal, Isabelle deciciu rapidamente tomar outro caminho, e dobrou na rua de trás da loja. O melhor seria entrar pela porta dos fundos e aguardar que a prefeita se retirasse.


A leve desorganização do lugar lhe trouxe algum conforto, e ela sorriu com carinho ao passar os olhos pelo escritório do Sr. Gold. Andou pelos objetos espalhados pelo recinto, passando a mão de leve pela roda da roca de fiar. O objeto de madeira sempre pareceu exercer especial fascínio sobre ela. Até que outra coisa atraiu seu olhar.


Repousada sobre a escrivaninha do Sr. Gold, ela notou uma caixa alongada aberta, coberta internamente por veludo vermelho, onde repousava uma bela espada e sua bainha. Ela aproximou-se para examinar melhor, apreciando sua empunhadura dourada, com a guarda de mão curvada em um leve arco. Um pano branco sobre ela sugeria que o Sr. Gold estivera até pouco tempo polindo sua lâmina. Isabelle riu, perguntando-se, não pela primeira vez, onde ele conseguiria aqueles itens aparentemente aleatórios para sua loja.


O resto da escrivaninha estava coberta por papéis, e Isabelle franziu o cenho ao examiná-los. Ela pegou o que parecia um roteiro de viagem, assim como um mapa do país, guias de viagens sobre diversas cidades por todo o mundo, até mesmo um dicionário de francês. Ficou confusa por um momento. O Sr. Gold não comentara nada sobre planos de viajar, e ela sentiu um mau presságio. Precisava, mais do que nunca, conversar com ele e perguntar o que estava acontecendo.


Aproximou-se da porta meio entreaberta que dividia o escritório do resto da loja, e não pôde deixar de notar o tom agitado da conversa que se desenrolava do outro lado. Ficou em silêncio por um instante, controlando sua respiração, tentando fazer sentido das vozes que se insinuavam do outro lado.


“A maldição foi feita para tirar a felicidade da Branca de Neve e do Príncipe Encantado... Talvez você desistir do Henry seja o preço para manter a maldição intacta.”


‘Do que diabos ele está falando?!’ Isabelle deu um passo minúsculo para frente, apurando os ouvidos.


“Acho que eu prefiro me livrar dela.”


“Ora, ora... você vai ter que ser bastante criativa.” Isabelle sentiu seu sangue gelar quando a próxima frase passou pela porta, na voz do Sr. Gold. “Nós dois sabemos as consequências de matar a Srta. Swan.”


*_*_*


“Ora, ora... você vai ter que ser bastante criativa. Nós dois sabemos as consequências de matar a Srta. Swan.”


“A maldição se quebrará.” Eles completaram, em unissono. Tudo o que ele desejava, e tudo que a rainha temia. Ele podia sentir no ar. As engrenagens alinhadas, todas as peças em movimento. A hora estava chegando, em que ele poderia, finalmente, sair daquela cidade amaldiçoada. Seu objetivo final estava claro em sua mente, como nunca: encontrar Baelfire.


“Isso porque você a criou assim. Desfaça”


O Sr. Gold deixou escapar uma risada. Regina ainda não havia aceitado que não havia saída.


“Sabe... mesmo se eu quisesse, eu não poderia. Mágica é um artigo escasso por aqui. E diminui a cada minuto.”


“Você quer que a maldição seja quebrada!” Bingo. Ela demorara bastante para entender. “Por que?”


“Não é algo que eu queira discutir.”


“Não importa, danem-se os seus motivos.” Ela aproximou-se em passos resolutos. “Eu quero fazer um novo acordo.” Será que ninguém aprendia que não era uma boa ideia fazer acordos com ele? “Um em que eu consiga me livrar da Emma sem quebrar a maldição.”


“Infelizmente para você, uma negociação requer duas partes interessadas. E eu já estou planejando uma viagem.”


Ele afastou-se Regina, com passos calmos em direção ao balcão da loja, com a certeza que ela não poderia ganhar essa discussão. Foi quando ele a viu, em frente à porta aberta que levava ao seu escritório. Isabelle, o rosto pálido congelado em uma expressão que denunciava que ela ouvira muito mais do que deveria. Ele parou a meio passo, tomado de surpresa, e mal ouviu as próximas palavras da rainha: “Eu te dou qualquer coisa!”


“Gold, o que está acontecendo aqui?” Apesar do tremor em sua voz, a expressão de Isabelle era firme.


“Ora, ora, Rumple! Veja quem veio nos visitar!”


O Sr. Gold virou-se com um olhar afiado para Regina, que a fez calar-se em um instante. Ele não estava no clima para os seus jogos no momento. As coisas tinham acabado de ficar muito complicadas para ele.


“Belle! O que você está fazendo aqui?”


