O Outro Lado escrita por Dark Angel


Capítulo 7
Largo Grimmauld


Notas iniciais do capítulo

Esse dia foi no mínimo esquisito. Descobri que sou uma bruxa, encontrei com meus heróis, topei com a Marca Negra, achei amigos onde jamais imaginaria, literalmente, e briguei com ninguém menos que Hermione Weasley. Qualquer pessoa normal não acreditaria. Mas ai é que está eu não sou normal.



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  A chuva castigava a única janela do quarto, a temperatura estava fria o suficiente para precisar de cobertas. Lá estava eu, deitada no escuro no quarto que uma vez pertenceu a Sirius Black, sim, Sirius Black. O quarto tinha uma aura triste e abandonada, talvez fosse por que os donos da casa iam ali apenas para limpar ou chorar relembrando momentos de um passado não tão distante. Sra. Potter (Gina) dissera que seu marido não gostava das lembranças que o quarto trazia.

  O quarto estava me incomodando, o ar de abandono, o barulho da chuva batendo no vidro da janela, a única foto bruxa colada na parede... A única foto que permaneceu no quarto, na verdade. Ela mostrava quatro garotos com mais ou menos a mesma idade, um deles particularmente mais cansado e abatido, mas sob todos os aspectos restantes, feliz. Outros dois as gargalhas no meio do grupo, simplesmente felizes por se reunirem para tirar uma foto. E o último, um menino gordinho, com cara de rato, completamente fascinado por ter sido incluído no grupo. De todos ele era o que eu menos gostei, era Pedro Pettigrew, o mesmo que entregou Lilian e James Potter, seus amigos, a Voldemort... Estar aqui sozinha remoendo esse fato não ajudava em nada a melhorar meu estado.

  Eu não estaria aqui sozinha se não tivesse discutido com a única pessoa que parecia disposta a me fornecer respostas. Talvez tivesse sido melhor. Hermione era uma pessoa legal, mas na situação que estávamos querer me contar coisas sobre mim enquanto alguém podia estar morto não me pareceu o mais sensato, e o “morto” poderia ser qualquer um. Mas o estrago já estava feito, e já era tarde de mais para pedir desculpas quando descobri que todos os “entes” tinham voltado sãos e salvos d’O Beco Diagonal.

  Esse dia foi no mínimo esquisito. Descobri que sou uma bruxa, encontrei com meus “heróis”, topei com a Marca Negra, achei amigos onde jamais imaginaria, literalmente, e briguei com ninguém menos que Hermione Weasley. Qualquer pessoa normal não acreditaria. Ficar pensando nisso estava me deixando maluca, ou talvez eu já estivesse maluca, normalmente personagens de livros não sabem por ai sequestrando meninas de treze anos indefesas, não tem filhos psicóticos e bipolares, normalmente você não é obrigada a abandonar sua sala de aula maluca agarrada ao braço de uma estranha... Mas isso tudo não era normal, eu não sou normal, não há motivos pra mim ter uma vida normal.

  E ainda tinha minha mãe, e Vanessa, e toda a minha turma congelada, e Harry Potter ter sido atacado misteriosamente, e A Marca Negra... essa sim, ninguém descobriu quem a conjurou, ou por que. Metade da cessão dos aurores do ministério foi convocada, nem ao menos um teve algum tipo de notícia.

  Era praticamente impossível dormir com essas coisas perambulando pela minha cabeça, saber que não acordaria no meu quarto, talvez nunca mais, talvez fosse obrigada a viver ali pelo resto da minha vida. O lado bom é que não precisaria mais ir à escola... a escola... se sou uma bruxa não deveria ir a Hogwarts ? mas isso era impossível, tenho treze anos, a idade para se ingressar em Hogwarts é onze, talvez fosse ensinada em “casa” ? Agora mais que nunca eu não queria ter brigado com Hermione...

  Qualquer coisa seria melhor do que ficar aqui pensando nisso, resolvi descer até a cozinha beber alguma coisa, ou talvez, apenas conhecer a casa.

  As escadas bambas eram decoradas com cabeças de elfos domésticos, que, quando vivos, serviram a família Black. Toda a casa por mais que estivesse impecavelmente limpa, tinha um ar triste e solitário, como se ninguém fosse ali há muito tempo.

  No segundo andar, Lili, Alvo e James tinham seus quartos. Agora prestando mais atenção, vi que meu lugar de fato não era ali, eu deveria estar na minha casa, no centro de Londres, dormindo na minha cama de molas, e não ali andando sozinha no escuro na casa de uma perfeita família bruxa comum. Ou quase comum.

   O primeiro andar era ainda mais assustador, era basicamente um corredor comprido com paredes revestidas com uma tinta simples, e repletas de quadros antigos, muito antigos. Todos mostravam membros da família Black, que agora já não tinha mais descendentes vivos. E um porta guarda-chuvas feito de perna de trasgo, e sim, o móvel conservava o doce perfume de trasgo... Desci às escadas de pedra de acesso à cozinha rapidamente e sem fazer barulho, se uma das pessoas pintadas nos quadros acordasse começaria a gritar e provavelmente acordaria todos na casa.

- Eu pensei que fosse a única acordada. – era Lili. Estava sentada em volta da mesa na cozinha com uma xícara do que me pareceu chocolate quente em uma das mãos. Usava um robe cor-de-rosa que arrastava no chão. Seus cabelos ruivos estavam presos em um rabo-de-cavalo frouxo.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo ficou curto por que eu queria deixa-lo bem diferente dos outros, isso é praticamente sem falas. Mostrar mais os pensamentos da personagem. Espero que gostem e por favor deixem comentários.



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