Os Desenhos Secretos E Perdidos De Sokka escrita por teolacio


Capítulo 1
Capítulo 1




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Sokka estava com a sua velha roupa azul com faixas brancas. Ele usava a sua velha e já habitual bolsa verde com detalhes amarelos comprado em uma cidade que havia passado à pouco tempo. Ele andava por entre uma rua comercial da cidade, olhando distraidamente e sem qualquer interesse, com o seu andar relaxado, braços soltos e passos vagarosos.

As ruas tinham casas de madeiras uma ao lado da outra, com diversos temperos, peixes, frutas e outras mercadorias sobre balcões construídas em bambu. Havia uma quantidade relativamente grande de pessoas trafegando por entre a rua de quase quatro longos passos de largura. Os pedestres eram na faixa de 10 pessoas de roupas verdes, algumas mulheres e senhoras, outros homens e crianças, alguns de chapéu de palha longo, outros carecas.

Em um canto, em um espaço entre uma casa de madeira e outra, havia uma pequena viela. Sokka passava bem próximo a essa viela a um braço e meio de distância dela, sobre a calçada de pedras cor bege, quando ouviu uma voz tentando disfarçar, o chamar:

- Ei garoto de roupa azul.

Sokka parou, tirando um pedaço de fruta entre os dentes com a unha do seu dedinho indicador. Ele se virou para a origem da voz e viu um homem com um manto verde, com uma barba preta descendo na altura de seu umbigo, mas esta barba tinha origem apenas na pele do seu queixo, com os dedos de suas mãos pretos por causa de carvão, rosto também manchado com carvão e cabelos compridos e preso em um grande coque atrás de sua cabeça. Ele estava atrás de um balcão, e ao seu lado havia muitos papeis de desenhos, alem de carvões e lápis de pintura. Mais ao fundo, não era possível enxergar, pois havia uma grande cortina negra tampando a visão.

- Quem, eu? – perguntou o garoto apontando com o dedo indicador para si mesmo na altura do tórax.

- Sim você mesmo, menino de cabelo com rabo de cavalo, você parece ser um homem que gosta das coisas boas da vida e que sabe apreciar uma bela arte de corpo humano.

- Acho que você realmente não me conhece – disse o Sokka, cruzando os braços.

- Nem mesmo nu feminino? – disse o artista, dando uma risadinha e colocando a mão ao lado da boca, como se tentasse esconder das outras pessoas o que dizia.

- Nu feminino! – exclamou o garoto. Ele olhou para um lado, para o outro lado. Depois ele deu um sorriso de safado e se aproximou ao balcão, esticando os olhos para o homem.

O homem retirou a tábua de seu balcão, permitindo que Sokka entrasse no seu pequeno ateliê. O caipira do pólo sul se sentou num banquinho de madeira redondo, quando o artista pegava de dentro de um pequeno baú de madeira com o tamanho o suficiente para caber folhas de papeis. Em suas mãos havia várias folhas cor bege escuro enroladas em tubo, quando ele aproximou-se do cliente e abriu na sua frente um dos desenhos.

A figura desenhada com carvão era uma mulher bonita e deitada em uma cama, nua e em pose sensual. Sokka arregalou os olhos, abriu a boca e começou a babar um pouco no fim dos seus lábios. O homem enrolou novamente as folhas de papeis e disse, com o rosto próximo ao seu ouvido e cochichando:

- É baratinho. Faço para você por apenas algumas moedas.

Sem pensar ele entregou ao homem as várias moedas, colocou as folhas de papel dentro da bolsa com cuidado e de uma forma que a obra não pudesse ser vista por curiosos e não podia ser amassada.

Ele então voltou para a estalagem onde ele, Aang, Katara e Toph estavam hospedados durante alguns dias, para descanso.

Ele entrou no seu quarto de paredes brancas, se dirigiu até a sua cama. Sua cama era um colchão macio de plumas de aves, como ganso, sobre uma Box de madeira, onde havia estrado de bambu segurando o colchão. Ele levantou o colchão com uma das mãos, espiou por todo os lados do quarto, esperando que ninguém o visse, e então colocou as folhas de mulheres peladas entre os estrados.

- Bem, se eu deixar aqui, tenho certeza que ninguém vai encontrar.

Ele colocou o colchão de volta, sentou sobre a cama e então começou a esfregar a palma da mão uma sobre a outra, com um sorriso de tarado:

- A noite eu vou ver todos esses desenhos no sossego.

Era de noite, a grande casa da estalagem era iluminada por pequenas lâmpadas de óleo de peixe penduradas entre as paredes do corredor e dos quartos. As estrelas podiam ser vistas no céu, já que o tempo era limpo e quente.

Sokka engoliu rapidamente o seu pote de arroz, pegando grande quantidade da comida com os dois palitos de madeira rapidamente, morrendo da ansiedade para voltar para o seu quarto. Katara franziu a testa e olhou para o garoto e disse como um aviso:

- Sokka, come devagar a sua janta. Nós não estamos com pressa.

Ele respondeu, com a bochecha cheia de arroz, e já colocando outro monte de arroz na boca:

- Mas eu estou. Não vejo a hora de voltar para o quarto.

Aang não conseguia comer direito ao ver a porqueira de Sokka. O Avatar estava sentado bem na sua frente, do outro lado da mesa do refeitório da estalagem, mexendo na comida sem fome e tentando não ver a veracidade do homem do pólo sul.

Toph, por sua vez, comia calmamente, sentindo o prazer do sabor do arroz papado sobre a sua língua, sem sentir nojo ou outro sentimento, já que ele não podia enxergar isso por ser cega.

Quando o pote estava vazio, apenas com alguns grãos de arroz grudados sobre caoticamente nas paredes do pote, Sokka se levantou da cadeira, largou os pauzinhos de lado dele, sobre a mesa e começou a se retirar do aposento. Ele atravessou por entre as mesas de outros moradores temporários do local, com uma rapidez incrível, quase em corrida.

- Por que será essa pressa toda? – se perguntou Toph, engolindo alguns arrozes que estava agora pouco na sua boca.

- Eu não sei, mas ainda bem que ele já foi. Não ia conseguir jantar ao ver ele comendo como um porco – disse Aang, ainda remexendo na comida com um dos pauzinhos, mas sem colocar nada na boca.

Sokka entrou dentro do seu quarto em um salto. Como um leão em ataque a sua presa, ele foi à direção de sua cama e levantou o colchão em extrema ansiedade. Mas não encontrou absolutamente nada.

Sokka começou a suar debaixo dos braços, enquanto se perguntava em uma voz alta:

- Onde está o meu desenho? Onde está? Eu os deixei aqui? Será que alguém pegou?

Em desespero, ele retirou o colchão de cima do boxe de madeira, retirou os lençóis brancos, revirou suas roupas da mala, mas não estava em lugar algum. Ele parou no centro do quarto, com a roupa manchada de suor, com os olhos arregalados, tudo por causa da vergonha que sentia, das imagens que tinham na sua mente de pessoas vendo as mulheres nuas do desenho e rindo da cara de Sokka.

Ele colocou a mão no rosto e falou para si mesmo quase chorando:

- Pegaram os meus desenhos secretos de mulheres nuas!


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