A voz dela saiu fria, assim como seu olhar. “Eu não estava te espionando de propósito, se é o que pensa.”


“Não... claro que não...” Ele suspirou, frustrado. Ele suspeitava que a série de desventuras e coincidências dos últimos dias tinham sido mais um fruto da maldição. Afinal, embora ele suspeitasse que seu fim estivesse próximo, ela ainda estava ativa, afetando todos na cidade, tirando seus finais felizes. Na verdade, se ele parasse para pensar, ele e Belle tinham conseguido manter um pouco de paz por mais tempo do que seria de se esperar.


“Gold, responda. O que está acontecendo aqui? Que conversa sem sentido foi essa? Como pode... como pode ser... um acordo para matar a Emma...?” Ela olhou para ele, angustiada.


“Eu não tenho nenhum interesse em fazer esse acordo! Você ouviu o que eu respondi a Regina.”


“Como pode... como você pode discutir calmamente com ela sobre isso? Mesmo cogitar essa ideia?”


“Belle... nada vai acontecer com a Srta. Swan. Nada pode acontecer com ela!”


“Ah, mas você está muito enganado!” A voz da prefeita estava cheia de raiva. “Eu não vou perder!”


“Veremos, queridinha. Agora, dê o fora daqui!” Ele não tinha tempo para lidar com a rainha agora. Não importa o que ela fizesse, a profecia se cumpriria, a maldição seria quebrada, e ela seria derrotada no fim.


“Não quer me ajudar, Rumple? Que seja. Eu resolvo sozinha.” Ela virou-se para Isabelle. “Não se engane, garotinha... ele pode não ter interesse em me ajudar agora, mas ele é plenamente capaz de fazer coisas horríveis. Por que não pergunta a Kathryn Nolan?”


Com um passo rápido, ele se colocou à frente de Regina, tremendo de fúria. “Não se atreva a dirigir a palavra à ela!”


A rainha segurou seu olhar por um segundo, e ele teve que resistir ao impulso de estrangulá-la. “Muito bem... eu tenho mais o que fazer agora. Adeus, Rumple.”


O Sr. Gold observou enquanto ela se retirava, antes de virar-se para Isabelle. Poucas vezes na sua vida, depois que se transformara no Senhor das Trevas, ele se sentira tão perdido em uma situação. O que ele poderia dizer a ela?


“O que ela quis dizer sobre Kathryn Nolan?” Sua expressão era séria e afiada. O Sr. Gold percebeu suas mãos fechadas em punho, e seus olhos o encaravam como adagas. Ele nunca a vira tão furiosa, neste mundo ou no outro.


“Belle, você tem que confiar em...”


“Nem pense em terminar esta frase!” Ela falou entre dentes, levantando o dedo em seu rosto, e ele percebeu um leve tremor em sua mão. Então, ela soltou um riso amargo, e ele sentiu seu coração apertar com o som. “E você ajudou a libertar a Mary Margaret da cadeia... sempre pareceu odiar a prefeita... era tudo uma fachada , afinal? Você sempre esteve conspirando com ela?”


“Não é verdade, Belle.”


“Que parte? Que parte não é verdade?”


Ele se viu sem palavras. Há muito havia prometido a si mesmo não mentir para ela. Como poderia tentar explicar? Havia explicação, afinal? A rainha estava certa. Ele era capaz de coisas horríveis. Ele fizera e dissera o que precisava, sem medir as consequências. E, agora, a dita consequência estava ali, encarnada à sua frente, tremendo de raiva, com uma expressão de desgosto que ele nunca virar no rosto de sua Belle e que fazia seu coração doer.


Ele era um monstro. Por séculos, esse tinha sido um fato que ele aceitara. Ele não se importava. Até que Belle tinha entrado em sua vida vida e sugerido que ele podia ser algo mais que isso. Ele quase tinha acreditado. E ali, naquele momento, vendo Belle encará-lo com aquela frieza, ele sentiu a angústia por ser um monstro.


“Você está muito enganado se acha que eu vou defendê-lo. Se acha que eu não vou falar para Emma o que eu ouvi aqui hoje.”


“Eu não tenho nenhum interesse na morte da Srta. Swan.”


Essa é toda a sua defesa?” Ele viu os ombros dela caírem, derrotados pelo peso da sua frustração. “Como eu pude me enganar tanto em relação a você?” Isabelle deixou sua tristeza escorrer por suas palavras, preenchendo time todo o espaço entre eles. O Sr. Gold observou-a sair, sem mais nenhuma palavra.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

N.A.2: A conversa entre o Sr. Gold e Regina foi transcritam em tradução livre, do episódio Na Apple Red As Blood (1x21).
Mais um capítulo e a história chegará ao fim. Ufa! Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Interlúdio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.